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Yvonne: A Médium Iluminada
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Ebook174 pages2 hours

Yvonne: A Médium Iluminada

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About this ebook

Relata com muita propriedade informações sobre a vida, o trabalho com a mediunidade e a atuação após a desencarnação da extraordinária médium Yvonne do Amaral Pereira.
LanguagePortuguês
PublisherCELD
Release dateMar 9, 2022
ISBN9788572975841
Yvonne: A Médium Iluminada

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    Yvonne - Gerson Sestini

    Outra obra do autor editada pelo CELD:

    A Condutora de Sonhos

    CIP - BRASIL - CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.

    S517y

    Sestini, Gerson, 1934-

    Yvonne, a Médium Iluminada / Gerson Sestini. — 1. ed. — Rio de Janeiro: CELD, 2016.

    180p.; 21cm

    eISBN: 978-85-7297-584-1

    1. Pereira, Yvonne A. (Yvonne do Amaral), 1900-1984

    2. Médiuns – Brasil. 3. Espiritismo.

    I. Título.

    07-2371.

    CDD: 920.91339

    CDU: 929:133.9

    YVONNE — A MÉDIUM ILUMINADA

    Gerson Sestini

    1ª Edição: setembro de 2016;

    1ª tiragem, do 1º milheiro ao 3º milheiro.

    Capa:

    Ney Junior

    Diagramação:

    Rogério Mota

    Revisão:

    Barbara Santos

    Arte-Final:

    Roberto Ratti

    Produção de ebook:

    S2 Books

    Para pedidos de livros, dirija-se ao

    Centro Espírita Léon Denis

    (Distribuidora)

    Rua João Vicente, 1.445, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21331-290

    Telefax (21) 2452-7700

    E-mail: editora@leondenis.com.br

    Site: edicoesleondenis.com.br

    Centro Espírita Léon Denis

    (Livraria João de Deus)

    Rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro,

    Rio de Janeiro, RJ. CEP 21331-290

    CNPJ 27.921.931/0001-89

    IE 82.209.980

    Tel. (21) 2452-1846

    E-mail: livraria@leondenis.com.br

    Site: www.celd.org.br

    Remessa via Correios e transportadora.

    Todo produto desta edição é destinado à manutenção das obras sociais do Centro Espírita Léon Denis.

              

    "Usai, pois, como divisa, estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem."

    O Espírito de Verdade

    (KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 2.ed.Rio de Janeiro: CELD, 2012. Cap. 6, item 8.)

    Sumário

    Capa

    Ficha catalográfica

    Créditos

    Citação

    Palavras iniciais

    I - Nosso encontro

    II - Visitas singulares

    O Sentido Enganador de Certas Palavras

    Ausência de Autodomínio

    A Corte Romana

    III - Tocando o mar

    IV - O Rei atormentado

    V - Incidentes na sensibilidade mediúnica

    VI - O padre espírita

    VII - Arte espírita e criação artística

    VIII - Um leitor na cochinchina

    IX - Uma mediunidade especial

    X - Reencontro com Chico Xavier

    XI - Romances não vividos

    XII - O retorno de suicidas

    O Filho Encomendado

    Personagens Reconhecidos

    XIII - A cigana andaluza

    XIV - Espíritos amigos e mentores

    XV - Obsessões

    XVI - Da interexistencialidade dos médiuns

    XVII - O amor que consola

    XVIII - Zbigniew, o amigo da Polônia

    XIX - O que o vento não levou

    XX - A médium iluminada

    PALAVRAS INICIAIS

    iz a sabedoria popular: palavras levam-nas o vento, o que fica escrito ele não pode levar. O que tentamos escrever nestas memórias são as palavras que se perderam das falas, nos encontros que tivemos com Yvonne A. Pereira, a médium que nos foi tão cara e que sempre procurou instruir-nos e orientar, tanto nos momentos que privamos de sua companhia, como através de seus livros e artigos nos periódicos espíritas, entre seus leitores. Sim, porque nestes, ela se encontra presente também, como em nossos encontros, dando exemplos de grandeza moral, pelos seus conceitos, seus atos e decisões, estribados no Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.

    Diante do convite de nosso confrade Altivo Carissimi Pamphiro — quando da publicação de outro livro de nossa autoria ― para escrevermos sobre Yvonne, ficamos, a princípio, surpreso. O que poderíamos dizer sobre a conhecida

    médium? Muitas coisas, retrucou Altivo. Você conviveu com ela e tem muito material retido em sua memória para ser posto para fora; garanto-lhe que eu e o grande público não sabemos a maior parte do que você poderá narrar.

    Essa ideia foi crescendo, pressionando-nos sempre mais, e com o passar dos dias não tivemos outra maneira de nos livrarmos dela, senão começando a ensaiar os primeiros relatos. Não foi tarefa fácil, conquanto muito prazerosa, que atravessou vários meses, corrigindo aqui, refazendo ali, até que sentimos que estava concluída. Talvez novas lembranças pudessem nos ocorrer, mas pararemos por aqui, por ordem maior, para não retê-la mais em nossa pasta.

    É certo que não reproduziremos as palavras, os diálogos e as narrativas exatamente como foram, pois nossa memória não chegaria a tal prodígio. Diríamos, então, que, no decorrer dos capítulos, estaremos interpretando as lembranças que chegam até nossa consciência, umas trazidas por associações, outras, por processos intuitivos, talvez acionados por ela mesma, a médium, atravessando barreiras vibratórias, pela sintonia de nossas afinidades.

    Procuramos nos esforçar para manter sua personalidade coerente com a que se nos apresentava, tal como a conhecemos e convivemos. Quanto às narrativas, algumas alterações tiveram que ser feitas, como ela mesma o fez em seus livros, preservando a privacidade dos personagens envolvidos nas tramas do destino por serem reais.

    A esse respeito, ocorre-nos agora o fato de que insistíamos em saber, quando éramos ainda bem mais moço, nós e nosso irmão Alceu, qual seria a localidade, no sul fluminense, em que ocorrera a tragédia que deu nome a um de seus romances. Aproveitamos uma de nossas férias de estudante para procurá-la, junto com ele, que na época morava em Piraí, situada dentro daquela região. Como engenheiro da Light, trabalhando em suas usinas e diques, ele passou a conhecer as adjacências de Piraí. A partir daquela pequena cidade, em dias de folga, junto de sua família, fizemos várias incursões pelas cidades vizinhas, e acabamos ― por exclusão ― escolhendo uma delas: a bela cidade de Vassouras.

    Anos mais tarde, ao estabelecermos amizade com Yvonne, perguntamos à médium se A Tragédia de Santa Maria não teria ocorrido em fazenda próxima àquela cidade. Qual não foi nossa surpresa quando a médium disse que ignorava o local onde se passara o drama narrado por Bezerra de Menezes. Desapontados, concluímos, calcados, ainda, em nossa remanescente imaturidade juvenil:

    ― Não era Vassouras, então, como pensávamos...

    Ela, achando graça de nossa decepção, riu-se da puerilidade daquela preocupação, e comentou algumas opiniões dos leitores sobre locais e personagens de seus livros, ficando eles, na maioria das vezes, decepcionados com as fantasias criadas, como acontecera conosco.

    Depois de suas observações, pacientemente, nos explicou:

    ― Meu amigo, quando os locais onde se desenrolam as cenas de uma história não são determinados, é porque poderiam dar pistas para o reconhecimento de personagens reais, como no livro citado. Os espíritos se reservam o direito de não revelar fatos ou de interferir junto às pessoas para que elas possam realizar os compromissos assumidos em nova existência.

    Fez uma pausa e argumentou:

    ― Sendo natural da região de Valença ― meus avós eram de Conservatória, o lindo distrito, onde continua o costume de se fazer serenatas ― eu até poderia imaginar uma cidade, entre tantas que conheço, para cenário deste romance, mas não teria certeza de que fosse ela mesma. O que posso afirmar-lhe, no entanto, é que os autores espirituais se utilizam desses recursos com finalidade útil, quando não estão empregando seus dotes literários ao criar uma história ou um outro tipo de obra. Fazendo uma pausa, como que analisando seu trabalho junto à literatura espírita, continuou:

    ― Eles, os autores espirituais, visam um objetivo nobre que é o de despertar as consciências para as virtudes cristãs, através das quais todos nos melhoraremos ao praticá-las, a fim de sermos espíritos produtivos na seara do Senhor.

    Concordamos com ela e fixamos a lição, pois sentíamos seu carinho e paciência, quase maternal, diante de nossa intempestiva curiosidade, pois já não éramos mais tão jovem.

    * * *

    Nos inúmeros encontros que tivemos com Yvonne, a maioria deles teve como cenário a ampla varanda da casa, localizada no bairro da Piedade, onde convivia com a família de sua irmã Amália. Poucas vezes nos encontramos fora daquele ambiente, onde sempre fomos tão bem acolhido, pensando, às vezes, que poderíamos estar importunando-a, assim como a seus parentes. Originam-se, portanto, desta convivência, os relatos de nossos diálogos, ora a sós, ora ao lado de familiares, ou com visitas, assistindo a trocas de experiências, ouvindo narrativas; algumas elucidativas, outras repetitivas, não obstante, sempre oportunas e interessantes. Temos a lamentar que algumas delas tenham se apagado de nossa memória, imersas que estão no inconsciente.

    Junto de Yvonne participei de momentos alegres e festivos, assim como presenciei a vinda de notícias tristes, como aquela do desencarne de uma de suas irmãs, ocorrido em Belo Horizonte: enquanto Amália, sua irmã, lamentava-se e chorava, ela se mantinha imperturbável, serena, consolando-a

    com palavras que exalavam o perfume de sua fé inabalável na Doutrina que abraçara, aumentando nossa admiração pela médium.

    No esforço de levar a público estas memórias, estamos dando nossa humilde contribuição para manter viva a lembrança de nossa querida personagem que, a par de sua autoridade em Doutrina Espírita e grande médium, era humana e simples, destituída de vaidade, e que, vivendo isolada da sociedade, em sua maturidade, dedicava-se aos trabalhos mediúnicos como médium conselheira, cuidando da correspondência e atendendo, na medida do possível, aos que a procuravam para expor seus dramas, ou pelo simples desejo de conhecê-la pessoalmente.

    Nos dias que correm, assistimos, contristados, nossos confrades espíritas demonstrarem a mesma carência atávica de nosso povo, que é a despreocupação de preservar e divulgar a memória daqueles que lutaram e testemunharam, para nos legar seu trabalho junto à Doutrina Espírita, em nossa pátria; não obstante, confiamos na reversão dessa situação, pelos modernos meios de comunicação de que dispomos e pela disposição dos jovens espíritas em melhorar a divulgação do Espiritismo em nosso país, estendendo-a ao mundo. Assim o esperamos. [1]

    Rio de Janeiro, janeiro de 2006.

    NOSSO ENCONTRO

    epois do sucesso das primeiras obras, começaram a surgir pessoas que queriam conhecer Yvonne, a médium de Memórias de um Suicida. A curiosidade do leitor espírita ficara aguçada. Para os cariocas não era difícil falar com ela, ou vê-la pessoalmente. Dona Denair, a simpática atendente da Federação Espírita Brasileira, sediada na Avenida Passos, dava seu endereço, prazerosamente, quando justificada a solicitação. Assim aconteceu conosco que nos mudáramos para o Rio naquele início de 1966. Nós, e toda a ala espírita da família que vivia no interior de São Paulo, ansiávamos por conhecer a médium que havia cativado nossos corações com o seu potencial revelador e literário, colocando-se dentro dos parâmetros da Codificação Kardequiana. No entanto, nenhuma fotografia, poucos dados sobre sua pessoa. Como seria fisicamente? Como receberia as pessoas que quisessem visitá-la? Seria reservada ou espontânea? Nossas cogitações não tiveram resposta até que a conhecêssemos pessoalmente.

    Assim que pudemos, marcamos um encontro por telefone com sua irmã Amália que morava no bairro da Piedade, o mesmo onde conseguíramos, dias antes, um emprego na Universidade Gama Filho para ministrar algumas aulas no curso de História Natural.

    Rumamos para lá, percorrendo, de automóvel, as ruas que ficam do lado esquerdo da linha da Central que passa pelo Méier, Engenho de Dentro, entre outras estações, até chegarmos à Piedade. A casa que procurávamos ficava defronte ao muro da linha de trem, na rua Elias da Silva, 133.

    Fomos recebidos por dona Amália na ampla varanda de sua casa. Apresentamo-nos a ela, e logo sentimos a bondade em seu porte maternal, já constatada pela afabilidade com que nos atendeu, inspirando-nos grande simpatia. Aguardamos alguns minutos e eis que Yvonne surge na soleira da porta que dava para a varanda.

    Ao vê-la pela primeira vez, confessamos que ficamos surpresos e emocionados.

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