Coisas que a Gramática Não Explica
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Coisas que a Gramática Não Explica - André Luiz Gaspari Madureira
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA
À minha filha, Júlia, para quem o sol não dorme jamais!
Quando os eruditos descobriram a língua, ela já estava completamente pronta pelo povo. Os eruditos tiveram apenas que proibir o povo de falar errado.
(Millôr Fernandes)
PREFÁCIO
Conheci André Luiz Gaspari Madureira quando este cursava a licenciatura em Letras Vernáculas, na Universidade Católica do Salvador. Foi-me apresentado pela saudosa colega e amiga Prof.ª Maria José Campos Rocha, que me disse na ocasião: esse tem futuro!
. Ela, como sempre, acertou em seu julgamento. Desde o início da sua graduação, em 1999, André mostrou-se um aluno exemplar, curioso e preocupado em aprender, participando dos trabalhos do Núcleo de Estudos da Análise do Discurso (NEAD) e dos Seminários da Análise do Discurso (SAD). Nesse período, convivi com André nas reuniões quinzenais do NEAD e nos seminários (SAD).
Ao finalizar a sua graduação (2002), o autor deste livro cursou a especialização em Estudos Linguísticos e Literários, na Universidade Federal da Bahia (UFBa), quando eu tive a honra de orientá-lo na elaboração da monografia Fábula: simulacro de uma realidade
(2004). E a pesquisa iniciada na especialização progrediu no mestrado em Letras e Linguística, também na UFBa, cuja dissertação, Teoria enunciativa e condições de produção: o entremeio teórico no discurso de fábulas millorianas
, eu tive o privilégio de orientar. Seguiu, então, para o doutorado em Letras e Linguística, também na UFBa, e defendeu a tese O processo retórico-discursivo na análise polifônica da constituição de fábulas millorianas
(2011).
Em 2012, foi efetivado por concurso público e se tornou meu colega na graduação na Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Em 2015, ingressou como professor permanente no mestrado em Estudo de Linguagens (PPGEL/Uneb) e, em 2019, ascendeu à classe de professor titular da universidade.
André permanece com sua curiosidade e preocupação, razão pela qual recolheu, nestes 29 ensaios
que compõem esta obra, elementos ligados à gramática normativa que reclamavam a sua atenção como professor-pesquisador. Este livro é fruto de uma pesquisa de alguns anos de trabalho docente como professor de gramática nos ensinos fundamental e médio e como professor de Linguística e Língua Portuguesa na Uneb.
Por meio de uma escrita clara, objetiva, leve e bem humorada, visto que se destina não somente ao público de Letras, mas também àqueles que têm curiosidade, algumas questões que a gramática normativa geralmente não aborda e que geram dúvidas são apresentadas e discutidas.
Coisas que a gramática não explica apresenta, no primeiro ensaio, o que seria uma boa gramática
; no segundo, estabelece uma analogia com a matemática para explicar como é desenvolvida a metodologia da gramática; no terceiro, a analogia é com a genética, a fim de explicar elementos da fonética, e assim por diante. Como é constituído de ensaios curtos, pode ser lido inteiro, espaçadamente ou consultado quando surge a dúvida.
O presente livro integra uma série de livros paradidáticos, cuja função é aclarar pontos nebulosos com que todo estudante e/ou curioso da linguagem verbal se deparou ou se deparará em sua vida. Tenho a certeza de que você, assim como eu, apreciará a leitura!
Professor doutor João Antonio de Santana Neto
Professor pleno da Universidade do Estado da Bahia
Sumário
INTRODUÇÃO 13
Gramática não é tudo igual 15
Truques da gramática 19
O DNA dos sons 25
Substantivo: classe ou função? 31
Sobre vogais e consoantes 35
O poder da metáfora 39
Morfema ou Fonema? 43
A órbita das orações 47
O bairro dos adjetivos 51
Homônimos 55
Sobre a noção de erro 59
Sujeito: termo essencial da oração 63
Colocação pronominal 69
Uns pentiam, outros maqueiam 73
O nascimento da mesóclise 77
O mito das cinco vogais 81
(I)mutabilidade do radical 85
A variação dos advérbios 89
Figuras e vícios de linguagem 93
Conjunção ou Preposição? 97
A complicada simplicidade da concordância verbal 101
A origem dos artigos 105
Metáfora da transitividade verbal 109
Adjuntos adverbiais e complementos verbais 113
As ambiguidades da vida 117
Ensaio sobre as orações subordinadas 121
Nota sobre os pronomes pessoais 125
Uma questão de grau 129
Verbo intransitivo com complemento? 133
REFERÊNCIAS 137
INTRODUÇÃO
Por que gramática é tão difícil? Seja na educação básica ou mesmo na universidade, esse questionamento, invariavelmente, aparece quando o assunto é o estudo gramatical. As respostas nem sempre são satisfatórias, uma vez que transitam ora pelo viés cognitivo, na tentativa de negar a sua complexidade (gramática não é difícil, você precisa estudar com mais atenção), ora pelo âmbito do discurso normativo (é só decorar as regras para falar e escrever corretamente).
A verdade é que as respostas são múltiplas, mas há um detalhe que pouca gente sabe: a gramática tende a varrer para debaixo do tapete tudo aquilo que não consegue explicar. E ela faz isso de diversas formas: apresentando exceções, deixando de relacionar um assunto com outro, ignorando contradições entre a teoria e a prática, silenciando alguns aspectos da língua.
O legado desta obra é justamente levantar o tapete e mostrar as coisas que a gramática não explica. E há, pelo menos, três formas de não explicar.
A gramática simplesmente não explica. Explicar não é o objetivo da gramática. Diante de sua natureza normativa, a ela não cabe esclarecer o porquê dos fenômenos linguísticos, mas apenas prescrever regras, indicar como se deve falar e/ou escrever corretamente. Como consequência, as dessimetrias entre o uso da língua e a regra são silenciadas, ou são consideradas exceções, sem que o motivo para isso seja devidamente esclarecido.
A gramática não explica sempre. Sabemos que há várias gramáticas normativas espalhadas nas prateleiras das livrarias, em bibliotecas e, até mesmo, na internet. Normalmente, julgamos que