Inclusão da Mulher com Deficiência Intelectual no Mercado de Trabalho: Acesso e Permanência
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O Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff tem buscado oferecer, por meio da atuação da equipe multiprofissional e da parceria com o sistema "S", o processo de formação profissional, visto ser mediante o atendimento desse grupo que se procede ao encaminhamento à sala de formação para o trabalho, onde as alunas com DI serão treinadas, qualificadas e posteriormente inseridas no mercado de trabalho.
Em suma, deve-se rever as concepções que se têm em torno do deficiente intelectual, alargando a visão das pessoas que fazem parte desse mundo, a fim de que passem por uma transformação, mudança de postura, de pensamento e ação. Pois como se pôde constatar, a admissão no mercado de trabalho dessas pessoas, especificamente da mulher com deficiência, constitui-se uma etapa importante no processo de inclusão.
Porém acredita-se que, com a efetivação de políticas públicas em torno dessa problemática, a realidade poderá mudar e diminuir consideravelmente o quadro de exclusão, ao se oportunizarem momentos de grandes desafios e conquistas, o que perpassa pelo contexto educacional até a formação profissional para o mercado de trabalho. Há, pois, que se respeitarem as especificidades humanas promovendo o seu crescimento pessoal e a participação plena na sociedade.
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Inclusão da Mulher com Deficiência Intelectual no Mercado de Trabalho - Gilsene Daura da Silva Barros
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSICOPEDAGOGIA
Esta obra destina-se a todas as mulheres com deficiência intelectual, especialmente, as egressas do Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff, que lutam cotidianamente, por uma oportunidade de exercerem uma profissão no mercado de trabalho. A todos os profissionais e educadores que abraçam a causa da inclusão e o respeito à diversidade, como também aos que se interessam e acreditam no potencial laborativo dessas mulheres.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que me deu até hoje, por renovar a cada dia minha vida, para que eu possa vencer os desafios, fortalecendo-me para seguir em frente.
Ao meu marido, Candido, que sempre me incentivou na busca dos meus objetivos, pelo apoio constante e por todo seu amor.
Às minhas filhas, Camilla Cardoso e Patrícia Barros, a meus genros, Edilson Fernando e Rafael Teixeira, pelo carinho e por serem grandes incentivadores de meus projetos de vida.
Aos meus netos, Joaquim, Ana Vitória, Arthur Candido, Bento José e Maria Helena, presentes de Deus na minha vida.
À Ivone de Jesus, pela ajuda na organização da apresentação deste livro e pelo incentivo constante ao doutorado.
À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Iran de Maria Leitão Nunes, pela orientação, pelo profissionalismo, pela ética e disponibilidade na conclusão deste estudo.
A toda minha família e amigos, pessoas especiais na minha vida.
PREFÁCIO
Inclusão da mulher com deficiência intelectual no mercado de trabalho: acesso e permanência, decorre da dissertação do Mestrado em Educação (Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Maranhão), de Gilsene Daura da Silva Barros, cuja sensibilidade traz ao público leitor não somente a vivência de alunas com deficiência intelectual, mas também o significativo contributo do Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff para sua preparação, qualificação e colocação no mercado de trabalho formal, fazendo memória à Helena Antipoff, psicóloga e pedagoga russa, pioneira na introdução da educação especial no Brasil.
A atuação da autora como profissional na área da Educação Especial, especificamente na docência com os deficientes intelectuais, provocou-lhe inquietação, na busca de descobrir em quais atividades profissionais as mulheres deficientes intelectuais estão inseridas no mercado de trabalho em São Luís, caracterizando a forma de trabalho por elas desenvolvida
, bem como identificar os fatores que dificultam ou facilitam o ingresso de mulheres deficientes intelectuais no mercado de trabalho, para avaliar seu desempenho profissional
, conforme expressa em seus objetivos.
A obra discorre inicialmente sobre a inserção da mulher no mercado de trabalho, em nível mundial, nacional e local, dando destaque aos dispositivos legais referentes aos direitos da pessoa com deficiência intelectual em atividades laborais, refletindo sobre as relações sociais e de gênero e suas implicações quanto à inclusão da mulher com deficiência intelectual nesse mercado de trabalho.
Em seguida, a autora, em uma redação envolvente, revela-nos a proposta de formação profissional do Centro de Educação Especial Helena Antipoff, respaldada em seu Projeto Político-Pedagógico e no Plano de Ação da Sueesp/Seduc-MA, e na adoção do currículo funcional adaptado às especificidades da clientela na execução do trabalho pedagógico profissionalizante.
Entretanto, no quarto e no último capítulo, os estudos realizados pela mestra nos desvelam os descompassos, ainda presentes, entre o disposto em lei e o pretendido quando da formação profissional das Meninas de Helena
, evidenciando o contexto do mercado de trabalho no qual se encontram inseridas.
A escuta atenta da pesquisadora fez ecoar das vozes das egressas do Centro de Educação Especial Helena Antipoff suas angústias, expectativas e satisfações em seus percursos formativos e profissionais, notadamente em sua condição de mulher com deficiência intelectual. Muitas delas foram e são contratadas em virtude da obrigatoriedade imposta por lei e em decorrência da fiscalização realizada pelo Ministério Público do Trabalho nas empresas. Porém, Gilsene Daura ressalta o avanço que a Lei de Cotas constitui, por possibilitar às pessoas com deficiência intelectual o acesso ao mercado de trabalho.
Inegavelmente, ao dar visibilidade às Meninas de Helena
e as suas vivências formativas e laborais, a autora brinda-nos com reflexões em torno da temática, provocando-nos um olhar para além de estereótipos e preconceitos. A obra soma-se àquelas que buscam ampliar a produção sobre a temática, ainda carente de maiores discussões no âmbito das empresas e das instituições formadoras.
Prof.ª Dr.ª Iran de Maria Leitão Nunes
Programa de Pós-Graduação em Educação – Universidade Federal do Maranhão
APRESENTAÇÃO
É com grande satisfação que apresentamos o livro no qual discutimos a inclusão da mulher com deficiência intelectual no mercado de trabalho, temática da educação especial que pouco tem se destacado dentre as várias demandas existentes em relação ao público-alvo da educação especial.
A pesquisa em foco ressalta que, atualmente, há a percepção de que um número reduzido de mulheres com deficiência intelectual se encontra inserido no mercado formal de trabalho e que, em geral, essa inserção se dá em cargos que exigem baixa qualificação profissional e má remuneração. Fato que, em tese, compromete o objetivo do processo de emancipação financeira e intelectual dessas mulheres alunas frente à sociedade.
E para desmistificar essa visão pré-concebida acerca do potencial laborativo da mulher com deficiência intelectual, esta pesquisa foi realizada no estado do Maranhão, no município de São Luís, com duas alunas que possuem deficiência intelectual e que foram qualificadas no Centro de Ensino de Educação Especial Helena Antipoff, em parceria com o Sistema S
, tendo como objetivo analisar o seu acesso ao mercado de trabalho e sua permanência nele. Convém salientar que este estudo pode ser também realizado em qualquer parte do Brasil.
Assim, este livro traz tópicos interessantes e todos têm o objetivo de oferecer aos leitores reflexões, para que possam obter melhor entendimento acerca dos direitos que essas mulheres deficientes intelectuais têm de desempenhar com veemência uma atividade laborativa, exercendo sua cidadania.
Contudo, ressaltamos que a deficiência intelectual ainda é considerada objeto de diferença e tem sido vista como barreira para a inserção dessas pessoas em espaços de trabalho, promovendo a exclusão social da trabalhadora com deficiência. Porém, para essas pessoas, o trabalho impõe-se de maneira ainda mais difícil devido ao processo de escolarização e formação profissional. Soma-se a isso, a resistência à sua inserção nas relações sociais de trabalho e no exercício de sua cidadania, geralmente justificado pela falsa crença de que são incapazes, menos produtivas, mais lentas e que necessitam de cuidados especiais.
Dessa forma, fica compreendido que os desafios para inclusão dessa clientela no mundo do trabalho ainda são inúmeros e relacionados às práticas excludentes devido aos rótulos que as estigmatizam, como o de serem incapazes devido às suas limitações e especificidades intelectuais.
Convém esclarecer que, neste livro, não temos a empáfia de apresentar receitas prontas, mas levar a todos, em especial aos pais e educadores, informações relevantes acerca da educação especial para o trabalho, visando à efetiva integração na vida em sociedade, inclusive a condição adequada para as que revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, contribuindo individual e/ou coletivamente para diminuir o preconceito em relação às mulheres com deficiência intelectual.
Parabenizamos a todas as mulheres com deficiência intelectual, em especial, as que hoje estão inseridas no mercado de trabalho, garantindo e favorecendo a sua sobrevivência em uma sociedade tão desigual.
São Luís, 20 de junho de 2020.
Prof.ª M.ª Gilsene Daura da Silva Barros – Iesf
Prof.ª Dr.ª Ivone das Dores de Jesus – Uema