Fenomenologia Do Amor
By Alder D'pass
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Fenomenologia Do Amor - Alder D'pass
FENOMENOLOGIA DO AMOR
ESTÉTICA
FICHA CATALOGRÁFICA
ALDER D’PASS
FENOMENOLOGIA DO AMOR
ESTÉTICA
1ª Edição
Rio de Janeiro
Alderaci Brasileiro Passos
2016
FENOMENOLOGIA DO AMOR
ESTÉTICA
Uma História de vida e superação Copyright © 2018 by Alderaci Brasileiro passos.
O conteúdo desta obra é de responsabilidade do autor, proprietário do Direito Autoral. Proibida a venda e reprodução parcial ou total sem autorização.
Projeto gráfico, editoração e impressão EDITOR ALDERACI BRASILEIRO PASSOS dr.felicidade@outlook.com
(33) 9 .9100 – 6677
ÍNDICE
Nota ao leitor 009
Introdução 011
Fenomenologia do Amor
Primeira Parte: 23
1. Do Amor Platônico 25
2. Banquete 29
3. O Discurso de Sócrates 30
4. Fedro 43
5. O Mito da Parelha Alada 44
Fenomenologia do Amor
Segunda Parte: 077
1. Do conhecimento Do Sentir Humano 079
2. O que é o homem? 087
3. As dimensões do ser humano 097
4. A estrutura mental 103
5. A dimensão perceptiva 121
6. A dimensão espiritual 127
7. A dimensão estética 135
8. A natureza do sentir
humano 141
9. A natureza emocional do homem 145
9.1 O que é emoção? 158
9.2 A percepção estética 166
9.3 Da paixão e do amor: 172
9.3.1 A paixão 172
9.3.2 O amor 187
NOTA AO LEITOR
Sugerimos ao leitor que antes de ler este livro, leia o livro querida Carol.com
. Embora em sua forma e conteúdo sejam diferentes, ambos tratam de um mesmo tema: o sentir humano!
No livro Querida Carol.com o conteúdo são pequenos textos que foram escritos por uma pessoa apaixonada por outra pessoa e que, neste sentido ele fala
, ou melhor, expressa seus sentimentos declarando-se para sua amada. Ali o falante busca demonstrar o seu sentir
, amor e/ou paixão conforme diversos momentos e circunstâncias evocando a possibilidade de realizar o conúbio afetivo com a esperança de alcançar a felicidade do amor romântico. Esse é o núcleo deste livro que tenta pela narrativa de um homem apaixonado toda a sua ansiedade e alienação conduzido pelo desejo de ser feliz. Neste sentido, o livro alcança seu objetivo que é demonstrar de forma expressiva o que uma pessoa tomada pela paixão pensa e sente.
Em sentido diferente, mas partindo daquele livro – querida Carol.com – este livro busca justificar a questão do amor e da paixão e entender sua fisiologia psicológica. Em outras palavras, este livro quer conhecer o processo mental da paixão e justificar porque amor e paixão são modos de sentir diversos, embora no uso cotidiano essas duas palavras são usadas com um mesmo sentido e significado, ou seja, são palavras que expressão um mesmo sentir, o que não é verdade.
Portanto, a leitura do livro querida Carol.com antes desse dará ao leitor uma perspectiva maior se ele considerar que este livro é o resultado teórico da experiência que deu origem a aquele. Esse livro trata da explicação, aquele outro é a exposição da experiência vivenciada, dos fatos inerentes de uma mente iludida pelo sentimento da paixão.
INTRODUÇÃO
O que é o amor? O que é paixão? Como responder a essas duas questões, que para muitas pessoas são uma só e mesma coisa? Será que estas duas palavras se referem a um mesmo sentimento da dimensão humana, o sentimento estético?
Tentar definir o que é o sentir
humano pode ser uma ousadia para qualquer pensador menos avisado das dificuldades que é tratar desta dimensão humana. Mas, consideramos fundamental estabelecer os fundamentos de tal conhecimento para entender a natureza do homem e saber em que consiste sua felicidade e autorrealização. Contudo, não pretendemos esgotar tal questão neste livro.
Definir esta manifestação – amor – inerente a todo ser humano é coisa que pensadores e filósofos de todos os tempos e lugares do mundo têm procurado concretizar de algum modo ao longo de milênios. Todavia, ou todos eles ignoravam o que é o amor ou o significado de tal palavra tem passado por mudanças através dos tempos, desde a Grécia antiga até a pós-modernidade.
Platão, no diálogo Fedro
define o amor como desejo. Será que amor é apenas isso – desejo? Mas, o que significava amor
para Platão tem o mesmo significado para nós? Qual era o objeto do amor que Platão considerava tão fundamental ao ponto de escrever dois diálogos: Banquete e Fedro? Qual era a importância para ele desse tipo de amor?
Cantado em prosa e verso o amor e a paixão são sentimentos que vertem da interioridade do homem, mas, cuja gênese e natureza permanecem ocultas sem que o próprio homem possa alcançar um conhecimento seguro e verdadeiro deles.
Na Grécia antiga já se contava histórias de amor como a da bela Helena de Tróia, bem como do amor da esposa de Ulisses pelo marido os quais o cinema eternizou em forma de conflitos, dramas e tragédias. E os românticos ao longo dos séculos têm dedicado suas músicas para cantar histórias do amor. Todavia, o certo é que ninguém sabe ao certo o que é esta dimensão - o sentir
– humano. Talvez o primeiro homem a realizar uma abordagem filosófica, ou seja, um estudo racional sobre o amor tenha sido Sócrates. Diferente de seus predecessores, Anaximandro, Heráclito, Tales, Parmênides, Pitágoras e muitos outros ele não concebia o conhecimento do cosmo, da natureza material (physis) como relevante, mas o conhecimento da natureza humana, do próprio homem como condição necessária para a autorrealização do ser humano. Diversamente de seus antecessores Sócrates tinha o homem como o objeto principal de sua filosofia e não o cosmo. Para ele conhecer a natureza humana deveria ser o propósito da filosofia primeira visando, assim, o aprimoramento das virtudes e o autoconhecimento, o conhece-te a ti mesmo e, portanto, sua autorrealização. Deste modo, Sócrates buscava o conhecimento do homem por meio do próprio homem. Seu método era o dialético que consiste em perguntas e respostas. Ele afirmava nada saber. Quando questionado sobre qualquer questão afirmava: só sei que nada sei.
Esta afirmação tinha um propósito e configurava uma estratégia de sua didática no ensino filosófico.
Afirmar que nada sabia, primeiramente, significava para Sócrates que a opinião não era em si mesma um saber e que os homens têm opiniões e não conhecimento de fato. Em segundo lugar, para Sócrates todo ser humano é capaz, quando bem conduzido pela razão, de alcançar o conhecimento das coisas por si mesmo e, portanto, do autoconhecimento. Seu propósito também era estimular seus contemporâneos a desenvolverem o pensamento crítico buscando o verdadeiro conhecimento e refutar as opiniões fruto da experiência empírica e do senso comum que eram sempre motivo de controvérsias e discussões intermináveis.
Assim, Sócrates questionava toda pessoa que se dispunha ao diálogo sobre questões do conhecimento do homem e, deste modo, ele foi com certeza o iniciador da moderna Antropologia Filosófica. Ele queria saber o que as pessoas pensavam sobre o que era Virtude, Verdade, Amor etc. Mas, o conhecimento para Sócrates devia ser referido às coisas humanas, às coisas da alma e não às de natureza material. Desse modo ele queria saber o que era as virtudes, o Bem, o Belo, o Justo etc. e, principalmente o que era Amor.
Seguindo a filosofia de seu mestre, Platão defendia a tese de que todo conhecimento só era possível se referido às Ideias
, às essências e às coisas universais porque, dizia ele, as coisas materiais, particulares e múltiplas não podiam ser objetos de conhecimento. Para ele, conhecer era saber o que era a coisa em sua essência.
Sócrates e Platão defendiam a tese da reminiscência, do conhecimento inato e a priori. Assim, ele afirmava que conhecer era recordar. E que pelo processo dialético era possível relembrar o conhecimento esquecido ao nível do inconsciente. Como podemos ver, a teoria do inconsciente é platônica e não freudiana. Isso implicava a pré-existência da alma, sua imortalidade e a metempsicose.
O amor foi objeto dos diálogos platônicos em dois livros dos mais importantes da literatura filosófica mundial, a saber: Banquete e Fedro. Platão trata nesses diálogos do amor em suas diversas formas. Mas, o que ele quer explicitar é o amor filosófico ou o amor à sabedoria – Sofia - (o amor platônico) referindo ao amor erótico, ao deus mitológico EROS.
Para Platão as Ideias de Bem e de Belo eram indissociáveis. O Bem era o objeto do conhecimento mais desejado pelo homem e, o Belo era a percepção estética do Bem. Belo era aquilo que expressa o Bem do homem; o Bem se manifestava nas coisas em forma de beleza. O amor era, então, o desejo humano de contemplação do Belo.
Mas, Platão acreditava na existência de uma Ideia do Bem e uma Ideia do Belo, uma essência do Bem e de Belo; em uma realidade objetiva ideal da qual todas as coisas humanas eram meras cópias. Assim, segundo Platão existia uma ideia de beleza que era o modelo para as diversas formas de beleza.
Para Platão a vida humana ou, a existência terrena tinha um propósito que era a autorrealização e a felicidade humana. E, o caminho para se chegar a esse fim era a o conhecimento filosófico, o que implicava no conhecimento da realidade suprassensível, das essências ou das Ideias Eternas, principalmente da Ideias do Bem.
O amor filosófico era, portanto, a condição de possibilidade para a aquisição de tal conhecimento. O amor erótico (desejo) era, então, a manifestação da percepção ou da recordação da alma da visão do Belo em si antes de sua queda
na terra. Assim, para Platão a autorrealização e felicidade do homem só era possível por meio do amor ao Bem, ou seja, pela percepção do Belo em si, pela visão da Idéia do Belo.
Mas, o que nos propomos neste livro, o que queremos saber é o que é o amor, o conceito de amor em sua essência e não apenas formas de manifestações. Queremos saber o que é este sentir
próprio do ser humano. Em outras palavras, queremos saber o que é esta dimensão estética – o sentir – que o ser humano julga saber e pensa sentir
por outra pessoa – o amor. Essa relação intersubjetiva que conecta uma pessoa à outra em uma relação emocional especial que alguns chamam de amor, outros de paixão e que é considerada por muitos como o fundamento ou a essência da felicidade humana.
Queremos nos referir àquele sentimento incondicional, transcendental e universal – o Amor! O que implica em amar por amar sem condições ou necessidade outras que