A maçonaria que revolucionou o Brasil e libertou os escravos
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A maçonaria que revolucionou o Brasil e libertou os escravos - Luis Felipe Pinto
Prefácio
A Maçonaria Que Revolucionou o Brasil e Libertou os Escravos.
É um apanhado histórico muito bem resolvido, narrado de maneira simples e elucidativa, para maçons e para leigos de assuntos de Maçonaria. Luis Felipe Pinto tem o dom da narrativa histórica que flui com simplicidade, demonstrando domínio do conteúdo, facilitando uma leitura que poderia ser enfadonha em momentos de novos conhecimentos, de prazer em ler e absorver outras informações a respeito de um assunto tido como "um segredo envolto em tecido opaco, para não refletir o pensamento dos grandes maçons, de hoje e de antigamente".
Maçonaria, tida e aceita como uma Sociedade Secreta.
Orador.
É o que reflete as conclusões legais do Orador, responsabilizando-se para gravar para a eternidade os fatos acontecidos em Loja, de forma fria e exata, controlando com rigidez e ordem os processos e zelando pela documentação dentro das Normas Maçônicas. Sua Joia simbólica é Duas Penas Cruzadas, pois é o Escrivão da Loja. É o redator dos balaústres pranchas e colunas gravadas da Loja. Deve saber sintetizar tudo em bom vernáculo. Dele depende o bom e rápido andamento de todos os expedientes acerca de correspondência e dos trabalhos litúrgicos. Deve possuir qualidades imprescindíveis como: assiduidade, competência, responsabilidade, discrição e organização. ¹
Bibliotecário
Responsável pela parte cultural da Loja e pelos livros de registros. Simboliza a luz interior.
É um serviço de auxílio ao desenvolvimento intelectual dos Irmãos, cooperando para com esses, na procura do progresso cultural e moral dos Maçons. Sua Joia é simbolizada por um LIVRO.²
Felipe é um misto desses dois Mestres maçons que prodigalizam cuidados para o bom andamento de uma Loja em toda sua plenitude. Como tal, vem produzir um livro que mostra o envolvimento da Maçonaria nos idos da colônia, quando tudo começava a ser delineado para o futuro do nosso país.
Com sua Trolha
na mão e um pensamento na cabeça, ele, Luis Felipe Pinto, vem nos mostrar como foi e continua sendo importante o envolvimento da Maçonaria nos escaninhos de uma sociedade plena de seus direitos constitucionais.
Não só na formação de uma República Democrática, não só na abolição da escravatura, não só nas guerras intestinas para consolidação de uma sociedade rigorosa, esteve sempre, e sempre estará presente a marca registrada de uma sociedade dita secreta.
Este livro vem nos esclarecer um//itos pontos obscuros de nossa história, de nossos antepassados, de nossa formação democrática.
Felipe, em seu livro, discorre como o Escrivão faria, sobre a história da influência da maçonaria nos anais da então Colônia, ainda dependente do reinado de Portugal, em tempos de arroubos de independência, de norteamento político, de afirmação de personalidade constituída nas Assembleias de políticos inexperientes e assustados, porém corajosos, com a força da realeza europeia. O patriotismo venceu todos os impasses.
Outro tema empolgante que lemos nos relatos de Luis Felipe Pinto é a luta pela Abolição da Escravatura. Os Senhores donos de engenhos precisavam da mão de obra escrava, submissa, barata e produtiva. Os fazendeiros criadores de gado não podiam abdicar do trabalho do negro africano, sob pena de falência, já que os índios haviam se rebelado e matavam com arco e flecha quantos se aproximassem de suas glebas selvagens.
A luta pela Abolição durou alguns anos e contou com o apoio da Princesa Isabel, que assinou a Lei Áurea, elaborada pelo nosso Irmão João Alfredo Correia de Oliveira, e que tinha apenas dois artigos: Art. 1º É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil e Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.
Outro exemplo de luta pela libertação dos escravos, diz respeito à grande e Benemérita Loja Simbólica Amazonas, que em 1884 assinou um documento que relevava os direitos dos negros e que se chamou: Auto de Declaração de Igualdade de Direitos dos Habitantes da Província do Amazonas, que resumiu com a seguinte redação:
Foi pelo mesmo excelentíssimo senhor declarado, em homenagem à civilização e à Pátria, em nome do povo amazonense, e pela vontade soberana do mesmo povo e em virtude de suas leis, não existiam mais escravos no território desta Província, de Norte a Sul e de Leste a Oeste, ficando assim e de hoje para frente abolida a escravidão e proclamada a igualdade dos direitos de todos os seus habitantes.
Com este ato de indisciplina perante a Monarquia Absoluta, revelando coragem e lucidez, bondade e reconhecimento dos direitos humanos, hoje tão proclamados e exaltados no mundo todo, que os Irmãos do Amazonas se declararam perante as autoridades constituídas e serviu de alerta para outras partes