Fragmentos da Doutrina Espírita I

Prefácio

Diante de inquietações e angústias em que o ser dito humano exige do outro respostas precisas e rápidas esquecendo do seu ¨eu¨, das consequências perversas da sua inquietude, da sua falta de reflexão, da introspecção, da ausência do autoconhecimento, do espaço para a espiritualização e do exercício constante da lei maior, que é o amor ao próximo, Deus ainda insiste em amar seus filhos e permitir que espíritos muito especiais ditem mensagens e textos àqueles que ainda se propõem em meio a toda a turbulência do mundo moderno, como abrir espaços, ouvir seus irmãos já desencarnados e compartilhar estas mensagens recebidas.

O conteúdo deste livro é isto, uma oportunidade dada a cada leitor de crescimento e maturidade espiritual, através de uma coletânea de textos psicografados.

Prof.ª Maria do Carmo Trescastro

Agradecimentos

Os amigos nominados a seguir viabilizaram a produção deste trabalho. A eles, os meus mais sinceros agradecimentos.

São eles:

Alvari Petrini;

Ana Maria da Silva;

Anacleto Santos (in memoriam);

Antonia Nilza Alves Saraiva;

Célia Maria da Silva Anchieta;

Elizabeth Garcia;

Eva Lisete Stieler;

Flávio da Silva Marques;

Henrique Stieler;

José Carlos Rodrigues;

Maia Aparecida Fermiano;

Marlene Maria Flach Rodrigues;

Pedro Guilherme Flach Rodrigues;

Rogério da Silva Anchieta;

Rosana Casagrande;

Rosane Koren.

Preciso acrescentar, aos nomes acima, aqueles que colaboraram na elaboração deste livro:

Clair Nunes Maia – esposa;

Giovane Yung de Oliveira (Gyang) – artista plástico;

Maria Beatriz Borges – advogada;

Renate Ritzel Melgar – jornalista.

Introdução

Aos amigos que acompanham o meu trabalho social e espiritual, apresento o projeto que a espiritualidade me trouxe nos últimos tempos, o livro Fragmentos da Doutrina Espírita I.

Ao longo destas páginas, ditadas por um espírito amigo e psicografadas por mim, esta edição traz um compilado de resenhas e pensamentos sobre a doutrina espírita e os tantos assuntos que a atravessam, como as emoções humanas.

Sobre o autor

Roney da Silva Anchieta nasceu em Campo Novo – RS, em 12 de agosto de 1959. Mudou-se para Canoas, região metropolitana de Porto Alegre em 1969.

Técnico em Contabilidade pela Escola Técnica de Comércio da UFRGS e economista graduado pela Pontifícia Universidade Católica PUCRGS em 1983, atuou tanto no setor privado quanto no setor público. Decepcionado com o setor público, abandonou a carreira de economista no setor e concentrou-se em iniciar sua vida como empresário no setor de distribuição, atividade que deixou em abril de 2021.

Em 2011, a convite de seu amigo Luis Renato Alves, funda o Centro Espírita Luz Divina, em Canoas, no qual trabalha como médium de cura. Realizando milhares de atendimentos por ano, nunca se concentrou no trabalho de psicografia.

Por orientação de seus mentores espirituais, psicografou, em 2010, a primeira parte do livro Fragmentos da Doutrina Espírita, que deverá ter uma segunda parte. Com o centro espírita fechado devido à pandemia, dedica seu tempo a participar de grupos que praticam a caridade, como fornecer alimentos a moradores em situação de rua.

Apreciador da leitura, tem em Érico Veríssimo seu autor predileto entre os autores nacionais e, Gabriel García Márquez como seu autor preferido entre os estrangeiros.

Casado com Clair Teresinha Nunes Maia desde 1984, tem dois filhos dessa relação, os gêmeos Douglas e Bibiana.

A difícil caminhada

da transformação

A imensidão do universo deveria nos dar a exata dimensão de quão pequenos somos. Deveria nos mostrar também que atitudes de arrogância, de prepotência, de apego e de avareza em nada ajudam na compreensão da nossa caminhada. Ao contrário, reduzem nossa capacidade de evoluir, de crescer e, em última análise, a nossa possibilidade de sermos felizes.

O princípio inteligente que diferencia o homem dos demais seres vivos neste plano, deveria conduzi-lo para um caminho diferente daquele que está trilhando. Que valores se solidificaram para fazer o homem desviar-se do caminho da evolução? Que princípios estão norteando a sua existência? Que valores são esses que o conduzem a atos tão incompreensíveis?

Assisto com tristeza ao desenrolar de caminhadas absolutamente sem propósitos. Vejo com grande preocupação os rumos que a humanidade está seguindo. Diante da barbárie, só mesmo a luz de Deus Pai para iluminar novamente os caminhos. Somente a sua verdade poderá transformar a trajetória de milhões de irmãos. Esse redirecionamento deverá percorrer por meio de um choque: a verdade que nos foi transmitida primeiramente pela obra kardecista que hoje é objeto de muitos estudos científicos de grande profundidade.

A ciência tenta caminhar ao lado da religião. Entretanto, a verdade que nos é demonstrada pelo codificador da doutrina espírita é perene e tem muitos meandros. Há nela muitas verdades explícitas, mas as verdades transformadoras estão transcritas de maneira implícita. A base da doutrina é absolutamente sólida e clara, contudo os elementos que levam à prática transformadora estão colocados de maneira subliminar. Somente aqueles que forem dotados de grande vontade de mudar e que com afinco se dedicarem ao estudo sistemático da doutrina serão agraciados com o conhecimento, mas principalmente com a clareza das práticas que levam à transformação ou, em última análise, à evolução, objetivo maior da passagem do homem por este plano.

Infelizmente, muitos daqueles que buscam o conhecimento teórico estão dissociados da prática transformadora. É preciso entender que o conhecimento teórico não se esgota por si só. A prática deve ser o principal instrumento dessa transformação. Os ensinamentos que foram transmitidos não são estáticos. Ao contrário, estão em constante processo de mutação.

O conhecimento teórico não poderá sozinho promover as mudanças indispensáveis e urgentes. É preciso que aqueles que são dotados das condições para a execução da doutrina espírita se disponham a fazê-lo, doando-se em grande intensidade de trabalho, com amor e afinco, e que cada gesto seja no sentido de ajudar seus irmãos. Não podemos perder as oportunidades que se apresentam ou aproveitá-las de forma displicente. A palestra que for ministrada na abertura dos trabalhos não pode ser com palavras atiradas ao vento. Ela deve conter mensagens expressivas, fruto da convicção do palestrante. Esse deve falar com clareza, com conhecimento e com amor.

No entanto, o que se observa, em muitos casos, são palestras enfadonhas, sonolentas e sem nenhum conteúdo claro porque o palestrante não está preparado para desempenhar esse papel. Nota-se que para ele aquela tarefa é um grande peso e que ele desejaria encerrá-la o mais breve possível, pois não teve a disposição de preparar-se adequadamente, com o mínimo de zelo, para falar com convicção e de maneira entusiasmada durante parcos 15 a 20 minutos. Torna-se, portanto, mais uma oportunidade perdida. É assim que queremos transformar o mundo? É dessa forma que queremos transformar as pessoas?

É preciso que os praticantes da doutrina tenham a certeza de uma verdade: não haverá transformação sem um grande esforço conjunto de todos os praticantes. É necessário muito suor de todos para que os objetivos sejam alcançados. O resgate coletivo é uma tarefa que exige o máximo de cada um. A entrega tem que ser total ou as transformações irão demorar um tempo muito maior do que se deseja pois elas são prementes. Não podemos ter palestras mais ou menos, passes mais ou menos, fraternos mais ou menos, desobsessões mais ou menos. Há que se ter qualidade máxima nos atendimentos para que aquela pessoa que foi atendida possa receber, dentro do seu merecimento, tudo aquilo a que tem direito e que ela possa sair do atendimento refletindo sobre o que está acontecendo.

Esse texto, evidentemente, não contém nenhum ensinamento significativo. Ele é um desabafo e um apelo ao mesmo tempo. Um desabafo pelas oportunidades perdidas e um apelo para que façamos diferente. Que todos nós, encarnados e desencarnados, possamos somar as nossas energias no sentido de transformar os rumos da humanidade. Pode parecer pretensioso, mas foi para isso que a doutrina espírita veio. Que possamos errar por demasia, jamais por omissão, porque temos responsabilidades intransferíveis. Que Deus Pai, em sua infinita bondade e misericórdia, seja complacente conosco e possa iluminar nossa caminhada. Somente Ele poderá nos dar a força indispensável para que possamos realizar tamanho feito. Tenho certeza de que isso não nos faltará. Façamos, então, a nossa parte.

Caridade

Gostaria de lembrar, em primeiro lugar, que a caridade é o objetivo maior da prática da Doutrina Espírita. Ela é muito