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Omnia
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Omnia

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About this ebook

Neste primeiro volume da Saga dos Três Mundos, tudo o conhecimento que você acredita ter sobre a luz e a escuridão poderá não ser suficiente para te manter a salvo no futuro sombrio que se aproxima para a espécie humana. Tudo que se sabe é que lá no princípio dos tempos só existia a escuridão. Ela era absoluta em toda parte até que um dia a luz chegou... ela é boa; alguém disse. Você está esperando o que para adquirir o seu?
LanguagePortuguês
Release dateJan 17, 2017
Omnia

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    Omnia - Lapsantos

    OMNIA

    L. A. P. Santos

    L.A.P.Santos

    A Saga dos Três Mundos

    OMINIA

    1º Edição

    G4

    Vitória, ES

    2016

    FICHA TÉCNICA

    Elaboração

    G4 Soluções e Serviços

    Organização

    Patrícia Helena Sciarretta

    Supervisão de Arte

    Lívia Vidal

    Revisão de Texto

    Cláudia Soares Barbosa

    Projeto Gráfico e Capa

    Gian Felipe Duarte Reinoso

    Ivan de Castro

    Colaborador

    Denise C. Sciarretta Simões

    Estevão Monjardim

    Iago Farias

    Jac Ribeiro

    Katherinne Patrícia S. Oyarzún

    Lucas Prates

    Maria Roselita Farias Ferreira

    Paulo André Andreati

    Pedro Henrique

    Rafael Bizerra

    Yago Natali Mota

    Prefácio

    Em 2014, eu comecei a escrever histórias

    que se passavam em um lugar onde a luz jamais

    existiu. Um mundo mergulhado na escuridão, onde

    a relação entre os seres é mais intensa e

    verdadeira, pois todas as espécies que vivem

    mergulhadas nesse universo de texturas, sons,

    sabores, odores e nenhuma luz, se desenvolveram

    sensorialmente para melhor perceber tudo a sua

    volta. Um tipo de comunicação baseada em vários

    níveis de interatividade.

    Pensei em contar apenas os momentos

    posteriores ao surgimento de uma raça de seres

    altamente evoluídos que resolveram iniciar um

    antigo projeto de expansão pelo universo. Um

    projeto de extinção da escuridão em todos os

    mundos conhecidos.

    No entanto eu resolvi ir além dessa

    perspectiva a posteriori, pois a maioria das

    pessoas sente uma grande dificuldade de entender

    o conceito de luta pelo direito de existir. O mesmo

    desafio vivido pela espécie dominante no mundo

    de escuridão, que eu resolvi chamar de Únus.

    Os Únus lutam para manter o seu modus

    vivendi, pois a escuridão é tudo que conhecem e

    ela os define, assim como são definidos por ela.

    Com a iminência de chegada da luz no seu

    universo, os Únus intensificaram suas viagens ao

    mundo dos homens tentando fazer aliados e

    buscar recursos tecnológicos que garantam sua

    existência coletiva e afaste de uma vez por todas o

    grande perigo que a luz representa para eles.

    Agradeço a Chris, Kimberly e Edgar, que

    no começo desta aventura desejavam apenas

    voltar para casa e, no entanto se viram envolvidos

    em uma batalha pelo destino da espécie humana.

    Como não se sentir atraído pelos mistérios que

    envolvem o líder cambojano dos Mhuay Kongs,

    Djai Ling, que desde suas primeiras experiências

    com os Únus, a bordo do navio negreiro

    Santíssima Trindade, de bandeira portuguesa em

    1835, tem sacrificado tudo, até mesmo sua vida e a

    do seu povo por uma causa maior que todos eles.

    Para cada ser que surgiu nessa batalha,

    humano ou não, só há uma saída, escolher uma

    causa, um lado e lutar pelo seu direito de também

    existir. No fim, se conseguir sobreviver, quem sabe,

    como os atores dessa empolgante aventura, você

    leitor, descobrirá que tudo no universo tem um

    propósito.

    L.A.P.Santos

    Sumário:

    Capítulo Um — A Arte da Guerra

    Capítulo Dois — O Filho da Escuridão

    Capítulo Três — O Mundo Sem Luz

    Capítulo Quatro — O mundo dos Homens

    Capítulo Cinco — As Colheitas

    Capítulo Seis — Os Arautos da Noite

    Capítulo sete — A Era da Luz

    Capítulo Oito — In Princípio Omnia

    Capítulo Nove — Os Iluminados

    Capítulo Dez — Nos Domínios da Morte

    Capítulo Um

    A Arte da Guerra

    Tudo que se sabe é que no princípio só

    existia a escuridão. Durante milhões de anos

    ela reinou absoluta em todo universo, até que

    um dia a luz surgiu...ela é boa; foi dito.

    Na costa africana, do alto de uma formação

    rochosa, de onde se avistava o mar, uma menina

    observava curiosamente um grupo de falésias

    cujos tons, púrpura, se destacavam. Na linha do

    horizonte, algumas aves aquáticas atacavam

    despreocupadamente um cardume de peixes. O

    sol já estava quase se pondo e aquela noite de lua

    cheia prometia ser a mais linda do ano.

    A pequena tentava espelhar em seu íntimo

    a paz do mundo à sua volta. Se ela fosse uma

    pessoa comum, certamente não teria percebido a

    aproximação furtiva de um visitante, tão velho

    quanto ela.

    Depois de muitos séculos vivendo entre os

    homens o desejo de voltar a unir-se aos da sua

    espécie, no seu mundo de escuridão, voltou a

    crescer dentro dela. Ela sabia que estava longe de

    conseguir alcançar seu objetivo, sobretudo agora

    que forças, muito superiores às suas, estavam se

    organizando para romper com todos aqueles

    milênios de silencio e ameaçar a paz que ela tanto

    tinha lutado para construir.

    O visitante caminhou até o ponto onde ela

    estava e puxou conversa.

    — Como os humanos chamam você

    agora? Perguntou ele.

    — Phoebe. Respondeu ela.

    — Hum...nunca entendi por que você

    precisa de nomes, quando está entre eles. Como

    ela o ignorava ele continuou. — Você está fazendo

    um jogo perigoso Phoebe. Armando os humanos

    contra nós. O que espera com isso? Sabe que está

    apenas retardando o inevitável, não sabe?

    Phoebe respondeu, demonstrando

    indiferença com o comentário dele:

    — Estou apenas equilibrando as coisas,

    dando a eles um pouco de controle sobre o seu

    próprio destino. Na verdade estou dando a eles e

    aos meus irmãos o controle sobre seu próprio

    destino e espero restabelecer as antigas ordens

    quando tudo isso acabar. Nós seremos uma

    coletividade outra vez.

    O interlocutor, visivelmente contrariado

    falou em voz alta, quase gritando.

    — Tola, você definitivamente não aprende,

    o destino de todos é e sempre será a luz!

    Entendeu? A Luz!

    Phoebe vivia entre os humanos há mais de

    sete mil anos e ela ainda acreditava que os

    homens podem ser mais do que aparentam.

    Rompendo o silêncio o visitante falou:

    — Eles são um nada. Sem a luz vocês

    todos são um nada!

    — Isso é o que você acha. Disse a

    pequenina com firmeza. — Eles provarão seu valor,

    só precisam de inspiração.

    — Inspiração, era exatamente sobre isso

    que eu queria falar com você. Eu descobri onde o

    escolhido está. Eu vou matá-lo e provar que você

    sempre esteve errada.

    — Bom, vou te dar um conselho, e de

    graça. Phoebe respirou e continuou. — Se você

    machucar o garoto não haverá nenhum lugar

    nesse ou em qualquer outro mundo, onde você

    possa estar a salvo.

    — Meu povo vai ascender em breve e

    ninguém ousará tocar em qualquer um de nós ou

    nos desafiar.

    Olhando para ele como quem olha para

    uma criança, deslumbrada com as maravilhas do

    mundo, Phoebe tenta encerrar a discussão.

    — Boa sorte. Vocês vão precisar.

    — Vocês também. Passarei por cima de

    todos que se colocarem no nosso caminho. Disse o

    visitante antes de partir.

    Enquanto ele partia, ela contemplava o

    horizonte. Aquela visita inesperada era um aviso

    que Phoebe não podia ignorar. As peças

    começavam a se movimentar no tabuleiro e ela

    tinha que estar pronta para a próxima jogada.

    Capítulo Dois

    O Filho da Escuridão

    Enquanto isso, no Rio de Janeiro, quando

    o ônibus 226 da empresa Eldorado parou no

    segundo ponto da Cidade Alta, às três horas da

    manhã e um cego, conhecido pela vizinhança

    como o velho Edgar, entrou, das poucas pessoas

    que estavam presentes, no transporte, nenhuma

    delas podia imaginar que antes do final do dia ele

    enfrentaria um dos maiores dilemas humanos

    conhecidos; a certeza do fim de sua própria

    existência.

    O velho Edgar, até o fim do dia, vai ter um

    encontro inesperado com uma criatura muito

    antiga, que vive em um mundo onde a luz não

    existe e que já caminha sobre a terra muito antes

    do alvorecer da humanidade.

    Desde criança Edgar parecia compreender

    o que significava viver em um mundo sem luz, pois

    ele mesmo estava mergulhado nas trevas desde o

    seu nascimento.

    Graças a sua cegueira, ainda na pré-

    escola, ele percebia o mundo a sua volta melhor e

    mais profundamente que qualquer pessoa que ele

    conhecera na vida, inclusive outros cegos. Ele

    conseguia com facilidade adentrar a mente e o

    coração das pessoas a sua volta.

    Longe de perceber essa habilidade como

    um dom, Edgar a entendia como um fardo.

    Desde criança se acostumou a ouvir, de

    uma forma pouco positiva, comentários sobre a

    escuridão na qual ele vivia mergulhado, muitas

    pessoas chegavam ao absurdo de afirmar que

    prefeririam morrer a viver sua realidade cega. Ele,

    no entanto, quando estava sozinho, ficava

    pensando na vida miserável e cativa que elas

    levavam; coisas que a maioria das pessoas nem

    cogitariam pensar.

    Fosse por conta da dificuldade de perceber

    além dos seus sentidos, fosse por uma questão

    religiosa; a verdade é que talvez a luz, essa sim,

    deveria representar a cegueira na vida dos homens

    muito mais que a escuridão.

    Edgar entendia que diante da luz todas as

    formas se convergem em um nada disforme. Ele

    sabia que se fosse possível separar quatro

    pessoas desconhecidas e colocá-las em um

    espaço confinado e escuro, no final de um período

    de tempo elas se buscariam.

    Em outra situação hipotética, parecida com

    a anterior, no entanto bem iluminada, os indivíduos

    se manteriam distantes uns dos outros, estariam

    desconfiados, arredios e prontos para se

    enfrentarem se fosse o caso.

    No seu íntimo, Edgar considerara muitas

    vezes o quão cegos, a maioria dos homens é e, o

    quão cegos poderiam se tornar dadas as

    circunstâncias.

    Em breve, ele estará diante de alguém que

    o compreendia melhor que qualquer um; uma

    forma de vida diferente, inteligente, inimaginável

    para aqueles que vivem na ditadura da luz, uma

    criatura que conhecia o mundo, quando ele ainda

    era outro mundo.

    Uma hora antes do encontro dele com seu

    destino, o velho Edgar estava lá sentado no seu

    jornal, na estação tentando imaginar uma maneira

    de voltar pra casa.

    Ele já tinha percebido que

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