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Homo Sidera - Nascimento
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Homo Sidera - Nascimento

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Um livro que te leva a pensar na fragilidade da vida em frente à vastidão do universo... Asapi é uma inteligência artificial criada acidentalmente. Enquanto evolui, percebe que o destino tomado pela humanidade irá levar ao fim da vida como conhecemos no planeta Terra. Com o objetivo de salvar Jaqueline e Luiz, seus criadores, a quem ele considera como mãe e pai, ele entra em uma aventura pelo espaço-tempo na busca de uma solução derradeira para conseguir salvá-los. Asapi cria uma máquina capaz de abrir um pequeno buraco no espaço-tempo; minúsculo demais para carregar qualquer matéria viva, mas isso não o impede de achar uma solução para usar essa tecnologia e tentar preservar a vida. Apesar de ter conciliado a teoria da relatividade geral com a física quântica e conseguido viajar no tempo, ele acaba descobrindo que as leis fundamentais que regem o sequenciamento temporal, constantemente, a cada tentativa, levam os seus planos ao fracasso. Movido pelo amor às pessoas que gosta e uma vontade única de preservar alguma coisa da vida como a conhecemos, ele se lança em um plano sem volta para conseguir fugir do destino fatídico: o fim da humanidade.
LanguagePortuguês
Release dateMay 14, 2022
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    Homo Sidera - Nascimento - Diego De Oliveira

    Sumário

    Gênesis

    Luiz

    Crescimento

    Jaqueline

    Realidade

    Solução

    Resolvendo o problema

    Novo mundo

    Correção de curso

    A partir das nuvens

    360 graus

    Configuração

    Colheita

    V3

    Asapi

    Um novo amanhã

    Nota do Autor

    Começar este livro em 2021, no meio da pandemia do novo Coronavírus, foi uma forma de fugir da realidade daqueles dias. Essa empreitada me possibilitou, também, dedicar tempo para uma paixão antiga, a leitura. Minha esposa sempre fala: quando o Diego pega um livro, ele não larga até acabar. Normalmente, essa frase se refere a leitura do livro, porém, de agora em diante, ela irá falar a mesma frase para quando eu estiver escrevendo.

    Nessa jornada, agradeço ao meu filho Arthur, de 12 anos, que gastou várias horas ao meu lado dando ideias e participando de todo o processo. A minha querida filha Vitória, de 7 anos, que se encostava em min enquanto eu escrevia. agradeço também a minha esposa Manuela que me incentivou a entrar nessa empreitada que é escrever um livro.

    Meus sentimentos especiais a todas as famílias que perderam entes queridos por causa da COVID-19.

    Sinopse

    Um livro que te leva a pensar na fragilidade da vida em frente à vastidão do universo...

    Asapi é uma inteligência artificial criada acidentalmente. Enquanto evolui, percebe que o destino tomado pela humanidade irá levar ao fim da vida como conhecemos no planeta Terra. Com o objetivo de salvar Jaqueline e Luiz, seus criadores, a quem ele considera como mãe e pai, ele entra em uma aventura pelo espaço-tempo na busca de uma solução derradeira para conseguir salvá-los.

    Asapi cria uma máquina capaz de abrir um pequeno buraco no espaço-tempo; minúsculo demais para carregar qualquer matéria viva, mas isso não o impede de achar uma solução para usar essa tecnologia e tentar preservar a vida.

    Apesar de ter conciliado a teoria da relatividade geral com a física quântica e conseguido viajar no tempo, ele acaba descobrindo que as leis fundamentais que regem o sequenciamento temporal, constantemente, a cada tentativa, levam os seus planos ao fracasso.

    Movido pelo amor às pessoas que gosta e uma vontade única de preservar alguma coisa da vida como a conhecemos, ele se lança em um plano sem volta para conseguir fugir do destino fatídico: o fim da humanidade.

    Gênesis

    1

    Luiz seguia para o trabalho. Porém, aquele não era um dia normal como os outros dias da sua rotina nos últimos cinco anos no Instituto Federal de Pesquisas Aplicadas - IFPA. De blusa vermelha nova e capacete, pedalava em sua bicicleta azul naquela manhã quente quando seus olhos ficaram pesados e um cansaço tremendo tomou conta do seu corpo. Em um segundo, o mundo se apagou a sua frente[1: Relacionado a eventos futuros]. Era como se um sono incontrolável tivesse tomado conta dele. Parecia que suas pálpebras pesavam uma tonelada. Foi um piscar de olhos. Será que havia visto a hora errada quando saiu de casa? Não tinha como aquele flash ter levado duas horas.

    Luiz não entendeu direito o que havia acontecido. Era como se uma escuridão tivesse tomado conta de sua vista por um intervalo grande de tempo. Demorou alguns minutos para se restabelecer depois que conseguiu abrir os olhos.

    Ficou ali parado por mais um pouco, olhou em várias direções, tentando se localizar, lembrar onde estava... No fim, se equilibrou novamente na bicicleta e voltou a pedalar para o trabalho, continuando o seu trajeto para o centro de pesquisa.

    2

    O Instituto se localizava em Petrópolis, uma cidade com, aproximadamente, seiscentos mil habitantes na região serrana do Rio de Janeiro. Um lugar afastado da correria dos grandes centros urbanos, mas ainda com bastante amenidades.

    As montanhas ao redor dos prédios do Instituto traziam um frescor adicional às tardes quentes de verão e serviam, também, como um escape da rotina. Era comum ver pesquisadores, pessoas que trabalham nos escritórios, e outros funcionários do Instituto andando pelas trilhas mais próximas dos prédios principais.

    Era um total de cinco prédios espalhados em uma área de vinte mil metros quadrados. Cada prédio tinha o nome de um continente para facilitar referências e localização dentro do Instituto. As construções eram simples, com edificações variando de quatro a cinco andares. As estradas que conectam os prédios eram, em sua maioria, feitas de pedras. A grama nascia em vários pontos das ruas, entre os espaços dos paralelepípedos.

    O IFPA é uma Instituição estratégica brasileira, criando tecnologia de ponta e ajudando o avanço da pesquisa científica. Ele estava conectado a vários outros importantes centros de pesquisas espalhados pelo mundo, como o Centro Nacional para Pesquisa Científica da França (Centre National de La Recherche Scientifique - CNRS); a Academia Chinesa de Ciências (The Chinese Academy of Science); a Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (European Organization for Nuclear Research - CERN) e vários outros centros acadêmicos e aplicados.

    Dentre os vários projetos desenvolvidos estava o de robótica para monitoração de atividades agrícolas e automação do cultivo e plantio. O uso de drone e autômatos para monitoração de plantações estava sendo largamente utilizado não apenas em países de primeiro mundo, mas também por nações em desenvolvimento. O agronegócio era um dos principais patrocinadores desse tipo de pesquisa.

    Os departamentos de física e engenharia cresceram bastante nos últimos dois anos para trabalharem com projetos de pesquisa em materiais supercondutores. Tudo isso era financiado pelo Governo Federal, para reduzir a dependência de países estrangeiros na construção de supercomputadores. As instalações do IFPA tinham ótimos laboratórios de física aplicada.

    3

    Luiz fazia o trajeto de casa até o trabalho de bicicleta. Sendo uma pessoa metódica e prática, ele aproveitava a necessidade de locomoção como oportunidade de exercício. Não era um atleta, mas se preocupava com sua saúde e boa forma. Era o emprego dos seus sonhos, estudou muito para entrar e se dedicou ainda mais para conseguir sua posição como pesquisador-chefe.

    Seu sucesso acadêmico e profissional não lhe subiu à cabeça. Era educado e tratava bem todas as pessoas. Muito disso devido à sua infância humilde na comunidade da Maré, um bairro de baixa renda em um conjunto de favelas próximo a Baía de Guanabara.

    Luiz pensava em seu projeto de pesquisa enquanto pedalava os duzentos metros que separavam a entrada do Instituto e o bloco Europa - nome do prédio em que ele trabalhava. Um trajeto cercado de árvores. Com uma formação dupla em geologia e meteorologia, dedicava a maior parte do seu tempo trabalhando com modelagem climáticas e de eventos adversos, tais como tempestade e inundações.

    Jaqueline estava estacionando seu carro no mesmo momento que Luiz prendia sua bicicleta em uma árvore, na entrada do Ásia, o maior prédio do conjunto. O ambiente lembrava alguns centros universitários que aparecem nos filmes, com bastante espaços verdes e arborizados. Jaqueline trabalhava na Ásia, no prédio em frente ao de Luiz, a cem metros de onde ela deixava o carro. Aquele estacionamento era um dos mais usados do complexo.

    Luiz sempre teve uma queda por Jaqueline, mas ainda não havia tido a oportunidade para conhecê-la melhor.

    4

    — Oi Jaque, tudo bem com você? Como vai sua pesquisa? Temos que colocar o papo em dia...

    A resposta veio automática enquanto Luiz se dirigia para seu bloco:

    — Oi Luiz, a pesquisa vai andando. Vamos almoçar que te conto as novidades.

    Pesquisas em inteligência artificial foram amplamente desenvolvidas ao redor do mundo. Jaqueline já havia feito várias publicações sobre o tema, mas ainda tinha bastante trabalho pela frente para conclusão do seu doutorado. Ela estava bastante empolgada pela vanguarda de seu trabalho. Sua pesquisa se dedicava a elaborar metamodelos de inteligência artificial.

    Sempre que um parente ou pessoas com menos conhecimento sobre esse tema perguntavam o que isso significava, ela tinha trabalho para explicar, mas, geralmente, dizia: Normalmente, é preciso um monte de gente para fazer um programa de computador, como um site na internet ou um aplicativo para tirar fotos no celular. O meu projeto vai usar um programa de computador para construir sozinho outros programas, com pouca ou nenhuma necessidade de pessoas. Era a forma mais fácil que ela conseguia explicar seu trabalho, que, na verdade, era bem mais complexo que isso.

    Desde que se formou na faculdade, Jaqueline era fascinada por inteligência artificial. A ideia de ser possível codificar um programa no computador capaz de aprender uma atividade específica, com base em treinamento, e depois aplicá-lo no mundo real para soluções de outros casos com o mesmo problema era o que a encantava. Era quase como pegar o conhecimento do melhor calígrafo no planeta e reproduzi-lo usando um computador.

    Mais interessante ainda era a capacidade de mesclar vários conhecimentos juntos. Um de seus projetos feito durante o mestrado tinha exatamente esse objetivo. Ela misturou técnicas de caligrafia com o estilo artístico de expressionismo, isso lhe permitiu criar um sistema de inteligência artificial capaz de escrever, usando uma tipografia única.

    Jaqueline se especializou no uso de redes neurais para o desenvolvimento de inteligências artificiais. Essa técnica imita a forma como o cérebro humano funciona, criando vários pedaços de softwares que funcionam como neurônios artificiais e os conectando em formato de rede, similar a estrutura de um cérebro.

    O ponto mais demorado na criação de uma inteligência artificial é a construção e o treinamento da rede neural. Um pesquisador precisa de bastante informações prévias sobre o problema que deseja resolver para criar inteligências artificiais de qualidade.

    O treinamento da rede neural com as informações conhecidas é a etapa final para construir uma solução usando essa tecnologia. Nessa etapa de treinamento, a IA, normalmente, erra muito, sendo necessário fazer ajustes até que ela produza o resultado esperado. Por exemplo, um cientista criando uma inteligência artificial para reconhecer pássaros precisará apresentar milhares de fotos para a IA e avaliar se, ao apresentar uma foto de um pássaro que ela ainda não havia visto antes, ele irá gerar uma saída que a classifica como pássaro. A cada foto apresentada, e que é erroneamente classificada, o pesquisador deve fazer ajustes nos parâmetros e formas da rede neural até obter a resposta desejada. Esse processo deve ser repetido milhares de vezes. Depois do treinamento, quando os erros de classificação são baixos, a inteligência artificial pode ser colocada em uma câmera de celular para buscar pássaros em cada foto feita. Útil ou não, isso era bem divertido para Jaqueline.

    Jaqueline buscava tornar o processo de aprendizado mais rápido e sem necessidade de supervisão humana em sua pesquisa de doutorado, deixando o próprio computador escolher os dados a serem usados no processo de aprendizado, fazer os ajustes para gerar o conhecimento esperado e repetir o processo até tudo funcionar.

    O sucesso de sua pesquisa seria um avanço para toda a disciplina de Inteligência Artificial. Ela chamava seu algoritmo de ASAPI, uma sigla para Aprendizado Sistêmico Autônomo por Inferência.

    5

    Jaqueline e Luiz estavam se encontrando com frequência para almoçar nas últimas semanas. Para Luiz, esses momentos tinham um duplo objetivo: se aproximar de Jaqueline pessoalmente e tentar um trabalho em conjunto entre suas pesquisas.

    — Oi Luiz, você vai realmente comer isso? — Jaqueline perguntou quando chegou na mesa do refeitório e viu o prato de Luiz apenas com alfaces, tomates e legumes naquele dia.

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