O Pequeno Menino Azul
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Esse livro, oferece informações e meios de, através da assunção de novos paradigmas racionais e intuitivos, buscar novos enfoques mentais na formação de interpretações confortáveis e vivencias interiores compatíveis com o propósito da interpretação dos personagens no curto teatro da vida, proporcionando o equilíbrio das duas asas, da razão e da intuição, no pleno voo infinito da existência.
Através de um diálogo sutil com um personagem imaginário, o autor acessa aspectos vibracionais de maior frequência de si mesmo, materializando informações em forma de palavras que remetem o leitor à introspecção e conclusões pessoais facilitadoras de uma maior compreensão e aceitação dos desafios do destino, direcionando-o ao propósito maior de todos nós: A FELICIDADE.
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O Pequeno Menino Azul - Guilherme Jorge da Silva
Capítulo I
NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO
(Brincando de criar)
– E o menino saiu pedindo de dentro do quadro: – Ei! Me dê um pouco de azul?
– O que menino?
– Eu preciso, para dispersar a tempestade.
Pela fisionomia acabrunhada da criança pedinte, senti que ele realmente estava apreensivo,
– Não precisa mais, já passou. Os ventos mudaram as cores e a chuva se foi.
Olhei atentamente para o menino, pálido, mas com intenso brilho nos olhos, que irradiavam uma serena felicidade.
– De onde vem você? – perguntei. Como se chama?
– Sou daqui mesmo. Que nome prefere? – respondeu olhando-me suavemente.
Ora, ora! Vai me dizer que não tem um?
– Tenho todos, por isso você pode escolher o que mais lhe agradar. Mas isso não tem importância, o que vale é que estamos aqui a prosear.
– Você é curioso, pensei. Só então me dei conta de que estava a falar com uma imagem materializada de dentro de um quadro. – Será que fiquei maluco?
– Não, não! – ele respondeu como se adivinhasse meus pensamentos – Você apenas enxerga um pouco mais fundo.
– Mas isso não é normal para um ser humano, retruquei.
– E o que é normal?
– Normal é tudo aquilo que acontece costumeiramente, dentro de uma lógica evidente e confirmada.
– Ah! Ah! Ah! – ele riu. – Você é que é engraçado! Não vê que você pode criar tudo o que acredita? O normal, o real, só o são porque você assim os faz.
– Bem que eu gostaria de ter esse dom. Nesse momento poderia estar em um palácio cercado de belas mulheres...
– E não pode por que?
– É claro que isso não acontece! Não basta desejar para se ter as coisas. Se fosse assim o mundo seria uma balbúrdia, já que temos os mais díspares e contraditórios desejos.
– Como os homens são pobres! Como desconfiam de sí próprios! É natural que não consigam, pois nem mesmo acreditam em seu poder!
– Não é por desacreditar. Simplesmente, na prática, não ocorre assim.
– Só porque vocês querem. O que os mantém presos nessa jaula de incapacidade é justamente o medo de ser o que são. É o medo da responsabilidade de poder, de transformar, de criar infinitamente pela simples manifestação de sua vontade.
Estou aqui – continuou – Saí da pintura e você simplesmente conversa comigo. Pode ser?
Voltei bruscamente à realidade. O menino tão detalhadamente ilustrado, voltou à cena da pintura, imóvel, quieta e silenciosa, mas o brilho do seu olhar de alguma forma me fazia acreditar que algo ocorrera de extraordinário, e que talvez possamos nos falar novamente.
Capítulo II
O QUE QUEREMOS
(Foco – Meta-objetivo)
Não sei o tempo que passou, mas de repente lembrei-me novamente do meu diálogo com o menino azul, como passei a chamá-lo. Pus-me a cismar sobre os poderes aventados, naturais dos viventes, segundo seus conceitos. Tinha minhas dúvidas, aliás enormes e justificadas, já que essa teoria foge da nossa capacidade comum de compreensão. Um diálogo assim, até mesmo, pode levantar suspeitas quanto a sanidade do interlocutor.
Introspectivo, eis que, sem mais nem menos, ouço novamente a voz suave daquela criança, para mim imaginária: – Olá! Ainda pensando na nossa conversa? – disse aproximando-se de mansinho.
– É, não consigo conceber como realidade o que você me falou. Seria bom que me explicasse melhor.
– É tudo tão simples! É claro que você entende que a realidade para cada um é a representação que faz dos acontecimentos que vive a cada momento, não é?
– Isso eu entendo, mais ou menos, claro! Mas e o fato de simplesmente desejar para ter?
– Basta saber o que desejar.
– Como?!
– Sim. Tudo o que vocês humanos fazem é com um só objetivo. O problema é que a maioria de vocês não sabe mais qual é esse objetivo. Vivem envolvidos em polêmicas intermináveis, em planejamentos inoperantes, em eternos preparos para se sentirem seguros para tomar qualquer iniciativa. De outras vezes, na maioria delas, agem intempestivamente sem um direcionamento definido, em busca de objetivos ilusórios, confundindo os meios com o fim.
– Espere um pouco. E qual seria esse objetivo tão almejado que perdemos?
– Tudo o que vocês buscam, nada mais é do que sentirem-se bem, tranquilos, estáveis. É aquela sensação de plenitude que vocês costumam definir, em uma palavra, como: felicidade.
Porém vocês, na sua curta visão imediatista, perseguem objetivos ilusórios como proporcionadores desse estado interior. Uns acreditam que precisam acumular riquezas para ter segurança, outros preferem o poder, alguns focalizam os relacionamentos, a saúde, os prazeres e em infinitos meios diversos e variados, como caminhos seguros e necessários para se obter o fim almejado. Felicidade figura para vocês como uma palavra perdida, apenas vislumbrada por curtos momentos e que logo se esvanece.
– Realmente isso ocorre. Acreditamos que estes objetivos em maior ou menor grau, separados ou associados são fundamentais para contribuir para nos tornar felizes... E que felicidade não é desse mundo.
– O problema é que vocês ficam tão focados em cada passo que perdem o rumo a que querem ir.
– Como assim?
– Como disse no início de nossa conversa, nós vivemos aquilo que interpretamos de cada momento. Tudo o que buscamos na realidade, é sermos felizes, concorda?
– É. Isso é realmente o que buscamos. Mas, como atingi-la então?
Olhei para o lado e não mais vislumbrei a pequena figura do meu interlocutor.
Capítulo III
A ATENÇÃO COMO CAMINHO
(Processos Mentais)
Terminava de fazer a barba, quando assustei-me com a pequena criatura a me observar.
– Você continua engraçado – disse-me, olhando sorridente.
– Irritado com seus afastamentos repentinos, retruquei: Não sei o que você acha engraçado me observando, deveria sim ter mais consideração e não se afastar me deixando a falar sozinho.
– Calma – disse ele – não fui eu quem me afastei. Simplesmente você perdeu o contato.
– Como assim, perdi o contato?
– Você por acaso não sabe que somos transmissores e receptores de energia? É a nossa atenção que nos mantém em contato com o que focalizamos.
– La vem você com suas teorias... Muito bem, você me falava, da última vez, que tudo o que buscamos é o que chamamos de felicidade...
– E nem mesmo sabem o que é.
– Pode ser, mas temos uma idéia do que seja, pelo menos para cada um. Mas me diga: como podemos atingir esse ideal?
– Você deve perceber que interpretamos a vida a cada momento, criando nossa realidade pessoal conforme direcionamos nossa atenção na coleta das informações.
– Sim.
– A atenção, que é dirigida pela vontade, determina a formação de pensamentos no cérebro evolutivamente mais recente, chamado de neo-cortex. Os pensamentos descendo
pelo cérebro físico, dão formação às emoções no local chamado "sistema