Cartografar Derivas: Método para a Investigação de Espaços Heterotópicos
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Cartografar Derivas - Marcela Montalvão Teti
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
AGRADECIMENTOS
Ao Francisco Teixeira Portugal, a quem devo agradecimentos sinceros. Durante 4 anos, Francisco foi orientador, consultor dos textos que escrevia, a pessoa com quem tive conversas proveitosas a respeito da minha pesquisa. Ajudou a perceber que a produção intelectual não é exercício isolado, vindo separada da vida, mas que a compõe. Mais que orientação, o trabalho dos últimos anos foi um processo de parceria.
À minha família, que eu adoro de forma imensa. À minha mãe, May Maia, ao meu pai, Ricardo Teti, que sempre me apoiam em tudo que faço, sem questionar, sem duvidar das minhas capacidades. Sempre foi assim a vida inteira. Aos meus irmãos, Ricardo e Daniella. Entre 2007 e 2015, estive muito ausente, principalmente em 2013, quando saí do país e deixei passar momentos importantes de suas vidas. À Larinha Teti, minha pequena e querida sobrinha, por suas risadinhas gostosas. Aos meus avós, José Esteves e Lucíola Maia, por sua presença em todo meu processo educacional. Ainda que hoje não possam contribuir e me ajudar com meus trabalhos, se estou onde estou, foi porque estiveram presentes em todo o meu percurso.
Às pessoas que me receberam e me ajudaram de alguma forma aqui no Rio. Agradeço à família Maia, nos nomes de Lilia Cavadas, Oswaldo Maia, Geraldo Maia, Vilma Maria, Carmen Lana, Leonardo e Fernando Maia, tios e tias, e das primas e primo, Júlia Cavadas, Juliana Monteiro e Oswaldo Maia. E à família Montalvão, nos nomes da prima Ana Paula e do primo Marcelo Montalvão. Viver no Rio sempre foi melhor sabendo que poderia recorrer a vocês quando fosse necessário.
Ao Mário Carvalho, amigo de adolescência, de Movimento Estudantil, não tenho palavras para descrever o quanto sua amizade é inestimável, seja no Rio, em São Paulo, em Lisboa, Barcelona, Florença ou Roma. Ao Lucas Tramontano, que sempre me deu suporte, mesmo quando o Mário não estava em casa. À Mirani e ao Júlio, pelas conversas, conselhos, debates teóricos e auxílio na busca de moradia no Rio de Janeiro.
À Marcela de Andrade Gomes, que se tornou minha amiga no lugar mais improvável, de forma surpreendente. Agradeço a sua presença durante o doutorado sanduíche. O Laicos
e Barcelona jamais seriam os mesmos sem a presença dela. Marcela foi muito parceira na hora de compartilhar as angústias da tese, das pesquisas em psicologia social e a respeito dos movimentos sociais. Espero que viajemos juntas mais vezes e que nosso percurso acadêmico venha se cruzar em outras oportunidades. À Adriana Moreira, pela amizade e derivas lúdicas na cidade do Rio, especialmente no último ano do doutorado.
Ao Comitê Popular da Copa e ao Fórum Comunitário do Porto. Sempre me senti muito acolhida nas reuniões, situação em que mais encontrei parceiros profissionais. Sou muito grata aos debates que propiciaram
Ao grupo de pesquisa da UFRJ, pelas incontáveis contribuições, tanto na correção de textos como na indicação de bibliografia. São eles: Bruno Pizzi, Rômulo Ballestê, Filipe Boechat, Mariana Gonçalves e Carolini Cunha. Esta começou a fazer parte do grupo já no final da minha pesquisa, mas foi leitora atenta e debatedora dos pontos críticos apresentados pelos textos que enviava ao grupo.
Às pessoas que, de alguma forma, fizeram parte do meu doutorado sanduíche, da minha pesquisa e da minha vida em Barcelona. Ao professor Lupicínio Iñiguez-Rueda, pela boa recepção, orientação e acolhida na Universitat Autónoma de Barcelona. Onde o Lupi não fosse capaz de me orientar, com humildade, encaminhava-me aos outros professores da UAB, para que não ficasse sem auxílio. Ao Laicos
, nos nomes de Felipe Corredor, Martí Oliver, Paola Saens e John Harold, grupo de pesquisa do programa de Psicologia Social, pelas contribuições no tocante aos temas das derivas urbanas.
Agradecimento ao professor Manuel Delgado, especialmente na segunda fase dos meus trabalhos na Catalunya. Foi com ele que aprendi mais sobre antropologia urbana, ativismo social, derivas urbanas, análise de implicações, cinema e música catalã. Foi a partir da experiência com o seu grupo de pesquisa Oacu, que pude experienciar
a discrepância que existe entre a Barcelona real, dos catalães, e a cidade modelo
de urbanização, feita para turista ver
.
Às contribuições que trouxeram para minha pesquisa as professoras presentes nas bancas de qualificação e de defesa. Isabel Cardoso, Rosa Pedro, Letícia de Luna, Ângela Arruda, seus comentários trouxeram ressonância benéficas não só à investigação, mas à carreira de pesquisadora.
Aos profissionais secretários do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Ana Arcos e Giancarlo Mauro, que sempre estiveram lá
nos momentos de dificuldade e orientação com relação aos trâmites burocráticos da UFRJ. À Ana, um obrigada super especial pelos bate-papos e encontros afetuosos. Fez toda a diferença durante o percurso de estudo.
À Capes, pelo financiamento do período de 9 meses de doutorado sanduíche.
Ao CNPq, pelo financiamento e possibilidade de execução de toda a pesquisa.
Vivemos uma época em que as grandes questões políticas, sociais, econômicas e culturais estão revestidas de conotações espaciais. Noções como as de globalização, multiculturalismo, integração econômica, mundialização, implicam na reflexão das dimensões espaciais presentes nas grandes questões do nosso tempo. Os processos migratórios, a desterritorialização de grandes contingentes populacionais por motivos econômicos, políticos ou jurídicos, a ressurgência dos nacionalismos e dos regionalismos, a formação de grandes blocos econômicos e o questionamento das fronteiras nacionais colocam a política dos espaços como um tema nuclear em nossa época.
(Albuquerque Jr., Veiga-Neto e Souza Filho,
Apresentação: Uma cartografia das margens, p. 10)
Seria preciso fazer uma história dos espaços
– que seria ao mesmo tempo uma história dos poderes
– que estudasse desde as grandes estratégias da geopolítica até as pequenas táticas do habitat, da arquitetura institucional, da sala de aula ou da organização hospitalar, passando pelas implantações econômico-políticas. É surpreendente ver como o problema dos espaços levou tanto tempo para aparecer como problema histórico-político: ou o espaço era remetido à natureza
– ao dado, às determinações primeiras, à geografia física
, ou seja, a um tipo de camada pré-histórica
, ou era concebido como local de residência ou de expansão de um povo, de uma cultura, de uma língua ou de um Estado. Em suma, analisa-se o espaço como solo ou como ar. O que importava era o substrato ou as fronteiras. Foi preciso Marc Bloch e Fernand Braudel para que se desenvolvesse uma história dos espaços rurais ou dos espaços marítimos. É preciso dar continuidade a ela e não ficar somente dizendo que o espaço sedimenta nele. A fixação espacial é uma forma econômico-política que deve ser detalhadamente estudada.
(Foucault, M. O olho do poder, p. 212)
APRESENTAÇÃO
Proveniente de outras cidades, meu percurso acadêmico foi marcado pelo choque cultural. Não me refiro ao choque relacionado às diferentes culturas que cada cidade, cada região, que habitei dissemina. O que sempre surpreendeu foi a distância entre o discurso turístico de uma cidade e a experiência que tinha quando passava a morar nelas. O percurso cotidiano do morador da cidade, que eu, estudante de pós-graduação, compartilhava, em nada tinha relação com o aquele difundido pelo guia turístico. Grandes Avenidas, restaurantes consagrados pelo Guia 4 Rodas ou pela revista Veja não passavam pela lista de possibilidades dos indivíduos amparados pelos parcos recursos de uma bolsa de estudos.
Logo, o que ficava evidente com pouco tempo de moradia na nova cidade era que, dentro de um mesmo ambiente, era possível encontrar pelo menos duas formas possíveis de experienciar uma cidade: aquela correspondente ao modo de vida do autóctone e a do visitante. O mais interessante era notar que participar de uma das formas de experiência citadina implicava excluir a outra como condição de possibilidade. O morador não podia frequentar o espaço
que o visitante tinha à sua disposição, seja porque financeiramente não lhe era viável, seja porque se sentia deslocado por não ser o tipo de indivíduo, com postura ou comportamento, para fazer parte dele.
A fim de entender como os posicionamentos subjetivos constituíam-se em uma cidade, decidi em pesquisa anterior compreender o porquê que indivíduos de diversas partes do país ansiavam por visitar um destino turístico. Para tanto, escolhi como campo de investigação uma cidadezinha de pouco mais de 10 mil habitantes chamada Urubici, situada na Serra Catarinense. Durante a pesquisa, foram realizadas análises dos discursos turísticos em políticas públicas nacionais e em periódicos regionais, análise das relações de força entre instâncias de produção do espaço turístico e das práticas turísticas realizadas na cidade. O conceito de heterotopia¹ foi usado como norteador das análises.
Para o trabalho atual, o objetivo se modificou e se buscou estabelecer parâmetros de investigação em Psicologia Social que trouxessem para a pesquisa científica a realidade do morador atravessado por ações de revitalização urbana. A região investigada foi a Zona portuária do Rio de Janeiro, uma realidade que estava próxima ao pesquisador. Assim, para além das pesquisas documentais, colocou-se como necessária a inserção junto às favelas e comunidades portuárias afetadas. A forma como nos aproximamos do campo tem relação direta com o que se convém chamar de Derivas Urbanas, o que resultou para esta obra uma oportunidade de realizar um debate de método.
Para tanto, o presente livro está dividido em cinco capítulos. O primeiro faz uma apresentação geral da problemática do livro. A partir da escrita autoral procura-se legitimar o exercício de derivas como um caminho a pesquisar, procurando colocar em xeque o caráter individual da produção do conhecimento. O segundo capítulo coloca o problema teórico na investigação de heterotopias. Parte da ideia de que este tipo de espaço, proposto por Foucault, tem correlativa a pesquisa cartográfica, que é delineada como o exercício de investigação de dispositivos. Em seguida, expõe o que é uma heterotopia e apresenta pesquisa anterior a deste livro em que, no exercício de pensar as heterotopias turísticas, articulou os conceitos explicitados.
No capítulo 3, propomos investigar de heterotopias por meio de derivas. Primeiramente, apresenta-se o conceito de heterotopia, num debate mais amplo com o trajeto foucaultiano e a forma como este termo aparece em outras áreas. O que está em jogo é especificar o tipo de espaço que nos propomos trabalhar. Para Foucault, a heterotopia tem como uma das funções denunciar o espaço da realidade como compartimentalizado, oferecendo-se como um lugar de compensação. As derivas aparecem na medida em que se propõem a problematizar o racionalismo moderno, dos processos urbanos. Por meio de um perder-se
, o pesquisador caminha sem um percurso pré-estabelecido e alcança a problemática geral de pesquisa, concebida como um campo de experiências social.
O capítulo IV evidencia que o trabalho de perder-se no campo conduziu à proximidade com dois movimentos políticos e sociais do Rio, que lutavam contra a revitalização urbana desencadeada por uma política de megaeventos esportivos. No esclarecimento da situação precária com que viviam algumas pessoas e difundindo na mídia a violência que sofriam, as organizações se fortaleciam. O capítulo V apresenta alguns problemas que este livro enfrentou para ser escrito, passando pelo desconhecimento da cidade de pesquisa e por dificuldades para empreender um estudo interdisciplinar.
Espero que apreciem a leitura e que este livro fomente mais pesquisas urbanas na Psicologia.
Aracaju, Sergipe, Brasil
20 de dezembro de 2020
Marcela Montalvão Teti
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Sumário
CAMINHANDO PELAS CIDADES: A RELAÇÃO ENTRE DERIVAS URBANAS E A PRODUÇÃO DE PESQUISAS 15
A PESQUISA COLETIVA 16
A ODISSEIA
DE TER QUE VOLTAR PARA CASA 20
TRAJETÓRIAS, ENCONTROS CASUAIS, PROJETOS 28
POR UMA DERIVA INTELECTUAL EM BARCELONA 39
PRODUÇÃO HETEROTÓPICA DE DESTINOS TURÍSTICOS 51
CARTOGRAFIA, UM MÉTODO DE ANÁLISE DE DISPOSITIVOS 56
HETEROTOPIAS E A ESPACIALIZAÇÃO DO TEMPO 65
OS TURISTAS E A NECESSIDADE
DE HETEROTOPIAS INSTITUCIONALIZADAS 68
DERIVAS URBANAS COMO PROCEDIMENTO DE INVESTIGAÇÃO DOS ESPAÇOS HETEROTÓPICOS 79
DESTRINCHANDO O CONCEITO DE HETEROTOPIA 80
PRESCRIÇÕES DE PRUDÊNCIA
OU BALIZADORES
DE INVESTIGAÇÃO 90
DERIVAS URBANAS: HISTÓRICO,
DEFINIÇÕES E PERSPECTIVAS POLÍTICAS 95
AVENTURAS E DESVENTURAS NA REGIÃO PORTUÁRIA DO RIO DE JANEIRO 107
UMA NOITE DE SAMBA 109
BOLHA TURÍSTICA 117
COPA DO MUNDO PARA QUEM?
120
FÓRUM COMUNITÁRIO DO PORTO 127
CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA EXPERIÊNCIA DE CAMPO 139
COMO SE DERAM AS PRIMEIRAS INSERÇÕES 141
A RESPEITO DA REGULARIDADE DA PRÁTICA DE PESQUISA 147
QUANDO A INTERDISCIPLINARIDADE TORNA-SE UM DESAFIO 158
CARTOGRAFIAS E DERIVAS URBANAS COMO POSSIBILIDADE DE ENTENDIMENTO DOS PROCESSOS SUBJETIVOS PRESENTES EM HETEROTOPIAS PORTUÁRIAS 163
REFERÊNCIAS 169
CAMINHANDO PELAS CIDADES: A RELAÇÃO ENTRE DERIVAS URBANAS E A PRODUÇÃO DE PESQUISAS
Escrevi este capítulo a partir de uma provocação do professor Manuel Delgado, docente em antropologia urbana da Universidade de Barcelona (UB). Em uma de nossas conversas, na qual explicava o que eram a deriva e a escrita etnográfica, ele propôs que escrevesse um capítulo falando da minha experiência de pesquisa no Rio de Janeiro e do que havia me acontecido em Barcelona, que tanto enriqueceriam a escrita deste livro. De acordo com o professor, seria importante escrever sobre as minhas desventuras
, no processo de caminhar pelas duas cidades, e sobre o quanto estar em Barcelona me levava a pensar no Rio de Janeiro num processo de análise constante de questões sociais, políticas, psíquicas. Ele mencionava que minhas urbanidades, embora parecessem pessoais, também eram políticas, coletivas, e como psicóloga social, eu deveria saber disso. Dizia também que seria interessante que o texto contivesse um fato da vida pessoal, algo que houvesse passado comigo e que havia feito confiar no método da deriva como uma prática legítima de investigação. Lembrou a esse propósito que, embora relatos de experiência às vezes não sejam bem vistos pela academia, é importante mencioná-lo, porque a experiência, ela é coletiva.
Para terminar, Delgado sugeriu que este texto servisse de um apartado a ser inserido no início da obra ou na sessão de anexos. E, assim, ele aparece de entrada para as sessões subsequentes, talvez servindo de justificativa primeira à construção teórica e prática deste trabalho.
A partir do exposto, o presente capítulo foi escrito no intuito de trabalhar o tema da deriva em pesquisas na área de Psicologia. Porém, pretende fazer isso de uma forma narrativa e um pouco autoral, como já deve ter-se deixado notar. Distanciando-se da escrita objetiva e acadêmica tradicional, procura assinalar como o método da deriva vai se compondo durante o processo de investigação. A discussão em torno do método, do sujeito de pesquisa e da análise do campo, como será ressaltado em seguida, foi constituída durante todo o processo. Assim, em lugar de simplesmente colocar, o método é este e o aplicamos assim
, este texto introdutório pretende explicitar como a) inicialmente sem qualquer pretensão investigativa, um modo errante de fazer pesquisa passou a ser executado sem a percepção de que se manejava a ferramenta de trabalho, b) depois, como a situação de abertura aos encontros pode oferecer oportunidades de trabalho ou apresentar respostas a muitas das nossas questões de pesquisa e, em seguida, c) tratar sobre como o conhecimento de algumas características teóricas desse caminhar sem foco rígido foi fundamental à produção deste livro.
O capítulo divide-se em três partes. Na primeira, destaco a experiência pessoal, que fez distanciar-me dos esquemas preestabelecidos de um roteiro de viagem para me jogar
na estrada. Depois, como o acaso e os encontros foram um pouco determinantes na escolha do meu tema de trabalho. A terceira parte, tento expor como a deriva intelectual
na cidade de Barcelona, em meados de 2013, determinaram, efetivamente, a defesa argumentativa deste livro, em torno de um debate de método, articulando cartografia e derivas urbanas no estudo de heterotopias portuárias.
A PESQUISA COLETIVA
Era uma terça-feira, a uma semana do carnaval no Rio de Janeiro. O calor ardia e o verão tornava a tarde difícil de suportar. As horas passavam lentamente e o relógio que deveria bater 14h para o grande evento começar parecia preguiçoso. E por mais que no campus da Praia Vermelha, da UFRJ, com árvores e sombras, o verão talvez fosse mais ameno, nem ali a ansiedade passava. Por volta das 14h30, os professores se reúnem e após a exposição dos argumentos, as considerações são colocadas. De certo, em meio a questionamentos, senti-me provocada. Desenvolvi meu projeto de pesquisa sem saber muito bem que empreendia derivas urbanas. Quem primeiro afirmou isso foi uma das professoras presentes na qualificação do projeto de tese. Estávamos em 5 de fevereiro de 2013, quando falou de forma direta, mais ou menos assim:
Marcela, você faz derivas no desenvolvimento do seu trabalho e não cita isso em momento algum. Você nunca leu nada sobre isso. Precisa ler sobre o método para justificar o que faz e, sem dúvida, citar quem já trabalhou com ele.²
Sem esperar pelo ocorrido, a afirmação da professora me pegou de surpresa. Embora, de certo modo, eu soubesse que o que eu fazia estava próximo do que se considera uma deriva urbana, duvidava que derivas
fossem um tipo de