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Marcio Inhauser

2011

INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, há uma febre espalhada pelo mundo e que a chamam de GPS - Global Positioning System.

Tal fantástica ferramenta, antes de uso apenas militar, está atualmente disponível para todos e em praticamente todas as regiões, utilizados principalmente nos computadores portáteis e nos aparelhos de telefonia celular (dentre tantos outros equipamentos hoje disponibilizados), porque utilizado principalmente em momentos de deslocamentos.

Tal ferramenta, com novas tecnologias diariamente disponibilizadas, é incrementada a cada momento com novas opções buscando oferecer aos usuários informações mais detalhadas e atualizadas possíveis.

Se pararmos para pensar, veremos que, atualmente, a ferramenta GPS tem precipuamente três utilidades:

1.        Identificar onde exatamente estamos;

2.        Identificar quais caminhos seguir para chegar a exato e determinado lugar; e,

3.        Verificar se pessoas/coisas estão seguindo o exato caminho predeterminado.

Se o que preciso é identificar onde estou é porque estou perdido ou confuso, uma vez que as informações existentes onde exatamente estou não me permitem identificar claramente minha real localização.

A maior utilização do GPS é para identificar onde se posicionam locais que desconheço ou quais os caminhos posso/devo seguir para, partindo de onde estou ou de outro lugar qualquer, me deslocar para chegar ao destino desejado.

Em tal caso, devo informar ao sistema de onde exatamente partirei e para onde exatamente desejo ir e o GPS, de acordo com informações preexistentes, ofertará o melhor caminho a ser trilhado. Inclusive já existem informações sobre pedágios, postos de combustíveis, praças de alimentação, radares fixos, lombadas, curvas e cruzamentos perigosos, dentre outras informações que vão sendo atualizadas e disponibilizadas nos sistemas.

Mas se não houver a informação sobre de onde exatamente partirei e para onde exatamente desejo ir, o GPS não conseguirá estabelecer qual o melhor caminho, tão pouco os caminhos alternativos. São informações sem as quais o GPS servirá apenas para dizer onde estou e tal informação só nos é útil, conforme já pudemos compreender, se estivermos perdidos ou confusos.

A falta de exatas informações sobre onde estamos e de determinações sobre onde exatamente queremos chegar seria o mesmo que querer estabelecer uma rota no GPS para ir do Brasil (não sei exatamente de onde) à Argentina (não sei exatamente onde). O GPS não conseguirá estabelecer uma rota adequada e, mui provavelmente, tal indefinição acarretará desperdícios de tempo e recursos.

Mas mesmo o GPS informando qual o melhor caminho, há situações específicas ainda não disponíveis, tais como estradas/ruas interditadas temporariamente por consertos, acidentes ou congestionamentos. Mas, ainda assim, poderemos encontrar rotas alternativas a partir do exato ponto de onde estamos para novamente encontrar o melhor caminho para chegarmos ao desejado destino.

O GPS ainda não consegue estabelecer quanto exatamente consumirei de tempo (muito embora possa estimar) e nem de recursos, sendo necessário que calculemos os possíveis dispêndios financeiros (combustível, pedágios, alimentação, hospedagem, etc.) e de combustível (uma vez que cada veículo e cada estilo de motorista irá consumir diferentes quantidades).

A terceira utilidade do GPS, e que também é muito utilizada, é saber onde estão pessoas e/ou bens e se estão seguindo a rota predeterminada, ou seja, se estão ou não ocorrendo desvios da rota programada.

Na vida empresarial nossos desejos não são diferentes: queremos saber onde exatamente estamos e onde exatamente queremos chegar. Também queremos saber se a rota predeterminada está sendo seguida à risca.

Mas, nas empresas já é grande a incógnita apenas para saber onde exatamente estamos.

São utilizados relatórios gerenciais e/ou contábeis, muitos deles mensais, e que retratam os caminhos já trilhados. E por retratarem os caminhos já trilhados não fornecem dados sobre onde exatamente estamos, mas onde já estivemos.

Muitas empresas investem grande volume de recursos para, através da sistemização de informações e com processamentos automatizados, obter informações sobre onde exatamente estavam há pouco.

Mas, saber onde estamos, embora muito importante, é apenas constatativo, é apenas o ponto de partida. Não podemos fazer mais nada para mudar a realidade atual.

O mais importante é saber onde queremos chegar, qual o nosso destino. Esse pode ser estabelecido e sobre ele podemos aplicar nossos esforços. É o nosso destino que realmente interessa.

A administração da empresa elabora orçamentos empresariais, muitos deles completos e que determinam com clareza quais caminhos serão trilhados, quais os caminhos alternativos, quais são e onde se localizam os pedágios, postos de combustíveis, praças de alimentação, radares fixos, lombadas, curvas e cruzamentos perigosos, quais recursos serão necessários e utilizados.

Mas, em todos eles, o destino é mais conseqüência do que objetivo. É o destino possível de acordo com os caminhos propostos pela administração.

Ou seja, os sócios/acionistas são conduzidos a um destino de acordo com os caminhos propostos pela administração. E, quando muito, se os destinos desagradarem substancialmente os sócios/acionistas, eles substituirão os administradores.

Usando metáfora, os sócios/acionistas tomam carona com os administradores esperando que eles consigam trilhar os caminhos propostos e, por conseqüência, cheguem ao local que afirmaram que chegariam.

O que se propõe com a presente literatura é a inversão de tais condutas. E observem que a inversão das condutas é, inclusive, necessária para atender a legislação em vigor, uma vez que é responsabilidade dos sócios/acionistas decidir sobre os destinos da sociedade. Também é responsabilidade dos sócios/acionistas tomar e aprovar (ou não) as contas (caminhos) dos administradores.

Assim, cabe aos sócios/acionistas estabelecer qual o destino desejado para a sociedade e aos administradores cabe definir quais os caminhos que serão trilhados para chegar ao destino definido pelos sócios/acionistas.

Usando novamente metáfora, o passageiro (sócios/acionistas) decide onde e quando quer ir e elege quem (administração) e que caminho (orçamento apresentado) os levará até lá.

Por fim, é necessário deixar o GPS constantemente ligado e, toda vez que houver qualquer desvio da rota originariamente traçada, imediatamente sinalizar o desvio para as imediatas providências.

Para tratar de tais temas, a presente literatura se desenvolverá em três principais capítulos: definições estratégicas dos sócios/acionistas (onde e quando se quer chegar), atuações táticas dos administradores (como chegar) e operacionais (trilhando os caminhos traçados).

Informação: Todas as imagens da presente literatura encontram-se disponíveis no link https://drive.google.com/open?id=1U8yhxQaYZwIBkBAemm9KhSPzb7sbOgNA . Se preferir, entre em contato com o autor através do e-mail autormarcio@gmail.com .

SUMÁRIO

NEGÓCIO X EMPRESA

AOS SÓCIOS/ACIONISTAS

AOS ADMINISTRADORES

AOS ADMINISTRADORES – CONSTRUINDO O LUCRO

AOS PROFISSIONAIS

AOS PROFISSIONAIS - INSUMOS

AOS PROFISSIONAIS - PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

DADOS GERENCIAIS E REGISTROS CONTÁBEIS

RESUMINDO

NEGÓCIO X EMPRESA

Antes de iniciar qualquer consideração e/ou estudo, necessário se faz esclarecer que, enquanto a empresa representa o todo, o negócio representa apenas parte da empresa.

Vejamos. Todo contrato social ou estatuto social de uma empresa deve estabelecer:

1.        Forma societária;

2.        Endereço (ao menos da sede);

3.        Capital social;

4.        Objetivo social, que traduz o negócio da empresa;

5.        Quem e como será a administração dos negócios sociais;

6.        Como se darão as decisões sobre a sociedade; e,

7.        Periodicidade de apuração e como se destinarão os resultados auferidos.

Assim, enquanto a empresa é determinada por todas as disposições contratuais/estatutárias, o negócio é determinado pelo objetivo social.

Sendo o objetivo social o negócio da empresa, é com ele que se espera conquistar os resultados desejados.

Investimentos no atributo rentabilidade

Observemos as disposições de alguns estatutos sociais:

Vale S/A

Art. 2º - A sociedade tem por objeto:

I. realizar o aproveitamento de jazidas minerais no território nacional e no exterior, através da pesquisa, exploração, extração, beneficiamento, industrialização, transporte, embarque e comércio de bens minerais;

II. construir ferrovias, operar e explorar o tráfego ferroviário próprio ou de terceiros;

III. construir e operar terminais marítimos próprios ou de terceiros, bem como explorar as atividades de navegação e de apoio portuário;

IV. prestar serviços de logística integrada de transporte de carga, compreendendo a captação, armazenagem, transbordo, distribuição e entrega no contexto de um sistema multimodal de transporte;

V. produzir, beneficiar, transportar, industrializar e comercializar toda e qualquer fonte e forma de energia, podendo, ainda, atuar na produção, geração, transmissão, distribuição e comercialização de seus produtos, derivados e subprodutos;

VI. exercer, no País ou no exterior, outras atividades que possam interessar, direta ou indiretamente, à realização do objeto social, inclusive pesquisa, industrialização, compra e venda, importação e exportação, bem como a exploração, industrialização e comercialização de recursos florestais e a prestação de serviços de qualquer natureza;

VII. constituir ou participar, sob qualquer modalidade, de outras sociedades, consórcios ou entidades cujos objetos sociais sejam direta ou indiretamente, vinculados, acessórios ou instrumentais ao seu objeto social.

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S/A – USIMINAS

Art. 2° – A Companhia tem por objeto a exploração da indústria siderúrgica e o comércio de seus produtos e sub-produtos, podendo ainda explorar a atividade portuária para si ou para terceiros, importar e exportar e praticar outras atividades industriais, comerciais e de prestação de serviços de qualquer natureza, correlatas ou não.

Parágrafo Único – A Companhia poderá, ainda, a critério do Conselho de Administração, participar de outras sociedades ou empreendimentos de qualquer natureza, no País ou no exterior.

Globex Utilidades S/A

Artigo 2º. A Companhia tem por objeto:

a) importação, exportação, comércio e indústria de utilidades eletrodomésticas e de produtos manufaturados, semimanufaturados, matérias primas, materiais secundários e material de construção, destinados a atender no campo de utilidades básicas e complementares, a todas necessidades vitais, úteis ou meramente voluptuárias na órbita pessoal, doméstica, comercial ou industrial;

b) compra, venda, importação, fabricação e aprimoramento de produtos alimentícios, de matérias primas e produtos químicos, vegetais e minerais, de produtos eletrônicos em geral, de produtos de informática e de comunicação de dados, assim como a exploração de serviços de informática e de comunicação de dados;

c) compra, venda, importação, exportação e fabricação de roupas, adornos, enfeites, jóias e complementos de uso masculino ou feminino;

d) compra, venda, importação e fabricação de móveis, instalações, utilidades mecânicas, elétricas e demais complementos e acessórios de uso doméstico, comercial ou industrial, inclusive os destinados a recreação infantil;

e) distribuição, propaganda e promoção de vendas de artigos de fabricação própria ou de terceiros;

f) organização, desenvolvimento e estudos de racionalização de trabalho em centros comerciais, bazares, mercados privados ou outros estabelecimentos destinados a atender toda e qualquer necessidade do consumidor e ainda a prestação de serviços na área de computação;

g) criação, constituição e desenvolvimento de sociedades comerciais, compra e venda de estabelecimentos industriais;

h) prestação de serviços de transporte de carga;

i) comércio, indústria, importação e exportação de artigos de ótica, fotografia e filmes fotográficos e cinematográficos, assim como os serviços atinentes a sua revelação;

j) intermediar e operacionalizar negócios no País e no exterior;

k) prestar consultoria e assessoria de negócios, inclusive para importação e exportação de bens e serviços; e

l) participar em outras sociedades, nacionais ou estrangeiras, como acionista, quotista ou, ainda, consorciada, podendo promover fusões, incorporações, cisões ou outras formas de associação de empresas.

§1º. A sociedade poderá ampliar suas atividades a todo e qualquer ramo, que, direta ou indiretamente, tenha relação com seus objetivos sociais.

§2º. As atividades acima descritas poderão ser exercidas diretamente pela Companhia ou através de suas controladas e coligadas.

Weg S/A

Artigo 3º - A Companhia tem por objetivo:

I - a participação em outras sociedades, negócios e empreendimentos;

II - a prestação de serviços, consultoria, controle, assistência técnica, administração de bens;

III- a produção, industrialização, comércio, exportação e importação de:

a) sistemas industriais, eletromecânicos e eletrônicos, máquinas elétricas girantes, máquinas e equipamentos em geral, aparelhos para produção, distribuição e conversão de energia elétrica, material elétrico, controladores programáveis, partes e componentes de máquinas, aparelhos e equipamentos em geral; e

b) resinas em geral, materiais tintoriais, substâncias e produtos