Viva a Comuna de Paris!
By Pierre Leroy
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Viva a Comuna de Paris! - Pierre Leroy
VIVER A COMUNA DE PARIS!
A presente obra é uma saudação e um convite!
É uma saudação, um sinal de admiração e respeito por essa primeira tentativa do proletariado em realizar sua revolução social e libertar a humanidade! Viva o proletariado! Viva a Comuna de Paris!
Mas é também um convite. É uma convocação para que você participe e esteja presente na atualização da Comuna de Paris! Viver a Comuna de Paris significa trazer a Comuna para nossas vidas cotidianas e contemporâneas e revivê-la, restaurá-la, renová-la!
Viver a Comuna de Paris! A Comuna de Paris está morta? Viva a Comuna de Paris! Sim, viver a Comuna é torná-la viva novamente, hoje, em ações para ressuscitá-la e fazê-la viver novamente. Em nossas vidas, em nossos objetivos.
Mas não é a Comuna de Paris de 1871 e sim a Comuna de Paris de 2021! 150 anos depois e as aspirações da Comuna de Paris ainda estão vivas, pois ainda não foram realizadas! A utopia está nos corações, mas não está na realidade. Ela está em algumas cabeças, mas não nos atos. O convite é para transformar o sentimento e a consciência (antecipadora) em realidade, unindo a tentativa do passado com a luta do presente!
O vínculo do passado, a Comuna, com o presente, o projeto, deve gerar a revolução e autogestão, o futuro! Assim, é preciso aprender com o passado. Mas não se trata de um apren-dizado contemplativo. Aprender para saber como transformar! Isso significa trazer o passado para o presente. Essa presentificação passado não é para eternizar nem o passado com suas derrotas e nem o presente com sua mesmice e sim para que, unindo as forças do passado com as do presente, possamos gerar o novo, o futuro!
O que podemos aprender com a Comuna de Paris? Isso será desenvolvido no decorrer da presente obra. Não vamos adiantar no início da caminhada o que será aprendido com os seus longos passos até o final da estrada. Só alertamos para que quem for ler essa obra, que leia com os olhos do futuro! O olho do futuro vê o quanto tudo que vivemos é passageiro, temporário.
As verdades, os modismos, as crenças, os hábitos, os programas de TV, os ídolos, os líderes, os capitalistas, os operários, os idiotas, os inteligentes, os medianos, o cheiro do bairro, o chinelo que você usa, a beldade que desfila, o ancião com seus passos lentos, a árvore do seu quintal, a mitologia grega, o cristianismo, o anarquismo, o balé, a música clássica, o chapéu de gangster, Al Capone, Hitler, Mussolini, Gandhi, Lênin, o idioma inglês, o natal, o prêmio Nobel, a Rainha da Inglaterra, o keynesianismo, o neoliberalismo, o pós-modernismo, a máquina de escrever, o computador, a internet e trilhões de outras coisas, vão se transformar em poeira! Vão ser reduzidos a nada!
Algumas dessas coisas já estão próximas disso. O olho do futuro pode olhar o hoje a partir da perspectiva do amanhã. E esse amanhã pode ser 2031. Seria ver o que ocorre agora com a percepção de que já se passaram dez anos. E daqui a dez anos não mais existirá a pandemia do coronavírus! Essa obra, atualíssima no sentido temporal, já terá dez longos anos! E seu significado será outro. Mais uma obra esquecida? Uma obra que será lida para se pensar os 160 anos da Comuna? Uma obra tornada clássica
? Uma obra lida e divulgada por uma minoria militante? A base intelectual de uma nova seita, a comunalista? Uma obra cuja mensagem se manifestará concretamente nas ruas? O olho do futuro saberá, mas o olho do presente não vê, apenas tenta traçar tendências, quando ele está numa mente que pensa.
Mas para o olho do futuro em 2121 (daqui a 100 anos), a coisa será bem diferente. Parte do que é bem sólido hoje terá evaporado no ar, para recordar o grande profeta revolucionário¹ Karl Marx! O olho do futuro de 2521 (daqui a 500 anos) já será ainda mais cruel com as coisas presentes, a maioria será risível! Ele verá pessoas matando e morrendo por causa de ideias esdrúxulas e ridículas! Ideias que se pretendem transformadoras e são conservadoras! Daqui 500 anos as pessoas olharão para os defensores da identidade
, do sujeito
, do pós-modernismo
e seus adeptos apaixonados da mesma forma como nós olhamos curiosos, e com um sorriso piedoso², para os primatas que desenhavam riscos nas cavernas!³
Esse é o olho do futuro. Ele está nos vendo. Ele está vendo você. Você e o seu significado para o futuro. Mais um zero à esquerda? Mais um pontinho na multidão dos que passaram pela história
? Um ponto insignificante por ter acompanhado o rebanho para o matadouro? Não interessa se era o rebanho que foi para o matadouro da