RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO DE ENSINO REMOTO: experiências da aprendizagem de ser professor
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RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA NO CONTEXTO DE ENSINO REMOTO - Núbia Cristina dos Santos Lemes
PARTE I
FORMAÇÃO DE PROFESSORES PELO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: UM OLHAR SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR PRECEPTOR
Núbia Cristina dos Santos Lemes¹
Klébia Dias Soares Machado²
Wilker Mac Arantes Fernandes³,⁴
INTRODUÇÃO
Este capítulo tem o propósito de mostrar como é a ação do professor preceptor do Projeto Residência Pedagógica. Explora a gama de atividades desenvolvidas com os acadêmicos residentes, refletindo sobre o papel de partícipes imprescindíveis na formação daqueles que um dia ocuparão as salas de aulas das escolas. O texto também traz seções que abordam o papel do estágio supervisionado na formação docente, situando o lugar do professor preceptor, descrevendo o campo real de trabalho do professor preceptor, além de fazer considerações sobre a nova rotina escolar em decorrência da Covid-19⁵.
Falar sobre educação neste momento significa desafiar os limites impostos por uma pandemia que desestabilizou um formato de educação que tinha a tecnologia digital como uma ferramenta de apoio e não a principal forma de relação entre professor e aluno. Pensando sobre isso, a percepção que se tem é de uma educação que em pouco tempo passou por uma transformação em sua didática e metodologia, por que não dizer em todo o seu enredo.
O aluno que tinha a presença física do seu professor, agora já não o tem por protocolos que visam à proteção de ambos. O professor que mantinha o contato durante as aulas com os alunos, conhecendo em larga medida o ritmo de cada aprendizado, foi subtraído dessa possibilidade. Vários são os motivos, dentre eles, a falta de acesso à internet por parte dos alunos. As consequências dessa falha são nitidamente observadas na grande quantidade de alunos que ficaram desmotivados em realizar as atividades escolares, o que não é fácil de fato, uma vez que os alunos que não possuíam internet, receberam as atividades impressas com roteiros de estudos, contudo, o aluno que não tinha o hábito de estudar sem o acompanhamento do professor, foi novamente tolhido da possibilidade de aprender.
Uma das formas pelas quais houve uma amenização dessa problemática é a ação permanente do Projeto Residência Pedagógica na escola. Por meio dele, os alunos foram contemplados com o acompanhamento dos residentes que, orientados pelo professor preceptor, puderam realizar diversas atividades, desde a elaboração de vídeos, criação de jogos para serem executados de forma remota, até a busca ativa dos alunos em condição de absenteísmo, sem esquecer o fundamental, ensinando.
O PAPEL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO DOCENTE
As resoluções número 1 e número 2 do Conselho Nacional de Educação (CNE/CP/BRASIL, 2002) são diretrizes fundamentais dos cursos de formação de professores, em que o papel do estágio supervisionado é elemento fundamental na formação. Embora o estágio não seja uma completa preparação para o magistério, ele tem primordial relevância para o trabalho com questões basilares, como o sentido de ser professor, o seu papel no contexto da sociedade onde ele está inserido, além de oportunizar o conhecimento da realidade dos alunos das escolas da educação básica.
Conhecer a escola e compreender as contradições que ali se desenvolvem é parte do processo de estágio, uma vez que a escola,
ao mesmo tempo em que reproduz a lógica dominante do capital e do capital cultural, revela as possibilidades e os limites para o desenvolvimento das habilidades e formas de conhecimentos necessárias para a transformação social. (PIMENTA; LIMA, 2008, p. 109)
A partir dessa análise, podem ser formadas concepções a respeito da prática da instituição nos seus modos de perpetuar ou superar as práticas dadas.
Estagiar é vivenciar a realidade da escola, sendo assim, os momentos de convívio devem possibilitar que o estagiário enxergue a escola como parte da sociedade e questionar como a realidade onde a escola se insere, interfere e se relaciona com ela. Essa possibilidade de ver a escola com o olhar diferente de quando era aluno, exige que o estagiário se insira nela e se projete para um dia estar nela como docente. O processo de aprendizagem da docência constitui o momento de questionar a realidade da escola, compreendê-la e melhorá-la e por isso Pimenta e Lima (2008) consideram o estágio como um espaço privilegiado de questionamento e investigação
(p. 112).
Compactuamos com Pimenta e Lima (2008) quando elas mostram a importância de os professores em formação terem a chance de analisar as histórias, os sonhos, as linguagens, as diferentes experiências culturais para que possem compreender o comportamento, as atitudes e respostas dos alunos. Se lidamos com pessoas, nosso objeto/sujeito
(PARO, 2000) é gente, as respostas que são dadas por eles refletem um perfil histórico-cultural-social que não pode ser desprezado.
Aí reside o papel do professor preceptor, a figura do lugar onde o aprendiz da docência irá se amparar para aliar teoria-prática e adquirir as competências de ensinar.
O PAPEL DO PROFESSOR PRECEPTOR NA FORMAÇÃO DOCENTE
No dia 18 de outubro de 2017, o Ministério da Educação e Cultura lançou a política de formação de professores em que se inclui o Programa Residência Pedagógica e, por meio da portaria número 38, de 18 de fevereiro de 2018 (BRASIL, 2018), o presidente da coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior – CAPES, instituiu o Programa. Conforme o artigo 2º dessa portaria, os objetivos do RP são os seguintes:
I. Aperfeiçoar a formação dos discentes dos cursos de licenciatura, por meio do desenvolvimento de projetos que fortaleçam o campo da prática e que conduzam o licenciando a exercitar de forma ativa a relação entre teoria e prática profissional docente, utilizando coleta de dados e diagnóstico sobre o ensino e a aprendizagem escolar, entre outras didáticas e metodologias; II. Induzir a reformulação do estágio supervisionado nos cursos de licenciatura, tendo por base a experiência da residência pedagógica;
III. Fortalecer, ampliar e consolidar a relação entre a IES e a escola, promovendo sinergia entre a entidade que forma e aquelas que receberão os egressos das licenciaturas, além de estimular o protagonismo das redes de ensino na formação de professores; e
IV. Promover a adequação dos currículos e das propostas pedagógicas dos cursos de formação inicial de professores da educação básica às orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). (BRASIL, 2018).
A gama de demandas do projeto abarca distintas possibilidades de levar os residentes a conheceram o trabalho de ensinar, mesmo assim, não abarcam o que é desenvolvido no real da escola. Assim, o professor preceptor tem um papel fundamental na condução desse processo.
Embora não concordemos que a melhora na qualidade do ensino dependa exclusivamente dos professores como as políticas públicas fazem acreditar, sabemos que a qualificação docente tem um papel significativo na influência do aprendizado dos alunos.
O estágio supervisionado desenvolvido por meio do Projeto Residência Pedagógica evita que o processo da aprendizagem da docência se torne instrumentalizado. Com a seleção dos professores preceptores, realizada por mérito acadêmico, nós, supervisores, compomos um rol de docentes com experiência na profissão e com formação que atende o que preceitua a Resolução do Conselho Nacional de Educação n.º 1/2002. Nós conhecemos o universo escolar nos seus mais diversos