Exilados na pátria: o tratamento de "alienados" no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, 1903-1979
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Exilados na pátria - ELIZEU ANTÔNIO DE ASSIS
1. INTRODUÇÃO
Esse livro tem por objeto a história do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena¹, considerado um dos maiores hospitais psiquiátricos públicos do Brasil, e que a partir de 1977 passou a ser administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG)². O estudo tem como marco inicial o ano de 1903, quando se deu a instalação da Assistência a Alienados do Estado de Minas Gerais, e vai até 1979, ano em que se realizou o III Congresso Mineiro de Psiquiatria, que contou com a participação do psiquiatra italiano Franco Basaglia. Consta, ainda, que o registro da última saída de enfermos, por alta a pedido, data de 20 de setembro de 1979, reiterando, assim, o marco de análise desta pesquisa.
A investigação aqui desenvolvida remonta à minha formação acadêmica em Psicologia e a experiência como estagiário na Clínica Serra Verde, entre os anos de 1991 e 1992, em Vespasiano (MG). Em seguida, de 1993 e 1996, dediquei-me à atividade clinica no Serviço de Atendimento em Saúde Mental da Prefeitura Municipal de Bela Vista de Minas/MG (PMBVM) e, de 2001 a 2013, na Rede Substitutiva de Referência em Saúde Mental da Fundação de Assistência Médica de Urgência de Contagem – FAMUC, no município de Contagem/MG. Naquela época, as denúncias contra o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (MG) ainda repercutiam no cenário e provocavam mudanças no modelo assistencial vigente.
Ao longo da década de 90, o movimento da luta antimanicomial ampliou seu protagonismo tanto no estado de Minas Gerais quanto no restante do país. No estado, a conquista mais significativa foi a aprovação da Lei estadual nº 11.802 (Lei Carlão), de 18 de janeiro de 1995, que dispunha sobre a "promoção de saúde e a reintegração social do portador de sofrimento mental (grifos meus). No mesmo período, tramitava na Câmara Federal o projeto de Lei de autoria do deputado mineiro Paulo Delgado, que redirecionava o modelo assistencial sobre a proteção aos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais. O proje