A Graça Da Quaresma

A Graça da Quaresma – A Caminho da Páscoa

A GRAÇA DA QUARESMA

A CAMINHO DA PÁSCOA

Frère Gilvan

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A Graça da Quaresma – A Caminho da Páscoa

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A Graça da Quaresma – A Caminho da Páscoa

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A Graça da Quaresma – A Caminho da Páscoa

Sumário

INTRODUÇÃO ....................................................................... 4

AS CINZAS ............................................................................ 9

A ORAÇÃO .......................................................................... 13

JEJUM .................................................................................. 37

CARIDADE ........................................................................... 46

COMUNIDADE CRISTÃ ..................................................... 55

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INTRODUÇÃO

Em outros tempos, quando a vida era mais

simples nas pequenas cidades do interior de nosso país,

as mulheres iam ao açude ou ribeirinho com roupas,

vasilhas e panelas da cozinha para lavar. Ao sol

quaravam as roupas, para que a sujeira saísse com mais

facilidade no esfregar das mãos com o tecido. De outra

maneira as panelas que necessitava serem lavadas e

polidas, polidas para reluzir o alumínio. Com um pouco de

sabão misturado a areia fina em um pedaço de tecido de

algodão, friccionava o alumínio para polir ate que se

notasse o reluzir do mesmo. Requeria forças nas mãos e

habilidade com a areia fina, de forma que não estragasse

a peça, mas obtivesse o resultado esperado.

Poderíamos já nos perguntar neste momento qual

o interesse deste modo particular de vida de um tempo

remoto, no qual muitos hoje não fazem a mínima ideia do

que se trata. Quero refletir a partir deste exemplo de

reluzir o alumínio com o tempo que devemos refletir

nossa vida como cristão em vivenciar o período no qual a

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liturgia da Igreja nos proporciona vivenciar a quaresma,

tempo no qual celebramos um dos pontos cruciais para a

fé da Igreja.

Trago aqui a experiência da areia que vai polindo,

como a areia do deserto que preparava o povo de Deus

pelo deserto rumo à Terra Prometida. Passaram pelo

deserto com suas dificuldades e fraquezas, tempo em que

foram polidos e purificados a cada dia pelo caminho de

quarenta anos. O povo que saiu do Egito não poderia ser

o mesmo que entraria no lugar escolhido por Deus. Foi na

areia do deserto que Deus provou seu povo, foi onde

Deus poliu seus corações. Na areia do deserto que Deus

fez reluzir um povo novo, fieis e cheios de esperanças.

Com a força da areia do deserto o povo escolhido

teve que fazer força para não sucumbir ao tempo, mas se

permitirem serem friccionados nesta areia de forma que

pudessem reluzir.

Como no alumínio da panela requer uma doze

certa de areia e força necessária para poder obter o brilho

desejado. Deus mesmo, suma perfeição, soube de forma

inigualável, usar das formas e forças necessárias para

purificar e fortalecer seu povo amado. Deus lhes

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concedeu o necessário para que pudessem passar da

areia à promessa da vida nova.

Em nossas vidas passamos de uma forma ou de

outra pelas areias do deserto. Cada um de nós passou de

uma forma diferenciada pelo deserto da vida. Como todo

friccionar de areia causa riscos, rasga e machuca o

alumínio. Nosso corpo sofre os rasgos, as feridas e as

machucaduras da vida. Somos purificados e guiados a

um caminho, onde o que nos espera é o que Deus

preparou para nós. Mas para chegar precisamos dar

passos e suportar as imposições do nosso deserto.

Ao povo escolhido foi proposta uma nova vida,

uma nova realidade. Mas de forma igual, foi proposto o

deserto e seus desafios. Todo plano da salvação passa

pela proposição, sempre pelo caminho de garantir a livre

escolha de decidir. Aqueles que queriam abraçar a nova

vida escolheram partir para o deserto, escolheram os

desafios que poderiam enfrentar durante a travessia.

Deus sempre estar pronto a nos propor um novo caminho,

de forma que tenhamos a liberdade de escolha. Somos

chamados a escolher de forma consciente o nosso

deserto.

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Ao consentir passar pelo deserto para a terra

prometida, o povo também consentiu em escolher Deus

como seu Senhor. Consentiu também a liderança daquele

que Deus escolheu para guiar seu povo. Há uma

caminhada com um guia, há um caminho a percorrer com