Análise Modal Operacional: a metodologia de análise de vibrações estruturais aplicada em um píer
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Acelerômetros foram instalados de maneira a captar os principais modos de vibração dos dolfins de um píer onde são atracados navios de até 450.000 toneladas. Considerando as acelerações registradas ao longo do tempo, adotou-se uma técnica de processamento de sinais no domínio da frequência para a obtenção dos parâmetros modais da estrutura: frequências naturais, modos de vibração e taxas de amortecimento.
A partir da comparação desses parâmetros reais medidos e numéricos, obtidos a partir de um modelo baseado no método dos elementos finitos, foi possível efetuar a calibração do modelo estrutural do dolfim. O resultado foi a caracterização numérica do píer que permitirá futuras avaliações estruturais, bem como uma análise dos resultados visando a comparação dos níveis de danos existentes, através da estimativa de rigidez remanescente.
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Análise Modal Operacional - Thiago Henrique
1 INTRODUÇÃO
1.1 ESTRUTURAS PORTUÁRIAS
Os portos são usualmente responsáveis por escoar a maior parte da produção de um país. Tratam-se, portanto, de um fator chave para o desenvolvimento e crescimento econômico nacional, de forma que a insuficiência ou baixa produtividade de terminais portuários tornou-se um importante gargalo para as exportações brasileiras. (OLIVEIRA, 2009)
O projeto de uma estrutura portuária requer o conhecimento de algumas particularidades, tais como fatores ambientais: vento, correntes, sedimentação, batimetria, tipo de solo, ondulação e variações de maré; além de cargas que aparecem unicamente nesse tipo de estrutura, como esforços de atracação e amarração de navios. O cálculo desses carregamentos não é trivial e exige uma certa experiência por parte do projetista. A ABNT NBR-9782:1987 – Ações em estruturas portuárias, marítimas e fluviais; apresenta as orientações mínimas para esse dimensionamento.
Gaythwaite (1990) e Tsinker (1996) fazem um levantamento abrangente das diversas geometrias possíveis de construção de um píer de atracação e esclarecem que a escolha do tipo mais apropriado deve levar em conta as condições ambientais locais, as características dos navios de projeto e a disponibilidade de tecnologia das empresas construtoras do país.
Dentre as diversas possibilidades estruturais, destacam-se os píeres do tipo tabuleiro estaqueado (Figura 1.a), estaca-prancha com enchimento interior (Figura 1.b), Dolfim estaqueado (Figura 1.c) e Caixão preenchido (Figura 1.d).
Figura 1 – Tipos de estruturas mais usuais para píeres marítimos
(Fonte: Gaythwaite (1990))
Os dolfins são estruturas compostas de uma base de concreto armado que faz o coroamento de estacas verticais e inclinadas, que podem ser metálicas com ou sem preenchimento ou pré-moldadas em concreto. Para pequenos cais fluviais a estrutura poderá ser toda em madeira. Na face frontal da base, é feita a fixação da defensa, que é um elemento de borracha que absorve os esforços de movimentação da embarcação, transmitindo-os ao dolfim.
Segundo Alfredini (2014), píeres compostos de dolfim estaqueados são os mais utilizados quando não há necessidade de um tabuleiro superior ao longo de toda a embarcação, como no caso de terminais de granéis líquidos em que a carga e descarga é feita apenas em um ponto central do convés ou em terminais que receberão navios graneleiros da classe VLCC – Very large crude carrier, com capacidade acima de 300.000 toneladas e com 400 metros de comprimento, pois a construção de um tabuleiro ao longo de todo o costado do navio inviabilizaria a obra economicamente. Um píer tipo dolfim, exemplo desse livro está ilustrado na Figura 2.
Figura 2 – Píer tipo dolfim com atracação de navio de 450.000 toneladas.
(Fonte: http://g1.globo.com/especial-patrocinado/olhar-sustentavel/fotos)
píer 2 a1.2 COLISÕES DE NAVIOS
Durante períodos de forte ondulação, ocorrem acidentes em que há o toque do navio nas estruturas de concreto, seja por ruptura das defensas ou por má aproximação do navio. O acidente mais comum é a ruptura da defensa devido a movimentação excepcional do navio durante atracação com forte ondulação. Isso ocorre porque o navio faz a aproximação em ângulo para que o toque seja feito em apenas uma defensa, conforme ilustrado na Figura 3. Porém durante as tempestades, a ondulação faz com que o toque não seja apenas de compressão na defensa, mas também de arraste lateral, ocasionando por vezes a ruptura do elemento de borracha e a colisão do navio com a estrutura de concreto.