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Raros Momentos de Lucidez: o ser em busca de ser
Raros Momentos de Lucidez: o ser em busca de ser
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Ebook144 pages2 hours

Raros Momentos de Lucidez: o ser em busca de ser

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Ao deparar com os conflitos sociais gerados pela inadaptação do homem, submetido a uma sociedade cada vez mais dominada pela tecnologia, em que os valores do "ser" vão desaparecendo para dar lugar ao "ter" insaciável, consumindo a expectativa desse indivíduo em existência.
Pensamentos surgiam entre um e outro atendimento, sensibilizando-me pela angustia apresentada por aqueles sujeitos desalinhados frente a expectativa de vida. Resolvemos publicar uma centena destes pensamentos, não no sentido de apresentarmos soluções, mas confiantes que a compreensão do sofrimento de alguns possam alimentar a esperança de muitos, na busca do encontro de "ser" com a própria intimidade, o "eu" profundo, plenificando uma vivencia de paz.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateAug 1, 2022
ISBN9786525421421
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    Raros Momentos de Lucidez - José Eustáquio Gonçalves

    Agradecimentos

    Sensibilizado, agradeço àquele que está sempre presente em mim, como Criador, em plano maior e os muitos amigos que se encontram em outra dimensão e, certamente, se fazem presentes em mais este projeto, de forma intuitiva, inspiradora e amorosa.

    Também agradeço a toda nossa família, que me acolheu com carinho e me proporcionou esse corpo carnal, instrumento físico para a vivência de experiências inimagináveis, incluindo aqueles que vieram para junto de nós nesta vida física, estrelas que iluminam meu caminho, acreditando e participando de nossos projetos, com incentivos e apoios incondicionais.

    Por fim, agradeço àqueles que estiveram conosco na condição de pacientes, vivendo suas experiências em busca da saúde plena e da compreensão de si mesmos. O teor da nossa relação transcende o aspecto puramente terapêutico, gerando em mim os pensamentos expostos nesta obra. Obrigado a todos!

    Preâmbulo

    Ampliando nosso olhar, na tentativa de entender o homem hodierno, percebemos a multiplicação das dificuldades com que se deparam a grande maioria das pessoas. Pensamentos reflexivos em momentos de lucidez surgem como se brotassem em nossa mente, e uma necessidade incontida em dividi-los com a humanidade nos leva a convidá-los à reflexão sobre a própria vida. Não nos atrevemos, aqui, a marear em águas tão profundas em que, certamente, não conseguiríamos respirar, mas, também, não tão rasas que se deteriorariam com as impurezas da superfície. É de nossa consciência que, se mergulharmos muito fundo, corremos sério risco de perder o fôlego, morrendo afogados em um suposto saber.

    A fragilidade dos relacionamentos, a individualização das pessoas e a busca do prazer momentâneo em detrimento da construção do Homem Espiritual nos direcionam a uma lógica conclusão: não estamos prontos para as bem-aventuranças de que nos fala o evangelho de Jesus. A Humanidade está doente e, consequentemente, adoecendo o Planeta. A situação torna-se insustentável para muitos irmãos nossos, que acabam por recorrer a subterfúgios nocivos, entorpecendo a própria consciência. Drogas, bebidas, músicas tresloucadas, inversão de valores, distanciamento da realidade e das pessoas. Muitas vezes, estão todos friccionados pelo contato físico, mas, ao mesmo tempo, distantes, sem envolvimento afetivo. Falta amor!

    Desesperançados e sem perspectivas de mudanças, uma expressiva parcela da humanidade clama por socorro, como se quisesse dizer: Pare o mundo, pois eu quero descer!. Muitos não conseguem suportar e acabam pulando fora, sob a forma de fugas espetaculares e fatídicas.

    O alerta dos mensageiros celestiais através do Evangelho e de comunicações medianímicas, intuitivas ou mesmo ostensivas, acontece desde os tempos memoráveis de Jesus entre nós, nos ensinando um caminho mais suave na retomada da proposta Crística original: implantar o reino de Deus no coração do Homem, transformando nossos sentimentos através do amor.

    E, aqui, não entendemos como determinante do Divino Mestre o amor impulsionado pela lei de atração como, casualmente, acontece entre nós, mas sim o amor declamado como sol das almas, por Léon Denis, filósofo francês que assim nos elucida:

    O amor é uma força inexaurível, renova-se sem cessar e enriquece, ao mesmo tempo, aquele que dá e aquele que recebe. É pelo amor, sol das almas, que Deus mais eficazmente atua no mundo. Por ele, atrai para si todos os pobres, seres retardados nos antros da paixão, os Espíritos cativos na matéria; eleva-os e os arrasta na espiral da ascensão infinita para os esplendores da luz e da liberdade. (1)

    E, nesse sublime raciocínio, analisemos a passagem registrada no Evangelho de Mateus, nos alertando na palavra e na ação:

    A partir desse momento, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus. (2)

    A humanidade está em uma corrida louca, como um automóvel desenfreado em uma descida, não consegue parar e se atentar. A misericórdia infinita do Divino mensageiro não se furta, ao contrário, oferece-nos um remédio amargo, porém necessário, nesses tempos de transição planetária, convidando-nos a voltar o nosso olhar para nós mesmos, para a família, e nos perguntar: quem sou eu? O que faço neste mundo? Quem são estas pessoas que compõem o meu núcleo familiar e social? As respostas estão dentro de cada um.

    O autor.

    Itaúna, 26 de outubro de 2019.

    Esclarecimentos

    Navegantes nesse mesmo barco da vida, sensibilizados com a desorientação de muitos dos nossos irmãos em sofrimento e assessorados pelo apoio intuitivo de mensageiros do mundo maior, oferecemos-lhes estas meditações despretensiosas, no formato de pensamentos, os quais possam auxiliá-los a imprimir uma nova maneira de relacionar e se relacionar na busca do inevitável encontro com o eu profundo. Para cada pensamento, acrescentamos um pequeno comentário, ao qual você poderá ou não recorrer, expandindo sua capacidade perceptiva.

    Embora pareça o contrário, posso garantir que não estamos aqui tentando incorporar, à psicologia, conceitos e posicionamentos espirituais/religiosos, nem mesmo conceitos científicos e psicológicos, às diferentes religiões professadas por muitos, mas sim promover uma proposta para abertura de diálogo, com a ciência/espiritualidade no sentido de reflexão, acerca da evolução de paradigmas existentes na compreensão humana em sua integralidade bio-psico-socio-espiritual.

    A organização mundial de saúde, já em 1998, incluiu, em sua definição de saúde, o bem estar espiritual, ampliando as investigações, no aspecto físico e mental, nesse conceito do ser humano integral, franqueando o campo para se chegar ao entendimento das doenças da alma.

    Não há nenhuma ciência que tenha surgido completa do cérebro do homem; todas, sem exceção, são o produto de observações sucessivas, apoiando-se nas observações precedentes, como de um ponto conhecido para chegar ao desconhecido. (3)

    (Sugerimos: reflitam, meditem, viagem na sua própria essência, estabeleçam contato com o Ser que você é e sigam em frente.)

    Boa reflexão!

    O autor.

    Itaúna, 26 de outubro de 2019.

    Prefaciando com Lucidez

    Vanduil Macedo Araújo Júnior

    Quando pesquisamos sobre a palavra lucidez, encontramos uma extensa abrangência de significados, sinônimos e etimologias, que abarcam essa terminologia enquanto brilho, transparência e outros. Do ponto de vista psiquiátrico, seria um período de sanidade saudável, com fácil compreensão dos sentidos e sensações. O poeta já dizia que é a luz viva em diálogo. Enfim, os entendimentos se estendem infinitamente.

    Ao nos depararmos, porém, com a presente obra, já em seu título de capa, entendemos claramente que o seu autor vai além da rasa compreensão conceitual de lucidez. Desde já, nos é chamada a atenção para a raridade desses momentos que nos visitam, nos envolvem e, simplesmente, se vão... E se vão assim como chegam...

    É fato que tal acontecimento se dá pela nossa falta de sensibilidade e percepção, talvez, até mesmo pela ausência de um instrumental psicológico receptivo. Acontece, também, por muitas vezes, não sabermos valorizar tais instantes que nos chegam através de reflexões, intuições, talvez, viagens que não nos são úteis em nossa rotina imediatista. Um erro no qual, por vezes, incorremos.

    Ora, a história da humanidade e seus variados exemplos nos provam o contrário.

    Em um raro momento de lucidez, o advogado Mohandas Gandhi se desperta para uma injustiça de colonização e exploração administrada pelo império britânico, levando os indianos a desafiarem os ingleses em total pacificidade, em uma atitude de luta digna, culminando na independência indiana.

    Em um raro momento de lucidez, o cientista Louis Pasteur, no silêncio de seu laboratório, avança em suas experiências microbiológicas, fazendo notáveis descobertas das causas e prevenções de doenças, criando a vacina antirrábica, inventando um método para impedir que leite e vinho causem doenças. Processo esse que veio a ser chamado de pasteurização, em homenagem ao seu sobrenome.

    Em um raro momento de lucidez, o pastor batista Martin Luther King tornou-se um ativista dos direitos civis, combatendo a desigualdade social e racial através da não violência, mobilizando, assim, uma imensa marcha pacífica sobre Washington em 1963, onde ele fez seu famoso discurso I Have a Dream.

    Em um raro momento de lucidez, o cristão Francisco de Assis, mesmo diante de suas doenças e limitações físicas, toma a decisão de realizar sofrida viagem ao Oriente, encontrando-se com o Sultão do Egito Malek al-Kamel, no ano de 1219, em plena quinta cruzada, com a intenção de negociar a paz ocidental, apresentando-lhe a Jesus.

    Em um raro momento de lucidez, quantos exemplos anônimos decidiram pelo bom combate, revolucionando suas intimidades, lares, ambientes profissionais, círculos religiosos, paragens sociais e políticas. Quantos Joãos, Marias e Josés, dentre outros, optaram por escutar a própria alma, transcrevendo para o mundo mensagens vivas de amor e paz.

    Em um raro momento de lucidez, aqui, apresenta-se a obra que o leitor tem em mãos. Obra de responsabilidade sagrada, que fala do autor, de mim, de você e de Deus, mas, principalmente, de como o Divino fala conosco.

    A diretriz deste livro pode ser encerrada na lembrança do notável filósofo francês Léon Denis:

    Deus nos fala por todas as vozes do Infinito. (...) Essa voz sai da profundeza da consciência e nos fala dos deveres, do progresso, da ascensão da criatura. Há em nós uma espécie de retiro íntimo, uma fonte profunda de onde podem jorrar ondas de vida, de amor, de virtude, de luz. Ali se manifesta esse reflexo, esse gérmen divino, escondido em toda Alma humana. (4)

    José Eustáquio é um companheiro do presente e do pretérito, que muito nos tem ensinado e até mesmo exemplificado com a sua trajetória e buscas. Já confidenciei, em nossas intermináveis conversas, que poderia ter vindo como seu filho nesta momentânea reencarnação, tal é o meu respeito e admiração pela sua pessoa, que muito amo. No entanto quis os desígnios do Plano Maior que viéssemos em uma condição de maior responsabilidade: como Amigos.

    Sempre envolvido com projetos voltados para o campo do auxílio e solução dos conflitos humanos, Eustáquio tem assumido o papel de cuidador dos corações alheios em suas dores diversas. Sempre direcionou sua didática de acolhimento para o campo da transcendência espiritual.

    Desta forma, o nosso corajoso autor se aventura e se aprofunda na área da psicologia, aliando o discurso técnico e responsável da ciência às tradições filosóficas de autoconhecimento e espiritualidade. Tudo isto com muita lucidez.

    Boa leitura a todos!

    Cap. I

    Em Busca de Ser

    Liberdade para ser

    A nossa grande meta existencial. Ao surgir para a vida, o homem se apresenta com uma determinação de ser. Como ser do-ente que é, deixa de ser e se perde perante a dilatação do existir. No afã de reencontrar o caminho que traçou para si mesmo, entra em conflito com o mundo a sua volta, em uma busca incessante de liberdade para ser e, muitas vezes, acaba não sendo.

    O homem

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