A Cozinha Como Espaço Não Formal Do Ensino De Química
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A Cozinha Como Espaço Não Formal Do Ensino De Química - Michael H. Garcia
Michael H. Garcia
A Cozinha como espaço não
formal de ensino de Química
Nova Friburgo-RJ
Michael H. G. Teixeira Editor
2015
2
3
4
Arte da Capa
Lu Faria
https://www.facebook.com/lu.faria.908
Elaboração e Produção Editorial
Esta publicação está protegida pela Lei nº 9.610, de 19 de
fevereiro de 1998, e sua cópia e reprodução sem a devida
autorização do autor estarão sujeitas às penalidades vigentes.
5
6
Contato do autor
magister.qui@bol.com.br
Sites e blogs do autor
http://magisterquifis.wix.com/mhgt
www.facebook.com/hermannstadtchc
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8
GARCIA, Michael H. Cozinha como espaço não formal de ensino de
Química. Michael H. G. Teixeira Editor – Nova Friburgo-RJ/
Alphagraphics – Clube de Autores, São Paulo. 2015. 170 pág.
1. Cozinha 2. Espaço não formal de ensino 3. Ensino de Química
ISBN 878-85-911010-5-4
9
10
Dedico este trabalho aos meus alunos do
Ensino Médio dos sertões do Estado de
Sergipe.
"Mesmo com a aridez daquela terra, carrego
seus frutos até hoje (..)"
11
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
15
I
Justificativa
16
II
Problemas e Questões Norteadoras.
20
III
Objetivos
21
IV
Hipóteses
22
V
Descrição dos capítulos a seguir
23
CAPÍTULO I: ESPAÇOS NÃO FORMAIS DE EDUCAÇÃO.
27
1.1
Espaços formais e não formais
29
1.2
A Cozinha como espaço não formal cultural: Para
31
além do aprendizado das Ciências Exatas e
Naturais.
CAPÍTULO II: FENÔMENOS FÍSICO-QUÍMICOS NA
37
COZINHA: DO SENSO COMUM AO SENSO CIENTÍFICO
2.1
Cinética Química na fronteira dos compêndios
48
2.2
Termoquímica: interdisciplinaridade entre a Físico-
56
Química e a Gastronomia.
2.3
Cuidado para não errar o ponto da maionese!
–
63
Soluções e emulsões na abordagem do cotidiano
2.4
Alfabetização científica, Letramento científico e
68
Enculturação científica.
2.5
Contextualização e transversalidade: conceitos
75
primários.
CAPÍTULO III: QUÍMICA NA COZINHA OU A COZINHA NA
81
QUÍMICA?
3.1
Interdisciplinaridade e metadisciplina: a relação
82
entre a Química e a Cozinha.
13
3.2
Da cozinha tradicional à cozinha molecular: a
94
culinária no rol dos estudos dos fenômenos físico-
quimicos.
CAPÍTULO IV: METODOLOGIA; ABORDAGENS E
99
PROCEDIMENTOS.
4.1
Metadisciplina como método transversal e a
103
vigilância epistemológica
.
4.2
Grupo focal na educação química.
106
4.3
Oficinas: " (...)a cozinha na sala de aula ou a sala
109
de aula na cozinha?"
CAPÌTULO V: RESULTADOS E DISCUSSÕES.
119
5.1
As falas dos alunos: o grupo focal pré e pós-
130
oficina.
5.2
As atividades químico-culinárias: A cinética
132
química na ‘cozinha’
5.3
Os efeitos material e imaterial.
137
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
143
REFERÊNCIAS.
153
APÊNDICES.
158
Sobre o autor
169
14
INTRODUÇÂO.
tema proposto é delimitado pelo espaço não formal
de educação – a cozinha
– que produzirá
O (materialmente e imaterialmente) o dueto ensino-
aprendizagem na disciplina Química para os alunos do 2º ano do
Ensino Médio. O produto material que configura a preparação de uma
mão-de-obra universalmente habilitada para o mercado de trabalho
cada vez mais desigual e competitivo, além de formar cidadãos críticos
e preocupados com a sustentabilidade e a preservação de seu meio
sócio-ambiental. O produto imaterial vem oriundo da reprodução sócio-
ideológica dos sujeitos sociais, ou seja, na materialização de sua
cidadania, em que a Química (e demais disciplinas) possuem já a sua
função social e interdisciplinar que é "[...] a de desenvolver a
capacidade de tomada de decisão, o que implica a necessidade de
vinculação do conteúdo trabalhado com o contexto social em que o
aluno está inserido" (SANTOS; SCHNETZLER, 1996, p. 28).
Sabe-se que o homem – perante a sua natureza teleológica e
de seu papel mater como criador e transformador da matéria –
emprega e fabrica seus instrumentos (ferramentas) e seus meios para
se debruçar sobre uma tarefa milenar e essencial: cozinhar
. A
transformação pelo manuseio do fogo tornou a ato de cozinhar, um ato
cultural; por não assim dizer: um ato social.
15
I. Justificativa.
ação teleológica do homem é configurada e
construído de forma interdisciplinar, não monolítico e
A não unívoco desde os primórdios da sociabilidade
humana. Seu meio é metadisciplinar, seu produto é interdisciplinar
(sócio-individual) e sua difusão transdisciplinar (sócio-político ou sócio-
coletivo) (HERMANN, 2009).
Na questão do ensino e da aprendizagem, desde os primórdios
os espaços não formais se configuravam como centros difusores de
conhecimento empírico-prático como oficinas de artesanato, casas de
fundição, alfaiatarias, entre outros. Com o tempo, outros espaços não
formais surgiram como museus, centros de cultura, jardins botânicos,
parques ecológicos, etc. Tais espaços não formais possuem objetivos
pluridisciplinares e interdisciplinares. Segundo Japiassú (1976) a
(super)especialização do sujeito poderia surtir em resultados bastante
favoráveis, pois o torna mais especializado naquela disciplina ou ramo
do conhecimento. Porém, tal (super)especialização poderá fazê-lo
perder a complexidade e a visão totalitária do mundo em que se
insere. Estando, assim, as disciplinas isoladas, sem nenhuma relação
de uma com a outra, bem como seus planos curriculares, recursos
didáticos e objetivos gerais; pensa-se como fazer com que as mesmas
(disciplinas ou ramos de conhecimento) terem um objetivo em comum
a favor do dueto ensino-aprendizagem em um sistema educacional
16
cuja gestão é monolítica e engessada (TEIXEIRA; GUEDES; VIANA,
2013).
Mas antes, precisa-se discutir os conceitos sobre
pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e metadisciplinaridade.
Porém, na constituição deste trabalho de conclusão de curso, fecha-se
momentaneamente com a concepção miltoniana que "[...] para
alcançarmos uma interdisciplinaridade válida precisamos partir de
metadisciplinas, o que nos obriga a nos inclinar diante da história
contemporânea" (SANTOS, 1995, p.696-697).
No entanto, o espaço não formal proposto – a ‘cozinha’ – será
o espaço metadisciplinar, ou seja, o tema transversal proposto,
enquanto a Química – como as demais ciências – seus conteúdos
ministrados dentro dos espaços formais e não formais, torna-se um
campo interdisciplinar por excelência. O senso comum metadisciplinar
é o meio (ou o método) para se chegar a um produto interdisciplinar
através do subsídio do letramento científico (GARCIA, 2010; SANTOS,
1994).
A contribuição central que esta pesquisa poderá trazer, no
sentido de proporcionar respostas (ou novas dúvidas e/ou
questionamentos, segundo a visão das ‘ciências’) às questões
propostas, subsidiando ou ampliando as formulações e mediações
teórico-práticas a essa temática, é colocar através de uma pauta
investigativa e difusora sobre o espaço não formal, empobrecido de
trabalhos, artigos e publicações sobre o assunto já supracitado. A
‘cozinha’ como espaço não formal – desprezado anteriormente, por ser
17
espaço profissional empírico sem relação com as ‘ciências’, que com o
advento de novos incrementos tecnológicos e com a valorização
profissional de seu espaço, o ato de cozinhar a cada momento passa
por etapas consecutivas de letramento cientifico 1 , (MAMEDE;
ZIMMERMANN, 2005).
Porém, pela própria etimologia do verbete letramento
, o
mesmo vem de literacy
, que pode ser (e foi) traduzido erroneamente
como processo de letrar
, o que não é verdadeiro. Literacy
, verbete
traduzido em sua essência em português significa enculturar
ou
enculturação
. O que é mais apropriado para o ato de cozinhar, que
vai além do ‘letramento científico’, pois possui uma carga de culturas,
superstições e histórias que podem ser corroboradas ou refutadas
pelas ‘ciências’. Em um sub-capítulo posterior tais categorias irão ser
aprofundadas (SOARES, 2001; SASSERON ;CARVALHO, 2011).
A pesquisa em si possui uma problematização central e
algumas questões que a norteiam. No que se concerne sobre espaços
não formais de educação, não se pode separar três categorias
importantes nesta análise: pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade e
metadisciplinaridade. A interdisciplinaridade possui entrelaçamentos
com as concepções do território sócio-cultural em que se processa
1 O conceito de ‘letramento científico’ surge como uma alternativa ao conceito de
alfabetização científica
. Ambos os conceitos se referem à discussão sobre a educação
científica e seus objetivos primordiais. Embora próximos, as duas terminologias possuem
suas diferenciações. A alfabetização se refere às habilidades e os conhecimentos que
constituem a leitura e a escrita no plano cognitivo-individual. O letramento – por sua vez – se
refere às práticas efetivas de leitura e escrita no plano sócio-cognitivo, partindo do