Mínimo do mímo: *mais outros contos de nariz sutil
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Rosa Amanda Strausz
Escritora e editora carioca com mais de 30 títulos publicados no Brasil e no exterior entre livros de contos,terror, infantis, juvenis e biografias.
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Book preview
Mínimo do mímo - Rosa Amanda Strausz
© Rosa Amanda Strausz, 2020
Projeto gráfico e capa
Traço Design
Revisão
Olga de Mello
Foto de capa
Tomás Troia
Selo comemorativo
Rui de Oliveira
Conversão Digital
books2be
Coordenação editorial
Rosa Amanda Strausz
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(BENITEZ Catalogação Ass. Editorial, MS, Brasil)
S892m Strausz, Rosa Amanda
1.ed. Mínimo do mínimo : *mais alguns contos de nariz
sutil / Rosa Amanda Strausz. – 1.ed. – Rio de Janeiro:
Ventania Editorial, 2020.
EPUB
ISBN: 978-65-991174-6-6
Contos brasileiros. I. Título.
CDD B869.3
11-2020/30 CDU 821.134.3(81)
Índice para catálogo sistemático:
1. Contos : Literatura brasileira
Bibliotecária responsável: Aline Graziele Benitez CRB-1/3129
Para Victor Giudice,
In memoriam
SUMÁRIO
BILHETE
Mínimo do mínimo
APRESENTAÇÃO DA EDIÇÃO DE 1990
Conto prateado
Conto preto
Recriação do mundo
Tempo
O banquete
O esquecimento
Terceiro plano
A educação pela seda
A nefelibata e a nefelomante
Conto colorido
Muito romântica
O voo de borboleta
A casa completa
Quase erótico
A pedra
Açúcar
Ainda o verbo
Senhor bicicleta
O sol é verde
Procura-se um vendedor
Descobertas
Conto vazio
Anjos
Água
Rotina
Modernidade
Um gênio
Eparrey!
Jogos
O telefone
Em branco
As visitas
Deus tem fome
Carnê de baile
*
Alguns contos de nariz sutil
A um passo
Aquária
A última carta
Entrevista com a mulher invisível
* * *
O brasão
Agora voou
Basta um segundo
O silêncio da montanha
Pipoca
Éramos assim, absurdas
Milagres
A pena
A pior cozinheira do mundo
Cabeça
Salão de beleza
Um gato chamado Mussorgsky
A fada dos dentes
No lugar do comum
AGRADECIMENTOS
SOBRE A AUTORA
BILHETE
Escrevi os contos que fazem parte do livro Mínimo múltiplo comum, lançado em 1990 pela J.O. Editora, ao longo dos anos 1980. Depois de saírem em jornais e revistas (naquela época, a imprensa publicava contos), acabaram reunidos em livro, que ganhou o Prêmio Jabuti na categoria.
Tanto tempo passado, quando releio a edição original fico entre feliz e incomodada. Alguns contos ainda me dão prazer. Mas não são todos. Por isso, eliminei alguns e reescrevi outros. A refeitura foi necessária em todas as vezes que li o texto e me perguntei: que diabos eu quis dizer com isso? Às vezes, eu me lembrava. E reescrevi tentando ser mais fiel ao que, à época, não consegui dizer. Afinal não sou obrigada a ter 20 anos pelo resto da vida. Mas nem sempre isso foi possível. Alguns contos foram sumariamente limados.
Por outro lado, alguns textos estão definitivamente datados mas resolvi mantê-los mesmo assim, ainda que como registros históricos de certos estados de alma ou conjunturas sociais. Posso citar como exemplo Rotina, que faz parte de um mundo que não existe mais. De um tempo em que a opressão era simbolizada pelo cartão de ponto – e não, como hoje, pelo trabalho precarizado. Mas acho que ele serve para lembrar que a saída para os problemas do presente não está, necessariamente, no passado. Por isso o mantive.
De resto, com exceção de poucos textos, agora percebo o MMC como uma investigação fragmentada sobre o amor tal como eu o via aos vinte e poucos anos. E isso ainda me comove.
Acrescentei também alguma coisa nova: os textos que publiquei no blog Fábula portátil – cujo espaço dividi com o poeta André Ricardo de Aguiar – e mais alguns perdidos em antologias diversas, roteiros e outras farras textuais. Com relação aos contos do blog, não podia mais usar o título Fábula portátil. O nome, criado pelo André Ricardo, foi usado no livro de contos dele. Para não perder o vínculo com aquele momento, aproveitei o subtítulo – textos de nariz sutil
, uma homenagem nada sutil a Campos de Carvalho – e assim intitulei o conjunto dos contos novos.
No fim das contas, é um apanhado que cobre algumas décadas de HD literário. Como não podia deixar de ser, é meio heterogêneo, um pouco desengonçado, mais diversificado do que recomenda a prudência editorial. Mas gostei imensamente de tê-lo feito para comemorar meus 30 anos de literatura.
Rosa Amanda Strausz
mínimo do mínimo
APRESENTAÇÃO
DA EDIÇÃO DE 1990
Mínimo múltiplo comum é um desses raríssimos livros cujo título define com o máximo de exatidão todas as intenções do conteúdo. Ou seja, é mínimo, porque satisfaz a preocupação da autora em desbastar o texto, fazendo com que o produto final, às vezes reduzido a duas linhas, seja o transmissor mais adequado a sua ideia ficcional. É múltiplo, porque, através do mínimo, oferece infinitas significações, tão possíveis quanto surpreendentes. Finalmente – e talvez o mais importante – é comum, porque a grande maioria de suas narrativas começa ou termina com a substantivação de fragmentos desconcertantes, de tão objetivos, que logo deságuam no oceano da grandeza subjetiva. Oswald Wirth, ocultista famoso, dizia que a humanidade comete grandes erros devido à incapacidade de subjetivar os fatos objetivos.
Já houve quem lesse Rosa Amanda Strausz e resolvesse classificá-la objetivamente de escritora minimalista. Na verdade, trata-se de uma simplificação insuficiente, uma vez que, em Literatura com L maiúsculo, vale mais o depois da leitura do que o durante. De um modo geral, o minimalismo é característica do durante. No caso da música tradicional, a emoção do durante quase anula no depois. Em música minimalista, então, nem se fala. Mas, na ficção de Rosa Amanda Strausz, é justamente no depois que a economia da escrita se expande e nos mergulha no maximalismo de nossas elucubrações, pobres leitores que somos, em lutas matinais com mil dragões, um segundo antes de tomarmos o banho pré-labuta, sob o chuveiro mais prosaico de nossa rotina.
É assim que nos momentos pós-leitura deste Mínimo múltiplo comum, esbarramos a cada