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Desemprego e Acumulação Integral: O Lumpemproletariado no Capitalismo Contemporâneo
Desemprego e Acumulação Integral: O Lumpemproletariado no Capitalismo Contemporâneo
Desemprego e Acumulação Integral: O Lumpemproletariado no Capitalismo Contemporâneo
Ebook64 pages45 minutes

Desemprego e Acumulação Integral: O Lumpemproletariado no Capitalismo Contemporâneo

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O desemprego é um fenômeno tipicamente capitalista. Nas sociedades pré-capitalistas não havia o emprego, nem, por conseguinte, o desemprego. Com a emergência do capitalismo surge o problema do desemprego. Este assume várias formas como a sucessão dos regimes de acumulação. O autor apresenta estes elementos e focaliza sua análise na relação entre regimes de acumulação e desemprego, para apontar para a questão do desemprego no capitalismo contemporâneo, comandado pelo regime de acumulação integral. O desemprego se insere no processo de divisão social do trabalho, marginalizando parte da população, que passa a compor a classe lumpemproletária, os marginalizados na divisão social do trabalho.
LanguagePortuguês
Release dateSep 24, 2020
ISBN9786588258088
Desemprego e Acumulação Integral: O Lumpemproletariado no Capitalismo Contemporâneo
Author

Nildo Viana

Professor da Faculdade de Ciências Sociais e Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás; Doutor em Sociologia pela UnB; Autor de diversos livros, entre os quais: O Capitalismo na era da Acumulação Integral; Quadrinhos e Crítica Social; As Esferas Sociais; Cinema e Mensagem; Manifesto Autogestionário; A Mercantilização das Relações Sociais; A Teoria das Classes Sociais em Karl Marx; Hegemonia Burguesa e Renovações Hegemônicas; O Modo de Pensar Burguês; Universo Psíquico e Reprodução do Capital.

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    Desemprego e Acumulação Integral - Nildo Viana

    INTRODUÇÃO

    A questão do desemprego é uma constante na história do capitalismo. Em determinados momentos históricos, tal como o atual, ele assume um alto grau, o que gera a necessidade de sua compreensão mais profunda. Sem dúvida, existem diversas abordagens do desemprego, mas que ficam no campo da ideologia, ou seja, fazem parte de um sistema de pensamento ilusório, marcado pela apologia e legitimação da sociedade existente ou então não ultrapassando os limites intransponíveis da consciência burguesa (MARX, 1988a; ZWEIG, 1961) e sempre se renovando e adequando aos novos modismos acadêmicos, tal como aqueles que entendem que o desemprego é uma invenção (GAUTIÉ, 1998).

    O nosso objetivo, no presente texto, é abordar a questão do desemprego a partir da perspectiva marxista, ou seja, partindo das contribuições de Marx e outros marxistas e utilizando o método dialético e materialismo histórico como fio condutor da análise. É fundamental uma análise dialética da questão do desemprego, pois é preciso superar as ideologias, bem como as simplificações e problemas interpretativos, seja do pensamento de Marx, seja da realidade concreta.

    Uma abordagem dialética da questão do desemprego remete, inicialmente, para o uso das categorias fundamentais do método dialético (MARX, 1983; KORSCH, 1983; VIANA, 2007a; VIANA, 2007b), tais como totalidade, historicidade, determinação fundamental, entre outras, como recurso heurístico para analisar este fenômeno social. Sem dúvida, o tema do desemprego é típico da sociedade capitalista¹, remete à especificidade histórica do modo de produção capitalista. Os conceitos, como expressão da realidade (MARX, 1983; VIANA, 2007b), se alteram com a alteração desta e, portanto, existem conceitos específicos de cada modo de produção, convivendo com conceitos gerais (o próprio conceito de modo de produção, por exemplo). Obviamente que a questão do desemprego está intimamente ligada à questão da totalidade da sociedade capitalista e remete a diversos outros conceitos, entre os quais o de população, sobrepopulação relativa², exército industrial de reserva, etc. Contudo, não se trata de uma trama de conceitos e sim de realidade concreta. A expressão dessa realidade concreta, sob a forma teórica, assume a forma de um universo conceitual. Nesse universo conceitual, manifesta-se tanto conceitos universais quanto particulares.

    POPULAÇÃO, CLASSES SOCIAIS E DESEMPREGO

    O primeiro elemento a ser analisado é a relação entre população e classes sociais. As classes sociais só podem ser compreendidas no interior da totalidade da sociedade, pois remete ao processo de divisão social do trabalho. A população é composta por diversas classes sociais e o excedente populacional ou sobrepopulação varia de acordo com o modo de produção. Antes de focalizar o caso específico do modo de produção capitalista, é necessário apresentar breves observações sobre a teoria da população de Marx e a questão da população. A teoria da população de Marx se organiza a partir do princípio que Korsch denominou especificidade histórica (KORSCH, 1983; VIANA, 2015). Cada modo de produção, possui sua dinâmica populacional específica e, portanto, ao contrário da ideologia malthusiana (VIANA, 2006), não existe lei geral e universal da população em todas as sociedades. Tal como afirma Marx (1985, p. 110):

    Em diferentes modos de produção sociais, diferentes leis regem o aumento da população e da sobrepopulação; a última é idêntica ao pauperismo. Estas leis diferentes se podem reduzir simplesmente às diferentes maneiras em que o indivíduo se relaciona com as condições de produção ou – com respeito ao indivíduo vivente – de reprodução de si mesmo como membro da sociedade, já que o homem só na sociedade trabalha e pratica a apropriação. A dissolução destas relações com respeito a tal ou qual indivíduo, ou à parte da população, os colocam à margem das condições que reproduzem essa base determinada, por fim na qualidade de sobrepopulação e não só como privados de recursos, mas como incapazes de apropriar-se dos meios de sobrevivência por meio

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