O Julgamento Do Diabo
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O Julgamento Do Diabo - Sergio Ricardo Dos Santos Machado
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O Julgamento
do
Diabo
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Sergio Ricardo dos Santos Machado
- DEDICATÓRIA -
Dedico este livro à minha família, a minha mulher, aos meus dois filhos, a Deus e a todas as pessoas que buscam fazer do Mundo um lugar melhor para o futuro dos seus filhos e netos.
Sergio Ricardo dos Santos Machado
Rio de Janeiro; 14 de outubro de 2008.
- AGRADECIMENTOS -
Agradeço a todos os meus amigos e familiares que foram meus críticos e revisores deste livro.
Esta é uma obra de Ficção, qualquer semelhança é mera coincidência
- PRÓLOGO -
Antes de tudo acontecer...
Dizem que Deus e o Diabo são inimigos, mas qual o sentido mais correto para essa relação? Inimizade ou oposição?
Acho que o mais correto é oposição, porém não é oposição de lados; é a necessidade dos opostos; uma exigência da nossa própria natureza; da vida.
O Diabo é uma figura que não acredito, mas com total certeza, se ele existisse, seria obra de Deus.
O Diabo, ou Lúcifer, é uma criação de Deus, um anjo onde a história apregoa como um traidor, um traidor tão poderoso que se igualou a Deus na sua força para ser seu único inimigo poderoso. Mas será que isso é verdade? Será que isso é possível? Será que existe alguma força comparável a Deus?
Não!
Deus é onisciente, onipresente e onipotente. Então, como podemos analisar esse relacionamento?
Acredito que esse Diabo trazido pela história, usado pelo homem, que serviu de motivo e justificativa para atrocidades na história da humanidade, não existe e, se existisse, não poderia ser qualificado como é.
Quero mostrar neste livro a minha visão sobre o verdadeiro culpado das coisas delegadas ao ser mais odiado da existência, sobre o verdadeiro carrasco da humanidade, que usa o nome do Diabo para se redimir dos seus próprios erros; sobre aquele que não assume suas limitações e falhas. O próprio HOMEM!
Como seria se tivéssemos como prender e julgar o Diabo? O que ele nos diria?
Como seria sua defesa?
Como seria a nossa acusação?
Não temos como fazer isso, mas tenho como imaginar uma dentro de tantas situações. Aquela em que minha crença pessoal mais se aproxima e onde acredito que podemos tirar algum aprendizado para melhorarmos a nós mesmos e pararmos de buscar culpados para os nossos erros.
Eu serei o narrador desta estória, porém, como narrador procurarei não interferir. O Diabo será o Diabo e o Homem será o Homem.
- TUDO ESTRANHO –
Muitas coisas estavam esquisitas no Rio de Janeiro naquele final de outono. Era 06 de junho de 2011 e com a proximidade do inverno, que entraria dia 20, nunca tinha se visto um tempo de verão tão forte. O clima era quente, seco e beirava os quarenta e um graus com uma umidade relativa de 30%. Ninguém acreditava no que estava acontecendo, várias mortes estavam ocorrendo devido ao calor que desencadeava problemas alérgicos e respiratórios na população. Os hospitais estavam cheios e os habitantes buscavam formas para alcançar um conforto maior para suportar a tortura climática.
A venda de ar condicionado extrapolou a oferta, todos se banhavam pelas ruas em chafarizes, lagos e rios. Mangueiras eram utilizadas como paliativo, as praias estavam superlotadas, o banho tinha virado uma prática comum na paisagem da Cidade Maravilhosa, desencadeando uma crise no fornecimento de água.
Cada sombra de arvore era disputada por pessoas se acotovelando. A Quinta da Boa Vista, o Alto da Boa Vista, as Paineiras, a Floresta da Tijuca e todas as áreas arborizadas estavam superlotadas.
A defesa civil, ambulâncias, bombeiros, polícia, todos estavam focados no momento de desequilíbrio. O alerta era geral. O governador havia decretado estado de emergência.
As correntes ecológicas protestavam sobre a falta de preocupação do governo e com o relaxamento e descaso com o meio ambiente.
A natureza sofria, o Zoológico estava um caos, vários animais estavam morrendo e não havia estrutura para equilibrar isso.
Várias queimadas espontâneas ocorriam e o ecossistema estava ficando altamente afetado.
O Governo informava que todos os esforços estavam sendo tomados para minimizar os problemas, porém muitos sabiam que os problemas não poderiam ser reparados com tanta facilidade após tanto tempo de descaso com a natureza. O rumo que o homem havia tomado era de tirar o máximo e dar muito pouco.
Reverter aquele quadro alarmante era buscar uma nova forma de viver, uma nova consciência, nova educação; reinventar o mundo, onde o homem estava reduzindo suas vidas, por total incapacidade de preservar o próprio homem e a própria vida.
Porque preservar? Essa é a ignorância que tomou conta dos novos tempos e jogou o resto de valores que a humanidade necessita no lixo.
A arrogância, ganância, egoísmo, aproveitamento e individualismo, tiraram do homem a capacidade de raciocinar.
Onde iríamos parar? Como parar o que estava acontecendo?
O problema se alastrou para todo Estado do Rio e já apresentava efeitos em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A região Centro-Oeste estava tendo um volume de queimadas acima do suportável; várias áreas produtivas foram perdidas e a previsão de aumento de preços de vários produtos, por causa da perda da produção, tinha virado o maior assunto da economia nacional. O preço da carne já estava refletindo no mercado, devido ao volume de morte de gado, aves e suínos. O volume de exportação já estava comprometido e a expectativa era de grande aumento na inflação. O Brasil estava assustado e o sofrimento estava no auge, mas não pararia por aí, pois coisas piores viriam e, brevemente, os homens teriam que se deparar com o seu pior inimigo; o mais cruel; ELE PRÓPRIO; o próprio homem.
- UM ACONTECIMENTO -
Rio de Janeiro, 07 de junho de 2011.
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Jornal Carioca
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TRAGÉDIA EM IGREJA DEIXA 47 MORTOS
Ontem ocorreu uma tragédia, ainda inexplicável, que deixou 47 mortos em uma Igreja católica na Lapa. Seis pessoas que estavam no local foram os únicos sobreviventes e testemunhas da tragédia. As seis pessoas presentes não conseguem explicar o que ocorreu. Mesmo após um cansativo dia de interrogatório, a polícia não conseguiu levantar evidências do acontecido. Vários especialistas estão no local para analisar os detalhes das mortes, já que todos os corpos estão intactos e os sobreviventes afirmam que durante a missa todas as vítimas começaram a abaixar suas cabeças como se dormissem ao mesmo tempo, inclusive o Padre e o sacristão.
Uma senhora, que não quis se identificar, alternava um choro de pavor e ao mesmo tempo de alívio por ter sobrevivido a um momento tão assustador. Ainda chocada, disse que ao ver aquilo acontecer, tocou a mão no seu marido e ele já estava gelado. Ela disse, ainda atônita, ao ser socorrida pelos médicos.
Foi horrível! Parecia que tinham desligado o meu marido de uma tomada. Eu não sei o que foi isso e tenho medo de entender.
.
Em contato dom o delegado responsável, doutor Marcos Aurélio, ainda não havia nenhum vestígio a ser considerado, mas ele informou que a investigação estava sendo bem conduzida e assim que tivesse uma posição passaria para a imprensa.
O único detalhe que vazou da polícia é que todos os seis sobreviventes afirmam terem visto mais uma pessoa na igreja, um homem que saiu logo após o ocorrido. - Reportagem de Hellen Santini –
Durante a madrugada, Marcos estava na delegacia pensativo. Ele ainda não sabia o que fazer e o que dizer.
Nenhum indício de envenenamento e nenhum corte. Nada configurava a causa das mortes.
Os corpos foram recolhidos e levados para o Instituto Médico Legal, porém o legista Marcondes Faria, responsável pela equipe de legistas envolvidas nas necropsias, afirmou que nunca tinha visto isso. Todos os mortos estavam sem nenhuma pista da causa das mortes. A equipe de legistas tinha aberto todos os corpos e revirado eles de cabeça para baixo.
O delegado estava angustiado atrás da testemunha que faltava, o sétimo sobrevivente evaporou.
-Firmino; como estão as buscas da outra testemunha?
O policial desanimado respondeu.
-Não conseguimos nada chefe. Estamos tentando usar a lembrança das seis testemunhas para concluir o retrato falado, mas está muito difícil. Por incrível que pareça, cada uma das testemunhas viu uma pessoa diferente. Um acha que era negro, o outro acha que era branco, o outro ruivo e nenhuma descrição bate. Vamos acreditar em quem? –Firmino demonstra o desanimo que lhe abatia. -A única coisa em comum é a frase dita pelo dito homem. Todos ouviram a mesma coisa. –Afirma o policial. – Que ao sair, o homem havia falado; Está feito; em nome de Deus!
.
Neste momento outro policial entra.
-Chefe a imprensa quer uma palavra com o senhor.
-Impossível Zé! –Fala bruscamente o delegado. -Não tenho tempo e não tenho nada para passar para esses abutres. Vai lá e enrola eles um pouco. Diz para essa cambada toda, que assim que as conclusões forem documentadas, marcaremos uma entrevista com eles. –Marcos demonstra toda a sua irritação.
-Chefe, eles não vão cair nessa história, todos já conversaram com as testemunhas e sabem que estamos mais perdidos do que nunca. –Fala Firmino.
-Não posso fazer nada! Não vou me comprometer mais ainda. Sei que meu pescoço está numa corda pronto para ser esticado. Não vou acelerar isso. – E Marcos pergunta. -Firmino, o legista ligou? Achou alguma coisa?
-Até agora nada!
-Liga para ele. –Ordena Marcos. -Não podemos liberar nenhum corpo antes de saber o que aconteceu. Ele vai pular nos tamancos, pois já não sabe onde enfiar tantos corpos. –Marcos para pensativo e fala. -Tem que ter alguma coisa em algum lugar que me leve ao fio dessa meada, eu tenho que achar uma pista. Estas testemunhas não estão me servindo para nada, a única coisa que esses putos me falam é que as pessoas parecem que desligaram. Eu tenho que ter algo, nem que seja morte por bocejo coletivo. Não posso deixar que esta corporação toda fique conhecida como a mais incompetente da história da polícia, depois de uma catástrofe destas. –Marcos vira para os dois policiais e avisa. -Os senhores; podem ligar para as suas casas e informar as suas esposas que não esperem por vocês. Vocês só saem daqui depois que for encontrado algum fio de cabelo e eu ter algum dado de suspeitos. Nós temos que encontrar uma história para contar, custe o que custar.
- OUTRO ACONTECIMENTO -
Rio de Janeiro, 08 de junho de 2011.
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Jornal Carioca
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AS TRAGÉDIAS CONTINUAM
Mais uma tragédia inexplicável abala o Rio de Janeiro. Um avião foi encontrado ontem na pista do aeroporto Santos Dumont, com todos os passageiros e tripulação mortos. O fato ocorreu logo após o pouso da aeronave vinda se São Paulo.
O avião BBV 666 da empresa Air Devil vinha de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro, fez todos os procedimentos e, obtendo autorização da torre de controle, efetuou o pouso. Assim, como na tragédia de ontem, os corpos não aparentavam nenhuma causa para as mortes. Esta situação está agravando a situação do delegado Marcos que ainda não conseguiu dar nenhuma explicação sobre o acontecimento de ontem. O avião foi abordado pela equipe de segurança do aeroporto após vinte minutos parado no meio da pista, sem nenhuma resposta dos pilotos aos contatos da torre de controle. A equipe de segurança efetuou a abordagem do avião e arrombou a porta, invadindo a aeronave e encontrando todos os passageiros e tripulação mortos.
Um empregado do aeroporto, que não quis se identificar, disse ainda assustado.
Simplesmente, ele aterrou e ficou estático. Após a abordagem do avião, um grupo de seguranças conseguiu entrar na aeronave e encontraram 50 pessoas mortas e nenhum sobrevivente. Isso é a coisa mais esquisita que eu já passei na vida.
A situação dificulta ainda mais as investigações, pois, diferente de ontem, não havia nenhum sobrevivente para dar algum depoimento. Todos os corpos foram encontrados como se estivessem dormindo.
A Força Aérea interditou o local e já foram efetuadas diversas buscas no aeroporto para verificar possíveis novos ataques. A posição dada pela Força Aérea é que nada de suspeito foi encontrado. O Ministério da Defesa e a Infraero terão que analisar a caixa preta para saber se alguma coisa ocorreu dentro do avião. Os controladores de vôo afirmam que nenhum comentário, fora as comunicações de praxe, foi feito com a torre de comando.
A opinião pública está se pronunciando através de diversas cartas e telefonemas para este jornal, pedindo nosso apoio na cobrança dos resultados da investigação junto às autoridades. Os parentes das vítimas, ainda chocados, exigem que o governo tome alguma providência para conter essas mortes e cobram da polícia alguma posição sobre as investigações.
A falta de explicação faz com que o terror tome conta de toda população.
Enquanto não encontrarem um culpado, a paz não reinará de novo no Rio de Janeiro. - Reportagem de Hellen Santini -
- O TERCEIRO ACONTECIMENTO -
Rio de Janeiro, 09 de junho de 2011.
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Jornal Carioca
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POPULAÇÃO EM PÂNICO–NOVA TRAGÉDIA
Mais um acidente deixou a população apavorada.
Ontem, uma composição do Metrô parou repentinamente entre as estações de Botafogo e a do Flamengo. Não obtendo resposta por rádio, a equipe de segurança foi acionada, chegando ao local, identificaram que, além do piloto, mais 139 passageiros estavam mortos. 100 passageiros sobreviveram, mas entraram em pânico, pois ficaram presos nos vagões, sem conseguirem comunicação através do equipamento de emergência dos vagões. As características das mortes são iguais as das tragédias ocorridas nos últimos dias e reforçam a crescente opinião da população sobre a total ineficácia e descaso das autoridades. A polícia continua sem se pronunciar ou dar alguma explicação sobre as 236 mortes que ocorreram nos últimos dias. Todos os sobreviventes relatam que as mortes ocorreram da mesma forma das duas tragédias anteriores. Os corpos foram resgatados e se juntarão aos outros corpos para análise no Instituto Médico Legal. O caos está se formando no Rio de Janeiro com tantas mortes em apenas três dias. O legista responsável pelas necropsias, doutor Marcondes Faria, está muito preocupado com os acontecimentos. Os corpos não podem ser liberados, pois até agora nenhum vestígio da causa das mortes foi encontrado, porém o Instituto Médico legal não tem espaço para receber todos os corpos. Em entrevista dada hoje de manhã ele já explicava a situação complicada com a superlotação do IML, apenas com os dois eventos anteriores.
Nossa estrutura já é precária para receber e manter em bom estados os corpos das vítimas cotidianas, com esses acontecimentos, estamos tendo um grande problema para fazer a manutenção dos corpos. A solução seria transportar alguns corpos para estados vizinhos e IML’s de outras áreas, porém necessitamos de esforço dos nossos governantes e a liberação da justiça para que possamos efetuar essa operação. Não temos prazo para concluir as necropsias, mas acredito que nada será encontrado, já que estamos buscando meios alternativos para encontrarmos sinais de qualquer coisa que gere uma pista do motivo destas mortes, mesmo que seja algum fato que nos leve por caminhos não convencionais, pois afirmo que, com o que vimos até agora, não existe motivo para estas mortes. Já falei com todas as autoridades e ninguém se convence. Talvez, com a divisão dos corpos por outros institutos, consigamos que algum legista de outra parte do país tenha alguma luz, alguma idéia brilhante e consiga chegar a alguma conclusão. Afirmo que aqui não temos mais o que fazer. Nossos recursos foram esgotados. Cabe às autoridades concordarem com isso e permitirem que os parentes das vítimas possam enfim efetuar o sepultamento de seus entes queridos. Estamos sendo muito pressionados pelos familiares e não sabemos mais o que fazer, porém temos que ver que eles estão com razão. Eu, como pai de família, entendo perfeitamente a dor de todas essas pessoas e não gostaria de estar passando por esse sofrimento todo. É muito triste passar por uma perda dessas, sem saber o que realmente aconteceu, e ainda ser obrigado a ficar à mercê das autoridades, para poder concluir o sepultamento que, por si só, já é muito doloroso
.
O presidente Onório Werneck, está cobrando uma posição do Instituto Médico legal e dos responsáveis pela investigação. Ele informou que está disposto a tirar a coordenação das investigações da polícia do Rio de janeiro e passar para a Polícia Federal. Ele afirmou que a proporção do ocorrido atinge toda a nação brasileira e que não é uma dor só do povo do Rio de Janeiro, é uma dor do BRASIL. O presidente teme que o fato possa ser uma ameaça para a segurança nacional, desencadeando novas ações de lunáticos.
Nas próximas horas representantes do governo e da Policia Federal chegarão ao Rio de Janeiro para analisarem a situação com mais detalhes, pois isso pode representar um quadro mais alarmante do que o que está parecendo. - Reportagem de Hellen Santini -
- INVESTIGANDO –
Passados quatro dias da terceira tragédia, Marcos não sabia o que fazer e sentia uma enorme sensação torturante de impotência. Ele estava totalmente dedicado aos três eventos que ocorreram e acompanhava de perto as operações. Ele nunca tinha se deparado com uma situação onde 236 corpos não apresentavam nenhum sinal da causa das mortes e não tinha sido encontrada nenhuma pista sequer. Foram feitas todas as análises e testes possíveis, todo apoio foi solicitado e não existia nenhum vestígio de gás, tiro ou envenenamento.
Várias pessoas enlouquecidas começaram a causar pânico e desordem, se juntando à fanáticos religiosos que se aglomeravam pelas ruas, propagando o apocalipse e o fim do mundo. Toda a população estava desorientada e ninguém conseguia achar uma resposta.
A atenção do mundo estava voltada para o Rio de Janeiro, Marcos nunca tinha sido tão esculhambado
e humilhado em tantos idiomas diferentes.
O delegado estava ameaçado e sentia a corda no seu pescoço. Mas, naquele momento, isso não o preocupava, o que mais preocupava era a ameaça à população e a incerteza sobre a proporção que isso tudo ainda poderia tomar.
Marcos chama o policial Firmino e pergunta.
-Firmino; o legista já achou alguma coisa?
-Não chefe, nada! –Responde o policial.
-Eu não sei mais o que fazer. –Marcos demonstra seu desapontamento. -Algum sinal do cara que foi descrito como vinte pessoas diferentes na Igreja? –Pergunta o delegado.
-Não! Esse evaporou!
–Firmino; eu não posso deixar mais pessoas morrerem, eu não posso permitir que o pânico se alastre mais. Alguma coisa tem que ser feita para descobrirmos o que está acontecendo. –Desabafa Marcos. -Todos estão com medo e eu sei que eles têm razão. Só não vou à imprensa para dar um depoimento porque eu estou com vergonha. –Marcos fala isso com toda a sua sinceridade. -Tenho família e sei como as pessoas temem pelos seus. Da forma que as coisas estão indo, a qualquer momento, a qualquer hora, pode acontecer uma fatalidade com qualquer um, em qualquer lugar. Me vejo como cada marido e cada pai preocupado com o que vai acontecer no próximo dia. Se continuar assim, ninguém mais vai sair de casa; ninguém vai trabalhar; ninguém vai para a escola e o Rio vai parar. As pessoas estão acuadas em suas casas, Firmino. –Marcos fala isso com um tom de extrema chateação. –Não podemos garantir a ninguém, que algo inexplicável não venha a acontecer em qualquer lugar. -Diz Marcos, demonstrando sua angustia.
-O senhor não tem culpa de nada. -Fala Firmino querendo dar