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Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita
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Primeiros Passos Na Doutrina Espírita

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About this ebook

Todos os dias, nas Casas Espíritas, aporta uma quantidade regular de irmãos, interessados no conhecimento do Espiritismo. Curiosos uns, desesperados outros, enfermos aqueloutros, porém, todos eles, de uma forma geral, são carentes e necessitados da medicação Divina e salutar que só Jesus nos pode oferecer, e o Espiritismo, que é uma religião embasada nos ensinamentos Dele, o Cristo de Deus, possui esse papel fundamental. Desde muito tempo, com o passar dos anos na labuta Espírita, sentimos o desejo de poder escrever algo que pudesse ser útil ao Espiritismo, até mesmo, como não cansamos de dizer, como forma de gratidão por tudo o que essa Doutrina maravilhosa tem feito por nós. Passamos então a nos perquirir sobre quais os assuntos que poderiam ser explanados em um livro, de acordo com as necessidades observadas durante todo esse período. Assim, dentro das nossas meditações, percebemos que, muitos daqueles que estavam iniciando, eram sempre portadores de muitas dúvidas e até mesmo de desconhecimento das bases doutrinárias do Espiritismo. Após todas essas reflexões, conseguimos encontrar alguns temas, que ao nosso ver, poderiam ser de muita valia para todos aqueles que estivessem iniciando sua jornada no mundo novo que o Espiritismo nos faculta. Assim, este livro tem como principal objetivo fornecer os esclarecimentos básicos, aos que iniciam sua caminhada “pelas estradas luminosas” que compõem o Espiritismo, e que, acima de tudo, desejam saciar a sua sede de conhecimentos acerca das leis imutáveis e sábias do nosso Criador: Deus
LanguagePortuguês
Release dateNov 29, 2012
Primeiros Passos Na Doutrina Espírita

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    Primeiros Passos Na Doutrina Espírita - Ricardo Rêgo Barros

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    1

    Ricardo Rêgo Barros

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA

    VOLUME IV

    2

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    3

    Ricardo Rêgo Barros

    Primeiros Passos na

    Doutrina Espírita

    1ª Edição

    VOLUME IV

    Recife

    Clube de Autores

    2012

    4

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    5

    Ricardo Rêgo Barros

    © 2012 por Ricardo Rêgo Barros

    Supervisão Editorial

    Ricardo Rêgo Barros

    Revisão de Provas

    Sandra Gallindo

    Revisão Geral

    Ricardo Rêgo Barros e Sandra Gallindo

    Capa

    Ricardo Rêgo Barros

    Impressão e Acabamento

    Editora Clube de Autores

    Contato: ricardo.rbs@gmail.com

    1.05

    6

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    7

    Ricardo Rêgo Barros

    SUMÁRIO

    I. Prefácio..............................................................................................12

    II. Introdução........................................................................................14

    PARTE VI – TEMAS COMPLEMENTARES

    01. Alienações Mentais........................................................................18

    02. Homossexualismo..........................................................................28

    03. Drogas, Tóxicos e Vícios em Geral............................................42

    04. Suicídio............................................................................................64

    05. Aborto...........................................................................................104

    06. Eutanásia.......................................................................................118

    07. Pena de Morte..............................................................................126

    08. Doação de Órgãos.......................................................................138

    09. Cremação......................................................................................148

    10. Estupro e Gravidez Precoce......................................................154

    11. Clonagem e Células Tronco.......................................................174

    12. Enfermidades Graves..................................................................198

    13. Criogenia Humana.......................................................................210

    14. Problemas Conjugais e Profissionais........................................218

    15. Dificuldade de Relacionamento Entre Pais e Filhos..............232

    8

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    16. Evangelização dos Nossos Filhos.............................................246

    17. O Mal Impera?.............................................................................252

    18. Guerras e Conflitos.....................................................................260

    19. O Fim do Mundo.........................................................................270

    20. Catástofres e Acidentes trágicos................................................278

    21. Vida em Outros Planetas............................................................290

    22. O Papel da Tecnologia................................................................306

    23. Mães de Aluguel...........................................................................312

    24. Crianças Especiais(índigos, cristais, etc.)..................................318

    25. Regressão de Memória................................................................328

    26. Viagens Espaciais e Pelo Tempo...............................................334

    27. Evolução da Terra.......................................................................340

    28. Estudando Jesus...........................................................................348

    29. Visão Espírita das Festas Mundanas.........................................356

    30. Enxertias na Doutrina Espírita..................................................368

    PARTE VII – CONCLUSÃO

    31. Para Encontrar a Paz é Necessário Ser Espírita?....................382

    32. O Poder da Fé..............................................................................386

    33. Mensagem Para Bem Viver........................................................394

    9

    Ricardo Rêgo Barros

    Dedico este livro a todos aqueles que um dia, assim como eu, tiveram a

    benção de necessitar de um tratamento espiritual, e foram abençoados de poder

    encontrar uma casa espírita, através da qual conheceram essa Doutrina

    maravilhosa que é, sem sombra de dúvidas, o Consolador prometido por Jesus.

    Foi a dor, essa sublime professora, que me fez procurar essa ajuda

    espiritual, e em consequência disso, estar hoje integrado de corpo e alma no

    Espiritismo. Posso afirmar com toda a certeza de que ele é o responsável por

    mudar por completo minha vida. E mudou para muito melhor.

    Aquilo que, à primeira vista, parecia ser um mal, foi o motivo maior

    para o meu reencontro com Deus.

    10

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    11

    Ricardo Rêgo Barros

    I. PREFÁCIO

    A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec,

    completará agora, em 2012, cento e cinquenta e cinco anos. Não é

    muito tempo de existência se formos compará-la com outras

    doutrinas bem mais antigas. Entretanto, temos de convir que, para

    nós, que somos seus adeptos, já é tempo mais que suficiente para

    ser compreendida e vivenciada, se considerarmos que os

    princípios básicos, que formam o seu corpo doutrinário, são tão

    antigos quanto a própria humanidade.

    As casas espíritas que abrigam os seus adeptos, e também

    recebem novos integrantes diariamente, têm a responsabilidade de

    bem atendê-los, prepará-los e mantê-los, no tocante ao bom

    entendimento da Doutrina, em todos os seus aspectos: religioso,

    filosófico e científico. No entanto, durante o tempo que já

    militamos no Espiritismo, e também pelo fato de conhecermos,

    em virtude dos trabalhos que realizamos, vários centros espíritas,

    observamos ainda que muito se tem por fazer a esse respeito. São

    muitos os centros espíritas que carecem de uma melhor estrutura,

    e não me refiro aqui à estrutura física, mas sim de pessoal

    qualificado para melhor atender as necessidades básicas que um

    núcleo de Espiritismo exige.

    Em todo o mundo, empresas, instituições e órgãos que se

    destinam à prestação de serviços ao público, investem, a cada dia,

    na busca pela qualidade na prestação desses serviços. É aquilo que

    todos nós conhecemos hoje como: Qualidade Total. M as aí, alguém

    pode gritar: "Vamos com calma! Estamos em uma instituição

    religiosa! Qualidade Total não deve se aplicar a esse caso!". Ao

    que nós responderemos: "Como não se aplica? E por acaso a casa

    espírita não presta um serviço à comunidade? Por acaso não

    presta serviços às pessoas? O ato de prestar um serviço não

    implica no recebimento de honorários. Não visa, apenas, à

    12

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    obtenção de lucro. Serviços podem ser prestados de forma

    gratuita, como é o caso dos núcleos espíritas e tantas outras

    instituições sem fins lucrativos, e não será por isso que estes

    devem ser feitos: a toque de caixa.

    >>>O Espiritismo, ou melhor, a casa ou o centro espírita,

    que é uma instituição pública, tem unicamente o objetivo de

    prestar serviços às pessoas; porque não? Senão vejamos:

    Esclarecer através das palestras públicas; através de seminários e

    cursos sobre a Doutrina; oferecer o consolo das mensagens dos

    amigos espirituais; oferecer os serviços de passes; ofertar aos

    enfermos o tratamento espiritual; receber os necessitados, auxiliá-

    los e socorrê-los através das reuniões mediúnicas; oferecer a

    evangelização ao público em geral; disponibilizar vários serviços

    assistenciais, enfim, esses e tantos outros, são serviços que a casa

    espírita presta ao público em geral. Definitivamente é uma

    prestação de serviços!

    Daí, os núcleos espíritas terem a extrema necessidade de

    buscarem, com muita determinação, uma qualificação total

    naquilo a que se propõem. Para isto, manter sempre em suas

    dependências um programa de estudos constante da Doutrina, e,

    principalmente,

    da

    mediunidade.

    Formar

    trabalhadores

    plenamente alicerçados nos pontos basilares do Espiritismo e com

    conhecimento sólido nas tarefas a que se propõem, tornará, a casa

    ou centro espírita, cada vez mais capacitada para suprir as

    necessidades de um público que cada vez mais busca, nas hostes

    da Doutrina, um lenitivo para suas dores; uma qualidade total no

    atendimento de que necessitam.

    Este singelo trabalho que começou a ser desenvolvido em

    1995 e cujo foco inicial era informar acerca do que seria um

    tratamento espiritual na casa espírita, tomou outras proporções

    graças a essa necessidade, que muitos núcleos de Espiritismo

    possuem, de dispor de mais uma ferramenta didática para servir

    aos que neles adentram.

    13

    Ricardo Rêgo Barros

    É um livro que serve como fonte de consulta; como uma

    espécie de: manual de operação; de como se deve manusear o

    Espiritismo. É um trabalho simples, sem grandes pretensões,

    porém, deverá ser de grande valia para aqueles que estão tateando

    agora neste vasto campo de conhecimento religioso, filosófico e

    científico.

    Nenhum assunto incluso neste livro é novidade para os

    adeptos mais antigos. Tudo está embasado, principalmente, nas

    obras básicas de Kardec. O que podemos aqui destacar é que o

    leitor iniciante poderá encontrar esses assuntos, tão necessários

    para o início de sua jornada, em um só lugar.

    Temos a certeza de que valerá à pena.

    14

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    15

    Ricardo Rêgo Barros

    II. INTRODUÇÃO

    Finalmente chegamos ao quarto e último volume do nosso

    livro, e com ele nos sentimos com a certeza de que cumprimos

    com o nosso objetivo.

    Como foi dito anteriormente, ele foi dividido em 4(quatro)

    volumes, onde cada um deles trata de temas básicos, agrupados e

    relacionados dentro de uma sequencia lógica, para facilitar ao

    leitor um aprendizado gradativo sobre o Espiritismo.

    Neste

    volume

    trataremos

    sobre

    alguns

    temas

    complementares que fazem parte do cotidiano, e que estão

    relacionados a diversas áreas tais como: científica, psicológica, jurídica,

    social e também ligadas a própria doutrina. Esses temas,

    normalmente, são polêmicos e também motivo de vários

    questionamentos, por parte de muitos frequentadores das casas

    espíritas, que desejam saber como eles são visto de acordo com a

    doutrina espírita.

    A ideia desse trabalho surgiu em meados de 1995, quando

    então sentimos a necessidade de produzir, pelo menos um

    opúsculo, que orientasse aos que estavam iniciando no

    Espiritismo. No entanto, como a tarefa de por nossos humildes

    conhecimentos sobre a doutrina numa obra literária é de muita

    responsabilidade, fomos adiando a sua execução, não só por

    receio de enfrentar esse desafio, mas também para ganhar

    bastante tempo para amadurecer a questão.

    Em 2010, nos sentimos então prontos, pelo menos assim

    pensamos, para dar seguimento a esse intento, e assim o fizemos.

    Claro que não poderíamos levar esse projeto adiante, se não fosse

    o enorme auxílio de meus grandes amigos encarnados, mas,

    principalmente, pelo apoio, incentivo e inspiração daqueles que se

    encontram no plano espiritual, que sempre me incentivaram e,

    além de tudo, me cobravam à execução da tarefa.

    16

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    Graças a Deus, nosso Pai Misericordioso, Justo e Bom,

    conseguimos finalizar o projeto. São quatro volumes escritos de

    acordo com aquilo que achamos necessário para orientar os que

    estão desejosos de conhecer o Espiritismo.

    Muito se tem a fazer ainda na divulgação da doutrina

    espírita, que, apesar de já ter completado cento e cinquenta e

    cinco anos de sua codificação, ainda está envolvida por muita

    desinformação; por muito preconceito; por muita deturpação dos

    seus princípios e, acreditem, ainda sofre muitas perseguições por

    parte daqueles que são profitentes das doutrinas dogmáticas.

    Os centros espíritas precisam, urgentemente, montar uma

    estrutura que possa qualificar o atendimento feito aos que neles

    aportam, dando a todos os subsídios necessários para que possam

    conhecer o Espiritismo na sua pureza e, acima de tudo, com muita

    clareza. Para isso, os meios de divulgação e de estudos

    doutrinários devem ser sempre intensificados para que se possa

    atingir esse objetivo.

    A preparação de trabalhadores que se dediquem ao estudo

    aprofundado da doutrina deve ser parte integrante e perene de

    toda casa espírita.

    Aqueles que chegam pela primeira vez a uma casa espírita,

    jamais devem ser ignorados, e, para que isso não aconteça, uma

    estrutura organizacional deverá ser montada para recebê-los,

    desde à recepção até as outras atividades existentes.

    Juntamente com isso, a indicação de obras que estejam de

    acordo com o nível de compreensão que eles possuam, deve ser

    sempre um dever dos mais experientes, para com os neófitos na

    doutrina. Este foi o nosso propósito ao lançar estes quatro

    volumes.

    A obra em sua totalidade, além de nossa ínfima

    contribuição literária, contém valiosíssimos textos, de autoria de

    maravilhosos autores, tanto do plano físico quanto do plano

    espiritual, além dos ensinamentos da própria Codificação, e,

    17

    Ricardo Rêgo Barros

    graças a todos eles, pudemos enriquecer bastante o nosso

    trabalho.

    Nos sentiremos bastante agraciados se, através desse

    humilde e sincero trabalho, possamos ter auxiliado, pelo menos

    um irmão, desejoso de saber sobre a doutrina. Isso nos deixará

    completamente realizado.

    18

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    19

    Ricardo Rêgo Barros

    PARTE VI

    Temas Complementares

    20

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    21

    Ricardo Rêgo Barros

    01. ALIENAÇÕES MENTAIS

    Não temos aqui a pretensão de padronizar ou estabelecer

    regras para os inumeráveis problemas que afligem a cada um de

    nós, Espíritos enfermos que ainda somos. Cada ser humano é

    possuidor de uma individualidade espiritual, donde se conclui que

    cada problema, mesmo os que se assemelham, nem sempre

    apontam, em sua origem, para uma mesma situação, e

    consequentemente, para uma mesma solução.

    No entanto, temos a certeza de que, seja qual for o tipo de

    problema que estejamos a viver, independente de quem seja o

    possuidor do mesmo, a questão espiritual, ou seja, da própria

    individualidade imortal - que é o conjunto de personalidades

    vivenciadas nas inúmeras jornadas reencarnatórias, que todos já

    tivemos e continuaremos a ter - será, sem sombra de dúvidas, o

    principal fator para a compreensão da referida problemática, e

    consequentemente para a realização de um tratamento espiritual,

    que possa saná-la de forma eficaz, de acordo com o merecimento

    de cada um.

    Ainda sobre a questão dos problemas que nos afligem,

    jamais

    poderemos

    deixar

    de

    considerar

    a

    influência

    espiritual(obsessões), que também se deve incluir na relação das

    causas das dores e sofrimentos pelas quais cada um de nós

    passamos.

    ***

    O problema das alienações mentais, é uma das questões

    que requer muito cuidado e muita atenção para ser estudado, e

    aqui, daremos, apenas, as explicações à luz do Espiritismo.

    Este é um assunto demais delicado para ser compreendido

    sem um conhecimento profundo e completo do que vem a ser o

    22

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    homem, em sua totalidade, pois o mesmo está ligado a fatores

    físicos e espirituais, sendo que, este último, graças ao processo

    reencarnatório, e pelos impositivos da lei de causas e efeitos, é o

    que principia esse tipo de enfermidade da mente, além de tantos

    outros quadros patológicos que afligem o ser humano.

    As patologias de qualquer espécie, originária do perispírito

    enfermo, começam a se refletir na organização física, desde o

    momento da encarnação, mas que pode eclodir no decorrer da

    existência do indivíduo.

    Muitos especialistas, que insistem em não admitir a

    realidade do Espírito, atribuem a existência dessas patologias,

    como obra do acaso, fruto de deficiências da estrutura genética

    do ser.

    Léon Denis, na obra: No Invisível, assim se pronuncia a

    respeito da complexidade que é a mente humana:

    "Uma coisa evidente para o psicólogo refletido é que muito pouco nos

    conhecemos ainda. Há em nós profundezas cheias de mistério, que às vezes se

    entreabrem e cuja visão nos perturba. Um mundo inteiro aí reside, mundo de

    intuições, de aspirações, de sensações, cuja origem nos é desconhecida, e que

    parece provirem de um passado distante; mescla de aquisições pessoais, de

    hereditariedades psíquicas e atavismos étnicos, vestígios das existências

    percorridas na sucessão dos tempos, tudo isso está gravado nos refolhos

    abscônditos do ‘eu’".

    Já Bezerra de Menezes, em obra intitulada: A Loucura Sob

    Novo Prisma, na introdução do livro, nos informa o seguinte, a

    respeito das alienações mentais:

    "Levados pelo princípio, que julgam ser uma lei natural, de que

    toda a perturbação do estado fisiológico do ser humano procede invariavelmente

    de uma lesão orgânica, os homens da ciência têm, até hoje, como verdade

    incontroversa, que a alienação mental, conhecida pelo nome de loucura, é efeito

    23

    Ricardo Rêgo Barros

    de um estado patológico do cérebro, órgão do pensamento, para uns —

    glândula secretora do pensamento, para outros.

    Nem os primeiros nem os segundos explicam sua maneira de

    compreender a ação do cérebro, quer em relação à função, em geral, quer em

    relação à sua perturbação, no caso da loucura.

    (...,) proponho-me, além do mais, a preencher essa lacuna,

    demonstrando, com fatos de rigorosa observação: 1º, que o pensamento é pura

    função da Alma ou Espírito, e, portanto, que suas perturbações, em tese, não

    dependem de lesão do cérebro, embora possam elas concorrer para o caso, pela

    razão de ser o cérebro instrumento das manifestações, dos produtos da

    faculdade pensante.

    Efetivamente, mesmo quando a alma esteja no pleno exercício

    daquela faculdade, uma vez que o cérebro padeça de lesão orgânica que o

    torne instrumento incapaz da boa transmissão, dar-se-á o caso da loucura,

    como dar-se o da cegueira, quando o olho, instrumento da visão, sofrer lesão

    que tolha a passagem do raio luminoso.

    Este caso de lesão cerebral explica a loucura, a que chamarei

    científica, porque é a conhecida pela Ciência, mas eu demonstrarei, 2º, que a

    loucura, perfeitamente caracterizada, pode-se dar — e dá-se mesmo, em larga

    escala, sem a mínima lesão cerebral, o que prova que o cérebro não é órgão do

    pensamento — e, menos que tudo, seu gerador ou secretor; e prova mais que,

    assim como o mau estado do instrumento de transmissão determina o que

    chamamos — alienação mental —, embora em perfeito estado se ache a fonte

    do pensamento, assim, por igual, o mau estado desta determina a alienação,

    embora esteja são o instrumento da transmissão.

    Toda a questão se resume em provar-se fundamentalmente: que há

    loucos cujo cérebro não apresenta lesão orgânica de qualidade alguma.

    Feito isto, fica perfeitamente claro que a loucura não é um caso

    patológico invariável em sua natureza, mas um fenômeno mórbido de duplo

    caráter: material e imaterial.

    Quando é consequente da afecção do cérebro, que lhe perturba a

    transmissão, fazendo-a desordenadamente, tem o caráter material ou orgânico.

    24

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    Quando resulta de algo que afeta a faculdade pensante, origem

    natural do pensamento, que, por isso, emana viciado da fonte, tem o caráter

    imaterial e fluídico, que demonstrarei; 3º, podendo ser, também, resultante da

    ação fluídica de Espíritos inimigos sobre a alma ou Espírito encarnado no

    corpo.

    Em oposição à denominação de loucura científica, com que designei a

    que representa o primeiro caráter, designaria esta segunda espécie pela

    denominação de loucura por obsessão, isto é, por ação fluídica de influências

    estranhas, inteligentes.

    Da primeira espécie, não me ocuparei senão acidentalmente, pois que

    nada poderei acrescentar aos trabalhos importantíssimos que a seu respeito

    têm produzido os maiores vultos da Medicina oficial, em todos os tempos e

    países.

    Meu estudo limitar-se-á à segunda espécie, ainda não reconhecida

    nem estudada no mundo científico.

    Sobre este importante assunto, cuja simples enunciação já deve ter

    feito muita gente atirar longe o pobre livro, eu farei meditado estudo, no

    empenho de tornar patente a causa do mal — a sintomatologia necessária ao

    diagnóstico, quer do mal (obsessão), quer da diferenciação entre as duas

    espécies de loucura — e, finalmente, os meios curativos da nova espécie ou

    obsessão(...)"

    Como já foi dito, o Espiritismo nos ensina que tudo aquilo

    que acontece de infelicidade, dores e sofrimentos na vida de

    qualquer ser humano, é conseqüência de um desequilíbrio de

    ordem espiritual, causado pelo fato de termos nos desviado do

    caminho do amor, e com isso, termos transgredido as leis de

    Deus.

    Independente da situação enferma que possa se apresentar

    no âmbito espiritual e/ou físico do indivíduo, a causa será sempre

    os desequilíbrios do Espírito imortal.

    25

    Ricardo Rêgo Barros

    A falta cometida pode ter se originado em vivencias

    anteriores, e isso é muito frequente, ou mesmo nessa atual

    existência, em alguns casos.

    Muitos

    Espíritos

    encarnados,

    que

    trazem

    hoje

    desequilíbrios na área da alienação mental, estão a purgar as faltas

    e erros que ocasionaram perturbações e aflições a si mesmo, e,

    principalmente, a outros companheiros de jornada.

    Alguns segmentos da ciência atual, por falta de uma

    melhor compreensão do ser espiritual que todos nós somos,

    insistem em reduzir o homem ao conjunto de células que formam

    o organismo biológico, de que é possuidor, e que se decompõe

    após o decesso.

    Acreditam que o homem não passa de uma

    obra do acaso, juntamente com todas as outras obras da criação

    Divina, e que todos os nossos problemas, como no caso das

    alienações mentais, não passam de uma disfunção de ordem

    cerebral, ou porque somos vítimas dos fatores da hereditariedade.

    Para eles, a vida se caracteriza e se alicerça exclusivamente

    no aqui e no agora, onde nosso único objetivo seria: nascer,

    crescer, reproduzir e morrer, ou seja, tudo se iniciaria no berço e

    se encerraria no túmulo.

    A saúde e a enfermidade, a felicidade ou a infelicidade, a

    inteligência e as patologias mentais, tudo seria obra das

    ocorrências genéticas.

    Após as grandes descobertas científicas, principalmente no

    que diz respeito à fisiologia humana, a ciência enveredou pelo

    caminho do materialismo, já que constatava que todas as funções

    do organismo humano obedeciam única e exclusivamente ao

    comando do cérebro. Dentre tantas pesquisas e descobertas nesse

    campo, podemos citar a de Paul Broca, médico e pesquisador

    francês, que ao estudar o cérebro de um doente mental, que era

    portador de uma deficiência da fala, descobriu nele um tumor no

    cérebro, que era o causador da sua problemática. Esse abscesso,

    localizado na região de Broca, como ficou conhecida essa parte do

    26

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    cérebro, era a causa da deficiência da fala de seu paciente, pois o

    jovem médico comprovou que essa era a região do cérebro

    responsável pela fala. Tão certo estava o esculápio dessa

    descoberta, que ofereceu, na época, um premio de cem mil

    francos, para quem provasse que ele estava enganado. O que não

    aconteceu até os dias de hoje.

    A partir dessa descoberta, cada vez mais, os pesquisadores

    iam constatando que o cérebro era o responsável por toda a vida

    do ser humano, já que possuía o controle de todas as funções

    vitais do mesmo, e com isso, afastava a existência do espírito ou

    alma, por jamais terem conseguido dissecar um corpo humano e

    encontrar nele esse ser espiritual. Nascia assim, uma ciência

    estritamente materialista, onde o homem passa a ser explicado

    puramente pela sua organização fisiológica.

    ***

    Em se tratando das deficiências mentais, antes

    denominada de loucura, podemos inferir que hoje, no que diz

    respeito ao seu processo terapêutico, tivemos bons progressos. Na

    época medieval, era muito comum o chamado louco ser tratado

    de forma impiedosa, onde determinados tratamentos, que na

    verdade não passavam de verdadeiras torturas, eram empregados

    para com esses irmãos enfermos, numa forma de agravar ainda

    mais o sofrimento deles. Isso quando não os levava a morte.

    Diante de uma sociedade presa aos temores dos poderes

    espirituais ocultos, esses irmãos, portadores da deficiência mental,

    eram tidos, na maioria das vezes, como sendo possuídos pelas

    forças demoníacas.

    Os tratamentos da época, em vista da completa ignorância

    acerca da mente humana, eram causadores de dores atrozes aos

    enfermos. Dentre alguns dos tratamentos utilizados na época,

    podemos citar a Trepanação (que consistia na abertura de buracos

    27

    Ricardo Rêgo Barros

    nos crânios dos doentes, com até 5cm de diâmetro, sem nenhum

    tipo de anestesia e/ou assepsia adequada).

    Esse tipo cruel de procedimento, tinha como finalidade

    remover aquilo que, segundo os especialistas de então,

    caracterizava-se como a pedra da loucura, que eles acreditavam

    existir no cérebro desses pobres sofredores. O que ocorria era, na

    realidade, verdadeiras mutilações nos cérebros desses infelizes,

    levando muitos deles a morte, e quando não, os deixavam

    privados de certos movimentos.

    Além desse tipo de tortura, denominada de tratamento,

    podemos citar outros vários, tais como: eletrochoques;

    eletroconvulsoterapia; o uso do metazol, que induzia o paciente a

    ter convulsões; a indução a febre e tantas outras.

    Esses tratamentos foram sendo desprezados, com o passar

    do tempo, graças, principalmente, a um movimento de repúdio a

    essas terapias grotescas, que questionavam os resultados

    obtidos por esses meios.

    Foi somente com a dedicação e a pesquisa constante de

    homens como Freud, que deu grande contribuição ao progresso

    do estudo da mente humana, principalmente com o uso da

    psicanálise, além de outras personalidades ilustres, que também

    enriqueceram o campo da psiquiatria, que este ramo da medicina

    pôde avançar em alguns aspectos na compreensão e tratamento da

    loucura.

    Após o advento da Doutrina Espírita, para aqueles que a

    estudaram com seriedade e dedicação, foi que passou-se a

    compreender que o homem não poderia estar reduzido a uma

    estrutura meramente fisiológica. Com a apresentação do plano

    espiritual, e, consequentemente, dos Espíritos, que assim se

    identificaram, passamos a conhecer a nossa verdadeira realidade

    como um ser que sobrevive e sobre-existe à morte do corpo

    denso.

    28

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    O Espiritismo, dentro de seu alicerce filosófico, científico

    e religioso, veio nos apresentar uma fé raciocinada. Uma

    compreensão racional acerca de Deus e de Suas leis.

    Apresentando-nos as suas bases principais, tais como : a

    imortalidade, a reencarnação, a evolução constante, a lei de causa

    e efeito, dentre outras, pôde nos esclarecer de que forma a justiça

    Divina atua sobre todos nós.

    Espíritos como Emmanuel e Joanna de Ângelis, nos

    ensinam que são várias as causas da loucura e que, quase sempre,

    são contraídas por faltas cometidas em uma existência anterior.

    Faltas como: o suicídio; o uso inadequado das faculdades

    mentais; o envolvimento exagerado com a vida mundana; ou

    mesmo um progresso intelectual sem a contraparte moral, podem

    ser apontados como causas anteriores de uma vida atual

    totalmente mergulhada na alienação mental.

    A Doutrina Espírita nos esclarece todas essas questões, e

    de forma clara e lógica, mostrando-nos e comprovando a

    existência do Espírito imortal, senhor absoluto de toda a vida

    física, e que detém toda a responsabilidade por tudo que se lhe

    apresente durante as suas passagens na vida corporal.

    Todos nós somos Espíritos que estamos reencarnados,

    cada um carregando consigo as experiências boas ou más que

    adquiriu em todas as jornadas empreendidas em outras épocas, e

    que acrescentaremos muitas outras que ainda virão a se somar.

    Responderemos sempre por tudo que fizermos de bom ou de

    ruim, e quando nos encontramos em processos de dores e

    sofrimentos, é porque, com toda certeza, estamos colhendo a

    semeadura realizada anteriormente.

    Nos casos de pessoas que são portadoras de alienações

    mentais, é importante também considerar que estas podem estar

    sob a influência de Espíritos inferiores, muitos deles na condição

    de verdugos, ou seja, que estão a cobrar as faltas cometidas contra

    eles em outras existências, os quais passam a atuar diretamente no

    29

    Ricardo Rêgo Barros

    psiquismo do enfermo mental, causando com isso verdadeiros

    processos de loucura. Muitos são os que se encontram internados

    em sanatórios, atravessando profundos processos obsessivos, e

    que se tivessem a oportunidade de se tratar em uma Casa Espírita,

    poderiam, quem sabe, com a permissão Divina, obter grande

    melhora com relação às suas enfermidades mentais. São casos

    graves de obsessão, muitos classificados como subjugação, de

    acordo com o Livro dos Médiuns, cap. 23.

    Aqueles que se encontram nessa situação de alienação

    mental, deverão ser encaminhados, pelos familiares, para uma

    consulta espiritual, e consequentemente o devido tratamento,

    nunca descurando do acompanhamento médico, e dentro do

    possível, orar a Deus e a Jesus, para que possam adquirir as forças

    necessárias para suportarem tamanha aflição.

    Caso seja comprovado uma situação de obsessão, confiar

    nos trabalhos de auxílio por parte dos Espíritos bons para com as

    entidades envolvidas no processo obsessivo, para que estas

    encontrem o caminho do perdão e do amor, libertando assim a

    sua vítima do seu jugo de ódio e, consequentemente, libertando a

    si mesmas de dores futuras.

    30

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    31

    Ricardo Rêgo Barros

    02. HOMOSSEXUALISMO

    Como todos nós sabemos, o termo homossexual significa

    do mesmo sexo. São pessoas que se interessam sexualmente por

    indivíduos do mesmo gênero.

    De

    acordo

    com

    alguns

    estudiosos,

    o

    termo

    homossexual não se adéqua mais a esse contexto, cabendo

    melhor, segundo eles, o termo homoerótico. Da mesma forma,

    usar o termo opção sexual deve ser melhor representado pelo

    termo orientação sexual.

    Segundo esses estudiosos do comportamento humano, um

    homoerótico não escolhe ser gay, ele apenas é orientado(por ele

    próprio) a ser o que é.

    Essa é uma situação bastante delicada, porém comum na

    vida humana, entretanto, apesar de estarmos no século XXI, ainda

    é motivo de muitas polemicas. Isso porque a sociedade se divide,

    em relação ao assunto, quanto a sua forma de entender esse tipo

    de atributo que algumas pessoas possuem. De acordo com as

    diversas culturas, o homossexualismo pode ser admirado, tolerado

    ou condenado.

    O homossexualismo existe desde que o ser humano existe,

    e hoje, segundo algumas pesquisas, cerca de 22% da população do

    nosso planeta apresenta algum grau de tendência homossexual.

    Na antiguidade, a beleza dos corpos era sempre cultuada

    pelos homens, a tal ponto que, muitas vezes, eles acabavam

    seduzidos uns pelos outros e se entregavam às relações

    homoeróticas. Esses fatos foram muito comuns em locais como

    Esparta, Alexandria, Roma e Atenas.

    Segundo alguns aspectos da cultura grega, os homens se

    diferenciavam das mulheres pela capacidade de pensar pois,

    segundo essa peculiaridade cultural, as mulheres não possuíam

    essa faculdade. Em virtude disso, é possível que esse também

    tenha sido um dos principais motivos pelos interesse entre os

    32

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    homens, já que, para eles, a mulher possuía a penas a capacidade

    de procriar.

    Até pouco tempo atrás, a medicina classificava o

    homossexualismo, ou homoerotismo, como uma enfermidade.

    Ela constava, inclusive, no Código Internacional de Doenças. Hoje,

    graças ao progresso intelectual dos homens, a ciência constatou

    que isso não fazia o menor sentido pois, os chamados

    homoeróticos, sejam masculinos ou femininos, são seres humanos

    como outro qualquer e que podem adoecer como qualquer um.

    Apesar de alguns progressos por parte da sociedade, em

    aceitar o homossexualismo, a verdade é que a discriminação ainda

    existe em maior escala e, por isso, o processo de aceitação de uma

    pessoa que descobre que é gay, passa por enormes dificuldades,

    pelo menos para a grande maioria, onde muitos são humilhados,

    rechaçados e até mesmo expulsos do próprio lar.

    Esse tipo de preconceito leva o indivíduo possuidor dessa

    característica, bastante comum, repetimos, ao aparecimento de

    uma vida de infelicidade, pois, graças ao conflito com que vivem,

    são vítimas de distúrbios psicológicos como: depressão, ejaculação

    precoce, disfunção erétil, anaejaculação, vaginismo, dispaurenia,

    entre outros. Isso sem falar que muitos chegam mesmo ao

    suicídio por não serem compreendidos nem aceitos pela sociedade

    e até mesmo pela própria família.

    Não temos aqui o propósito de nos aprofundar sobre o

    homossexualismo, principalmente no campo social, cultural ou

    psicológico, pois, sem sombra de dúvidas, existem muita literatura

    especializada para esse caso. Nosso propósito aqui é de apenas

    enfocar esse tema à luz do Espiritismo. E será isso que iremos

    fazer.

    ***

    33

    Ricardo Rêgo Barros

    O Espiritismo nos ensina que todos os Espíritos são

    criados simples e ignorantes. Eles são s imples porque, ao serem

    criados, nada possuem em se tratando de aquisições de

    experiências. Possuem apenas a oportunidade de evoluírem. E são

    ignorantes porque nada sabem a respeito de Deus e de suas leis,

    cabendo a cada um desenvolver a própria inteligência, através de

    inúmeras experiências, tanto na esfera física quanto na espiritual,

    até atingirem os graus mais depurados na escala evolutiva

    espiritual.

    Os Espíritos, segundo a espiritualidade superior, não

    possuem uma forma definida. Assemelham-se a um clarão; uma

    centelha; uma chama, entretanto, essas definições são apenas

    comparativas e de acordo com a nossa limitada linguagem, para

    que possamos defini-los melhor.

    Ainda continuando com os ensinamentos Espíritas,

    aprendemos que os Espíritos, quando criados, não possuem sexo.

    Pelo menos da forma como entendemos.

    Sobre esse assunto, vejamos o que os Espíritos superiores

    responderam a Kardec:

    200. Têm sexos os Espíritos?

    "Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização.

    Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos

    sentimentos."

    201. Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de

    um homem animar o de uma mulher e vice-versa?

    "Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as

    mulheres."

    34

    PRIMEIROS PASSOS NA DOUTRINA ESPÍRITA – Volume IV

    202. Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de

    um homem, ou no de uma mulher?

    "Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por

    que haja de passar."

    Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não

    têm sexo. Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada

    posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo

    de ganharem experiência.

    Aquele que só como homem encarnasse só saberia o que sabem os

    homens.(Nota de Kardec).

    Como pudemos observar até aqui, todos os Espíritos são

    criados da mesma forma, nas mesmas condições e não possuem

    gênero. Ou seja, não são nem masculinos nem femininos. Só essa

    informações já seriam mais do que suficientes para que se desse

    fim a todas as contendas existentes entre homens e mulheres, já

    que todos são iguais. Definitivamente iguais perante a criação.

    Durante a primeira encarnação de um determinado

    Espírito, não se sabe qual será o sexo que ele assumirá nessa

    primeira experiência. Não sabemos de que forma isso será

    estabelecido. O que podemos inferir é que, nas primeiras

    encarnações, e até mesmo durante um longo tempo, enquanto o

    Espírito se encontrar num grau ainda inferior, ele terá a assistência

    de outros Espíritos, bem mais evoluídos que ele, que os ajudarão

    na programação reencarnatória, de acordo com as possibilidades,

    e a escolha do sexo ocorrerá pela necessidade das provas e/ou

    expiações que ele deverá enfrentar. Geralmente, quando um

    Espírito encarna pela primeira vez(estamos aqui nos referindo a

    encarnações do ser como Espírito; como individualidade; e não

    como princípio espiritual ou inteligente, que já teve milhares e

    milhares de experiências anteriores até chegar à condição de

    35

    Ricardo Rêgo Barros

    Espírito), com o sexo já definido, ele prosseguirá, nas futuras

    encarnações, mantendo a mesma linha sexual. Ou seja, caso a

    primeira encarnação de um Espírito seja no sexo feminino, ele irá

    dar continuidade, por um longo período, nessa opção sexual. O

    mesmo ocorrerá caso a primeira encarnação tenha sido no sexo

    masculino. Isso se explica, de forma lógica, pelo fato de que os

    Espíritos devem evoluir aprendendo e consolidando esse

    aprendizado nas duas psicologias: a feminina e a masculina. Para

    isso, ele deve permanecer, o máximo de tempo necessário, dentro

    da opção sexual original, até que possa ter logrado todas as

    experiências dentro desse campo. Quando isso ocorrer, ele será

    então preparado, no mundo espiritual, para iniciar outro longo

    período encarnatório, porém agora em uma psicologia oposta a

    anterior, até que ele atinja o equilíbrio nas duas polaridades:

    masculina e feminina.

    É importante aqui relatar que, durante a fase em que o

    Espírito vivencia suas encarnações em determinada psicologia,

    feminina ou masculina, poderá ele, de acordo com as

    necessidades, intercalar alguma reencarnação numa psicologia

    diversa daquela padrão. Exemplo: digamos que o Espírito X,

    teve sua primeira encarnação na psicologia masculina. As

    encarnações seguintes também se deram na mesma psicologia.

    Entretanto, por motivos de comprometimentos que ele assumiu

    perante a lei de causa e efeito, em várias dessas encarnações, e,

    considerando que as encarnações vindouras são traçadas e

    planejadas de acordo com as prioridades de situações a serem

    trabalhadas, é possível que ele necessite, para ter maior

    possibilidade de êxito, de encarnar provisoriamente na psicologia

    feminina, pois as experiências que urge que ele vivencie

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