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Jesus Sem Cruz
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Jesus Sem Cruz

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Amigos, não se escandalizem com o que digo, mas com quase toda a certeza, Jesus foi assassinado. melhor dito, a modo de dizer, Jesus morreu apedrejado, lapidado, à revelia de Pilatos e da lei romana. Não porque era isso que a Torá ou Lei mandava, mas por causa de uma traição e desonestidades de terceiros. E também por causa de inimigos, tipo saduceus, zelotas, Anás, e outras figuras nefastas do Sinédrio. A ordem de lapidação da Lei é simplesmente abjeta e desonesta, porque acrescentada por sacerdotes antigos, do VI século a.C., e nada tem a ver com os mandamentos do Altíssimo “Não matarás!”. (primeira orelha) Portanto, Jesus talvez não tenha sido crucificado como conta a tradição, malgrado eu (autor) não despreze de todo essa versão consagrada. Ao contrário, a crucificação da tradição é explicada e aqui ficamos sabendo por que a tradição precisou de um Cristo crucificado, e não de um Santo, Mestre e Herói lapidado. E isso que os indícios indiretos do apedrejamento de Jesus no Novo Testamento, mais precisamente no livro ATOS, são muitos. “Mataram-no a pedradas” e depois “penduraram-no num madeiro” ou numa viga. Este madeiro posteriormente virou cruz que se transformou em “glorioso estandarte”, estandarte que, antes de tal pretensa crucificação, os cidadãos romanos tanto gostavam do de carregar. Mas eram obviamente os estandartes deles . (segunda orelha) Essas duas condutas recomendadas pela LEI – matar a pedradas e pendurar num madeiro – nada divinas, mas sim totalmente sacerdotais, atrozes e homicidas, constituíam a coisa mais execrável e infame que se poderia aplicar contra um homem ou contra um SER, tão nobre e extraordinário como Jesus. Os inimigos de Cristo precisavam aniquilar e anular o querido Mestre de todas as maneiras, e para tal se valeram da dupla maldição da LEI: Ser lapidado e ser pendurado num madeiro. Em face ao judaísmo, esta morte execrável anulava a memória de qualquer um. Todavia, como mestre Liberto e Realizado que era, Jesus não desencarnou ou morreu nesse terrível ritual. O corpo denso aparente, apenas ficou inconsciente por certo tempo ou ficou em catalepsia comatosa. Na tumba desapareceu e aí voltou a prevalecer o Corpo da Imortalidade. Quando da Iluminação de Jesus, no Egito, toda a assim dita “matéria” e vitalidade do seu corpo denso, orgânico, transferiu-se para um corpo espiritual superior, ou para o corpo de “Vrãja”. O pretenso o corpo posto na tumba não era um corpo comum, meramente carnal que tinha que se decompor e mal cheirar. Era o corpo de Vrãja, o Corpo Espiritual ou o Corpo da Imortalidade. Bem antes, da lapidação, esse corpo de Vrãja absorveu tudo do corpo denso ou físico. A tumba de Jesus ficou então vazia, por isso se diz que Ele Ressuscitou , quando em verdade já tinha alcançado a Verdadeira Ressurreição antes do massacre. Na tumba vazia tinha que ter ficado uma espada, mas os evangelhos não falam dela. Só o suposto Lucas fala de uma misteriosa espada que os discípulos carregavam um pouco antes da morte do Mestre, dando a entender que iria se levantar uma resistência quando do aprisionamento do Mestre. Neste mesmo livro, também é incluído tudo o que a tradição conta a respeito do nascimento de Jesus, da concepção virginal etc. Comenta também alguma coisa relacionada com a suposta ida de Jesus para a Caxemira. Quem em verdade teria terminado naquela região do Norte da Índia foi o irmão gêmeo de Jesus: Tomé Dídimo. Tomé em hebreu quer dizer gêmeo e Dídimo em língua grega quer dizer gêmeo. Aqui então estamos diante de alguém que é gêmeo do gêmeo. Esse gêmeo – que alguns chamam também Sidônio – foi para a Caxemira com o nome Isha, e não Jesus. .
LanguagePortuguês
Release dateMay 24, 2012
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    Jesus Sem Cruz - Ernesto Bono

    Apresentação

    Cuidado, os trechos que a seguir eu incluir nesta minha apresentação não fundamentam nem justificam, nem consagram e muito menos autenticam a temática central do meu livro, e que tentará apresentar um Jesus verdadeiro, que existiu de fato, e que, no fim de sua missão terrestre, foi possivelmente lapidado e não crucificado. . Este meu trabalho e mais três anteriores, já publicados, não necessitam de justificações, porque elas, vistas como algo direto e concreto, infelizmente não há como existir. As evidências não consagradas pelo clero são só indiretas, mas mesmo assim são inéditas. Os trechos evangélicos que vêm a seguir somente mostram quantas manobras se efetuaram para ficasse prevalecendo um Cristo dogma e que em verdade é apenas um Cristo mito, um Cristo tradição, um Cristo eclesiástico, um Cristo ficção, e que acabou ocupando o lugar de um Homem-Deus ou um SER autêntico, verdadeiro, maravilhoso, Santo e Sábio..

    Assim que fazem mais de duzentos anos que determinados estudiosos e historiadores vêm se esforçando em vão, tentando provar que Jesus é somente um mito, uma mistificação criada por certo grupo de indivíduos que eram ou meros misticóides exaltados ou eram manipuladores da história humana, iguais aos fazedores de Evangelhos e/ou forjadores de Antigo e Novo Testamento.

    Outros estudiosos, bem mais céticos, apresentam o Cristo-mito como o fruto final da escatologia judaica, e alegam que as palavras postas na boca de Jesus não passam de devaneios de alguns poetas e místicos. – Digo eu, abençoados sejam então esses místicos e poetas porque nunca ninguém falou com tanta beleza, verdade e espiritualidade como o Jesus verdadeiro que eu apresento. (Para tal, ver meus livros: Cristo, Esse Desconhecido, Jesus, Messias ou Filho do Homem? e Sabedoria e Filosofia de Jesus, editados).

    O filósofo e historiador Will Durant, com seu ecletismo costumeiro, comenta esse parecer, dizendo: Seria um milagre incrível que apenas em uma geração, uns tantos homens simples inventassem uma tão poderosa e atraente personalidade como a de Jesus da Galiléia, com uma moral tão elevada e uma tão inspiradora idéia de fraternidade humana. Depois de dois séculos de alta crítica (séculos XIX-XX), as linhas gerais da vida, do caráter e dos ensinamentos de Cristo permanecem razoavelmente claras e constituem o acontecimento mais fascinante da história do homem ocidental.

    E isso que a leitura direta dos Evangelhos tradicionais não permitiu a Will Durant captar nem compreender a profunda Sabedoria e a Doutrina Primordial do Mestre. Sim, pois, com os livros canônicos que todos conhecem e que andam por aí, isso é praticamente impossível de se conseguir.

    Todo aquele que se vale do bom senso haverá de concordar plenamente com os dizeres de Will Durant. Portanto, se alguém quiser chegar a alguma conclusão sobre Jesus Cristo, nada adiantará apelar para um fanatismo cego, como fazem certos católicos, protestantes e certos evangélicos diabólicos. Ou senão valer-se de um ceticismo negativista e gratuito, ou ainda valer-se de um racionalismo exacerbado, para acabar chegando a conclusões estapafúrdias.

    A verdade é que se excluirmos o que está registrado nos Evangelhos, em termos supostamente históricos e verdadeiros, nós não encontraremos qualquer outra fonte de informações que nos fale do extraordinário indivíduo Jesus de modo direto. Parece até que seus contemporâneos nem se deram conta de que Jesus da Galiléia tenha existido um dia.

    Entrementes, devo alertar que esse trabalho de quase anulação histórica do grande Enviado, Jesus de Gamala – (e não de Nazaré, porque esta cidade só apareceu ou só foi construída no século VIII d.C.) – se deve tanto a certos homens, pertencentes a determinada religião que, com razões Jesus criticou e denunciou em seu tempo – homens cheios de racismo, ódios e sede de vinganças; também pudera, o que os romanos fizeram contra eles, não poderia resultar em outra coisa – e se deve também aos escribas e editores judeu-cristãos que ficaram manipulando e adulterando escritos já existentes no tempo de Jesus e logo depois, ou Evangelhos antiguíssimos. Assim que estes proto-evangelhos, depois da morte de Estevão, caíram nas mãos de certos judeus ricos e poderosos, que deram um jeito para que tais livros ficassem escondidos por certo tempo. Ou senão, Paulo se apropriou deles e os transformou em escritos próprios (epístolas).

    Ou também, depois da guerra judaico-romana de 66-70 d.C., esses escritos antigos sobre o Jesus de Gamala, e que continham a Doutrina e Sabedoria crística devem ter acabado em mãos de judeus rancorosos e ricos, e que pediram a fariseus ou rabinos que manipulassem tais escritos, os reescrevessem e os adaptassem aos dizeres do Antigo Testamento. Desse modo então e grosso modo, originaram-se os primeiros evangelhos judeu-cristãos (I-II d.C.), transformados depois em evangelhos eclesiásticos, pretensamente oficiais ou canônicos. E desde o século I até o século VI d.C., esses mesmos escritos de Jesus e sobre Jesus sofreram as mais incríveis distorções e acomodações. Essas manipulações pioraram com a oficialização do Cristianismo, por ordem de Constantino. Por exemplo, antes Tertuliano (este, dentre tantos evangelhos de seu tempo, ele só admitia a existência válida de quatro), e talvez mais Irineu, e depois Eusébio de Cesaréia, patristas célebres, devem ter colaborado para que se deturpassem os evangelhos em formação, e por que não?. Certos escribas cristãos (ou frades de convento) inclusive deturparam os livros leigos da antiguidade pagã, da história romana, e que eram livros não cristãos. Suspeita-se também que Clemente Romano, o pretenso segundo papa depois de Pedro e Santo Inácio Antióquia nunca existiram, e que alguns, muito depois, escreveram os textos atribuidos a Clemente romano e a Inácio de Antióquia.

    Robert Coughlan e seu Homem Jesus

    Reportando-se a esse enigma, ou a essa falta de informações, o escritor Robert Coughlan, num artigo intitulado O Homem Jesus, tenta justificar essa ausência de elementos informativos, de modo muito claro e aceitável, dizendo:

    "Durante a vida de Jesus e algumas décadas antes e depois, apareceram pelo menos uma dúzia de supostos Messias. Eles constituíram uma fonte de constantes inquietações para os romanos, e para as autoridades judaicas, religiosas e civis, através das quais os romanos exerciam seu domínio, porque, os tais, mesmo sem reivindicar o título de Messias, ou de Rei dos Judeus, eles provocavam a agitação popular que naquela atmosfera volátil podia facilmente inflamar-se até uma revolução geral. Muitas vezes a solução adotada era matá-los como, por exemplo, fez Herodes Antipas com João Batista – não para atender o desejo juvenil de Salomé de receber a cabeça do profeta numa bandeja – mas porque a eloqüência de João e seu poder de inflamar a imaginação popular faziam com que Herodes o considerasse um perigoso agitador e uma ameaça crescente a seu governo.

    [Bem dito, digo eu: Em verdade, Salome não dançou nem fez pedido algum porque já tinha 35 anos e, na festa, estava presente Herodes, seu padrasto, mais o esposo de Salomé. Quem pediu a cabeça de João foi Herodias, mãe de Salomé. E foi ela quem dançou para Herodes. A cabeça apresentada a Herodias não pertencia a João e sim a um pobre coitado aprisionado. João estava encarcerado há mais de 150 quilômetros de distância da festa Herodes em Tiberíades].

    "Além do mais, muitos foram apedrejados, alguns passados a fio da espada, outros crucificados; ocasionalmente alguns sobreviviam.

    Contra esse pano de fundo – de expectativas messiânicas e apocalípticas, de execuções e assassinatos em massa e de vozes gritando no deserto – torna-se possível compreender porque Jesus não foi suficientemente comentado. Para os cristãos, o julgamento de Jesus e sua morte na cruz – [isto se de fato houve uma morte na cruz, digo eu] – constituem o maior drama da história, mas para as autoridades daquele tempo, o acontecimento era familiar e desagradável, e o melhor era que fosse rapidamente terminado e esquecido – [e isso principalmente se Jesus não foi crucificado e sim foi lapidado ou morto a pedradas, e depois pendurado num madeiro ou árvore, digo eu. Seus executores assassinos quiseram enquadrar Jesus morto na terrível e dupla maldição da Torá ou Lei, por isso a modo de dizer ele passou despercebido por certo tempo].

    "Os primeiros seguidores de Jesus e os judeus não-cristãos devem ter guardado os relatórios sobre O Mestre, especialmente os processos do Sinédrio – [se é que houve realmente um processo]. E os governadores romanos também deviam ter feito seus próprios relatórios e narrativas de vários tipos. O que aconteceu a tudo isso?

    "Bem, se tais relatórios estavam arquivados em Roma, provavelmente foram destruídos no grande incêndio de 64 d.C., que queimou quase toda a cidade e devorou templos, bibliotecas e o edifício que continha os arquivos do Império, e os reduziu a cinzas.- [E convém não esquecer que no tempo de Domiciano houve um segundo incêndio de Roma, no 80 d.C. Foi uma espécie de vingança de certos judeus contra a Roma de Vespasiano e Tito]. Os arquivos judeus, por sua vez, foram na sua maior parte, destruídos durante a guerra contra os romanos em 66 a 70 d.C".

    A meu entender, as justificativas que R.Coughlan apresenta são totalmente verazes e coerentes.

    Mesmo assim, ainda persiste o enigma do historiador judeu-romano Flavio Josefo.

    Este, ao falar de João Batista, comenta de forma bastante explícita, a vida, o aprisionamento e a morte do pregador – e mesmo assim esse trecho foi retocado e adulterado pelos escribas ou monges cristãos, depois do século IV d.C. Entretanto, quando toca a vez de Josefo falar sobre Jesus, deparamo-nos com poucas linhas, as quais, hoje, todos sabem terem sido forjadas e interpoladas nos livros de Josefo por escribas ou monges cristãos. Estes desonestos as acrescentaram posteriormente à compilação do livro de Josefo. Hoje inclusive se sabe que os antigos cristãos – de Constantino em diante, capitaneados por Eusébio de Cesaréia, e inclusive os monges da Idade Média – manipularam e distorceram bastante os livros de Josefo, autor judeu-romano.

    O acréscimo no livro de Josefo e a respeito de Cristo seria o seguinte: "Nesse tempo viveu Jesus, um homem santo, se homem pode ser chamado, porque fez coisas admiráveis, foi mestre daqueles que recebem a Verdade com júbilo. Era seguido por muitos judeus e muitos gregos. Ele era o Messias --- Por denúncia dos príncipes da nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz, mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele, porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado, como o anunciaram os divinos profetas juntamente com mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua causa, recebeu o nome de cristãos".

    Tão belos elogios dados a Jesus Cristo por um autor, às vezes pusilânime, sempre atento em agradar aos romanos e aos judeus, dois povos em guerra contra o cristianismo em formação daquele tempo (70-90 d.C.) torna essa passagem extremamente suspeita. Atualmente todos os estudiosos a rejeitam como em se tratando de uma legítima interpolação de algum cristão ou crente desonesto, mas interessado em dar maior validade histórica à personalidade de Jesus.

    Porém, o pretenso Josefo salienta uma coisa curiosa: Diz que Jesus, além de judeus e galileus, também era seguido ou acompanhado por gregos e helenistas, verdade essa que voltou a vir à tona graças ao meu trabalho de recompilação e reconstrução. Ver para tal não somente o livro que o amigo tem em mão, como principalmente ver Jesus, Messias ou Filho do Homem?, Cristo, Esse Desconhecido e A Sabedoria e Filosofia de Jesus (todos publicados).

    Justo de Tiberíades, outro historiador e contemporâneo de Josefo, aparentemente nunca ouviu falar do nome de Jesus da Galiléia, embora se mostre familiarizado com a história dos judeus em si e que vai de Moisés até os anos 50 d.C. .

    Uma menção de Cristo na literatura romana, de alguém bem afastado de Roma, temo-la em Plínio, o moço, governador romano da Bitínia (Ásia Menor), que em 112 d.C. escreveu ao imperador Trajano, sobre o tratamento a ser dispensado aos cristãos, dizendo: "... Os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus"

    Essa passagem, contudo, também soa a falso, porque dificilmente na Bitínia, da Ásia Menor daquele tempo existiriam cristãos. Teriam sido esses cristãos da Bitínia doutrinados por Paulo, cinqüenta anos antes? Meio difícil. E teriam eles feito durar a crença em Jesus, sem livros cristãos até 112 d.C.? Também duvido. E mais, Paulo, o pretenso pregador, por sua vez, inclusive parece não ter existido. Cuidado, só parece... (Aqui digo eu, Plínio, o moço, talvez tenha falado de Mitra e não de Cristo, porque os mitraístas precederam os cristãos e também agiam como Plínio descreve).

    Religião de Tradição Oral e de Tradição Escrita

    Agora, tomo a liberdade de transcrever algumas passagens muito oportunas de outros autores, contando com o beneplácito deles. (Sem desvirtuá-los, acrescento meus comentários).

    Ernesto Renan em seu notável livro Os Evangelhos – Quinto Volume, escreve:

    "Nunca um povo sofreu tão grande decepção comparável à do povo judeu no dia em que, de modo totalmente contrário às profecias mais explícitas dos divinos oráculos judeus, o templo de Jerusalém, reputado indestrutível, se desmoronou no braseiro incendiado pelos soldados do general Tito, filho do Imperador Vespasiano, e isso em 70 d.C.

    "Para os judeus, o reerguimento ou a reconstrução do grande templo material, no primeiro século a.C. em Jerusalém, a mais sagrada das cidades – e isso graças a Herodes, o Grande – constituiu-se na realização do mais elevado dos sonhos. Sim, pois, a presença de templo era necessária, já que conforme as profecias dos judeus, esse templo pretensamente indestrutível fazia parte da vinda do Rei-Messias deles. Sua reconstrução naquele tempo era imprescindível, senão o Messias não viria. E ironia das ironias, ele simplesmente não veio. [Jesus, o Enviado e Filho do Homem, no caso é outra história, porque Ele abdicou do messianato judaico, para escândalo de seus próprios familiares e dos teólogos e apegados à tradição judaica]. Mas para o judeu, ter que renunciar dessa possibilidade da vinda do Messias, resultou em grande desapontamento e desastre.

    "No exato momento em que o anjo do extermínio entreabriu a nuvem da destruição, de Jerusalém e do Templo, todos os judeus iam se diluir no vazio. Eles em seu Antigo Testamento haviam-se comprometido em afirmar e proclamar antecipadamente a divina aparição do Messias. Mas depois, em função da brutalidade dos fatos, tiveram o mais cruel dos desmentidos e decepções. Por isso, pergunta-se: isso, não teria levado os judeus sobreviventes das diásporas, com suas respectivas Kahal, a duvidar da sacralidade do templo e a duvidar da onipotência do próprio Jeová?

    [Digo eu, Inclusive certos rabinos antigos mais alguns judeus do século XIX (Theodor Herzl) reagiram contra essa possibilidade de anulação e forjaram o movimento Sionista que sempre quis, e quer, preparar o mundo para a vinda do messias judeu, o grande rei. Com isso querem implantar a Nova Ordem Mundial, para a supremacia do povo judeu sobre os demais povos do mundo, conforme foi forjado ou profetizado no Antigo Testamento].

    "Nos primeiros anos que se seguiram à catástrofe do ano 70 d.C., em conseqüência da reação de Tito e seus soldados romanos, os judeus remanescentes das diversas diásporas judaicas das cidades da bacia do Mediterrâneo, ou núcleos populacionais judaicos fora da terra santa, ficaram motivados por uma intensa febre de vingança, talvez a mais forte de todas as que aqueceram a consciência dos judeus. [sede de vingançae essa que vem se estendendo até os dias de hoje, 2011].

    "Edom (era assim que os judeus designavam o império romano), o maldito e ímpio Edom, o eterno inimigo de Deus (ou Jeová) e habitado por goins (ou por porcos) havia triunfado. As idéias judaicas reputadas pelos israelitas como as mais irrefutáveis, pelos homens da Roma antiga acabaram sendo taxadas como falsas e como loucura, evidentemente.

    "Até parecia que Jeová havia rompido o pacto com os filhos de Abraão. Era o caso de se perguntar se a crença ou a fé de Israel, a mais ardente que jamais houve, não haveria de se revoltar contra a evidência da destruição da Judéia.

    "A título de vingança e num esforço inaudito, certos judeus esperaram com empenho uma desforra para tudo o que havia acontecido, mesmo que isso estivesse contra qualquer esperança...

    [Digo eu, e para tal, os judeu-cristãos da Roma antiga criaram uma quase filial do Judaísmo proibido pelos imperadores Vespasiano, Tito, Domiciano e Adriano. E assim, feita uma reação a essa filial mal intencionada, Constantino recriou um cristianismo organizado, o católico romano, pretensamente universal, mas totalmente estranho aos ensinos e doutrina de Jesus, o enviado]

    "Josefo diz que os mais notáveis do Templo em 68 d.C. receberam um aviso profético e fugiram de Jerusalém antes da destruição.

    "Eusébio de Cesárea, mentindo, diz que foram os cristão de Jerusalém os que receberam esse aviso. De qualquer modo, é de se crer que entre os anos 66 a 70, alguns sobreviventes das grandes famílias judaicas se refugiaram com os herodianos no norte da Síria, na Armênia e em Palmira. E que, durante longo tempo, permaneceram aliados das pequenas dinastias desses países, favorecendo a Zenobia. Esta no fim do século III se nos aparece como sendo uma (mulher? Ou uma) corrente judeu-saducéia, odiada pelos talmudistas, pois a partir de seu monoteísmo simples, ela estava se transferindo para o arianismo e islamismo. Sim, tudo isso é possível; mas em todo o caso, os restos mais ou menos autênticos do partido saduceu transformaram-se em elementos quase estranhos para o povo judeu. Já naquele tempo, os fariseus consideravam os saduceus seus inimigos.

    "O farisaísmo, transformando-se no rabinato, é que sobreviveu e se conservou quase intacto depois do desastre de Jerusalém. O farisaísmo, a classe média da sociedade judaica, núcleo menos propenso a misturar política com religião, restringia sua vida ao escrupuloso cumprimento dos preceitos da Lei ou Torá.

    "Coisa curiosa! Os fariseus atravessaram a crise de 64-70 quase sãos e salvos; a revolução judaica contra os romanos passou por eles sem os atingir. Até parece que estava nos planos dos fariseus originar a poderosa classe dos rabinos, e posteriormente a corrente dos sionistas.

    "Em verdade, os fariseus estavam absorvidos na sua única preocupação, a obediência estrita da Tora, mas isso só nas aparências, porque, em função de promessas da própria Lei, eles tinham outros planos, como o de se vingar do Império romano, a modo de dizer.

    Na sua grande maioria, os fariseus fugiram então de Jerusalém antes das últimas convulsões e encontraram asilo seguro nas cidades neutras de Iabnée de Lydda. [Mais tarde, digo eu, ou bem depois de 70 d.C., esses fariseus transferiram-se para Roma e transformaram-se em filósofos odiados por Domiciano e em mestres dos cristãos romanos, obviamente bem disfarçados].

    O escritor La Sagesse, em seu livro J.C. Nunca Existiu diz: "Jesus Cristo foi apenas uma entidade ideal, criada para fazer cumprir as escrituras, visando dar continuidade ao judaísmo oficial, já que o Templo e Jerusalém haviam sido destruídos, e isso devido à escravização dos judeus sobreviventes e da diáspora conseqüente em Roma.

    Jesus Cristo teria sido uma forjação feita em defesa do judaísmo que estava morrendo, por causa da destruição de tudo (66-70.d.C). Naquele tempo precisava surgir então uma nova crença ou um novo ramo do antigo judaismo( filial). [Digo eu, esse autor tem todo o direito de duvidar da existência de Jesus. E no entanto, conforme o que sei, o grande Mestre da Galiléia existiu sim. Só os escritos do próprio Jesus e seguidores é que, devidamente acomodados aos dizeres do Antigo Testamento, serviram para que o judaismo ortodoxo sobrevivesse como judaismo-cristianismo, graças às extrtaordinárias palavras de Jesus].

    "Por outro lado, quando cativos na Babilônia, os sacerdotes judeus que constituíam a nata, o escol de seu próprio meio social, nas horas vagas iam copiando o folclore e tudo o que achassem de mais interessante em matéria de costumes e crenças religiosas. Isso resultou em compendiarem tudo em mais de um livro. Daqui saltou fora boa parte do Antigo Testamento e do Talmude da Babilônia. Este é também conhecido como , o livro do saber, do conhecimento, da aprendizagem.

    "E a propósito, Maurice Vernés mostrou com rara mestria que o Velho Testamento é apenas um livro de origem sacerdotal, pretendendo sacramentar supostas profecias. Esse autor faz-nos ver que tudo o que nele está contido não é história, mas é apenas simbologia e teologia. O mesmo acontece com o Novo Testamento e seus Evangelhos. Tudo na Bíblia é duvidoso, incerto e sobrenatural. [Exageros, digo eu].

    "Um golpe de mestre dos judeus antigos, para se tornarem futuros senhores do mundo foi o de, desde cedo, alfabetizarem todas as crianças judias. Entre os judeus nunca houve analfabetos. O primeiro triunfo dessa alfabetização forçada foi o de se darem sempre bem em seus negócios, empréstimos e usura. Em segundo lugar, imporem as elucubrações ou idéias de seus livros sagrados apresentadas como revelações divinas. E em terceiro lugar, criar um judaísmo cristão no I século d.C., o qual, no IV século, quase se transforma outra vez judaísmo puro e toma conta do Império Romano. Constantino não deixou.

    "Os judeus dispersos ou da diáspora, chegando à Roma e à Alexandria, ali encontrariam apenas a prática de religiões (ou religião) de tradição oral. Portanto, terreno propício para a introdução da religião deles escrita (e traduzida Septuaginta), para a introdução de seus livros, de Antigo Testamento, Zohar, Talmudes, e principalmente para criar-se em Roma uma filial, uma nova religião como o judaísmo cristianismo.

    "De tudo o que dissemos, antes de tudo, depreende-se que o cristianismo foi uma religião criada pelos judeus, como um meio de sobrevivência e enriquecimento.

    Tudo foi feito e organizado de modo a que o homem romano se tornasse um instrumento dócil e fácil de manejar, pelas mãos hábeis de certos judeus falsamente cristãos, para os quais uma nova religião era sempre uma boa fonte de rendimentos. Acrescenta o escritor La Sagesse. [Digo eu, jamais o judeu rico, exilado em Roma, em Atenas ou em Antioquia teria forjado falsos evangelhos e um cristianismo organizado apenas para enriquecer, e sim para fortalecer o moribundo judaísmo deles.

    As Perseguições dos Cristãos

    No começo do segundo século d.C., Trajano, face às manobras políticas e religiosas de certos judeus ortodoxos e pretensos judeu-cristãos, em Roma, foi obrigado a reagir e a proclamar-se Deus vivo, protetor da religião e das tradições do Império romano. Ele foi de fato o primeiro imperador (110-115 d.C.) que começou a perseguir os judeu-cristãos, e principalmente os cidadãos romanos convertidos ao judaísmo-cristianismo de então , e não Nero.

    De mais a mais,, não é verdade que Nero tenha perseguido e matado cristãos em 64 d.C., depois do incêndio de Roma. Em realidade, a Lei Romana vigente perseguiu e prendeu um grupo de subversivos, um grupo de judeus fanáticos (do estilo Macabeus), ou também zelotas extremados, em Roma que, sob a proteção de alguns políticos poderosos do Império e inimigos de Nero, tocaram fogo à cidade, tentando transferir a culpa ao próprio Nero, o imperador. E essa calúnia por dois mil anos tem prevalecido. Só atualmente é que se começa a desconfiar que Nero não teve culpa alguma. Talvez só a esposa dele, a judia Popéia, pode ter tido alguma culpa desse primeiro incêndio.

    Esse terrível incêndio, matando milhares de pessoas e destruindo um sem fim de casas, palácios e templos, acontecia em consonância com um plano de rebelião judaica contra os romanos e autoridades constituídas, e que começaria a se deflagrar em 64-66 d.C. fazendo explodir Jerusalém

    Esses revoltosos e incendiários de Roma do ano 64 foram de fato presos e horrorosamente executados, conforme mandava a Lei Romana, mas não porque Nero quisesse e se comprazesse com isso. Posteriormente, o próprio judaísmo e muito depois a tradição cristã transformariam esse infelizes justiçados nos primeiros mártires cristãos de Roma, quando em verdade não eram romanos e sim quase todos judeus.

    Parece que os assim chamados cristãos romanos e mártires só começaram a aparecer no II século d.C., ou seja, sob o reinado de Trajano.

    Baseado em Josefo e em muitos exegetas cristãos, ouso dizer que em 64 d.C. ainda não existiam cristãos em Roma, porque Pedro nunca esteve em Roma para fazer discípulos. Este apóstolo e irmão de Jesus – (este parentesco de Pedro com Jesus se fundamenta em outros livros meus) – foi executado em Jerusalém entre 47-49 d.C., juntamente com Tiago, o Maior (outro irmão de Jesus), conforme informa de modo velado o historiador Josefo. (Esse testemunho de Josefo foi distorcido).

    Se de fato existiu um Paulo, este pregador em 64, depois de julgado e inocentado, teve que fugir de Roma e se esconder. Paulo só veio a supostamente morrer decapitado em 66 d.C. e não teve qualquer possibilidade de doutrinar e criar o começo de uma seita cristã, na capital do Império. Em outros trabalhos meus (heresia, heresia!), chego a suspeitar que Paulo morreu em 64 na Arena de Roma (Circus Maximum), confundido com os judeus subversivos aprisionados e condenados à morte.

    Alguns, porém, alegam que Paulo, influenciado pela Revelação, escrita por Jesus em 28 d.C., no Egito ou em seu exílio, e depois transformada num Apocalipse deturpado – (para tal ver meu livro, Os Herdeiros do Filho do Homem) – deu ordens para que os primeiros cristãos tocassem fogo em Roma. Paulo teria se deixado influenciar por causa do incêndio literário da Babilônia que o Apocalipse descreve. .

    Só que é difícil admitir que Paulo tenha tomado conhecimento da existência do Apocalipse já desvirtuado (e, portanto, não mais o de Cristo), e o leu. Paulo também nunca escreveu a Epístola aos Romanos. Aquelas saudações e despedidas finais da dita carta foram forjadas e montadas por escribas e editores cristãos posteriores. O miolo ou o conteúdo essencial da Carta aos Romanos foi escrito por Jesus em seu exílio. Paulo tampouco escreveu a epístola II-Timóteo, nem escreveu certos acréscimos que a Epístola aos Filipenses apresenta em seu final (exemplo: principalmente aqueles da casa de César).

    O Incêndio de Roma e os Primeiros Mártires Cristãos

    Ainda a propósito do incêndio de Roma em 64 d.C., Tácito em seu livro Anais escreve muito oportunamente o que vem a seguir: (Atenção: este trecho certamente não é um acréscimo de escribas e editores cristãos dos cinco primeiros séculos d.C., ou também de piedosos monges cristãos posteriores, mas sim são palavras autênticas de Tácito, o grande historiador romano).

    E então o grande Tácito escreve de fato: [Ardendo Roma por todos os lados], "ninguém se atrevia a combater o incêndio, por causa das ameaças repetidas daqueles que, num grande número, impediam que o incêndio fosse apagado. Outros mais, do mesmo grupo, lançavam abertamente tochas acesas, e gritavam que estavam autorizados a fazer isso, ou porque queriam levar a cabo roubos posteriores, com mais facilidades, ou porque efetivamente tinham recebido ordens.

    Durante esse tempo Nero estava em Antium e só chegou em Roma quatro dias depois do começo do incêndio, exatamente no momento em que o fogo se aproximava da casa que ele havia mandado construir para unir o Palatium com os jardins de Mecenas. Porém não foi possível deter o incêndio antes que tivesse devorado o Palatium", suas habitações e tudo ao seu redor.

    Para aliviar o povo errante e sem abrigo, Nero mandou abrir para eles as portas do campo de Marte, os monumentos de Agripa e inclusive seus próprios jardins reais. Mandou construir a toda velocidade barracas e tendas para acolher a multidão de indigentes. Fizeram-se chegar alimentos de Óstia e dos principais municípios, e Nero mandou reduzir o preço do trigo a três sestércios....

    Estas sim são palavras autênticas de Tácito. E graças a esta narrativa, se vê claramente que não foi Nero quem mandou incendiar Roma e sequer ficou tocando harpa e cantando canções que lembravam o incêndio de Tróia, como os filmes do judaico-cristãos do século XX cretinamente costumavam e costumam mostrar.

    Hoje se suspeita que atrás daqueles que estavam tocando fogo em Roma e impediam que fosse apagado estavam Tigelino, chefe da guarda pretorial, e Popeia Sabina, a imperatriz, malgrado esta estivesse em Antium com o imperador Nero.

    Mancomunados com chefes zelotas rebeldes de Jerusalém, residindo em Roma, os executores do incêndio talvez tenham sido certos judeus zelotas, ou também macabeus que se encontravam na Capital, mais alguns tribunos romanos, muito bem pagos e disfarçados de cidadão comuns.

    Quase todos eles, porém, foram presos, e depois executados terrivelmente, como mandava a Lei Romana. É de se crer que isso não aconteceu num circo. A esses incendiários de encomenda, presos e executados, a Diáspora de Roma, e mais tarde a própria tradição cristã, os transformaria nos primeiros mártires cristãos que a Roma imperial havia preso e matado. Aproveitando o ensejo, o falso cristianismo transformou Nero num monstro e num ser abjeto. Tal como alguns, posteriormente, iriam fazer com outro cidadão, mais moderno e bem conhecido.

    Quando Nero soube que Popeia também havia ordenado o incêndio de Roma, ele a mandou estrangular. Curiosamente, porém, com o incêndio de Roma, o bairro judeu da cidade ficou totalmente intacto, incólume. E a tradição cristã acrescentou que Popeia, estando grávida, simplesmente levou um ponta-pé no ventre da parte de um Nero embrutecido e enlouquecido. Tigelino simplesmente morreu bem mais tarde.

    O Pretenso Testemunho dos Escritores Romanos

    E a propósito de historiadores romanos como Suetônio e Tácito, é bom que o amigo leitor saiba que as cópias fixas e definitivas desses autores são bem posteriores ao século VI d.C. Se não me engano, a cópia fixa e definitiva dos escritos de Tácito é do século XI ou XII de nossa era. Antes disso, os escribas cristãos e monges pretensamente copistas andaram mexendo à vontade nos livros de Tácito e Suetônio.

    Suetônio e Tácito escreveram seus livros no século I e II d.C. e suas obras iam sendo copiadas manualmente por copiadores romanos fiéis, que não tinham porque adulterar, eliminar trechos e acrescentar outros. Todavia, os livros desses escritores também acabaram sendo copiados por escribas, editores judeu-cristãos da época do Império e por monges da Idade Média. Todos esses, do ano II d.C até o ano XI não fizeram outra coisa senão adulterar o texto desses autores, acomodando-o aos interesses deles e às pretensas historia e estórias sagradas do cristianismo em formação, ou senão já formado. Antes da Idade Média, essas adulterações foram cometidas tanto por cristãos como por judeus, porquanto ambos queriam que só prevalecessem as sagradas verdades e os sagrados ensinos do texto deles, isto é, a Santa Bíblia, sic, pois, pois. .

    Suetônio (65-130 d.C) em sua Obra A Vida dos Doze Césares, e mais especificamente, no livro que descreve A Vida de Nero, no capítulo XVI, encontramos duas linhas, nitidamente acrescentadas por mãos de terceiros, e que supostamente falam da perseguição de Nero contra os cristãos. Essas duas linhas encerram os seguintes dizeres: -- Os cristãos, espécie de homens cheios de novas e perigosas superstições, foram entregues ao suplício. – Ou seja, teriam sido atados a postes, besuntados com alcatrão e transformados em tochas vivas. (Atenção: isso nunca aconteceu em 64 d.C., pelo menos não sucedeu com os cristãos, porquanto em Roma eles ainda não existiam).

    A modo de dizer teríamos que levar em conta que os judeu-cristãos e os cristãos romanos começaram a aparecer em Roma bem depois do ano 70 d.C., bem depois da destruição de Jerusalém, da Judéia e da Galiléia. Talvez no começo do século II d.C.

    Repito: com a cruel matança implícita do povo judeu em geral, com a escravização dos homens judeus fortes, enviados para as minas, com a dispersão dos sobreviventes (diáspora precária), suspeita-se que devem ter aparecido alguns poucos judeus – vingança terrível vingança – que tendo se apropriado de primitivos livros de Cristo, e depois dos livros que discípulos letrados haviam escrito ao redor de Jesus Cristo e seus ensinos – ou seja, proto-evangelhos, esotéricos, exotéricos – começaram simplesmente a criar novos evangelhos, à moda deles, mas agora calcados no Antigo Testamento, e criaram também uma nova religião, o judaísmo-cristianismo, extremamente radical, e que no futuro conseguisse ser imposto no Império Romano.

    E essa foi, a meu entender (posso estar enganado), o começo da vingança, da terrível vingança desses poucos judeus desesperados que sobreviveram ao massacre. Bem, desesperados até certo ponto, e com razões. Com os judeus derrotados, os romanos foram demasiadamente radicais e impiedosos.

    Mas voltando a Suetônio, quem ler atentamente todo o capítulo XVI da Vida de Nero, dar-se-á conta claramente que esses dizeres foram acrescentados e que não cabem no todo do assunto descrito pelo autor.

    Nessa mesma obra de Suetônio, e num livro anterior, ou seja, A Vida do Imperador Cláudio, no capítulo XXV desse mesmo livro, encontramos outras duas linhas que dizem: [E Cláudio] fez expulsar de Roma aos judeus que, excitados por um tal Cresto (Impulsore Chresto), provocavam turbulência...

    Com relação a essas poucas linhas acima, os bons historiadores sabem que tais palavras se referiam a um grego, que batizado judeu, provocava distúrbios em Roma. Alguns acharam que Suetônio estava citando Jesus Cristo, o que não é verdade. Durante muito tempo os romanos ignoraram os cristãos e ignoraram também que existiam diferenças entre judeus puros e judeus pretensamente cristãos.

    As linhas acima em Suetônio, falando do imperador Cláudio, também podem corresponder a um acréscimo posterior de judeu-cristãos.

    Curiosamente, determinado alguém, crente moderno, bem intencionado e totalmente ingênuo, alega que aquela informação coincide com o relato do livro ATOS Cap. XVIII, versículo 2 (quinto livro do Novo Testamento) e que diz: Cláudio decretou que todos os judeus saíssem de Roma. E para esse, tal a expulsão teria ocorrido então entre 49/50 d.C. Esse mesmo tal acha que Suetônio mal informado julgava que Cristo estivesse em Roma provocando desordens.

    De minha parte, advirto e saliento que a segunda parte do versículo 2, capítulo XVIII livro ATOS é um vergonhoso acréscimo e é uma acomodação dos escribas e editores cristãos dos séculos II a VI d.C. Com isso, eles tentaram nos fazer crer que o pretenso Chrestos de Suetônio era igual ao Cristo do Novo Testamento.

    A parte correta do primeiro e segundo versículo do livro ATOS XVIII, versículo 2, é a seguinte: E depois disso, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. E aí se encontrou com certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto e que há pouco tinha vindo da Itália com sua mulher Priscila, e se juntou a eles. [E aqui entra o ACRÉSCIMO SAFADO: "pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma..." Essa saída ou expulsão total nunca aconteceu, nem no tempo de Augustus César, nem no tempo de Tibério, nem no tempo de Cláudio, nem no tempo de Nero. Certos judeus ricos, adotando o nome de Flavio ou Flavius (ou outros similares, mas latinos), e mais seu próprio sobrenome, estavam muitos bem instalados em Roma.].

    E a Propósito Ainda do Chrestus de Suetônio

    La Sagesse em seu livro J.C. Nunca Existiu escreve: "Em Qumran – Jordânia, Palestina – em 1947, foram encontrados documentos escritos em hebreu e não em grego, falando em Crestus e não em Cristo. Em tais escritos, Habacuc se refere à perseguição sofrida por determinada seita judia, (isto é, a perseguição da primordial Seita de Qumran) da qual era chefe o Mestre da Justiça ou Crestus. Fala também da morte desse mesmo Mestre da Justiça ou Crestus, igualmente traído por Judas, um sacerdote dissidente de aproximadamente 180 a.C. A igreja moderna, ao ter conhecimento da existência de tais documentos, pretendeu alegar que o Crestus de Qumran era o Cristo da tradição. Todavia, verificou-se que os documentos encontrados em Qumran datavam de pelo menos um ou dois século antes do lançamento do romance do Gólgota." [Digo eu, como vimos, Suetônio, a modo de dizer, em seu livro A Vida dos Doze Césares, também fala em Crestus]. "Além disso, tais documentos continham revelações contrárias aos interesses da Igreja. Entre outras coisas, eles relatam as lutas de vida e morte em que se encontravam as diversas seitas do judaísmos, cem a duzentos anos antes de Cristo

    "Os textos sobre Jesus e cristianismo atribuídos a Tácito são falsos. Os de Suetônio também. O que Plínio, o Jovem, escreveu também foi forjado."

    Justo de Tiberíades, igualmente não fala em Jesus Cristo, conquanto houvesse escrito uma história dos judeus, indo de Moisés ao ano 50 d.C..

    "Celso, o filósofo e erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170 e 180 disse: Certos fiéis modificaram o primeiro texto dos Evangelhos três, quatro e mais vezes, para poder assim subtraí-los às refutações."

    Os Judeus escravizados de Roma

    La Sagesse, em seu livro J.C. Nunca Existiu, escreve: "A história mostra que a crença no milenarismo e messianismo judaico havia tomado conta da orla do Mediterrâneo a partir do século II, antes de nossa era. O norte da África, o sul da Europa, a Ásia Menor estavam todos repletos de Messias (ou Cristos), e milhares de pessoas que neles criam os seguiam.

    Segundo Filón de Alexandria e Flávio Josefo, ao longo da orla mediterrânea havia uma porção de colônias de judeus helenizados.

    O imperador Alexandre, o grande, de uma só vez, levou 40 mil judeus escravizados para Alexandria. E com o passar do tempo, esta cidade chegou a albergar quase um milhão de judeus, boa parte fazendo parte da Diáspora, com sua grande Kahal,(uma espécie de Tribunal Judaico, Superior e Autônomo), mais outros judeus helenizados, mas mesmo assim fiéis ao judaísmo da diáspora. Foi neste tempo que os setenta sábios judeus traduziram o Antigo Testamento do hebreu para a língua grega, originando a Septuaginta e enriquecendo ainda mais o judaísmo helenizado. O judaísmo começou a universalizar-se, e o seu messianismo ainda manso agradava em cheio, porque despertava novas esperanças e eclipsava os velhos deuses. O grande Filón de Alexandria foi o centro dessa transformação."

    Digo eu, muito antes da guerra judaico-romana de 66-70 d.C., Pompeu, imitando Alexandre, também levou para Roma os judeus aprisionados e cativos. Após a guerra ou o desastre de 66-70 d.C., não poucos judeus sobreviventes e escravizados

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