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Capacitar Para Prevenir
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Sobre este e-book
Segundo o Ministério da Saúde, os números de acidentes de trabalho são alarmantes, do ano de 2002 a 2005 registrou-se 1.875.190, destes, 15.293 evoluíram para óbitos e 72.000 com incapacidades permanentes. O Brasil apresenta um caso de acidente a cada 5 minutos. Dados do Ministério da Previdência Social mostram que os profissionais da área da saúde destacam-se entre os mais notificados. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, ocorrem por ano cerca de três milhões de acidentes perfurocortantes com agulhas contaminadas. Estes são responsáveis por 80% a 90% das transmissões de doenças infecciosas. Representando, de acordo com o risco para transmissão, dois milhões de acidentados expostos ao vírus da hepatite B (VHB), 900.000 ao vírus da hepatite C (VHC) e 170.000 ao vírus da imunodeficiência humana (HIV) dentre outros 60 patógenos possíveis de serem transmitidos após exposição a sangue e outros materiais biológicos. Desde o início da epidemia da Aids em 1981, foram publicados em todo o mundo, 103 casos comprovados e 219 casos prováveis de profissionais que adquiriram HIV após exposição a risco biológico. As estimativas internacionais apontam 400 novos casos por ano de transmissão ocupacional para VHB e 1.000 novos casos por ano para VHC. O impacto desses números tem gerado nos profissionais de saúde uma grande preocupação, trazendo: medo, ansiedade e insegurança diante a possibilidade de contaminação com doenças que podem ser fatais e que geralmente trazem as mais diversas reações de preconceito e estigma perante a sociedade. Diante desta problematização, constataram que as manifestações psicossomáticas dos acidentados incluem: medo, preocupação consigo e com o paciente, indiferença e até mesmo quadros mais graves, onde apesar do acompanhamento psiquiátrico o profissional acidentado não consegue inserir-se novamente na sociedade. As consequências não se restringem apenas aos trabalhadores, envolvem a família, superiores e pessoas que fazem parte do convívio social desse trabalhador acidentado, sentimentos que são capazes de alterar toda sua dinâmica familiar e sua integridade moral. Surge o medo da chefia e de perder o emprego, de adoecer, conflitos internos, que muitos trabalhadores desenvolvem relacionados ao sentimento da indecisão em contar ou não o fato à família, a preocupação na possibilidade de transmissão de uma doença infecto contagiosa. Outro sentimento manifestado é a culpa pela ocorrência do acidente. Outras consequências relacionadas aos aspectos psicossociais do profissional acidentado são a ansiedade frente a expectativa dos exames, a necessidade de suporte familiar e até mesmo a reavaliação do desejo de continuar exercendo a profissão. Além disso, há ainda as consequências fisiológicas relacionadas com os efeitos colaterais das profilaxias indicadas e ao acompanhamento clínico laboratorial pós exposição. No tocante as consequências financeiras para a instituição e para o acidentado. Os custos estão relacionados com as profilaxias iniciais e todo o acompanhamento destinado ao trabalhador, gastos estimados de 71 a até 5.000 dólares, de acordo com as normas e rotinas de cada instituição. Os acidentes geram custos hospitalares, indenizações, afastamentos temporários ou permanentes e aumento da taxa de absenteísmo. Importante ressaltar que embora o acidente por material biológico, ao longo do tempo, seja causador de agravos a saúde e até mesmo a morte, tanto o acidentado, quanto a instituição os menosprezam. Um estudo publicado em 2004 revelou que 80% dos profissionais que já se acidentaram não comunicaram a ocorrência e por consequência não receberam orientações e acompanhamento clinico - laboratorial. A subnotificação de acidentes tem sido alvo de estudos de vários pesquisadores, um deles revelou um índice de 91,9%, destes 34,4% representavam os acidentes perfurocortantes. Ademais, em outro estudo se observou que dos trabalhadores que eram encaminhados para avaliação especializada, apenas
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