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A Deusa de Anília: E outras Histórias
A Deusa de Anília: E outras Histórias
A Deusa de Anília: E outras Histórias
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A Deusa de Anília: E outras Histórias

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About this ebook

A Deusa de Anília - Um terrível dragão aterroriza a ilha. Krisna Rimeriano precisará de toda sua determinação e coragem para salvar sua amada ilha e conquistar o coração do valente Negro. A maldição de Gohran A cidadela de Manarga vive sob uma maldição imposta pelo temível dragão Gohran. O jovem Menetto e seus companheiros precisam ser bem-sucedidos para que Manarga não desapareça. Mielim e a harpa encantada A harpa dourada foi roubada debaixo das orelhas pontudas dos Elfos de Lothuen. Bravos guerreiros saíram ao encalço do ladrão. O inferno de Razhenda O Reino de Razhenda foi devastado por Cormedhor de Austrúcia, um mago ensandecido que vem se utilizando de seres humanos como cobaias para suas experiências cruéis. Tremaría e o gigante da montanha Uma terrível e monumental criatura está aterrorizando os viajantes que precisam cruzar a Montanha do Vento Cortante. Kági, Dovan, Armando, Sáfio Liso e a doce barda Jocelyn precisam urgentemente de um trabalho, pois seus bolsos estão vazios.
LanguagePortuguês
PublisherLitteris
Release dateJun 15, 2017
ISBN9788537402993
A Deusa de Anília: E outras Histórias
Author

Cláudia Miqueloti

Cláudia Miqueloti nasceu em 1973, na cidade de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro. Atua como digitadora em uma instituição de ensino. Aos fins de semana, leciona japonês para turmas kids. Escreve desde os dez anos. É admiradora da obra de J. R. R. Tolkien e apaixonada por literatura fantástica. Foi, por um tempo, jogadora assídua de RPG (Role Playing Games) e Magic the Gathering. Aprecia um bom rock, j-pop e k-pop. Em 2011, publicou o livro de poesias Labirinto do Sol e da Lua, pela Litteris Editora, sob o selo Quártica Premium. A obra foi lançada na XV Bienal do Livro do Rio de Janeiro. No momento, está escrevendo um romance sobrenatural.

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    A Deusa de Anília - Cláudia Miqueloti

    A Deusa de Anília e Outras Histórias432.png436.png440.png

    Copyright desta edição © 2016 by Cláudia Miqueloti 

    Direitos em Língua Portuguesa reservados a Litteris Editora. 

    ISBN - 978-85-374-0299-3 (2016) 

    ISBN - 978-85-374-0281-8 (versão impressa) 

    Conversão: Cevolela Editions 

    Capa: André Siqueira 

    440

    Litteris Editora Ltda. 

    Av. Presidente Vargas, 962 - Sl. 1411 - Centro | 20071-002 Rio de Janeiro - RJ 

    tel (21) 2223-0030; (21) 2263-3141 

    litteris@litteris.com.br 

    www.litteris.com.br

    Dedico esta obra a todos os

    aficionados em literatura fantástica.

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço aos meus sobrinhos Viviane, Vinicius e Rodrigo, ao mestre Marcelo Seixas, ao amigo André Souza pelas acaloradas madrugadas em que jogávamos RPG (Role Playing Game) e Magic the Gathering. Sem vocês, Tremaría e o Gigante da Montanha de Gelo não existiria.

    Aos leitores de blogs e sites onde publiquei algumas histórias. Seus comentários serviram de estímulo para que eu continuasse escrevendo.

    À professora Maria Isabel Valle por ler essa obra e me incentivar a publicá-la.

    À minha família e meus amigos por me darem força e vibrarem por mim. Meu coração pertence a vocês.

    A Deus pela saúde e pela criatividade.

    Aos meus pais pela educação e amor.

    Ao meu editor Artur Rodrigues e toda a equipe da Litteris pela confiança e pela paciência.

    Agradeço a todos os escritores de Literatura Fantástica. Vocês são minha constante inspiração.

    Agradeço, principalmente, a você leitor por acreditar nas histórias.

    Sinopse

    Quando os soldados olharam para o céu, esqueceram suas dúvidas ao constatarem a veracidade do comunicado de Krisna e Negro. Lá estava ele, todo pomposo, de asas abertas, com olhos vermelhos. Ferinos. Gigantesco. Devendo pesar toneladas. Suas escamas variavam em tons de verde, preto e dourado. Tinha dezenas de pequenos chifres pontiagudos por toda a cabeça. A boca, repleta de dentes finos e alongados, escancarou-se deixando sair um jato de labaredas queimando tudo em uma área de 200 metros. Não houve tempo para pegar em armas. Apenas Krisna pôde protegê-los.

    SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO

    A DEUSA DE ANÍLIA

    A TEMPESTADE

    CONSELHO SUPREMO

    A NÉVOA

    DESPERTAR

    O ESTRANGEIRO

    O SEGREDO DE KRISNA

    A COMPETIÇÃO

    O ATAQUE

    PÂNICO E CORAGEM

    KRISNA EM PERIGO

    DIAMANTES DE ANÍLIA

    RENÚNCIA

    O PLANO FINAL

    EPÍLOGO

    A MALDIÇÃO DE GOHRAN

    MIELIM E A HARPA ENCANTADA

    A LENDA

    O SONHO

    A FLORESTA DOS CENTAUROS

    NO DESFILADEIRO DA CAVEIRA

    O GUARDIÃO

    INFERNO DE RAZHENDA

    O CONTADOR DE HISTÓRIAS

    OS ESCOLHIDOS

    CARNIÇAIS VERMELHOS

    A CAVERNA

    O ATAQUE DOS BÚBETTOS

    ABSSÍNEA

    A TORRE DE PENDÓLIA

    CRISTAIS DE ABSSÍNEA

    TREMARÍA E O GIGANTE DA MONTANHA DE GELO

    TUBARÃO DO MAR

    TREMARÍA

    PEGA LADRÃO!

    A CARAVANA

    TEMPESTADE DE NEVE

    NAS PROFUNDEZAS DA MONTANHA

    ÁGUAS TURBULENTAS

    O URRO DA MONTANHA

    INTRODUÇÃO

    As histórias são personagens importantes. Elas lapidam os poucos corajosos e aptos a conhecê-las. Elas usam de uma isca infalível, o mistério, capaz de sugar desejos e sonhos para dentro de si.

    Seus alvos preferidos são aqueles que desejam se esconder do mundo que os rodeiam. Elas também gostam daqueles que buscam adquirir montanhas de conhecimento, burlar regras, encontrar alívio para suas angústias e sofrimentos ou causar impacto com um vocabulário mais refinado. Quando conseguem certa quantidade de devotos, as histórias sabiamente e perversamente os raptam sem demonstrar um pingo de arrependimento.

    Algumas histórias prometem um final feliz, mas não se engane, pois elas agem como um doce para sequestrar criancinhas indefesas. Portanto, quando for ler uma história tenha bastante cuidado, pois ela pode tomar sua vida, fazê-lo se tornar um viciado, transformá-lo em um ser completamente dominado e incapaz de abandoná-la.

    As histórias não mentem, apenas contam aquilo que lhes convém.

    Se você acredita no que contam as histórias, então se prepare, pois elas não vão deixá-lo em paz. Elas vão grudar em você, pegajosas como teias de uma aranha e nunca mais será capaz de escapar de sua trama.

    Neste livro você irá conhecer cinco histórias. Todas possuem um único objetivo: conquistá-lo. Portanto, fique atento, pois não são as histórias que farão parte de você, muito pelo contrário, você é quem fará parte delas.

    A DEUSA DE

    ANÍLIA

    A TEMPESTADE

    Um relâmpago riscou o céu enegrecido pela forte tempestade. As ondas do Mar Insólito se chocavam rudemente contra as rochas das montanhas escarpadas, espalhando detritos e dejetos sobre as pedras ribeirinhas. O tempo estava alterado devido à proximidade do invernoso, a estação mais rigorosa de todas. Antes que o frio menosprezasse os ossos cansados e doloridos, fortes chuvas provocaram enchentes destruindo barracas, espalhando as mercadorias por todos os lados.

    Os mercadores tentavam salvar suas mercadorias no caos que tinha tomado conta do cais. Galinhas corriam de um lado pra outro, encharcadas. Porcos guinchavam assustados. Uma vaca mugiu em sofrimento, pois o vento não a deixava seguir em frente, sempre a empurrando em direção ao mar. Os barris que haviam sido retirados há poucas horas de dentro dos navios, eram carregados para frente e para trás pelas ondas furiosas. Muitos se chocaram contra as rochas se arrebentando. Seus conteúdos foram espalhados sobre a areia da praia, estragados. A tempestade arrasava tudo por onde passava, sem piedade.

    A enxurrada invadia as ruas sem o menor respeito por quem passava esbaforido, tentando salvar seus pertences, inundando vielas até ir de encontro ao seu maior desejo, as casas dos anilianos. O esgoto, rudimentar, veio à tona espalhando dejetos, lixo e expulsando roedores, além de outras criaturas das profundezas, para o caos das ruas de Anília. Crianças choravam com medo dos raios e trovões, mulheres e idosos tentavam em vão retirar a água suja e o lixo que invadiam suas casas.

    O Mar Insólito não parava de castigar o Porto das Gaivotas. Os mercadores vindos de outros continentes comandavam seus empregados que carregavam caixotes contendo tecidos, grãos, ferramentas e especiarias, levando-os para os porões dos navios ancorados. Muitas vezes sentiam-se frustrados, pois a fúria do vento norte arrancava-os de suas mãos. Os impropérios e xingamentos eram abafados por trovões que pareciam querer dinamitar a encosta da Montanha Rimeriana. Difícil manter os barcos amarrados ao píer, pois o impetuoso mar impedia a visibilidade. Também não podiam navegar para águas mais serenas uma vez que corriam o perigo de serem jogados contra as rochas ou contra outros barcos. O vento fustigava as árvores carregando consigo telhas, cercas, plantas, tudo que não pudesse resistir a sua fúria.

    Um grupo de homens tentava em vão conter o avanço da enchente formando barricadas de sacos de areia e pedras nas margens próximas ao Rio dos Sacrifícios.

    A tempestade parecia estar guerreando contra um punhado de soldados rasos que, ao menor sinal de perigo, debandavam como crianças desprotegidas.

    — Pela Deusa! Quando essa tempestade vai se abrandar? — gritou Córis, um homem baixo, magro e com uma barba encaracolada já meio grisalha, enquanto tentava a todo custo tapar os buracos que a água fazia na barricada.

    — Alguém deve enviar uma mensagem à Senhora Deusa! Godrico! — um rapaz moreno e franzino, com dentes encavalados e apenas um olho bom correu ao ouvir o chamado. — Vá até o Penhasco dos Raios e conte à Senhora o que está acontecendo por aqui — ordenou Manodro, o ferreiro da aldeia.

    Enquanto isso, no Penhasco dos Raios, uma jovem de olhos e cabelos azulados tentava conter a fúria da tempestade, clamando aos Deuses para que parassem de ferir sua terra e seu povo.

    — Senhores! Ouçam vossa serva fiel. Peço perdão pelos males que causamos a vós. Se ainda assim desejarem castigar alguém por nossos pecados que eu seja a única a receber o castigo merecido — clamou Krisna com os braços erguidos. Usava um manto branco e uma túnica azul cobalto chegando-lhe aos tornozelos. Seus cabelos esvoaçavam ao sabor do vento e seus olhos estavam voltados para o céu enegrecido.

    Krisna estava de pé na beira de um penhasco quando uma rajada de raios violenta a atingiu. De repente, a tempestade cessou. O céu começou a desanuviar, as águas dos rios e do mar voltaram ao seu curso normal, trazendo uma brisa suave que atravessou a ilha de ponta a ponta.

    Niso, o fiel ajudante de Krisna, encontrou-a desacordada a dez metros da beira do penhasco. Sua roupa estava chamuscada, as palmas das mãos apresentavam queimaduras leves, mas que precisavam de cuidados imediatos. Com todo cuidado, carregou-a em seus braços até a velha cabana, morada de sua Senhora. Pousando-a sobre o catre de cipó trançado, que estava coberto por um tecido rústico de algodão, correu para preparar um chá restaurador, uma leve refeição, além do remédio para as queimaduras.

    — Minha Senhora não devia ter se exposto a essa tempestade. Não é prudente se arriscar, mesmo que seja pelo bem de seu povo — disse Niso passando a mão pelos fios ralos que cobriam sua cabeça. Dava pra perceber a angústia em seu olhar.

    — Foi necessário fazê-lo — murmurou ela ainda fragilizada. — Agora os Deuses estão tranquilos. Não voltarão a nos fazer mal a não ser que os ofendamos novamente.

    — A tempestade fez muitos estragos, minha Senhora — comentou Niso já se adiantando à pergunta de Krisna enquanto fazia um emplastro de ambrosia, erva curativa, nas queimaduras. — No entanto, estamos avaliando e consertando o que é possível. Soube por um mensageiro que as casas da aldeia central ficaram inundadas e muitos estão desabrigados.

    — Peço que sejam enviados pedreiros e todo o material necessário para reconstruir as casas dessas pessoas.

    — Isso já foi providenciado, minha Senhora.

    — Essa tempestade causou muitos prejuízos aos comerciantes da ilha. Peça alguém para avaliar os estragos causados na Vila dos Viajantes e no Porto das Gaivotas. As obras de reconstrução devem iniciar imediatamente.

    — Será feito agora mesmo. A Senhora precisa de mais alguma coisa?

    — Só descansar um pouco. Obrigada por cuidar de mim, amigo Niso. Não sei o que faria sem sua ajuda — agradeceu ela sorrindo, pousando as mãos enroladas por folhas de guiné, próprias para queimaduras, ao lado do corpo.

    — Tenho obrigações para com a Senhora. E faço tudo com muito gosto — disse Niso encabulado ao ouvir o agradecimento. — Vou tomar as providências necessárias. Descanse o quanto necessitar, minha Senhora.

    Depois da saída do ajudante, Krisna ficou meditando sobre os motivos daquela tempestade. O invernoso nunca fora tão terrível quanto agora. Algo de muito ruim estava acontecendo em Anília e ela precisava descobrir do que se tratava. Seja o que for, será esclarecido no devido tempo — foi seu último pensamento antes de se entregar ao sono merecido.

    CONSELHO SUPREMO

    Na medida do possível, a vida em Anília voltava ao normal, ou quase. Ainda se podiam avistar alguns resquícios da terrível tempestade, como um imenso e centenário carvalho com suas raízes expostas, parecendo tentáculos de um monstro abatido, arrastado pelo vendaval até o meio da praia. No entanto, a ajuda mútua de anilianos e estrangeiros fora indispensável na reconstrução da ilha.

    Telhados, portas e janelas estavam sendo consertados. O lixo acumulado foi ao encontro de uma pira acesa no centro de onde antes ficava a feira. O povo de Anília ainda não conseguira se livrar de um grande empecilho, a debandada de ratos dos esgotos que decidiram atazanar ainda mais os moradores e trabalhadores do porto, infestando casas e os porões dos navios.

    A areia da praia acentuara ainda mais a cor de vômito, tornando-se escorregadia e pegajosa. Os pescadores gostavam de acreditar que um monstro marinho de tempos passados teria deixado sua marca nas areias do Porto das Gaivotas, no entanto todos sabiam a origem daquela cor e do mau cheiro que impregnava as narinas, enjoando os estômagos mais sensíveis: lixo, excremento animal e humano.

    Krisna, após um curto período de convalescença, organizou uma reunião com o Conselho Supremo. O conselho era integrado por chefes de todas as aldeias de Anília. A maioria deles já passara dos sessenta anos, entretanto tinham sabedoria para tomar decisões importantes, já que os jovens preferiam ir à cata de aventuras a participar de reuniões enfadonhas.

    — Que os Deuses ofereçam-lhes um dia abençoado, bons Senhores — disse Krisna à guisa de cumprimentos.

    — Que Eles abençoem-na, boa Senhora — responderam os membros do Conselho Supremo.

    A sala de reuniões foi improvisada, uma vez que a antiga fora destruída pela tempestade. O Conselho utilizou uma pequena cabana no pé do Penhasco dos Raios. O teto era coberto por palhas amarradas com cipós e jogadas por cima das colunas de troncos de árvores. Ao centro da cabana fora colocado uma tábua sobre alguns caixotes de madeira. Outros oito caixotes serviam de bancos em volta da mesa improvisada. Krisna foi a primeira a falar:

    — Senhores, os Deuses estão mais calmos. Prometi

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