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Morangos Ingratos: Contos diversos para a alma
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Morangos Ingratos: Contos diversos para a alma
Ebook147 pages1 hour

Morangos Ingratos: Contos diversos para a alma

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Personagens como Nelson e sua gueixa vendedora de morangos.Leila Dantas e seu segredo. Eduardo Jorge um aspirante a escritor.Dentre outras. Histórias de vidas que se mesclam nesse livro decontos que nos fazem refletir sobre a vida, amores, desamores,oportunidades perdidas, dentre outras coisas. Algumas histórias nosfazem refletir, outras apenas se emocionar. Não é esse o objetivo daliteratura? É disso que o livro trata. Despertar emoções. Sensações.Tocar a alma de alguma forma.Não escrevo apenas para entreter. Escrevo para tocar a alma. Pensoque é esse o contato de um escritor com o leitor. Deixamos umpedaço de nós nos outros para que, com o pedaço que damos,podermos fazer com que as pessoas completem os pedaços que lhesfaltam. Escrevi Morangos Ingratos num momento de minha vidaonde minhas próprias emoções se afloravam por algumasexperiências vividas. Umas de dor, outras de saudade. Histórias quetransparecem nas entrelinhas desejos irrealizáveis e outrosinesquecíveis.
LanguagePortuguês
PublisherBibliomundi
Release dateMar 18, 2021
ISBN9786588676431
Morangos Ingratos: Contos diversos para a alma

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    Morangos Ingratos - Antônio Dacosta

    MORANGOS INGRATOS

    Tudo parecia normal naquele dia frio. Nelson acordou cedo para ir na feira de frutas, como de costume. Sempre que podia comprava frutas frescas para o seu desjejum de fim de semana. Todos os sábados era assim. Ele, um solteirão de meia-idade, já vivera o suficiente para saber que na vida nem tudo são flores e nem todas as frutas são frescas. Solteiro  mesmo, na definição mais crua do termo, não era, estava. Já havia se separado há alguns anos e não tivera filhos. Vivia sozinho na casa da mãe, já idosa. A vida para ele era uma sucessão de rotinas sem graça. Ser professor de filosofia numa cidade em que ninguém gostava de filosofia, era um martírio. Mas ele precisava ganhar a vida. Ou aquilo que chamava de vida. Nada de emoções ou transgressões de quaisquer níveis. Nem na juventude fora assim. Ele sempre fora bem-comportado. Daquele tipo de jovem bem-educado e instruído que não desperta paixões e arroubos em ninguém.

    Sua ex-esposa, Maria Rosa, não aguentou

    uma vida de rotinas fatigantes de leituras, provas e tarefas escolares. Achava que vivia uma vida sem brilho e sem cor. Ela tinha um espírito livre. Gostava do sol, de praia, de correr sob o luar. em contra partida, Nelson não era de sair. Achava que a diversão era perda de tempo e desperdício de dinheiro. Preferia ficar em casa lendo em silêncio, assistindo TV ou ouvindo músicas clássicas. Maria Rosa gostava de Rock, de barulho, de qualquer agitação. Até que um dia não aguentou e pediu o divórcio. Queria viver a vida, arriscar-se. Preferia, ela disse a ele quando falou da separação, cometer erros que morrer de tédio. Mesmo assim passou 15 anos casada com. Nelson. Os primeiros anos foram até bons, mas com o tempo sentiu a alma cansada e percebeu que estava desperdiçando a vida. O próprio Nelson não estranhou quando ela quis se separar. Ele sabia que ela não estava feliz. Pelo que se sabe, hoje em dia, ela está feliz. Casou-se com um instrutor da academia que passou a frequentar logo depois do divórcio. Um rapaz mais novo e viril. O que fez Nelson pensar que também não era um bom amante na cama.

    Naquela manhã, depois de caminhar por alguns minutos olhando as bancas com as mais diversas atrações para seus cansados olhos, viu, ao longe, uma vendedora que parecia ser nova naquela feira de frutas. Não costumava ficar olhando mulheres, contudo, naquele instante seu olhar deteve-se por alguns segundos naquela simples vendedora. Sua pupila chegou a dilatar e ele quase se engasgou com um pedaço de abacaxi que estava experimentando. Era raro algo lhe chamar a atenção, além de livros nas livrarias que costumava frequentar de vez em quando. Essa tinha sido sua maior paixão até então. Ela não parecia ser uma mulher qualquer. Apesar do vestido rústico, a moça parecia uma chinesinha linda, daquelas dos filmes antigos de artes marciais.

    Ela tinha uma pele branca, cabelos compridos, pretos e lisos. aparentava ter por volta de 25 anos. Era magra. Mas não tão magra daquelas sem atributos, tipo só pele e ossos, ela tinha um corpo bonito. Parecia ter  pernas longas e grossas, ele imaginou, bem torneadas. Nelson não pôde deixar de olhar para o bumbum redondinho e os seios pequenos dela.

    Quase ficou corado de tão grande atrevimento. E pelo que deu pra notar, os olhos dela era um pouco puxados. Quase orientais. Claro que não era chinesa, apenas parecia. Quando ela sorria fechava os olhos. Ele ficou paralisado por alguns instantes contemplando aquela gueixa. Que sorriso encantador – pensava com seus botões. Num ímpeto, caminhou lentamente até ela.

    tom.

    Nelson ficou encantado com aquela voz

    doce e suave. E quase sem

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