Discover millions of ebooks, audiobooks, and so much more with a free trial

Only $11.99/month after trial. Cancel anytime.

Mario Suzyki
Mario Suzyki
Mario Suzyki
Ebook235 pages2 hours

Mario Suzyki

Rating: 0 out of 5 stars

()

Read preview

About this ebook

Esta obra retrata um tema muito falado hoje em dia, o “Bullying”. Um tipo de violência que o ser humano sofre desde os primórdios. E que agora, finalmente ganha um nome. Não importa a época! Através dos tempos ele vem traumatizando, criando feridas e até destruindo vidas. Acredite ou não, ainda temos a sorte de encontrar amigos verdadeiros que podem nos ajudar nesses momentos difíceis. E até mesmo, mudar o rumo da nossa história. Kabuki é um gênero teatral japonês no qual os atores se apresentam com roupas espalhafatosas e rostos pintados. O espetáculo conta com um palco rotativo e alçapões, através dos quais os personagens aparecem e desaparecem como num passe de mágica. Ambientado nesse clima de mistério oriental, “Kabuki” desvenda a existência lendária das gigantescas águias que arrebatavam carneiros dos pastos. Como pano de fundo, retrata a saga de Faísca, um rapaz talentoso que sonhava em espalhar sua música pelos quatro cantos do mundo. Sem que ele esperasse, um velho amigo retorna do Japão quase dez anos depois. Irreconhecível, este se dispõe a ajudá-lo em sua jornada rumo ao sucesso. Para tanto, eles contarão com a ajuda de Roque. Um jovem cuja genialidade impedia de acreditar nos fenômenos inexplicáveis que os amigos diziam testemunhar. Juntos, os três compartilham experiências intensas. Redescobrem antigas sensações. E se arriscam para viver uma aventura inesquecível.
LanguagePortuguês
Release dateJun 16, 2020
Mario Suzyki

Related to Mario Suzyki

Related ebooks

General Fiction For You

View More

Related articles

Related categories

Reviews for Mario Suzyki

Rating: 0 out of 5 stars
0 ratings

0 ratings0 reviews

What did you think?

Tap to rate

Review must be at least 10 words

    Book preview

    Mario Suzyki - Thomas Huang

    Kabuki

    Copyright©2020 by Thomas Huang Diagramação: Enoque Ferreira Cardozo

    (Trupe serviços editoriais Freelancer -

    http://trupeservicoseditoriais.blogspot.com.br/)

    Org. Filos. Projetando Pensamentos

    HUANG, Thomas.

    Mario Suzyki e a Erva do Mal – 1ª ed – Cerqueira César/SP. Ed. Filos. Projetando Pensamentos (EFPP), 2020.

    210 p.: il.

    ISBN: 978-65-87128-20-7

    1. Romance.

    LIVRO BRASILEIRO. I Título

    FORMATO: A5 14x21

    Impresso pela RENOVAGRAF (www.renovagraf.com.br) – 2020.

    Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio.

    Lei Nº 9.610 de 19/02/1998 (Lei dos direitos autorais).

    2020. Escrito e produzido no Brasil.

    Este livro é dedicado às pessoas guerreiras como a minha mãe. A um povo que luta contra as adversidades da vida sem demonstrar fraqueza.

    À minha família e aos poucos que acreditaram em mim.

    Àqueles que andam sem abaixar a cabeça no meio da tempestade, mesmo que os raios cortem os céus ameaçadoramente.

    ***

    Ao Senhor Jesus Cristo de Nazaré, Jeová o Senhor dos Exércitos, Espírito Santo de Deus, Dalva Maria Novais Watarai, Kimito Watarai, Franciele Akemi Novais Watarai, Pastor Videlmacir Pereira dos Santos, Akemi Takahashi, Jairo Lima, Diego Xavier Maximo, Rose Mary Rosa, Ismael e Luan.

    S U M Á R I O

    APRESENTAÇÃO ............................................................. 09

    Dança das sombras ............................................................................... 11

    Ervas do mal ......................................................................................... 20

    Apresentações ........................................................................................ 34

    A criatura ................................................................................................ 38

    Os três juramentos ................................................................................ 42

    O primeiro juramento .......................................................................... 49

    O segundo juramento........................................................................... 62

    Briga de cachorro grande .................................................................... 81

    A revolta de faísca ................................................................................. 84

    Cogumelos Mágicos.............................................................................. 94

    Alucinados ........................................................................................... 123

    Ventania ............................................................................................... 135

    O artefato ............................................................................................ 142

    Erva do sono ...................................................................................... 155

    O Ninho das águias ........................................................................... 167

    O último Kabuki ................................................................................ 188

    O terceiro juramento ......................................................................... 195

    Canção da despedida ......................................................................... 203

    Final ...................................................................................................... 207

    8

    APRESENTAÇÃO

    Esta obra retrata um tema muito falado hoje em dia, o

    ―Bullying‖.

    Um tipo de violência que o ser humano sofre desde os primórdios. E que agora, finalmente ganha um nome.

    Não importa a época! Através dos tempos ele vem traumatizando, criando feridas e até destruindo vidas.

    Acredite ou não, ainda temos a sorte de encontrar amigos verdadeiros que podem nos ajudar nesses momentos difíceis. E até mesmo, mudar o rumo da nossa história.

    Kabuki é um gênero teatral japonês no qual os atores se apresentam com roupas espalhafatosas e rostos pintados.

    O espetáculo conta com um palco rotativo e alçapões, através dos quais os personagens aparecem e desaparecem como num passe de mágica.

    Ambientado nesse clima de mistério oriental, ― Kabuki

    desvenda a existência lendária das gigantescas águias que arrebatavam carneiros dos pastos.

    Como pano de fundo, retrata a saga de Faísca, um rapaz talentoso que sonhava em espalhar sua música pelos quatro cantos do mundo.

    Sem que ele esperasse, um velho amigo retorna do Japão quase dez anos depois. Irreconhecível, este se dispõe a ajudá-lo em sua jornada rumo ao sucesso.

    Para tanto, eles contarão com a ajuda de Roque. Um jovem cuja genialidade impedia de acreditar nos fenômenos inexplicáveis que os amigos diziam testemunhar.

    Juntos, os três compartilham experiências intensas.

    Redescobrem antigas sensações. E se arriscam para viver uma aventura inesquecível.

    Thomas Huang

    10

    MARIO SUZYKI E A ERVA DO MAL

    DANÇA DAS SOMBRAS

    Era quase meia noite quando Faísca voltava da casa de Roque em sua bicicleta.

    Ao dobrar a curva mais fechada do trajeto, avistou a traseira inconfundível do jipe de Carlos parado embaixo da velha ponte. Perto deles, velas de cores sombrias iluminavam as extremidades de um grande pentagrama desenhado em volta de um dos pilares de sustentação.

    Carlos, Mauro e Moisés estavam tão concentrados na maldade que não o ouviram chegando por trás.

    Antes que se virassem, no momento exato, Faísca entra num braço de terra batida.

    Encoberto pela escuridão ele deita a bicicleta no mato e ali espera os três irem embora.

    As velas resistiam à ação do vento como se estivessem possuídas. Este estranho fenômeno indicava que a cerimônia deveria começar.

    Enrolado num cobertor rasgado, um mendigo dormia despreocupadamente na base do pilar.

    Em torno dele, os três se puseram a pronunciar palavras de uma língua morta há vários séculos.

    Num dado momento, suas vozes se fundiram produzindo uma frequência que derrubou morcegos em pleno voo.

    Sentindo satisfação com a morte dos animais, Moisés se posicionou na ponta de cima da estrela.

    Sorrindo, Carlos e Mauro dirigiram-se para as extremidades inferiores do desenho.

    Simultaneamente os três tomam os jarros de argila que se encontravam próximos das velas e despejam gasolina sobre o mendigo que mal teve tempo de acordar para ver Moisés lançar aquele maldito fósforo.

    11

    Thomas Huang

    A pequena tocha, guiada por uma força sobrenatural, ziguezagueou pelo ar feito uma serpente, atingindo-o diretamente no rosto.

    Imediatamente o fogo se espalha encobrindo todo o corpo.

    As labaredas alcançavam mais de dois metros, consumindo o homem que desesperado rolou pelo chão na tentativa de extinguir as chamas.

    Gritos de agonia rasgam o silêncio da madrugada, iluminada com pedaços de tecido e pele flamejantes que saltavam para várias direções.

    Numa luta desesperada para sobreviver, ele corre para o pasto do outro lado da rua e se atira no charco.

    Mas antes que seu corpo tocasse a superfície fria da água, em plena queda seu coração para de bater.

    Logo que o fogo lhe consome a vida, uma nuvem negra se levanta do centro pentagrama envolvendo seus assassinos na forma de um grande dragão chinês.

    A névoa se moveu velozmente em volta deles e desapareceu penetrando em suas narinas.

    Ao abrir os olhos, a expressão dos três era demoníaca.

    Temendo serem vistos, eles imediatamente entram no carro e saem em disparada.

    — Jamais contem comigo para outro ritual num lugar público como este. — disse Carlos, transpirando de medo.

    — Nem comigo. — concordou Moisés — Para os outros, a obrigação que acabamos de cumprir não passa de um crime hediondo, um assassinato! Se alguém nos visse tocando fogo naquele homem, estaríamos encrencados.

    — Por que esse tom de preocupação? — tranquilizou Mauro — A recompensa que recebemos superou tanto minhas expectativas que ainda sinto as energias fluindo dentro de mim.

    Valeu à pena correr esse risco! Mas lembrem-se! O grande poder 12

    MARIO SUZYKI E A ERVA DO MAL

    que os espíritos nos concederam só poderá ser usado uma única vez. Portanto, procurem invocá-lo quando for realmente necessário.

    Enquanto eles conversavam, Faísca recuperava as forças.

    Estava tão apavorado que suas pernas não lhe obedeciam.

    O único movimento que se via em seu rosto era os das lagrimas escorrendo.

    Com muito esforço, ele consegue montar na bicicleta e descer a ladeira de volta ao sítio de Roque.

    — Alguém! Por favor! — gritou ele.

    Não obtendo resposta, o rapaz insiste pela segunda vez.

    Enquanto retomava o fôlego, o mastim se aproveita de seu momento de distração para investir violentamente contra ele.

    Metendo o focinho por uma das frestas da porteira, o animal abocanha o bolso de sua camisa e por pouco não lhe arranca o mamilo.

    Imediatamente, os latidos tiram o pai de Roque da cama.

    Que vestindo um quimono, sai pelos fundos com a espingarda em punho.

    — Sou eu, senhor Kenzo, Faísca!

    — O que te trouxe aqui essa hora meu filho? — perguntou arregalando os pequenos olho.

    — Acabaram de matar um homem na estrada. Eu vi tudo!

    — respondeu Faísca.

    Prontamente, Kenzo toma o cachorro pela coleira e o arrasta para o canil.

    Ao passar pelo avarandado, ordena que alguém abra a porteira e deixe o moço entrar.

    13

    Thomas Huang

    Imediatamente Yume acata sua ordem.

    De bom grado, Faísca a acompanha, mas seu coração magoado não lhe permitia dirigir sequer um olhar para ela.

    Ao entrar na sala, os dois se deparam com Roque esfregando os olhos.

    — Qual o motivo de toda essa agitação? — indagou sonolento.

    Assustada, D. Kassumi se levanta para averiguar e dá de cara com o marido que retornava do canil.

    Vendo todos presentes, Faísca põe-se a relatar o ritual macabro que acabava de presenciar.

    Enquanto ouvia, Kenzo julgava a filha com um olhar reprovador.

    Ele jamais concordou com o plano suicida que a moça executava sem o conhecimento do rapaz que se encontrava angustiado à sua frente, mesmo que fosse para ajudá-lo.

    Enrolando uma fina mecha de cabelos com o indicador ela fingia não perceber. E pela expressão apática de seu rosto, demonstrava não acreditar nas palavras emocionadas de seu antigo namorado.

    Depois de ouvir toda a história, o chefe da casa telefona para polícia. Mas, somente uma hora depois, uma viatura chega trazendo dois policiais.

    Afirmando terem estado no local apontado, eles alegaram nada terem encontrado, senão, restos de um estranho feitiço.

    Confusos, eles pediram que Faísca indicasse pessoalmente o lugar onde disse ter visto o corpo.

    Chegando onde tudo aconteceu, o jovem sai do carro reconstituindo a queda dos morcegos que, misteriosamente haviam desaparecido.

    14

    MARIO SUZYKI E A ERVA DO MAL

    À procura de uma explicação plausível, seus olhos percorrem cada metro daquele chão poeirento.

    Convencidos de que a história não passava de uma alucinação gerada pelo uso de narcóticos, os oficiais ameaçam prendê-lo por falso testemunho.

    Neste momento, na testa do senhor Kenzo, as sobrancelhas levantadas desenharam uma grossa linha de dúvida.

    A ausência dos animais alimentava-lhe a certeza de que o amigo de seu filho havia sofrido um surto psicótico.

    Pensar na possibilidade de ter se deslocado de casa para acompanhar os delírios de um louco, fez a expressão amigável de seu rosto endurecer.

    Sem ter o que dizer, Faísca se vê abandonado por suas próprias palavras.

    Neste instante, fragmentos de capim queimado caem sobre seu nariz, direcionando seu olhar para o outro lado da estrada, onde pequenos focos luminosos destacavam-se na escuridão do brejo. Longe da umidade, frutos e espinhos ardiam na copa de uma paineira1.

    As labaredas do corpo do mendigo haviam causado um incêndio que queimou toda a vegetação por onde passou.

    Observando a destruição, o olho verde de Faísca refletia a imagem feito um espelho. Enquanto o azul lacrimejava assistindo cenas do futuro amargo que esperava por ele.

    Em segundos ele viveu por antecipação os próximos capítulos de sua vida. O suficiente para que jamais desejasse ter nascido.

    Ali, pela primeira vez, ele teve o poder de decidir se continuaria a viver na tranquilidade de seu exílio ou se adicionaria algo àquele sofrimento que já era penoso de suportar.

    1 Espécie de árvore coberta de espinhos.

    15

    Thomas Huang

    Tudo o que ele mais desejava na vida era um pouco de paz.

    No entanto, impressionando a si mesmo, ele escolhe seguir seus princípios.

    — Aposto meu pé direito que o corpo está debaixo daqueles pontos vermelhos. — afirmou convicto.

    — Então a testemunha vai entrar para averiguar. — disse o policial mais experiente — A gente só vai pisar nessa lama depois que você encontrar o ―churrasco‖.

    Kenzo reprova a maneira desumana com que o oficial se refere ao cadáver.

    Sentindo uma fé sobrenatural fluir de Faísca, ele põe a mão sobre o ombro dele e sussurra:

    — Eu acredito em você, meu filho! Vamos fazer esses palhaços sujarem as botas.

    — Já que os companheiros vão ficar apenas assistindo, por que um de vocês não vai até a viatura apanhar duas lanternas pra facilitar nosso serviço? — cobrou atrevidamente.

    A atitude do cidadão deixa a dupla estática.

    Sentindo-se intimidado, o mais velho sinaliza para que o outro atenda ao pedido.

    Vendo os dois agirem de forma tão desastrada, Faísca sorri enxugando as lágrimas.

    Para chegar até os pontos vermelhos, ele e Kenzo precisavam atravessar o pequeno lago aonde o gado saciava a sede durante o dia. Pois, mesmo queimados, os espinheiros que cresciam nas margens poderiam feri-los.

    Então, com a água fria acima dos joelhos eles se aventuram pelo pântano.

    16

    MARIO SUZYKI E A ERVA DO MAL

    A lama do fundo prendia seus pés. E o constante medo de pisar em uma cobra tornava as passadas mais imprecisas.

    Kenzo tinha a impressão de que a qualquer momento um enorme jacaré surgiria para devorá-lo.

    De repente uma coruja branca atravessa a claridade das lanternas.

    — Outro susto igual a esse e você terá que tirar mais um dessa pocilga, meu rapaz! — desabafou com uma das mãos sobre o peito.

    Quando ele termina de falar, o pássaro pousa sobre o corpo que boiava junto à margem, embaixo da árvore mencionada por Faísca.

    — Como um homem pode fazer isso com outro? —

    perguntou-se admirando o rosto desfigurado do morto.

    O cadáver era a própria face da morte. Em seu rosto não haviam traços a serem reconhecidos. Somente uma fina camada de pele queimada grudada nos ossos do crânio.

    Até aquele momento, os dois jamais tinham visto cena tão assustadora.

    Sem demora, eles acenam para os policiais, que após sujarem as botas para confirmar a informação acionaram os bombeiros através do rádio.

    Enquanto os combatentes do fogo se dirigiam para a cena do crime, na central, um contato passava a informação para a imprensa.

    Bombardeando Faísca com perguntas redundantes, os repórteres chegaram artes de todos, fazendo-o se arrepender de ter seguido seu senso de justiça.

    17

    Thomas Huang

    Seguindo o rastro da informação, no dia seguinte, mais deles invadem a cidade e reviram sua vida pelo avesso.

    E logo que descobrem a história que fez com que todos o rejeitassem, sem nenhum pudor, a levam ao conhecimento de toda a nação.

    Assim, estampada nas primeiras páginas dos jornais, a história do bananal, novamente, se tornava objeto de escárnio nas rodas de conversa.

    Naquela noite, o país inteiro parou para assistir a entrevista que os acusados deram aos principais noticiários para contar o caso.

    Aos risos, as pessoas se questionavam se a testemunha estaria acusando os dois para se vingar de uma rixa do passado.

    Na sequência da reportagem, Faísca aparecia num desabafo emocionado, desmentindo a história.

    — Pode ser que assim como a minha cidade, todo o país prefira acreditar no que eles contam. Afinal a

    Enjoying the preview?
    Page 1 of 1