O Verdadeiro Código De Vida: Jesus Cristo
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O Verdadeiro Código De Vida - Saluar Antonio Magni
1
SUMÁRIO
PRÓLOGO-.....................................................................................................................5
I-INTRODUÇÃO- .........................................................................................................7
II- CRÍTICA DO CÓDIGO DA VINCI-................................................................19
III- PROPOSTA DE JUSTIFICATIVA ÀS CRÍTICAS DO CÓDIGO DA
VINCI-.............................................................................................................................25
IV-METODOLOGIA
DE
ESTUDO
CONTEMPLATIVO
E
MEDITATIVO-........................................................................................................... 30
V-ENCONTRO COM O CRIADOR-......................................................................35
VI-QUAL É O PLANO DE DEUS PARA NÓS?-............................................... 48
VII-COMO DISCERNIR OS NOSSOS SENTIMENTOS NO CAMINHO
PARA A ETERNIDADE?- ........................................................................................51
VIII-O PECADO COMO REALIDADE QUE NOS DESVIA DO
CAMINHO PARA DEUS- .........................................................................................58
IX-CONTEMPLANDO A VIDA DE JESUS- ......................................................87
X-FAZER-SE DISCÍPULO DE JESUS CRISTO..................................................93
XI-O AMOR DE DEUS SE ENCARNA- ............................................................. 95
XII-JESUS FOI CONCEBIDO DE FORMA SOBRENATURAL- .................98
XIII- INFÂNCIA E VIDA OCULTA DE JESUS- .............................................103
XIV- VIDA PÚBLICA DE JESUS-.........................................................................107
XV- ESCUTAR O CHAMADO DE JESUS PARA A VOCAÇÃO
FUNDAMENTAL- ...................................................................................................117
XVI- CONFIRMAÇÃO DA ELEIÇÃO OU PROJETO DE VIDA- ............140
CONCLUSÃO- ...........................................................................................................177
BIBLIOGRAFIA- ......................................................................................................179
2
AGRADECIMENTO
Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo
e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranqüilidade
para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também
ao Padre Adroaldo, SJ, que me permitiu utilizar toda experiência dos retiros,
contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais
de 30 dias em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. À
Márcia, à Irmã Fátima e a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade
Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e
especialmente afetivo, da metodologia Inaciana.
3
PRÓLOGO
"É impossível que não venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora
que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer
tropeçar a um destes pequeninos." (Lucas 17, 1-2)
A palavra escândalo
no grego é skándalon
(de onde se derivou a
palavra portuguesa escândalo) e significa tropeço ou armadilha, símbolo daquilo
que incita ao pecado ou à perda da fé. Escândalo é todo ensino, palavra, obra ou
omissão que incita o outro a pecar.
O tema deste livro é uma crítica ao código Da Vinci, de Dan Brown.
Mas não uma simples crítica ao escândalo de perda da fé, que o autor pode ter
causado a pessoas que tenham lido o livro.
O que pretendo neste livro, ou podemos até chamá-lo de um compêndio
de discernimento da fé, é uma crítica construtiva. Não simplesmente citar o
ensino, palavra ou objeto do escândalo, mas apontar um caminho de
aprofundamento na fé, pois se possuo maturidade na minha fé, tudo eu posso
ler, analisar ou verificar, e nada abala meu amor por Deus Pai, pelo seu Filho
Jesus Cristo e o amor que os une e se derrama sobre nós, o Espírito Santo. Mas
aos pequeninos, aos que ainda tem fé um tanto infantil, da primeira comunhão,
como são, infelizmente, a maioria de nós católicos do Brasil, colocações como a
do Código Da Vinci afeta e escandaliza!
Procuraremos na primeira parte do livro, apresentar alguns pontos em
que o código Da Vinci escandaliza, apresentando críticas de diversas pessoas,
captadas na mídia. Bem como, faremos um Desagravo à pessoa de Jesus Cristo e
de Santa Maria Madalena, seriamente ofendidos pela visão conflitivas de suas
vidas apresentada por Dan Brown em seu livro.
Na segunda parte procuraremos apresentar o verdadeiro Plano de Deus
para cada ser humano, desmistificando o paradoxo: pode o homem arrogar-se o
poder de manipular e captar Deus, como se fosse mais um objeto do seu
mundo? Certamente, santo Agostinho parece negá-lo, quando falando ao Senhor
diz: "Vós procurais aqueles que escapam de vós e escapais daqueles que vos
procuram". Encontramo-nos perante um paradoxo cristão clássico: conquistar a
Deus é deixar-se conquistar por Ele, é descobrir o caminho pelo qual Ele vem ao
nosso encontro e deixar-nos alcançar por Ele.
Meditar e contemplar a misericórdia de Deus Pai através de uma
metodologia de discernimento espiritual para, de algum modo, conhecer e sentir
as várias moções que se produzem na alma.
Descobrir afetivamente a sua misericórdia, que é incomensurável e se faz
presente dentro da Justiça Divina, que é Ele mesmo, perdoando-nos quando
contritos, arrependidos e suplicantes, reconhecemos os nossos erros e buscamos
a Sua paternal proteção.
4
Assim, podemos procurar viver dentro de um padrão que seja
harmonioso não só com as Leis e a Justiça dos Homens, mas primordialmente
que esteja conforme com a Justiça e o Amor de Deus, porque só assim
conseguiremos a ajuda Divina imprescindível ao nosso bem-estar, e à nossa vida.
E demonstramos o nosso Amor a Deus, cultivando atitudes e
manifestações, que sejam condizentes com o nosso espírito cristão e, portanto,
são válidos todos os nossos atos, desde os menores aos mais brilhantes e
heróicos.
Na terceira parte do livro, procuraremos levá-lo a um encontro com
Jesus Cristo, através da contemplação de sua vida, utilizando uma metodologia
de discernimento espiritual, através de exercícios de meditações e contemplações
baseados em Santo Inácio de Loyola e seus Exercícios Espirituais.
Você descobrirá através da contemplação, que a pessoa, por si mesma,
não pode fazer absolutamente nada na ordem sobrenatural
. Tudo,
absolutamente tudo, vem de Deus. É dom gratuito de Deus. Todo progresso
espiritual depende da graça: "Se alguém disser que a graça de Deus pode ser dada
segundo a vontade humana e não é a graça mesma que nos faz pedir, contradiz o
Apóstolo, que diz: O que tens que não recebeste?" (Rm 10,20).
Poderemos verificar no desenrolar das contemplações e exercícios, que o
papel da pessoa na comunicação com Deus consiste em uma cooperação
dispositiva, em um não-pôr-obstáculos à atuação da graça.
Veremos também que, da parte da pessoa, porém essa cooperação
significa muito. Exige trabalho dedicado, abnegação, sacrifícios, disciplina
contínua, penitências... Em tudo, se deixando motivar e mover pelos afetos
interiores de consolação espiritual.
É preciso que aconteça a morte do eu egoísta
e uma abertura total
para Deus. Com certeza, se você seguir com amor e carinho as nossas
orientações para que possas: buscar e encontrar a vontade divina
: esta será a
finalidade última deste livro.
Para isto deve ser orientada toda a vida, seja quanto ao modo de abraçar
o que diz respeito à vocação comum a todos os batizados, ou quanto ao que é
específico para cada pessoa.
5
I-INTRODUÇÃO
Na época do lançamento do livro Código Da Vinci, minha filha falou-me
sobre um tal best-sellers, O Código Da Vinci, em destaque na lista do New York
Times, que estava cativando a atenção de milhões de leitores, motivou um
programa especial no horário nobre na ABC News e está para ser lançado como
um importante filme de Hollywood.
Minha filha estava só iniciando a leitura, e até me ofereceu o livro para
que eu lesse. Como que por coincidência, ou melhor, providência Divina,
naquele dia eu liguei a tv na canção nova e ouvi o Padre Leo, da comunidade
Bethânia, em uma pregação, falar sobre os absurdos que estavam contidos
naquele livro.
Conversei com minha filha sobre o livro, mas ela estava iluminada por
ser aquele um best-seller, lido por milhares de pessoas! Sinto que não consegui
convencê-la a não lê-lo. Mas fiquei com aquele livro em minha cabeça,
especialmente num retiro que fiz em Itaici, no CEI, que é um centro inaciano de
espiritualidade. Estando lá comentei sobre o livro com meu orientador espiritual
o Padre Adroaldo, SJ e minha acompanhante a Márcia, que me aconselharam a
ler o referido best seller com um olhar crítico cristão. Assim o fiz.
O livro prende o leitor com uma história excitante de aventura e intriga,
fazendo-o acompanhar seus personagens numa louca incursão pela Europa à
medida que procura indícios da verdadeira identidade de Jesus Cristo. Estas
excêntricas suposições misturam-se com a realidade e com pesquisas mal feitas.
Este romance de ficção faz parte de um gênero que apresenta um raivoso clichê
do catolicismo como um vilão.
Mas francamente, eu pessoalmente, como livro de ficção ou romance
não gostei, ele mistura realidade e ficção, como um filme baseado em fatos reais,
e lança conjecturas sem fundamento sobre o catolicismo. Confesso que senti
indignação e repugnância pelas inverdades ali contidas, e especialmente, pelos
motivos fúteis pelo qual o autor e as editoras publicam um livro como este:
busca de dinheiro e fama! Lembrei-me de uma passagem da primeira carta de
São Paulo aos Coríntios, 1Cor 9, 24-27, em que ele nos adverte de não
buscarmos a coroa corruptível, referindo-se aos atletas que gastam esforços e
energias extremas com o intuito de fama e muito dinheiro. Nos exorta a usarmos
nossas energias para ganharmos a coroa incorruptível, isso é, a vida eterna. Nesse
momento eu me senti consolado, pois tenho gastado muito esforço, até dor, pois
estou com LER, uma lesão no nervo do braço, que me dói muito quando
escrevo, mas assim mesmo, dedico a maior parte de meu tempo escrevendo, pois
foi a maneira que Deus tem-me convocado a evangelizar. Sinto a verdadeira
consolação, pois sei e sinto que faço isso em defesa do evangelho, não viso
ganhos materiais, nem fama, mas só levar a verdade de Jesus Cristo, que tenho
procurado viver e tem me trazido uma felicidade verdadeira, juntamente com
minha querida esposa.
6
Mas sinto não ser só eu a me indignar com este livro, pois buscando na
mídia opiniões à respeito dele, tenho visto que o mundo se indignou, cito
algumas fontes importantes no mundo a confirmarem os meus sentimentos:
"Este livro é, sem dúvida, o mais tolo, inexato, mal-informado,
estereotipado, desarrumado e popularesco exemplar de pulp-fiction que eu já li."
O cortante comentário do crítico do The Times, Peter Millar, ao livro "O Código
da Vinci", não foi uma nota dissonante no conjunto das avaliações do best seller
do norte -americano Dam Brown. Outros críticos espalhados pelo mundo
corroboraram o Times e acrescentaram epítetos semelhantes: "Um livro
oportunista e pueril" ( El Mundo); Um insulto à inteligência
( The New York
Times); Uma estória disfarçada de História
( Catholic News Service); "De um estilo
espantosamente banal, pretensiosa, fanático" ( Our Sunday Visitor); "Uma
mixórdia de narrativas imaginosas" ( Weekly Standart); "Erros crassos que só não
chocam um leitor muito ingênuo" (New York Daily News); e assim por diante.
Embora a conspiração e o ódio ao catolicismo impregne todo o livro de
Dan Brown, nenhuma parte da Igreja recebe mais ataques que o Opus Dei, que
iremos explicar mais à frente.
Os erros grosseiros contidos no livro Código Da Vinci só podem causar
um sentimento de indignação a um leitor que conheça um pouco do assunto.
Para muitos deve parecer estranho um leigo querer fazer uma crítica a
um outro livro, especialmente um Best sellers
como o Código Da Vinci,
usando a vida de Jesus contida nos Evangelhos e sua profetização no Antigo
Testamento, como base de prova da Divindade de Jesus Cristo. E ainda, estariam
contidas neste livro, as contemplações que fiz do Apocalipse de São João, mas
que por terem ficado muito extensas resolvi editar mais um livro, mas que são
uma seqüência deste: Contemplando a Revelação de Jesus Cristo a São João.
Quero iniciar este livro de crítica, oração, contemplação e meditação,
com esta oração de uma campanha de evangelização de uns anos atrás, que
muito me tocou e me tem feito trabalhar pelo reino de Deus:
"Ó Pai, enviastes Jesus, vosso Filho e nosso irmão, para nos libertar do
pecado e de todo tipo de escravidão".
Ao celebrarmos o Jubileu dos Dois Mil Anos da vinda do Redentor,
feito homem, e dos Quinhentos Anos da chegada do Evangelho ao Brasil,
ajudai-nos a abrir as portas ao Redentor!
Queremos escutar sua voz Ele nos envia em missão, para o anúncio da
Boa-Nova, promovendo a justiça e a paz.
Amamos a Igreja e, com ela colaboramos na missão de evangelizar a
sociedade, implantando os valores do Vosso Reino, com a ajuda do Espírito
Santo. Ele nos estimula a seguir os passos de Jesus, a exemplo de Maria,
servindo, com nossos dons espirituais e materiais, à causa do vosso amor.
Aceitai nossa oferta, e multiplicai em nós Senhor, os frutos da vossa
salvação. Amém!
7
II- CRÍTICA DO CÓDIGO DA VINCI
O Código Da Vinci tem pretensões de ser um livro culto e verdadeiro,
pois no início, o autor cita uma respeitável série de bibliotecas, museus e outras
instituições, onde teria efetuado suas pesquisas. Mas, comete erros históricos
graves e afirma verdades históricas totalmente sem comprovação e com
afirmações totalmente equivocadas e medíocres. Com certeza os membros
dessas instituições, bibliotecas e museus que citou, devem ter ficado corados,
com muita vergonha e indignação por todas estas inverdades e pesquisas mal
realizadas em suas instituições. Além disso, não há verdadeiro suspense, e o
estilo é tanto corriqueiro, mesmo para o gênero de romance baseado em ficção
histórica, especialmente ligada ao cristianismo.
O Código Da Vinci contêm inverdades sobre a história da salvação, bem
como uma mistura de gnosticismo e nova era, em que tenta unir o santo graal,
Jesus Cristo e Maria Madalena, os Templários, o Priorado de Sion, os Rosa Cruz,
os números de Fibonacci e a Era de Aquário. Bem como quer trazer colocações
sobre a formação da Bíblia sagrada, sem fundamento histórico e base teológica.
O que tem me impressionado é que muitos católicos que eu conheço e
convivo, pessoas de fé profunda, achem que o livro: é só um romance, e que o
autor não tem intenção de ofender a Igreja Católica! Francamente, quando li o
livro, de início pensei: se alguém, algum católico, mudar a sua fé com esse livro é
melhor mudar de Igreja mesmo, pois se com um punhado de besteiras como
estas muda a fé, é por que nunca teve fé!
Mas nesses mais de 35 anos de fiel cristão leigo tenho visto tanta falta de
consciência crítica cristã nos nossos católicos, bem como falta de conhecimento;
e o pior falta de amor e seguimento a Jesus e sua mensagem, bem como um
relativismo religioso que aceita tudo como bom ou sem intenção, que tudo isso
me motivou a escrever este livro, de crítica, contemplação e oração da vida de
Jesus Cristo e o projeto de Deus para cada um de nós, seres humanos limitados e
fiéis cristãos.
O grande problema é que o livro código da Vinci aborda a vida de Jesus
de uma maneira completamente antibíblica e ofensiva para os que acreditam e
fizeram uma experiência de fé verdadeira. Assim como tantos outros ataques à
integridade e Divindade de Jesus Cristo, de Santa Maria Madalena, da Igreja
Católica, à Opus Dei, que é uma prelazia Católica de mais de 80.000 fieis
cristãos, leigos e sacerdotes. O Código Da Vinci declara que Jesus realmente
existiu, mas que Ele era meramente humano e não divino.
Na realidade, os personagens do livro alegam que Jesus foi casado com
Maria Madalena e que teria deixado uma linhagem de descendentes humanos,
alguns dos quais estariam vivos hoje. Desculpem, mas escrevendo isto chego a
ter calafrios de indignação, e sinto que mais do que um livro de orientação e um
compêndio de contemplação da vida de Jesus Cristo é um Desagravo ao Nosso
Senhor Jesus Cristo, meu Deus e Salvador. É em espírito de desagravo, isto é, na intenção de
agradar a Jesus que tanto é desprezado e ofendido no mundo inteiro, pois bastam uns traços do
8
amor de Deus que se encarna, e logo a sua generosidade nos toca a alma, nos inflama, nos arrasta com suavidade a uma dor contrita pelo nosso comportamento, em tantas ocasiões
mesquinho e egoísta. Jesus Cristo não tem inconveniente em rebaixar-se, para nos elevar da
miséria à dignidade de filhos de Deus, de irmãos seus. Tu e eu, pelo contrário, com freqüência
nos orgulhamos, sem saber, dos dons e talentos recebidos, até os convertermos em pedestal para
nos impormos aos outros, como se o mérito de umas ações acabadas, com uma perfeição relativa,
dependesse exclusivamente de nós: Que tens tu que não hajas recebido de Deus? E, se o
recebeste, por que te glorias como se não o tivesses recebido? Ao considerarmos a entrega de
Deus e o seu aniquilamento - digo-o para que o meditemos, pensando cada um em si mesmo, a
vanglória, a presunção do soberbo revela-se como um pecado horrendo, precisamente porque
coloca a pessoa no extremo oposto ao do modelo que Jesus Cristo nos apontou com a sua
conduta. Pensemo-lo devagar. Ele se humilhou, sendo Deus. O homem, aprumado no seu
próprio eu, pretende enaltecer-se a todo o custo, sem reconhecer que está feito de mau barro de
moringa. Não fazemos o nosso apostolado. Então, como havemos de dizer? Fazemos - porque
Deus o quer, porque assim no-lo mandou: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho - o
apostolado de Cristo. Os erros são nossos; os frutos, do Senhor. Portanto caro amigo/a leitor,
todos os frutos deste livro não são meus, mas como um ato de desagravo a Jesus Cristo.
A divindade de Jesus foi afirmada em seu próprio tempo, não só por
seus apóstolos e discípulos, mas também por documentos históricos 200 anos
antes da data que Dan Brown afirma que este assunto foi resolvido, ou seja, que
sob o domínio do Imperador Romano Constantino, foi convocado o concílio de
Nicéia, realizado em Nice ou Nicéia em 325, e que neste concílio teria sido
inventada
a divindade de Jesus Cristo, bem como todos os evangelhos e a
Bíblia toda. Mas a divindade de Cristo já era professada e aceita bem antes,
através de documentos cristãos e históricos e até Judeus, tais como:
Documentos de escritores romanos (anos 110-120):
1. Tácito por volta do ano 116, falando do incêndio de Roma que
aconteceu no ano 64, apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta.
"Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na
cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às
torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo
apelidava de cristãos. Estes nomes vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de
Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos. Esta seita
perniciosa, reprimida a princípio, expandiu-se de novo, não somente na Judéia,
onde tinha a sua origem, mas na própria cidade de Roma" (Anais, XV, 44).
2. Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Asia Menor),
escreveu ao imperador Trajano, em 112:
"...os cristãos estavam habituados a se reunirem em dia determinado,
antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como
Deus" (Epístolas, I.X 96)
3. Suetônio, no ano 120, referindo-se ao reinado do imperador romano
Cláudio (41-54), afirma que este:
9
"expulsou de Roma os judeus, que, sob o impulso de Chrestós (forma
grega equivalente a Christós), se haviam tornado causa freqüente de tumultos"
(Vita Claudii, XXV).
Esta informação coincide ainda, com o relato de Atos 18,2 ("Cláudio
decretou que todos os judeus saíssem de Roma"); esta expulsão ocorre por volta
do ano 49/50. Suetônio, mal informado, julgava que Cristo estivesse em Roma,
provocando as desordens.
Documentos Judaicos:
1. O Talmud dos judeus apresenta passagens referentes a Jesus.
Coletânea de leis e comentários históricos dos rabinos judeus posteriores a Jesus.
Combatem Jesus histórico.
Tratado Sanhedrin 43a do Talmud da Babilônia:
"Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré.
Durante quarenta dias um arauto, à frente dele, clamava: "Merece ser lapidado,
porque exerceu a magia, seduziu Israel e o levou à rebelião. Quem tiver algo para
o justificar venha proferi-lo! "Nada, porém se encontrou que o justificasse; então
suspenderam-no à haste na véspera da Páscoa".
2. Flávio Josefo (historiador judeu, 37-95):
"Por essa época apareceu Jesus, homem sábio,
se é que há lugar para o chamarmos homem. Porque Ele
realizou coisas maravilhosas, foi o mestre daqueles que
recebem com júbilo a verdade, e arrastou muitos judeus
e gregos. Ele era o Cristo. Por denúncia dos príncipes da
nossa nação, Pilatos condenou-o ao suplício da Cruz,
mas os seus fiéis não renunciaram ao amor por Ele,
porque ao terceiro dia ele lhes apareceu ressuscitado,
como o anunciaram os divinos profetas juntamente com
mil outros prodígios a seu respeito. Ainda hoje subsiste o grupo que, por sua
causa, recebeu o nome de cristãos" (Antiguidades Judaicas, XVIII, 63a).
Documentos Cristãos:
Os Evangelhos: narram detalhes históricos, geográficos, políticos e
religiosos da Palestina.
São Lucas, que não era apóstolo e nem judeu, fala dos imperadores
Cesar Augusto, Tibério; cita os governadores da Palestina: Pôncio Pilatos,
Herodes, Filipe, Lisânias, Anás e Caifás (Lc 2,1;3,1s);
São Mateus e São Marcos falam dos partidos políticos dos fariseus,
herodianos, saduceus (Mt 22,23; Mc 3,6);
São João cita detalhes do Templo: a piscina de Betesda (Jo 5,2), o
Lithóstrotos ou Gábala (Jo 19, 13), e muitas outras coisas reais.
Outros argumentos:
- Os apóstolos e evangelistas nunca teriam inventado um Messias do
tipo de Jesus: Deus-homem, crucificado (escândalo para os judeus e loucura para
os gregos - (1Cor1,23).
10
- Os relatos dos Evangelhos mostram um Jesus bem diferente do
modelo do Messias libertador político
que os judeus aguardavam.
- Homens rudes da Galiléia não teriam condições de forjar um Jesus tão
sábio, santo, inteligente, desconcertante...
- A doutrina que Jesus pregava era de difícil vivência
O romano Tácito: o cristianismo como desoladora superstição
,
Minúcio Felix, falava de doutrina indigna dos gregos e romanos.
- O zelo da Igreja pela verdade - rejeitou textos apócrifos.
- Será que poderia um mito ter vencido o Império Romano?
- Será que um mito poderia sustentar os cristãos diante de 250 anos de
martírios e perseguições?
Tertuliano (†220), de Cartago : "o sangue dos mártires era semente de
novos cristãos".
- Será que um mito poderia provocar tantas conversões?
- No século III já haviam cerca de 1500 sedes episcopais.
- Será que um mito poderia sustentar uma Igreja, que começou com
doze homens simples, e que já tem mais de 2000 anos; já teve 265 Papas, tem
hoje mais de 4000 bispos e 410 mil sacerdotes?
Até o final deste livro você mesmo terá argumentos afetivos, para como
eu e bilhões de pessoas afirmarem que Jesus Cristo é o filho de Deus Pai e
Criador, o Messias esperado e anunciado pelos profetas!
No livro código Da Vinci, o autor, Brown mistura fatos reais com
alegorias e fantasia, romance e ficção, de tal forma que a conseqüência derradeira
do livro, cria uma sensação de que o conteúdo é histórico e verdadeiro, mas na
realidade é puro romance de ficção, mas que conspira contra a verdade de Jesus
Cristo e sua Igreja. Para um escritor, essa é uma habilidade de grande valor. Mas,
como qualquer habilidade, pode ser utilizada para um fim censurável ou pelo
menos inconveniente. O autor Dan Brown, para questionar os alicerce da fé
cristã e para atacar a Igreja Católica, utiliza uma forma literária romancista; na
qual normalmente não se espera encontrar uma contextura fantasiosa de verdade
histórica, especialmente ligada a uma fé professada por bilhões de pessoas, ao
redor do mundo.
Hoje em dia, excepcionalmente em nossa sociedade globalizada e
relativista, uma afirmação, racista, anti-semita, machista, feminista ou aos
homossexuais, tornará inapto ou não recomendado o seu autor, por muitos anos,
mas o mesmo não ocorre em relação a insultos a Jesus Cristo, a uma Santa, à
Igreja e seus seguidores. Ao contrário, fale mal da Igreja, dos santos, busque
inverdades e histórias de conspiração católica, crie opiniões inexatas, coloque,
com suas palavras, algo que um pintor e artista famoso como Leonardo Da Vinci
não falou e nem pensou, pelo contrário, não falaria. Junte todo este material em
um formato de romance e lance um livro: você poderá tornar-se rico e famoso,
como acabou de acontecer com Dan Brown, autor de O Código Da Vinci.
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O enredo do livro gira em torno de uma série de supostos vestígios
ocultos nas obras de Leonardo da Vinci, que pintou Mona Lisa
e "A Última
Ceia". Indícios estes, que estão somente na mente deste autor, pois
historicamente não existe fundamento algum, pois analisando o quadro da Santa
Ceia e a maneira Histórica em que foi realizado. E o próprio Leonardo forneceu
indicações claras nesse sentido, quando escreveu: "Aqui, em 12 figuras
completas, é apresentada a cosmografia do microcosmo, na mesma ordem que
Ptolomeu aplicou à sua cosmografia. E, assim, eu dividi aquela em membros,
como ele dividiu esta, em seu todo, em províncias. E vou mostrar as ações de
cada parte em todos os aspectos, anotando todas as formas e capacidades do
indivíduo, através de seus gestos e localização. Agrade ao nosso Criador que eu
represente a natureza do homem e seus costumes através da representação de
cada figura".
O comentário de Leonardo é tortuoso. Vale a pena destacar suas idéias
principais: Ele pretendeu fazer uma representação da humanidade (o
microcosmo), seguindo o mesmo esquema utilizado pelo astrônomo alexandrino
Cláudio Ptolomeu (século 2 d.C.) em sua representação do universo (o