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Ecos Eternos
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Ecos Eternos

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About this ebook

Mais um livro de poesia, em pleno século XXI', me dizem por aí e

invariavelmente, me perguntam porquê. Fico sem saber responder

(ou mesmo, sem querer responder como Lia Luft afirma em seu livro

de poesias - A secreta mirada e outros poemas) para não ter um tom

professoral, acadêmico, justificativo, enfim, explicar porque o sol

brilha, ainda que nem todas as manhãs sejam de sol, ou porque a

chuva molha seria o mesmo. A pergunta talvez fosse: por que

escrevemos? Não importa o gênero literário, ou onde escrevemos,

que tipo de plataforma usamos para nos divulgar e nos fazermos ser

lidos, a resposta, em essência será a mesma, creio eu. Somos seres de

linguagem e mesmo que haja muitos tipos de linguagem, a verbal é

por excelência nossa primordial manifestação no mundo. Falamos o

tempo todo, sonhando, lendo, murmurando e também quando

"fazemos" silêncio. Então, eu poderia simplesmente dizer: escrevo

porque falo e falo porque penso e sinto algo que não pode ficar sem

expressão, sem ser manifestado, sem vir à luz. Tem que sair da

escuridão da mente para a luz do verbo enunciado e escrito.

Mas, para não complicar, eu, geralmente, afirmo: escrevo porque não

pinto, porque não componho, porque não faço cinema nem teatro.

Mas isso, sei bem, nada explica do motivo para escrever poesias.

Embora possa citar n poetas da atualidade, inclusive os que já

ganharam prêmios e até o nobel, a poesia tem algo de especial,

diferente, uma singularidade que se impõe à narrativa corrente dos

fatos, do mundo. Poderíamos citar poetas que entraram e saíram de

moda, para mostrar a importância da poesia desde séculos, mas a

permanência e a pertinência da palavra poética é maior que apenas a

palavra falada ou escrita de histórias e fatos. É que a palavra poética é

o reflexo do olhar distinto, qualificado, imperioso sobre o real e se

estrutura de uma forma que deixa um eco no ar.


 

LanguagePortuguês
PublisherCris Danois
Release dateAug 21, 2022
ISBN9798201726577
Ecos Eternos
Author

Cris Danois

Cris Danois é escritora, poeta, artista, filosofa, revisora, faixa preta de Aikido, mestre em PNL, coach, empresária, mãe e sobre tudo humana. Doutora em letras e doutora em filosofia pela UFRJ,já escreveu sobre o trágico, a consciência, a ética, Hegel, o aikido e sobre outros tantos assuntos que permeiam o universo do humano. Lecionou literatura, filosofia, arte, Aikido, conquistou prêmios literários, organizou saraus,encontros e feiras de livro, foi proprietária de uma livraria; possui um vasta obra ainda em pleno desenvolivimento com várias obras inéditas. Como artista plástica ilustrou quadrinhos e obras de vários autores, além das suas próprias, além de desenhar e "aquarelar" frequentemente. Em seu site crisdanois.com e nas paginas das rede sociais pode-se acompanhar seu blog, seus ensinamentos e parte de seu trabalho. Pode ser contactada através do e-mail:cris@crisdanois.com

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    Ecos Eternos - Cris Danois

    By Cris Danois

    Visite: crisdanois.com

    sob os meus olhos de porto de nunca chegar!

    Copyright © 2022 by Cris Danois

    Texto, Capa e Fotos por Cris Danois

    Todos os direitos reservados à autora

    CIP- Brasil

    ____________________________________

    C167

    Danois, Cris.

    Ecos eternos / Cris Danois. – 1 ed. – Nova Petrópolis: RS – 2022.

    162 p.(físico)

    ISBN:9798201726577

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: Programa ou dispositivo leitor de livro em formato digital EPUB

    Modo de acesso:

    1.Literatura; 2. Literatura Brasileira; 3. Poesias; 4. Poesia Brasileira;

    I. Título; II. Cris Danois

    CDD 800 – B869.1

    CDU 82 – 1/49

    Prefácio:

    É fácil dizer-se que não é um grande livro. Mas que qualidade lhe faltará? Talvez a de nada acrescentar à nossa visão de vida. (Virginia Woolf)

    A linguagem é a morada do ser

    (M. Heidegger, in: A caminho da Linguagem)

    ‘Mais um livro de poesia, em pleno século XXI’, me dizem por aí e invariavelmente, me perguntam porquê. Fico sem saber responder (ou mesmo, sem querer responder como Lia Luft afirma em seu livro de poesias - A secreta mirada e outros poemas) para não ter um tom professoral, acadêmico, justificativo, enfim, explicar porque o sol brilha, ainda que nem todas as manhãs sejam de sol, ou porque a chuva molha seria o mesmo. A pergunta talvez fosse: por que escrevemos? Não importa o gênero literário, ou onde escrevemos, que tipo de plataforma usamos para nos divulgar e nos fazermos ser lidos, a resposta, em essência será a mesma, creio eu. Somos seres de linguagem e mesmo que haja muitos tipos de linguagem, a verbal é por excelência nossa primordial manifestação no mundo. Falamos o tempo todo, sonhando, lendo, murmurando e também quando fazemos silêncio. Então, eu poderia simplesmente dizer: escrevo porque falo e falo porque penso e sinto algo que não pode ficar sem expressão, sem ser manifestado, sem vir à luz. Tem que sair da escuridão da mente para a luz do verbo enunciado e escrito.

    Mas, para não complicar, eu, geralmente, afirmo: escrevo porque não pinto, porque não componho, porque não faço cinema nem teatro. Mas isso, sei bem, nada explica do motivo para escrever poesias. Embora possa citar n poetas da atualidade, inclusive os que já ganharam prêmios e até o nobel, a poesia tem algo de especial, diferente, uma singularidade que se impõe à narrativa corrente dos fatos, do mundo. Poderíamos citar poetas que entraram e saíram de moda, para mostrar a importância da poesia desde séculos, mas a permanência e a pertinência da palavra poética é maior que apenas a palavra falada ou escrita de histórias e fatos. É que a palavra poética é o reflexo do olhar distinto, qualificado, imperioso sobre o real e se estrutura de uma forma que deixa um eco no ar.

    Para Emil Staiger, que se debruçou sobre o fazer poético, exaustivamente, som e imagem são, em sua origem, enigmaticamente uma só coisa, como uma espécie de união em que som e imagem estão ligados e não podem ser dissolvidos. E é essa união indissolúvel entre som e sentido que gera a qualidade artística da poesia lírica. Assim afirmamos que o sentido ou propósito de toda poesia é esse: enunciar poeticamente o que não pode ser enunciado de outra forma e daí que cada texto é único e tão sonoramente diferente.

    Nosso livro trata da memória das coisas e do sujeito, das recordações e, indiretamente, do tempo, já que não podemos dissociar tempo de memórias e recordações. O tempo presente no poema é diferente do tempo épico ainda mais hoje, absorvido nos romances ou escritos de gênero narrativo. Isso ocorre pois a poesia lírica não trata de memórias propriamente, ou seja, de fatos decorridos no passado. A poesia fala das abstrações do humano, mais ligadas ao sujeito que recorda e escreve do que à memória chamada objetiva ou histórica (ou jornalística): é a recordação que importa e como ela se apresenta, inclusive com toda a sonoridade que lhe é específica.

    A maioria das lembranças que se adquire empiricamente, tais como cheiros, gostos, as quais não se arrumam na mente

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