Bases fisiológicas da doença de Dent
()
About this ebook
Related to Bases fisiológicas da doença de Dent
Related ebooks
Doenças cardiovasculares e metabólicas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsFisiologia Geral Descomplicada Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDrenagem linfática terapêutica Rating: 3 out of 5 stars3/5Direito fundamental à água: um patrimônio comum? Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDisfunção Sexual, Diagnostico E Tratamento Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAvaliação da resposta clínica ao tratamento com colágeno hidrolisado em cães com doença articular degenerativa Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Grandes Desafios Da Vida ! Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSeria melhor mandar ladrilhar?: Biodiversidade - como, para que e por quê Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Meio Ambiente! Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAspectos Etiológicos Da Discinese Escapular Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCiclos Naturais: Como a Natureza opera a evolução Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBacia do Alto Paranapanema: Direitos Fundamentais ao Desenvolvimento Sustentável e o Controle da Erosão do Solo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSindrome Do Túnel De Carpo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMundo de água Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsZoologia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsÁguas de Rio Branco: Dos Lençóis Freáticos às Torneiras Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsColetânea De Artigos Científicos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsIntrodução À Fisiologia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCélulas Tronco No Tratamento De Doenças Humanas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsGuia De Tratamento Da Dor Ciática: Entenda Sobre A Ciática Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPoluentes Emergentes: um report, via revisão sistemática, sobre os efeitos em microrganismos planctônicos de água doce Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsRecursos Hídricos: percepção de Estudantes e Veiculação da Temática em Livros Didáticos Rating: 4 out of 5 stars4/5As três principais patologias de cada especialidade clínica: o que todo estudante de medicina deve saber - volume 1 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAssuntos De Saúde Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Enígma da Evolução Humana Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsRecursos Naturais do Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsComunicação de más notícias: a distância entre morte encefálica e a doação de órgão Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Biology For You
Anatomia Humana Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsImunidade Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMusculação Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBases da Terapia Nutricional: Aplicação no Paciente Cirúrgico Rating: 5 out of 5 stars5/5Biomecânica Básica dos Exercícios: Membros Inferiores Rating: 4 out of 5 stars4/5Reflexões sobre o Luto: Práticas Interventivas e Especificidades do Trabalho com Pessoas Enlutadas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCactos E Suculentas, Maravilhas De Deus Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsParasitologia 1: Helmintos de Interesse Médico Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsExame Nacional Do Ensino Médio Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO verdadeiro criador de tudo Rating: 4 out of 5 stars4/5Espcex - Provas Resolvidas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Química Do Dia A Dia Rating: 0 out of 5 stars0 ratings50 Ideias de biologia que você precisa conhecer Rating: 5 out of 5 stars5/5Metodologias Ativas: Concepções, Avaliações e Evidências Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTudo tem uma explicação: A biologia por trás de tudo aquilo que você nunca imaginou Rating: 4 out of 5 stars4/5Resumo & Guia De Estudo - Somos Os Nossos Cérebros: Uma Neurobiografia Do Cérebro, Do Ventre Ao Alzheimer Rating: 5 out of 5 stars5/5Os Elementos De Cura Além Dos Medicamentos Rating: 4 out of 5 stars4/5Medicina Tradicional Chinesa Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsUma Nova Ciência da Vida Rating: 5 out of 5 stars5/5Cabeleireiros Curso Teórico Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEvolução Espontânea Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCriação e evolução: Diálogo entre teologia e biologia Rating: 4 out of 5 stars4/5Somos nosso cérebro?: Neurociências, subjetividade, cultura Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAproximação À Neuropsicologia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSobre Sensibilidades: Intolerâncias e Alergias Alimentares Tardias Rating: 5 out of 5 stars5/5Experiências de quase morte (EQMs): Ciência, mente e cérebro Rating: 5 out of 5 stars5/5Gênero e os nossos cérebros: Como a neurociência acabou com o mito de um cérebro feminino ou masculino Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOrigem das espécies: ou A preservação das raças favorecidas na luta pela vida Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Origem das Espécies Rating: 3 out of 5 stars3/5
Reviews for Bases fisiológicas da doença de Dent
0 ratings0 reviews
Book preview
Bases fisiológicas da doença de Dent - Jackson de Souza Menezes
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À FUNÇÃO DOS RINS
O rim humano é composto de aproximadamente 1 milhão de unidades funcionais denominadas nefrons (Aires, 2008a; Tischer, 1991). Conforme a posição que ocupam no rim, os néfrons se classificam em corticais, medicorticais e justamedulares, localizados, respectivamente, na porção externa do córtex, no córtex interno e na zona de transição entre córtex e medula (Aires, 2008a; Tischer, 1991; Walker & Valtin, 1982). Cada néfron é formado pelo corpúsculo renal e por uma estrutura tubular (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988). As quatro porções que formam a estrutura tubular são sequencialmente denominadas de túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e ducto coletor (Figura 1) (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988).
Figura 1
Representação esquemática do néfron com seus diversos segmentos
Fonte: elaborado pelo autor
Nota: por questões didáticas, o aparelho justaglomerular não está representado nessa figura.
O túbulo proximal é formado por um segmento convoluto e outro reto, que pode ou não atingir a medula (Figura 1) (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991). A alça de Henle começa abruptamente, no fim da parte reta, e geralmente possui uma alça fina descendente e outra fina ascendente (Figura 1) (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer 1991). A seguir, aparece a porção grossa ascendente da alça de Henle e, no final desse segmento, inicia-se o túbulo distal convoluto (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991). Suas paredes ficam em contato com o glomérulo do qual se originou e com as respectivas arteríolas aferente e eferente (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991). A confluência dessas estruturas forma o aparelho justaglomerular, que é o principal local de controle do ritmo de filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal (Figura 2) (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991). Após o aparelho justaglomerular, existem três segmentos corticais: túbulo distal final, segmento de conexão e ducto coletor cortical. Os segmentos de conexão de muitos néfrons drenam para um único ducto coletor cortical (Figura 1) (Aires, 2008a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991). Desse local, o fluido caminha sequencialmente para os ductos coletores medulares, cálices, pélvis renal, ureteres e bexiga (Aires, 2008a; Giebisch, 2005a; Kriz & Bankir, 1988; Tischer, 1991).
Os rins são os órgãos responsáveis pela manutenção do volume e da composição do fluido extracelular do indivíduo dentro dos limites fisiológicos compatíveis com a vida. A quantidade e a composição da urina eliminada são consequência do papel regulador do rim (Aires, 2008a; Berry, 1982).
A formação da urina inicia-se no glomérulo, onde 20% do plasma que entra no rim, por meio da artéria renal, é filtrado graças à pressão hidrostática do sangue nos capilares glomerulares (Aires, 2008a; Berry, 1982). Os 80% de plasma restante, que não foram filtrados, circulam ao longo dos capilares glomerulares atingindo a arteríola eferente daí dirigindo-se para a circulação peritubular (Aires, 2008a; Berry, 1982).
Figura 2
Representação esquemática do aparelho justaglomerular
Fonte: adaptado de Morris (2014). Disponível em: https://www.thinglink.com/scene/452075855250718720. Acesso em: 17 jun. 2022
Note que a interação entre arteríola aferente, arteríola eferente e túbulo distal forma essa estrutura.
O filtrado é um fluido de composição semelhante à do plasma, porém com poucas proteínas e macromoléculas, uma vez que o tamanho dessas substâncias dificulta a sua filtração através da parede do glomérulo renal (Aires, 2008a; Berry, 1982). Após sua formação, o filtrado glomerular caminha pelos túbulos renais, e sua composição e volume são então modificados pelos mecanismos de reabsorção e secreção tubular existente ao longo do néfron (Aires, 2008a; Berry, 1982).
Portanto, o processo de depuração renal, além de se dar pela filtração glomerular, pode também ser feito por meio da secreção tubular, uma vez que o plasma que passou pelos glomérulos e não foi filtrado atravessa uma segunda rede capilar, a peritubular (Aires ,2008a; Berry, 1982). Por outro lado, graças à reabsorção tubular, muitas substâncias (tais como glicose, água, HCO3-, NaCl etc.), depois de filtradas, voltam para circulação sanguínea dos capilares peritubulares (Aires, 2008a; Berry, 1982).
A reabsorção e a secreção dos vários solutos, através do epitélio renal, são realizadas por mecanismos específicos, passivos ou ativos, localizados nas membranas da célula tubular (Aires, 2008a; Berry, 1982). Todos os sistemas de transporte são interdependentes (Aires, 2008a; Berry, 1982). Por exemplo, a reabsorção de sódio, que utiliza grande fração do suprimento energético renal, exerce significativa influência no gradiente eletroquímico por meio do epitélio tubular, que pode modificar o transporte dos demais transportadores presentes na membrana das células tubulares. Além disso, a reabsorção de sódio e de cloreto, os mais abundantes íons existentes no filtrado glomerular, estabelece gradientes osmóticos por meio do epitélio tubular que permite a reabsorção passiva de água transportada do interstício para a circulação peritubular, por meio de um balanço entre as pressões osmótica, exercida pelas proteínas plasmática, e hidrostática, existente no interior dos capilares peritubulares (Aires, 2008a; Berry, 1982). A reabsorção de água favorece o aumento da concentração dos solutos no fluido remanescente na luz tubular que pode influenciar a reabsorção ou secreção tubular de outros solutos, tais como glicose e aminoácidos. Assim sendo, fatores que modulam o transporte renal de sódio, como hormônios e drogas, causam alterações no transporte renal geral (Aires, 2008a; Berry, 1982).
Se, por um lado, o sódio é o principal cátion osmoticamente ativo presente no meio extracelular, o cloreto é o principal ânion (Hamlyn & Blaustein, 1986b; Terry, 1994). Assim, os mesmos mecanismos que controlam o transporte de sódio devem estar envolvidos com o transporte de cloreto. É importante ressaltar que grande parte do cloreto filtrado pelo glomérulo é reabsorvida, quase de forma equimolar, com o sódio longo do néfron; esse último depende de