Aproveite milhões de e-books, audiolivros, revistas e muito mais, com uma avaliação gratuita

Apenas $11.99 por mês após o período de teste gratuito. Cancele quando quiser.

Rogério Duprat: Arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista
Rogério Duprat: Arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista
Rogério Duprat: Arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista
E-book376 páginas5 horas

Rogério Duprat: Arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Violoncelista, compositor de vanguarda, criador de trilhas sonoras para o cinema e arranjador, Rogério Duprat foi um nome fundamental para a música brasileira, especialmente na elaboração de uma linguagem e de uma estética sonora para o movimento tropicalista no final da década de 1960. Seus arranjos, incorporando elementos musicais e de sonoplastia, ajudaram a ampliar os sentidos das composições e até mesmo o modo de ouvir e perceber as canções da época, que hoje soam atuais.
O trabalho de Jonas Soares Lana parte desse personagem emblemático para fazer uma costura entre música, história e antropologia, e joga novas luzes (e sons) sobre a trajetória de Duprat e sobre a proposta estética tropicalista, nos oferecendo uma verdadeira revolução musical que iria influenciar as novas gerações de maneira significativa. Sua importância é aqui muito bem delineada, seja oferecendo uma oportuna reconstituição biográfica de Duprat, seja discutindo a importância e a relevância dos arranjos nas composições tropicalistas, sem os quais muito se perderia.
Uma das características marcantes do livro são as entrevistas realizadas com diversos nomes importantes dos bastidores do movimento, como o "quarto mutante" Claudio Cesar Dias Baptista, cujo trabalho ajudou a moldar a sonoridade do grupo Os Mutantes e de discos como Tropicalia ou Panis et Circencis. As minuciosas análises dos arranjos de Duprat para canções como "Não identificado", de Caetano Veloso (na gravação de Gal Costa), da clássica "Chão de estrelas", de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, na gravação dos Mutantes, e de "Marginália II", de Gilberto Gil e Torquato Neto, ajudam a compreender melhor o efeito e o papel dos arranjos e dos recursos utilizados por Duprat para essa sonoplastia inovadora, muitos dos quais empregados na música de cinema de então.
IdiomaPortuguês
Editora7Letras
Data de lançamento13 de set. de 2022
ISBN9786559053537
Rogério Duprat: Arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista
Ler a amostra

Relacionado a Rogério Duprat

Ebooks relacionados

Artigos relacionados

Avaliações de Rogério Duprat

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Rogério Duprat - Jonas Soares Lana

    Rogerio_Duprat_capa_epub.jpg

    Sumário

    Apresentação

    Introdução

    capítulo 1

    Rogério Duprat em movimento

    capítulo 2

    Interseções: Rogério Duprat, Música Nova e poesia concreta

    capítulo 3

    Música Nova, poesia concreta e tropicalismo musical

    capítulo 4

    Arranjador, arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista

    capítulo 5

    Os arranjos de Rogério Duprat e a sonoplastia tropicalista

    capítulo 6

    Análise de gravações e arranjos

    Considerações finais

    Referências bibliográficas

    Glossário

    anexos

    Manifesto Música Nova

    Em torno do pronunciamento

    Agradecimentos

    Apresentação

    Valter Sinder

    A exemplo de outros músicos de sua geração, Rogério Duprat, violoncelista, compositor, regente e arranjador, transitou entre a música contemporânea e a canção popular com desenvoltura, produzindo um encontro original e muitas vezes polêmico entre elas. Nascido no Rio de Janeiro em 1932, participou de dois grandes movimentos culturais brasileiros: a vanguarda musical erudita, que tem como marco a publicação, em 1963, do Manifesto Música Nova, e o Tropicalismo, que desponta em 1969, com o lançamento do disco Tropicália ou Panis et Circenses, destaque nesta trajetória tão singular.

    Sua obra e trajetória foram temas de diversos estudos realizados nas ciências sociais, literatura, história e musicologia que – em linhas gerais – tendem a concordar que os arranjos de Duprat adensam os significados culturais, políticos e sociais das canções, em especial das canções tropicalistas.

    Podemos dizer que esses estudos enfatizam duas grandes linhas de ação: por um lado, os estudos realizados pelos cientistas sociais, críticos literários e historiadores enfatizam o estudo dos sentidos culturais, sociais e políticos da arranjos de Duprat e de sua participação no círculo tropicalista, priorizando as conotações musicais dos arranjos a partir da observação do diálogo estabelecido por eles com a palavra cantada das canções e com o contexto histórico. Por outro lado, os musicólogos (principalmente desde o final dos anos 1990) focalizam principalmente a produção de Duprat – mediante análises que priorizam os aspectos harmônicos, rítmicos e formais dos seus arranjos. Ambas perspectivas têm contribuído para iluminar e destacar aspectos originais e singulares da produção de Duprat.

    Nesse sentido, em constante diálogo com os estudos já realizados e apoiado em métodos de pesquisas e referenciais teóricos destas, Jonas Soares Lana nos oferece um livro que renova o debate, ao conciliar ambas as perspectivas, lançando novas luzes na história de vida e obra de Rogério Duprat.

    Apresentada inicialmente como tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC-Rio em 2013, Rogério Duprat, arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista nos proporciona uma reflexão sobre temas fundamentais das ciências humanas e sociais, tendo como fio condutor o personagem Rogério Duprat em diálogo com sua trajetória, encontros, arranjos e narrativas.

    O estudo desenvolvido por Jonas Lana está ancorado em sua formação em música, história e antropologia, bagagem que possibilita um olhar atento tanto para o texto musical como para a articulação destes com os contextos que o enredam, possibilitando a emergência de novos significados nos/dos arranjos de Duprat e sua participação como principal arranjador do/no círculo musical tropicalista – composto por Caetano Veloso, Gilbeto Gil, Tom Zé, Torquato Neto, Capinam, Nara Leão e a banda Os Mutantes – círculo responsável por importantes transformações nos modos de compor, interpretar e ouvir canções no Brasil no final dos anos 1960.

    Nesse sentido, a apresentação e o estudo do contexto, a discussão sobre a natureza do arranjo e sua articulação formal com as palavras cantadas vão sendo trazidas, ao mesmo tempo, que entrevistas com participantes do círculo musical tropicalista. A tessitura que se cria entre estes elementos emerge como fundamental para o entendimento da posição assumida por Duprat neste círculo colaborativo, e serve para iluminar sua trajetória como violoncelista, músico de vanguarda, de trilhas sonoras de cinema, de jingles e de arranjos orquestrais. Diante dessas articulações, a grande participação de Duprat, não apenas como aquele que possuía a virtuosidade técnica de um artesão e a competência teórica e prática de um estudioso das diversas técnicas musicais, vai se demonstrando através de seus arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista.

    Ilustrando essas singularidades, Jonas Lana nos brinda com a análise de três gravações tropicalistas (Não identificado, Chão de estrelas e Marginália II) com arranjos de Duprat, onde a riqueza da articulação formal entre as palavras cantadas e os arranjos se faz presente, iluminando a riquez