Deficiência Intelectual: inclusão, práticas pedagógicas e aprendizagem
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A efetivação com eficácia à Educação Inclusiva nas instituições escolares demanda uma mudança de olhar e postura de todos os envolvidos no processo educacional.
Ser educador nesse contexto é um desafio, mas, sobretudo, um privilégio. No entanto, o reconhecimento das diferenças para a garantia da aprendizagem exigirá dos educadores novas formas de trabalho e práticas pedagógicas que atendam às reais necessidades dos educandos, respeitando suas particularidades e especificidades.
Além da necessidade de atualização constante, do surgimento de grandes mudanças e transformações no sistema educacional brasileiro, analisar o próprio fazer no cotidiano escolar é condição obrigatória para o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas.
O fazer pedagógico, nessa ótica, requer dos educadores a construção de um trabalho que focalize o educando como protagonista de sua aprendizagem, valorizando-o e acreditando ser possível que todos aprendam.
A escola é o espaço onde também acontecem as interações, as trocas e as construções significativas entre os sujeitos.
É convivendo com a diferença que as crianças crescem, se afirmam e se constituem.
Você é nosso convidado a descobrir, através desta obra, como está acontecendo o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas no município de Pinheiros/ES.
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Deficiência Intelectual - Vaneilde Alves Leite Piculi
1. INTRODUÇÃO
O Brasil promulga a Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência ONU/2006 - Organização das Nações Unidas, por meio do Decreto 6.949/2009, assumindo o compromisso de assegurar o acesso das pessoas com deficiência a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis e de adotar medidas que garantam as condições para sua efetiva participação, de forma que não sejam excluídas do sistema educacional geral em razão da sua deficiência. A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular, nada mais é do que garantir o direito de todos à educação assegurada pela Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
A deficiência intelectual, durante muito tempo, foi concebida e tratada como doença mental, tanto que os termos utilizados para nomeá-la, foram enormemente influenciados pelos conhecimentos e terminologia da medicina. Nos últimos anos, a expressão deficiência mental, vem sendo substituída por deficiência intelectual, terminologia que foi oficialmente utilizada pela primeira vez, em 1995, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, em Nova York o Simpósio chamado Deficiência Intelectual: Programas, Políticas e Planejamento para o Futuro.
No entanto, foi em outubro de 2004, em evento realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Montreal, Canadá, no qual o Brasil participou, que a expressão foi mundialmente difundida por meio do documento intitulado Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual.
A tendência mundial de se substituir a expressão deficiência mental por deficiência intelectual é justificável, posto que o termo intelectual se refere ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo.
A inclusão ganhou destaque a partir dos anos de 1990 e trouxe uma nova proposta: a garantia a todos da possibilidade de pertencer, ou seja, ter garantido o acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, baseado por relações de acolhimento à diversidade humana e às diferenças individuais.
A inclusão escolar é percebida como uma inovação educacional que propõe um fazer diferente, desprendido do preconceito de avaliação prévia do que o aluno é capaz ou não de realizar. É necessário entender que existem saberes e formas múltiplas e diferentes para se realizar a mesma atividade e que cada aluno é único, possuindo habilidades e dificuldades individuais. O ensino que a maioria das escolas de ensino regular oferece aos alunos, não dá conta do que é necessário, pois as escolas ainda adotam medidas excludentes quando lidam com as diferenças. O não saber lidar com essa demanda no ensino regular dificulta a promoção de um ensino de qualidade a todos.
A pessoa com deficiência somente poderá ser incluída em um contexto escolar onde a instituição seja capaz de contemplar os educandos em todas as suas necessidades e potencialidades, preconizando o respeito à diversidade, o que deve se concretizar através de medidas que considerem não apenas as capacidades intelectuais e os conhecimentos apresentados pelos alunos, mas, também, seus valores, motivações e anseios.
Consideramos que o processo de inclusão seja capaz de garantir que o aluno com deficiência exerça seu direito constitucional de frequentar uma escola e que as relações interpessoais possam acontecer de forma humana e solidária, oportunizando crescimento e aprendizagem entre seus pares.
A Educação Inclusiva tem como objetivo maior, garantir que os alunos com necessidades educativas especiais convivam de forma natural com os demais colegas da turma, o que permite crescimento em via de mão dupla. Conviver com a diferença oportuniza as crianças ditas normais
, a desenvolver o espírito de colaboração, de solidariedade e a enxergar essa pessoa que embora tenha suas limitações, possuem também qualidades e habilidades passíveis de serem valorizadas e respeitadas.
Diante dessas reflexões surgiram intensos acordos mundialmente travados nos pilares de situações de aceitação/inclusão social em busca de uma sociedade humanista, que não olha
para a deficiência e sim para o sujeito. Este pode apresentar algumas limitações, porém possui inúmeras habilidades e possibilidades, com direito de exercer sua cidadania e pertencer à sociedade.
É por acreditarmos na viabilidade desse processo e na transformação que a educação pode proporcionar ao indivíduo, que essa pesquisa tem como escopo: investigar a forma de inclusão de alunos com deficiência intelectual no contexto escolar, utilizando como parâmetro a EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental Vila Nova
, no Município de Pinheiros/ES, verificando a formação/qualificação dos educadores para lidar com essa demanda a fim de aprimorar a sua prática pedagógica e relatando a relação entre os professores regentes e os professores responsáveis pela sala de recursos. Ainda é nossa intenção verificar se a escola cumpre o seu papel possibilitando o desenvolvimento das potencialidades dos alunos com necessidades educativas especiais, sejam elas transitórias ou permanentes.
Apesar dos avanços na construção de políticas públicas, ainda se observa muitos entraves no ambiente escolar para que a inclusão se torne realidade na prática cotidiana. Cabe salientar que essa pesquisa se faz necessária, uma vez que não existe nenhum trabalho acadêmico realizado sobre essa temática em Pinheiros/ES embora sejamos conhecedores das angústias que permeiam o cenário educacional, ao lidar com a referida