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Treino de Habilidades Sociais: processo, avaliação e resultados
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Treino de Habilidades Sociais: processo, avaliação e resultados

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O Treinamento de Habilidades Sociais é uma ferramenta que proporciona o desenvolvimento e/ou aprimoramento de Habilidades Sociais importantes para favorecer a qualidade das relações interpessoais. Esse treino pode ser realizado em grupo ou individualmente, possui como principal objetivo alcançar uma mudança de ponto de vista, de concepção, proporcionando o aumento das Habilidades Sociais desenvolvidas até o momento. Tal ferramenta passou a ser aplicada em diferentes âmbitos populacionais, sendo direcionada para quadros denominados de clínicos, como: transtornos afetivos, ansiedade, conflitos de família e conjugais, vícios em substâncias ilícitas, esquizofrenia, retardo mental e deficientes sensoriais, e os quadros não clínicos, como: contexto escolar com professores, alunos e pais de alunos, variando entre as situações. Este livro irá descrever a pesquisa realizada sobre o estudo da comparação entre os processos e resultados de 12 programas de treinamento em Habilidades Sociais desenvolvidos no núcleo de carreira da Universidade de Taubaté no período de 2009 a 2018.
LanguagePortuguês
Release dateFeb 2, 2022
ISBN9786525221885
Treino de Habilidades Sociais: processo, avaliação e resultados

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    Treino de Habilidades Sociais - Mayara Aurélia Emílio

    1 INTRODUÇÃO

    As Habilidades Sociais são comportamentos interpessoais normativos e/ou socialmente sancionados. Elas incluem códigos de vestimenta e comportamento, regras sobre o que dizer e não dizer, e diretrizes sobre a expressão de afeto, reforço social e distância interpessoal. Tais habilidades envolvem a capacidade de expressar sentimentos positivos e negativos no contexto interpessoal. Pode-se dizer que o indivíduo socialmente qualificado está em sintonia com a realidade da situação em que está inserido (BELLACK et al; 2004).

    Segundo Albert e Emmons (1978), as HS são comportamentos que permitem que a pessoa aja de acordo com seus próprios interesses, como, por exemplo: defender-se sem expressar ansiedade; saber se comportar e agir de maneira confortável; e expressar sentimentos honestos ou exercer os direitos pessoais sem negar os direitos dos outros.

    O comportamento social é aprendido e se desenvolve a princípio no âmbito familiar, posteriormente acrescido do ambiente escolar e, consequentemente, de espaços sociais mais amplos. Dentro de casa, na escola ou no trabalho criam-se relações sociais com as pessoas ali inseridas. A forma como se lida com cada uma delas é diferente, assim como as consequências desse comportamento (PEREIRA, 2015).

    Pessoas que apresentam um bom repertório de HS tendem a apresentar-se mais produtivas em seu ambiente pessoal e de trabalho. Gerentes, supervisores, líderes, professores, profissionais da área da saúde, entre outros cargos que atuam diretamente com as relações interpessoais, dependem do desenvolvimento de habilidades sociais e de relacionamentos saudáveis com seus colegas, para darem conta das demandas exigidas dentro de seu ambiente de trabalho (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006).

    Mesmo que o repertório de HS possa ser construído pelas interações existentes nos contextos das relações naturais, como entre pais e filhos; entre irmãos; professores; alunos; colegas de sala de aula; e familiares, as falhas acontecem nesse estágio da aprendizagem, gerando déficits nas HS.

    Tais déficits podem ser gerados por conta de um fraco rendimento e desempenho escolar, por conflitos emocionais, e também pelo transtorno de ansiedade, além de já existirem estudos que comprovam que o abuso de drogas e a delinquência também corroboram para esse quadro (MURTA, 2005).

    Em um ambiente laboral onde o gestor é o responsável por outros profissionais que seguem suas ordens, a dinâmica se torna mais complexa. Muitas vezes, uma palavra equivocada ou uma frase mal colocada cria situações desagradáveis e gera desconfortos, fazendo com que a equipe de trabalho deixe de corresponder ao desempenho esperado.

    É nesse sentido que as habilidades sociais se tornam essenciais para o entendimento do que pode ser modificado nas relações sociais, para que a melhoria no convívio seja alcançada (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006).

    1.1 Problema

    Como as HS são comportamentos aprendidos que podem ser aprimorados nos diversos contextos sociais, como demonstram os trabalhos publicados sobre treino no contexto escolar e clínico, de Almir Del Prette e Zilda A. P. Del Prette (2003), é de grande importância no desenvolvimento do bem-estar social e emocional do indivíduo.

    Os programas de THS fundamentam-se na abordagem teórica e nos modelos propostos por autores como Del Prette e Del Prette (2012) e Caballo (2016), dentre outros, no entanto, como qualquer programa de treinamento deve adequar-se às características do grupo a ser treinado, às necessidades específicas tanto individuais quanto grupais, que exigem procedimentos de intervenção e avaliação diferentes.

    Este trabalho se propõe a responder o seguinte questionamento: quais as diferenças e semelhanças entre os 12 programas de treinamento de habilidades sociais desenvolvidos pelo Núcleo de Carreiras da Universidade de Taubaté quanto aos processos, estratégias de aprendizagem e resultados obtidos?

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral

    Comparar os processos e resultados de 12 programas de treinamento em habilidades sociais desenvolvidos no núcleo de carreira da Universidade de Taubaté no período de 2009 a 2018.

    1.2.2 Objetivos Específicos

    • Identificar as estratégias de aprendizagem dos programas realizados;

    • Analisar, por meio dos registros, a percepção dos participantes envolvidos nas pesquisas realizadas;

    • Identificar e comparar as metodologias, tarefas, e procedimentos avaliativos utilizados nos cursos analisados.

    1.3 Delimitação do estudo

    Este estudo delimita-se à descrição e comparação dos processos, avaliações e resultados de 12 programas de treinamento em Habilidades Sociais desenvolvidos no Núcleo de Carreira da Universidade de Taubaté, por meio da ótica da abordagem cognitivo comportamental, no período de 2009 a 2018. Não se pretende avaliar procedimentos e programas que tenham sido realizados em outros núcleos de pesquisa de carreira com a mesma temática.

    1.4 Relevância do estudo

    O tema Habilidades Sociais é um campo de atuação relevante para a área da Psicologia, pois direciona suas pesquisas para as relações interpessoais nos diversos contextos sociais, com publicações e grupos de pesquisa de pós-graduação.

    Segundo o estudo de natureza bibliométrica desenvolvido por Koga e Rodrigues (2017), a maioria das publicações no Brasil são voltadas para as áreas de saúde, educação e clínica, e a Universidade Federal de São Carlos é a instituição que mais publica nessas três áreas. Vale destacar que essa universidade conta com um programa de pós-graduação stricto senso com mestrado e doutorado em Habilidades Sociais. Atualmente, em âmbito nacional, os autores que mais publicam sobre o tema e se tornaram referência na área são: Almir Del Prette e Zilda Aparecida Pereira Del Prette.

    O menor número de publicações está no campo das Habilidades Sociais Profissionais, e a Universidade de Taubaté é a que mais tem publicações, como: Inclinações profissionais e habilidades sociais (2008); III Seminário Internacional de Habilidades Sociais: Habilidades Sociais, Cultura, Pesquisa e Prática (2011); Habilidades Sociais profissionais presentes em engenheiros alunos de MBA de uma universidade no interior de São Paulo (2016); e um capítulo de livro intitulado Habilidades Interpessoais nas competências gerenciais e de liderança (2016).

    O Núcleo de Carreiras e Habilidades Sociais foi criado com objetivo de atender à demanda das HSP, testando e criando procedimentos e técnicas que fossem adequados para esse tipo de população. Além da orientação de carreira, que não é o direcionamento deste estudo, o núcleo desenvolveu 12 programas de treinamento em Habilidades Sociais Profissionais no período de 2009 a 2018.

    O THS proporciona o desenvolvimento e/ou aprimoramento de HS importantes para favorecer a qualidade das relações interpessoais. Para a participação em um treinamento dessa natureza é necessário identificar a prioridade e as necessidades de aprimoramento dos participantes. Esse levantamento favorece a elaboração dos objetivos e direciona a elaboração do programa a ser aplicado. São utilizadas diversas técnicas de aprendizagem e formas de avaliação.

    Como destacado anteriormente, foram testadas várias técnicas e procedimentos de registro e avaliação que estavam direcionados aos objetivos de cada curso. Para o aprimoramento dos programas foi necessário copilar e comparar esses cursos quanto aos indicadores: ano; objetivos; levantamento das necessidades do treino; processo; e resultados.

    1.5 Organização do trabalho

    Para que se possa entender e realizar a dissertação, ela foi dividida em cinco seções. A primeira seção apresenta a introdução, com as subseções: problema, objetivos (objetivo geral e objetivos específicos), delimitação do estudo, relevância do estudo e a organização do trabalho.

    A segunda seção traz a revisão da literatura, que aborda as habilidades sociais; as habilidades sociais profissionais, treinamento em habilidades sociais; modelos de avaliação de treinamento; e avaliação de habilidades sociais.

    A terceira seção descreve o método utilizado na pesquisa, o tipo de pesquisa; área de realização; população e amostra; e os procedimentos para coleta e análise dos dados obtidos.

    Na quarta seção estão os resultados e a discussão e a quinta seção encerra o estudo com as considerações finais. Seguem as referências e os anexos.

    2 REVISÃO DA LITERATURA

    2.1 Habilidades Sociais

    Ainda que este tema seja estudado e explorado por muitos estudiosos, sua base teórica permanece apresentando lacunas significativas, já que não conta com uma definição que seja adotada pela maioria (RÍGGIO, 1986; CABALLO, 2016; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2012).

    Segundo Del Prette e Del Prette (2017), as Habilidades Sociais: são comportamentos que possuem alta probabilidade de serem aceitos dentro de determinadas culturas, gerando resultados considerados favoráveis para o sujeito, para seu grupo e sua comunidade, podendo contribuir assim, para um desempenho considerado competente diante das tarefas interpessoais. Para Lopes et al (2015), essas habilidades não são tão diferentes da definição citada anteriormente, pode-se dizer que são entendidas como classes de comportamentos sociais com alta probabilidade de gerar consequências positivas tanto para os profissionais, de forma individual, ou em grupo.

    Libet e Lewinsohn (1973 apud BEHESHTIFA; NOROZY, 2013) definem HS como uma capacidade complexa que gera comportamentos que vão ser reforçados de forma positiva e não irão produzir comportamentos que serão punidos por outros dentro de uma interação social.

    Para Beheshtifa e Norozy (2013), as HS podem ser definidas como um conjunto de habilidades que as pessoas utilizam para interagir e se comunicar uma com as outras. Segundo os autores, elas se baseiam nas normas sociais da sociedade e indicam quais atitudes e comportamentos podem ser considerados normais, aceitáveis e esperados em uma interação social particular.

    As habilidades sociais constituem um conjunto de comportamentos interpessoais complexos, que dependem de fatores de aprendizagem. Ladd e Mize (1983 apud HIDALGO; ABARCA 1990) entendem como comportamentos de ação integrada voltados para objetivos sociais ou interpessoais legalmente aceitos.

    Caballo (2016) considera as HS um conjunto de comportamentos praticados por um sujeito dentro de seu contexto interpessoal, expressando atitudes, desejos, opiniões e sentimentos de modo adequado às situações vividas, sem deixar de respeitar as ações das outras pessoas que o cerca, além de ter a capacidade de resolver problemas inesperados da melhor forma possível, minimizando a probabilidade

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