Diferenças culturais: um estudo dos significados produzidos por docentes de uma escola urbana
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Diferenças culturais - Fábio Alves Gomes
1 TODA PERGUNTA DE PESQUISA TEM UMA HISTÓRIA
[...] sabemos que as perguntas não são geradas no vazio, que elas têm uma historia, uma primeira reflexão que se impõe [...] (GABRIEL, 2006, p. 38).
A escolha e o desenvolvimento do tema da diversidade cultural se confundem com a trajetória de descobertas, encontros e desencontros do pesquisador, na sua busca por compreender melhor o fenômeno na aventura da construção do conhecimento. É sabido que a escolha do objeto de pesquisa, as bases teóricas e epistemológicas têm a ver com uma dimensão política, afetiva e de classe.
Partindo dos princípios da etnografia, entende-se a importância de se considerar os contextos, percalços e motivação que levaram o pesquisador a determinado objeto e também a chegar a hipóteses e conclusões sobre ele. Há concordância com as ideias de Reges (2004, p. 14) que, ao considerar as propostas teóricas foucaultianas e geertzianas sobre o papel da autoria
, afirma que o texto acadêmico deve se tornar um espaço de reconhecimento da subjetividade do pesquisador e, ao mesmo tempo, possibilitar que ela se torne o lócus de experimentação e reinterpretação de mundos singulares e de seus significados.
Certa vez, ouviu-se de uma psicanalista que as escolhas de cada um não são avulsas e que fazemos sempre, a partir do sofrimento. Esta afirmação reporta a reflexões sobre as motivações desta pesquisa retoma os tempos de estudante do ensino fundamental, em escola pública quando, por motivos múltiplos, este pesquisador era motivo de chacota, perseguição, discriminação e zombaria.
O percurso enquanto pesquisador tem seu início na elaboração dos primeiros rascunhos de um projeto de pesquisa em educação, nas disciplinas do curso de Pedagogia destinada a esse fim. Sempre houve um forte motivado a pesquisar temas que envolvesse o desenvolvimento socioafetivo dos alunos, por se entender que a escola seria um local privilegiado para promoção da dignidade humana e, não, um lugar de exclusão e reprodução de violências.
A experiência que se teve até aquele momento de escola pública, era como discente e as escolhas teórica estavam embasadas em problemas suscitados a partir da leitura de teóricos europeus. Com o avançar dos estudos e o contato com a produção intelectual brasileira, outras dimensões da educação escolar foram sendo consideradas, revelando a face oculta
da escola tais como as relações assimétricas de classe, a exclusão e as diversas formas de violência.
Percebeu-se que a escolha deste tema de pesquisa não poderia ser uma escolha aleatória ou conceitual, e sim, uma escolha política, comprometida com a emancipação das minorias. Os delineamentos desta pesquisa nascem a partir de um compromisso pessoal que orientaria a escolha pela teoria crítica. Nesse sentido, é correto dizer que os teóricos críticos estão unidos em seus objetivos: fortalecer aqueles sem poder e transformar desigualdades e injustiças sociais existentes
(MCLAREN apud CANDAU, 2002, p. 23).
Com a emergência dos estágios supervisionados, ainda na graduação, teve-se a oportunidade de adentrar na realidade da escola pública e, a partir das observações e registros, construir o tema de investigação e posterior intervenção pedagógica. Vale ressaltar que, apesar do ambiente acadêmico propício na universidade, somente a ida ao campo de estágio revelaria os questionamentos fundamentais que justificam a escolha do tema, a redação do trabalho de conclusão de curso e o empreendimento desta