HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO: HISTPORIA DA IGREJA
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HISTÓRIA ECLESIÁSTICA DE EUSÉBIO - Escriba de Cristo
EUSÉBIO
DE CESARÉIA
–
HISTÓRIA
ECLESIÁSTICA
-
Comentada pelo
Escriba de Cristo
ImagemHistória Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
FINALIDADE DESTA OBRA
Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos,
nem lhe gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro
são unicamente para cobrir despesas com produção,
transporte, impostos e revendedores. Sua satisfação
consiste em contribuir para o bem da educação, uma
melhor qualidade de vida para todos os homens e seres
vivos, e para glorificar o único Deus Todo-Poderoso.
AUTORIZAÇÃO
O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer
meios, usado e traduzido por qualquer entidade religiosa,
educacional ou cultural sem prévia autorização do autor.
Todos os meus livros são de domínio público.
[ 2 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
AUTOR: Escriba de Cristo é licenciado em Ciências Biológicas e
História pela Universidade Metropolitana de Santos; possui curso
superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos; é
Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembleias de Deus de
SOLICITAÇÃO AOS LEITORES: Se você encontrar erros
gramaticais ou se você fala outro idioma e puder colaborar
traduzindo esta obra, em qualquer dos casos entre em
contato com o autor pelo facebook.
Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP e dois
diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas Paulinas e
Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo Senac de
Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em
Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo
Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de
intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de
eventos, evitando convívio social.
CONTATO:
https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/
https://www.facebook.com/escribade.cristo
[ 3 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
M543 Escriba de Cristo, 1969 – História Eclesiástica de
Eusébio de Cesaréia comentada pelo Escriba
Itabaiana/SE,
Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2016
388 p. ; 21 cm
ISBN-13: 978-1537690285
ISBN-10: 1537690280
1.
História Eclesiástica 2. Eusébio de Cesaréia
3. Cristianismo 4. Igreja Antiga I - Titulo
CDD 270
CDU 27
CENTRO DE EVANGELISMO UNIVERSAL
-CGC 66.504.093/0001-08
SUMÁRIO
[ 4 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
LIVRO I
I.
Propósito da Obra.
II.
Resumo da doutrina sobre a preexistência
de Nosso Salvador e Senhor, o Cristo de Deus, e da
atribuição da divindade.
III.
De como os nomes de Jesus e de Cristo já
eram conhecidos desde a antiguidade e honrados pelos
profetas inspirados por Deus.
IV.
De como o caráter da religião anunciada por
Cristo a todas as nações não era novo nem estranho.
V.
De quando Cristo se manifestou aos
homens.
VI.
De como, segundo as profecias, em seus
dias terminaram os reis por linha hereditária que regiam a
nação judia e começou a reinar Herodes, o primeiro
estrangeiro.
VII. Da suposta discrepância dos evangelhos
acerca da genealogia de Cristo.
VIII. Do infanticídio cometido por Herodes e o final
catastrófico de sua vida.
IX. Dos tempos de Pilatos.
[ 5 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
X. Dos sumos sacerdotes dos judeus sob os
quais Cristo ensinou.
XI. Testemunhos sobre João Batista e Cristo.
XII. Dos discípulos de nosso Salvador.
XIII. Relato sobre o rei de Edessa.
LIVRO II
I. Da vida dos apóstolos depois da ascensão de
Cristo.
II. Da emoção de Tibério ao ser informado por
Pilatos dos feitos referentes a Cristo.
III. De como a doutrina de Cristo em pouco tempo
se propagou por todo o mundo.
IV. De como, depois de Tibério, Caio estabeleceu
Agripa como rei dos judeus e castigou Herodes com o
desterro perpétuo.
V. De como Fílon foi embaixador junto a Caio em
favor dos judeus.
VI. Dos males que desabaram sobre os judeus
depois de sua maldade contra Cristo.
VII. De como Pilatos também se suicidou.
VIII. Da fome nos tempos de Cláudio.
[ 6 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
IX. Martírio do apóstolo Tiago.
X. De como Agripa, também chamado Herodes,
perseguiu os apóstolos e logo sentiu a vingança divina.
XI. Do impostor Teudas.
XII. De Elena, rainha de Adiabene.
XIII. De Simão Mago.
XIV. Da pregação do apóstolo Pedro em Roma.
XV. Do evangelho de Marcos.
XVI. De como Marcos foi o primeiro a pregar aos
egípcios o conhecimento de Cristo.
XVII. O que Fílon conta sobre os ascetas do
Egito.
XVIII. Obras de Fílon que chegaram até nós.
XIX. Calamidades que se abateram sobre os
judeus de Jerusalém no dia da Páscoa.
XX. Do que ocorreu em Jerusalém nos dias de
Nero.
XXI. Do egípcio, também mencionado pelos Atos
dos Apóstolos.
[ 7 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XXII. De como Paulo, enviado preso da Judéia a
Roma, fez sua defesa e foi absolvido de toda acusação.
XXIII. De como Tiago, chamado irmão do Senhor,
sofreu o martírio.
XXIV. De como Aniano foi nomeado primeiro bispo
da Igreja de Alexandria depois de Marcos.
XXV. Da perseguição nos tempos de Nero, na
qual Paulo e Pedro foram adornados com o martírio pela
religião em Roma.
XXVI. Dos inumeráveis males que envolveram os
judeus e da última guerra que eles moveram contra os
romanos.
LIVRO III
I. Em que partes da terra os apóstolos pregaram
sobre Cristo.
II. Quem foi o primeiro que presidiu a Igreja de
Roma.
III. Sobre as cartas dos apóstolos.
IV. Sobre a primeira sucessão dos apóstolos.
V. Sobre o último assédio dos judeus depois de
Cristo.
[ 8 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
VI. Sobre a fome que os oprimiu.
VII. Sobre as profecias de Cristo.
VIII. Dos sinais que precederam a guerra.
IX. De Josefo e os escritos que deixou.
X. De que maneira cita os livros divinos.
XI. De como Simeão dirige a Igreja de Jerusalém
depois de Tiago.
XII. De como Vespasiano ordena que se busquem
os descendentes de Davi.
XIII. De como o segundo bispo de Roma é
Anacleto.
XIV. De como o segundo a dirigir os alexandrinos
é Abílio.
XV. De como o terceiro bispo de Roma, depois de
Anacleto, é Clemente.
XVI. Da carta de Clemente.
XVII. Da perseguição sob Domiciano.
XVIII. Sobre o apóstolo João e o Apocalipse
.
XIX. De como Domiciano ordena a morte aos
descendentes de Davi.
[ 9 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XX. Dos parentes de nosso Salvador.
XXI. De como o terceiro a dirigir a Igreja de
Alexandria é Cerdon.
XXII. De como o segundo na de Antioquia é
Inácio.
XXIII. Relato sobre o apóstolo João.
XXIV. Da ordem dos evangelhos.
XXV. Das divinas Escrituras reconhecidas e das
que não o são.
XXVI. Sobre o mago Menandro.
XXVII. Da heresia dos ebionitas.
XXVIII. Do heresiarca Cerinto.
XXIX. De Nicolau e dos que dele tomam o nome.
XXX. Dos apóstolos cujo matrimônio está
comprovado.
XXXI. Da morte de João e de Felipe.
XXXII. De como sofreu o martírio Simeão, bispo
de Jerusalém.
XXXIII. De como Trajano impediu que se
perseguisse os cristãos.
[ 10 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XXXIV. De como o quarto a dirigir a Igreja de
Roma é Evaristo.
XXXV. De como o terceiro na igreja de Jerusalém
é Justo.
XXXVI. Sobre Inácio e suas cartas.
XXXVII. Dos evangelistas que ainda então se
distinguiam.
XXXVIII. Da carta de Clemente e os escritos que
falsamente lhe atribuem.
XXXIX. Dos escritos de Papias.
LIVRO IV
I. Quais foram os bispos de Roma e de Alexandria
sob o reinado de Trajano.
II. O que padeceram os judeus nos tempos de
Trajano.
III. Os que saíram em defesa da fé nos tempos de
Adriano.
IV. Os bispos de Roma e de Alexandria nos
tempos deste.
V. Os bispos de Jerusalém, desde o Salvador até
os tempos de Adriano.
[ 11 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
VI. O último assédio de Jerusalém, nos tempos de
Adriano.
VII. Quem foram neste tempo os líderes da gnosis
de enganoso nome.
VIII. Quem foram os escritores eclesiásticos nos
tempos de Adriano.
IX. Uma carta de Adriano dizendo que não se
deveria perseguir-nos sem julgamento.
X. Quem foram os bispos de Roma e de
Alexandria sob o reinado de Antonino.
XI. Dos heresiarcas daqueles tempos.
XII. Da Apologia de Justino dirigida a Antonino.
XIII. Uma carta de Antonino ao concilio da Ásia
sobre a nossa doutrina.
XIV. O que se recorda sobre Policarpo, discípulo
dos apóstolos.
XV. De como, nos tempos de Vero, Policarpo
sofreu o martírio junto com outros da Cidade de Esmirna.
XVI. De como Justino o Filósofo, sendo de
avançada idade, sofreu martírio pela doutrina de Cristo na
cidade de Roma.
[ 12 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XVII. Dos mártires mencionados por Justino em
sua própria obra.
XVIII. Que tratados de Justino chegaram a nós.
XIX. Quem esteve frente à frente das igrejas de
Roma e de Alexandria sob o reinado de Vero.
XX. Quem esteve à frente da igreja de Antioquia.
XXI. Dos escritores eclesiásticos que brilharam
naquele tempo.
XXII. De Hegesipo e dos que ele menciona.
XXIII. De Dionísio, bispo de Corinto, e das cartas
que escreveu.
XXIV. De Teófilo, bispo de Antioquia.
XXV. De Felipe e de Modesto.
XXVI. De Meliton e dos que ele menciona.
XXVII. De Apolinário.
XXVIII. De Musano.
XXIX. Da heresia de Taciano.
XXX. De Bardesanes o Sírio e das obras que se
diz serem suas.
[ 13 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
LIVRO V
I. Quantos foram e de que modo lutaram nos
tempos de Vero pela religião na Gália.
II. De como os mártires, amados de Deus,
acolhiam e cuidavam dos que haviam falhado na
perseguição.
III. Que aparição teve em sonhos o mártir Atalo.
IV. De como os mártires recomendavam Irineu em
sua carta.
V. De como Deus atendeu as orações dos nossos
e fez chover do céu para o imperador Marco Aurélio.
VI. Lista dos bispos em Roma.
VII. De como inclusive até aqueles tempos
realizavam-se por meio dos fiéis grandiosos milagres.
VIII. De como Irineu menciona as diversas
Escrituras.
IX. Os que foram bispos sob Cômodo.
X. De Panteno, o filósofo.
XI, De Clemente de Alexandria.
XII. Dos bispos de Jerusalém
[ 14 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XIII De Ródon e as dissensões que mencionados
marcionitas.
XIV. Dos falsos profetas catafrigas.
XV. Do cisma de Blasto em Roma.
XVI. O que se menciona sobre Montano e os
pseudoprofetas de sua companhia.
XVII. De Milcíades e os tratados que compôs.
XVIII. Em que termos Apolônio refutou aos
catafrigas e quem ele menciona.
XIX. De Serapion sobre a heresia dos frígios.
XX. O que Irineu discute por escrito com os
cismáticos de Roma.
XXI. De como Apolônio morreu mártir em Roma.
XXII. Que bispos eram célebres naquele tempo.
XXIII. Da questão então movida sobre a Páscoa.
XXIV. Sobre a dissensão na Ásia.
XXV. De como houve acordo unânime entre todos
sobre a Páscoa.
XXVI. Quanto chegou a nós de Irineu.
[ 15 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
XXVII. Quanto chegou dos outros que floresceram
naquela época.
XXVIII. Dos que acolheram a heresia de Artemon
desde o princípio, qual foi seu comportamento e de que
modo ousaram corromper as Escrituras.
Tradução de WOLFGANG FISCHER
PREFÁCIO
O autor e a obra
Eusébio, bispo de Cesaréia, nasceu em cerca de
270, faleceu no ano 339/340. A data de seu nascimento
só pode ser inferida de sua obra, pois ele narra a
perseguição dos cristãos sob Valeriano (258-260) como
sendo algo do passado, e os eventos seguintes como
sendo contemporâneos seus. Não se sabe onde nasceu,
mas passou a maior e mais importante parte de sua vida
em Cesaréia, na época a maior cidade romana da
Palestina. Era de família desconhecida, mas certamente
cristã, como indica seu nome. Eusébio nada fala de si
mesmo em sua extensa obra. Foi bispo de Cesaréia de
313 ou 315 em diante. Em 303 começa a última e maior
[ 16 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
perseguição aos cristãos, durando até 311. Não se sabe
em que circunstâncias Eusébio atravessou essa tormenta.
Assistiu pessoalmente a martírios em Tiro e na Tebaida
(Egito), ele próprio foi preso, mas não executado, tendo
sido posteriormente acusado de apostasia. Sua formação
teológica foi baseada no estudo da obra de Orígenes.
Durante os debates contra o arianismo Eusébio foi um
dos principais defensores de uma posição mediadora, que
procurava manter unificada a indefinição dogmática dos
primeiros pais da Igreja. Para a dogmática posterior ele é
suspeito de ser semi-ariano, o que pode ter sido a causa
do rápido desaparecimento de muitos de seus escritos.
Sua obra se constitui de livros históricos, apologéticos, de
exegese bíblica e doutrinária. Escreveu mais de 120
volumes, a maioria dos quais perdidos, alguns são
conhecidos apenas por traduções. Dos originais restam
nada mais do que fragmentos. Tratou de todos os temas e
personalidades ligados à Igreja, citando extensamente e
comentando cerca de 250 obras de muitos autores que de
outra maneira estariam perdidos, sendo conhecidos
apenas através de Eusébio.
A HISTÓRIA ECLESIÁSTICA Não se trata de uma
História da Igreja, como seria entendida hoje. A Igreja não
é, para ele e seus contemporâneos, objeto de história, já
que é uma entidade criada por Deus, e portanto
transcendente. O que o historiador pode fazer é relatar os
[ 17 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
fatos, as pessoas e as instituições com ela relacionados.
Dessa forma, relatam-se acontecimentos, mas não se
analisa um desenvolvimento histórico. A motivação da
obra, como explicitada no início do primeiro livro, é
registrar a sucessão dos santos apóstolos
, os grandes
feitos, os que se sobressaíram, as heresias, as
perseguições e a proteção de Deus sobre seu povo. A
obra é dividida em dez livros com a seguinte estrutura: I-
VII: Uma contínua sucessão de temas iniciada talvez
antes da perseguição, com material reunido até mais ou
menos o ano 311. VIII: Atualização da obra com os
acontecimentos mais recentes. IX-X: Longa extensão do
livro VIII, com desfecho escrito após a inauguração da
Igreja de Tiro. A forma final da obra foi atingida após
quatro edições, tendo os nove primeiros livros sido
publicados antes do Edito de Milão (311) e o décimo livro
em 323/5. A importância da obra nos dias de hoje é
múltipla: Para o estudo da historia antiga é uma rica fonte
de referências e uma compilação de obras anteriores.
Para a Igreja, tem o valor de registro dos primórdios de
sua história. Para os cristãos traz o testemunho daqueles
que viveram as perseguições dos primeiros séculos, que
com seu martírio nos dão uma lição de perseverança e fé,
e ao mesmo tempo nos mostram um sinal de esperança
em qualquer época de crise.
Nas notas de rodapé que dão referência a
versículos bíblicos de livros em que há diferença de
[ 18 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
divisão entre as versões católica e reformada, esta última
aparece entre parênteses. Ex.: 105 Sl 67:32 (68:31).
História Eclesiástica, obra indispensável a quem
deseja compreender a história dos primeiros séculos do
cristianismo, é, sem dúvida, a obra mais importante de
Eusébio de Cesaréia, destacando-se como a mais
conhecida e mais citada. Compreende 10 livros, escritos
ao longo doa nos 312 e 317, nos quais o autor se propõe
tratar "daqueles que oralmente ou por escrito, foram
mensageiros da palavra de Deus em cada geração",
iniciando com uma história sumária de Cristo, desde o seu
nascimento, e encerrando com a dupla vitória do
imperador Constantino: sobre Maxêncio em 312 e sobre
Licínio em 324. Portanto, este volume abrange o período
dos primeiros séculos e retrata a sucessão dos bispos, as
dificuldades causadas à Igreja pelas perseguições, o
diálogo e o enfrentamento verbal com os pagãos e os
judeus, o surgimento das heresias e dos heréticos e o
triunfo eclesiástico associado ao triunfo constantiniano.
Esse conteúdo é de riqueza inestimável, sobretudo por ter
sido elaborado junto a fontes seguras, trazendo à história
posterior estas mesmas fontes em forma de extratos
enriquecidos com muitas citações de escritos da época.
Por meio dessas citações é possível conhecer textos e
documentações em geral que se perderam ao longo do
tempo e foram conservados nessa obra, que, por mais
[ 19 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
essa razão, é de grande importância no universo da
patrologia e da história da Igreja.
O livro História Eclesiástica de Eusébio da
Cesaréia, apresenta este livro que foi escrito
originariamente em grego, há mais de 1600 anos, agora
ao seu alcance.
A obra completa de Eusébio da Cesaréia é
considerada um clássico da literatura mundial sobre a
história da Igreja e é a fonte histórica mais consultada no
mundo para se conhecer o período da igreja primitiva
após o livro de Atos dos apóstolos. Um relato do período
do martírio dos cristãos e o destino dos apóstolos de
Cristo.
Com o livro História Eclesiástica você pode ter
acesso à história da igreja de maneira verídica e conhecer
os milagres realizados por Deus nos primórdios da fé
cristã e se inspirar nos exemplos da fé dos mártires.
[ 20 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
LIVRO -
I
I (Propósito da obra)
1. É meu propósito consignar as sucessões dos
santos apóstolos e os tempos transcorridos desde nosso
Salvador até nós; o número e a magnitude dos feitos
registrados pela história eclesiástica e o número dos que
nela se sobressaíram no governo e presidência das
igrejas mais ilustres, assim como o número daqueles que
em cada geração, de viva voz ou por escrito, foram os
embaixadores da palavra de Deus; e também quantos,
quais e quando, absorvidos pelo erro e levando ao
extremo suas fantasias, proclamaram publicamente a si
mesmos introdutores de um mal-chamado saber e
devastaram sem piedade, como lobos cruéis, o rebanho
de Cristo;
[ 21 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
Eusébio se propôs a enumerar os grandes servos
de Deus desde os dias apostólicos até seus dias.
2. e mais, inclusive as desventuras que se
abateram sobre toda a nação judia depois que concluíram
sua conspiração contra nosso Salvador, assim como
também o número, o caráter e o tempo dos ataques dos
pagãos contra a divina doutrina, e a grandeza de quantos
por ela, segundo a ocasião, enfrentaram o combate em
sangrenta tortura; também os martírios de nosso próprio
tempo e a proteção benévola e propícia de nosso
Salvador. Ao empreender a obra não tomarei outro ponto
de partida que o princípio dos desígnios de nosso
Salvador e Senhor Jesus, o Cristo de Deus.
A queda de Jerusalém no ano 70 d.C. foi um
grande evento na história da religião, e Eusébio não deixa
passa despercebido este grande evento histórico.
3. Mas, por isso mesmo, a obra pede a
compreensão benevolente para mim, que declaro ser
superior a nossas forças apresentar acabado e inteiro o
prometido, posto que somos até agora os primeiros a
abordar o tema, como quem enfrenta um caminho deserto
e sem pistas. Rogamos ter a Deus como guia e o poder
do Senhor como colaborador, porque de homens que nos
tenham precedido por este mesmo caminho, na verdade,
não conseguimos encontrar uma simples pegada; apenas,
se tanto, pequenos indícios através dos quais, cada um a
[ 22 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
sua maneira, nos deixaram como herança relatos parciais
dos tempos transcorridos e de longe nos estendem como
tochas suas próprias palavras; desde lá em cima, como
de uma atalaia distante, nos chamam e nos mostram por
onde se deve caminhar e por onde devemos encaminhar
os passos da obra sem erro e sem perigo.
Devemos a Eusébio esta obra prima, de
importante interesse dos cristãos e teólogos, posto que
podemos neste livro conhecer o desenvolvimento histórico
da Igreja de Cristo com suas vitórias e derrotas.
4. Para tanto nós, depois de reunir o que
achamos de aproveitável para nosso tema daquilo que
estes autores mencionam aqui e ali, e colhendo, como de
um prado espiritual, as frases oportunas dos velhos
autores, tentaremos dar corpo a uma trama histórica e
estaremos satisfeitos por poder preservar do
esquecimento as sucessões, se não de todos os
apóstolos de nosso Salvador, ao menos dos mais
importantes nas Igrejas mais ilustres que ainda hoje são
lembradas.
Eusébio nos informa que seus livros de HISTÓRIA
ECLESIÁSTICA têm como um dos intuitos registrar as
sucessões dos apóstolos.
5. Acredito que é de toda forma necessário que
me ponha a trabalhar este tema, pois não sei de nenhum
escritor eclesiástico até hoje que se tenha preocupado
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História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
com este gênero literário. Espero ainda que se mostre
utilíssimo para todos quantos se ocupem em adquirir uma
sólida instrução histórica.
Eusébio foi fantástico, em perceber que faltava na
literatura cristã, um compêndio que registrasse os anais
da igreja.
6. Já anteriormente, nos Cânones cronológicos
por mim redigidos, compus um resumo de tudo isso, ainda
assim, na presente obra lançar-me-ei a uma exposição
mais completa.
Eusébio já havia escrito uma obra escrita
chamada CÂNONES CRONOLÓGICAS.
7. E começarei, como disse, pelas disposições e a
teologia de Cristo, que em elevação e grandeza excedem
ao homem.
8. Já que, efetivamente, quem se disponha a
escrever as origens da história eclesiástica deve
necessariamente começar por remontar-se à primeira
disposição de Cristo mesmo - pois foi d'Ele mesmo que
tivemos a honra de receber o nome - mais divina do que
possa aparecer ao vulgo.
II [Resumo da doutrina sobre a
preexistência de Nosso Salvador e
[ 24 ]
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
Senhor, o Cristo de Deus, e da
atribuição da divindade]
1. Sendo a índole de Cristo dupla: uma,
semelhante à cabeça do corpo, e por esta o
reconhecemos como Deus, e outra, comparável aos pés,
mediante a qual, e para nossa salvação ele se revestiu de
homem, sujeito ao mesmo que nós, nossa exposição a
seguir será perfeita se iniciarmos o discurso de toda sua
história partindo dos pontos principais e dominantes.
Deste modo, a antiguidade e o caráter divino dos cristãos
ficará patente aos olhos de todos que pensam que [o
cristianismo] é algo novo, estranho, de ontem e não de
antes.
Eusébio revela que Cristo era reconhecido como
Deus, ele mesmo foi contemporâneo de grandes debates
sobre a divindade de Cristo, que ameaçou a unidade da
igreja nos primeiros séculos.
2. Nenhum tratado poderia bastar para explicar
em pormenores a própria substância e natureza de Cristo,
por isso o Espírito divino diz: Sua linhagem, quem a
narrará?; pois na verdade ninguém conheceu o Pai senão
o Filho, e ninguém conheceu alguma vez ao Filho,
segundo sua dignidade, senão o próprio Pai que o
engendrou.
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História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
Eusébio não pretende que sua coleção de
HISTÓRIA ECLESIÁSTICA seja um livro de teologia, que
debaterá assuntos como a Cristologia.
3. E quem, a não ser o Pai, poderia conceber sem
impureza a luz que é anterior ao mundo e a sabedoria
inteligente e substancial que precedeu aos séculos, o
Verbo vivente no Pai e que desde o princípio é Deus, o
primeiro e único que Deus engendrou antes de toda a
criação e de toda a produção de seres visíveis e
invisíveis, o general do exército espiritual e imortal do céu,
o anjo do grande conselho, o servidor do pensamento
inefável do Pai, o fazedor de todas as coisas junto ao Pai,
a causa segunda de tudo depois do Pai, o Filho de Deus,
genuíno e único, o Senhor, o Deus e Rei de todos os
seres, que recebeu do Pai a autoridade soberana e a
força, junto com a divindade, o poder e a honra? Porque,
em verdade, segundo o que dizem d'Ele os misteriosos
ensinamentos das Escrituras: No princípio era o Verbo, e
o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus. Todas as
coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada foi feito.
O mistério da pessoa de Deus está difundida em
todas as culturas, quando em muitas religiões primitivas,
os homens acreditavam que Deus subsistia três pessoas.
Ainda que os pagãos desvirtuaram isso em politeísmo e
triteísmo.
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História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia
4.