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Sistemas Numéricos: Conhecimentos Matemáticos de Povos Indígenas do Alto Rio Negro
Sistemas Numéricos: Conhecimentos Matemáticos de Povos Indígenas do Alto Rio Negro
Sistemas Numéricos: Conhecimentos Matemáticos de Povos Indígenas do Alto Rio Negro
Ebook189 pages1 hour

Sistemas Numéricos: Conhecimentos Matemáticos de Povos Indígenas do Alto Rio Negro

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Índio faz ciência? E matemática? Como são construídos os objetos utilizados no cotidiano indígena? Como são elaborados os medicamentos naturais? Dentre essas e outras questões nos levaram ao desenvolvimento da pesquisa descrita no livro Sistemas Numéricos: construção do conhecimento matemático de povos indígenas do Alto Rio Negro. Com respostas às indagações, o livro traz junto uma proposta na perspectiva de educação intercultural com o intuito de mostrar que os povos indígenas têm maneiras próprias de saber-fazer, de aprender e de ensinar matemática. Os sistemas numéricos ultrapassam sistematizações daquelas que estamos acostumados, ou seja, limitados ao conhecimento ocidental repassado na escola do não índio.
O município de São Gabriel no Amazonas localizado na região do Alto Rio Negro possui mais de 20 etnias com suas variadas línguas e costumes. Certamente que isso é um detalhe estimulador à pesquisa. O livro é um resgate de informações sobre as ciências desenvolvidas pelos nativos dessa região. Mas, a relevância está na realização de comparações dos sistemas numéricos com etnias de outras regiões do Brasil e as etnias Tariano, Baniwa e Maku do noroeste do Amazonas. O intuito dessa obra é colaborar com estudiosos que buscam conhecer acerca da ciência indígena, com os professores indígenas e não indígenas da região amazônica, com os acadêmicos e com os pesquisadores da educação matemática e matemática indígenas e demais interessados em fazer uma leitura dinâmica e interessante acrescendo um pouco mais sobre o conhecimento da questão.
LanguagePortuguês
Release dateNov 29, 2020
ISBN9786555239973
Sistemas Numéricos: Conhecimentos Matemáticos de Povos Indígenas do Alto Rio Negro

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    Sistemas Numéricos - Rejane Maria Caldas Freitas

    Rejane.jpgimagem1imagem2

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ENSINO DE CIÊNCIAS

    Dedico este trabalho à minha família querida pelo amor, compreensão e apoio em todos os momentos da vida e, especialmente, ao meu esposo Franciney, às minhas filhas Sofia e Clarice e à neta Aurora que são meu alicerce. Conquista que não é minha, mas nossa!

    AGRADECIMENTOS

    A DEUS pelo dom da vida e a oportunidade de viver experiências repletas dos mais complexos sentimentos.

    À professora doutora Maria Auxiliadora de Souza Ruiz pelo incentivo às novas descobertas desenvolvidas ao longo desse percurso e amizade. Obrigada!

    À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes/Deb/Inep/Secad – Observatório Escolar Indígena.

    Aos teóricos, que não são poucos e que, muitos deles, pereceram em nome da causa indígena para investigar, escrever e propagar pelo mundo os conhecimentos das diferentes etnias.

    Ao grupo de pesquisa pelos momentos de alegrias, de tristezas, de discussões e de aprendizagens, pelas novas amizades e pelas viagens, cabe a cada um o desejo de aprender com o diferente!

    Aos meus pais João Bosco e Maria do Carmo e aos meus irmãos Reginaldo, Regiana, Reinaldo e Renata, que são exemplo de família recheada de amor, de compreensão, de companheirismo e de doação.

    Às minhas amadas filhas Sofia e Clarice pelo amor constante. Vocês são minha força motriz.

    Ao meu esposo Franciney Santos pelo respeito, carinho e incentivo à realização dos meus desejos.

    Às amizades adquiridas antes e durante a trajetória da pesquisa e elaboração da obra.

    LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

    Sumário

    INTRODUÇÃO 15

    1. CAMINHANDO A PASSOS LENTOS 16

    2. UMA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 18

    3. A ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA 18

    CAPÍTULO I

    PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO 21

    1.1 O OLHAR DOS PESQUISADORES 21

    1.1.1 A pesquisa 21

    1.2 AS ENTRELINHAS DAS MATEMÁTICAS INDÍGENAS 23

    1.2.1 Quando A não é A: Hermenêutica como metodologia 23

    1.2.2 Componentes técnicos adotados 25

    1.2.2.1 O cruzamento das Matemáticas: Análise de conteúdo 25

    1.2.2.2 Coleta de documentos: pré-análise 26

    1.2.2.3 Análise de documentos e o tratamento dos resultados 27

    1.2.2.4 A inferência e a interpretação dos dados 28

    1.3 A ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA 28

    1.3.1 O problema da pesquisa 28

    1.3.2 Objeto da pesquisa 28

    1.3.3 Sujeitos da pesquisa 29

    1.3.4 Questões norteadoras 29

    1.3.5 Objetivo geral 30

    1.3.6 Objetivos específicos 30

    CAPÍTULO II

    UM OLHAR RETROSPECTIVO SOBRE OS SISTEMAS DE NUMERAÇÃO 31

    2.1 POR UMA EPISTEMOLOGIA DA MATEMÁTICA INDÍGENA 31

    2.2 SISTEMAS NUMÉRICOS: CONHECIMENTO MATEMÁTICO DE DIFERENTES POVOS 33

    2.2.1 Dos números às pirâmides 35

    2.2.2 Astronomia como revelação dos números 36

    2.2.3 As barras numéricas 37

    2.2.4 A eclética Matemática Hindu 38

    2.2.5 Tradutores matemáticos 39

    2.2.6 Uma miscelânea cultural 42

    2.2.7 Do outro lado do oceano: As Américas 45

    2.3 CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS DOS POVOS INDÍGENAS

    NO BRASIL 48

    2.4 CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS DOS POVOS INDÍGENAS

    DO ALTO RIO NEGRO 51

    2.5 A MATEMÁTICA DO ÍNDIO: A NATUREZA COMO REFERENTE 54

    CAPÍTULO III

    SISTEMAS NUMÉRICOS EM CONTEXTOS INTERCULTURAIS 59

    3.1 DO DIÁLOGO ENTRE CULTURAS À CONSTRUÇÃO DOS

    SABERES MATEMÁTICO 59

    3.1.1 Diversas alterações conceituais de cultura 59

    3.1.2 Interculturalidade: inter-relação com o outro 63

    3.2 SISTEMAS NUMÉRICOS E OS POVOS INDÍGENAS DO

    NOROESTE AMAZÔNICO 64

    3.2.1. Sistemas numéricos dos povos Indígenas Maku, Baniwa e

    Tariano do Alto Rio Negro 66

    3.2.2.Sistema de numeração Maku 67

    3.2.3 Sistema de numeração Baniwa 71

    3.2.4 O contexto: etnia Tariana ou Taliáseri 72

    3.2.4.1 Os sistemas de numeração Tariano 76

    3.2.5 Os números na prática do cotidiano indígena e não indígena 81

    3.3 COMPREENDENDO CONCEITOS: EDUCAÇÃO, EDUCAÇÃO INDÍGENA, EDUCAÇÃO ESCOLAR E EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA 83

    3.3.1 Educação e Educação Indígena 83

    3.3.2 Educação Escolar e Educação Escolar Indígena 85

    3.3.3 Sistema numérico nas escolas indígena e não indígenas 87

    3.3.4 Livros didáticos de Matemática do 6º ano do Ensino Fundamental 90

    CAPÍTULO IV

    MATEMÁTICA INDÍGENA E NÃO INDÍGENA: UMA POSSÍVEL INTERLIGAÇÃO 95

    4.1 ENTRELAÇAMENTO DAS MATEMÁTICAS: ENTRE O TEÓRICO E O PRÁTICO 95

    4.1.1 Recursos didáticos: possibilidades e desafios na educação

    intercultural 97

    4.1.2 Recurso multimídia (CD-ROM): importância e necessidade 99

    4.2 RECURSO DIDÁTICO: OBJETIVO E CONTRIBUTOS DO

    PRODUTO 101

    4.2.1 Sistemas numéricos e interculturalidade: estruturação do

    material 102

    4.2.2 Aplicação na sala de aula: possibilidades e limites 105

    CONSIDERAÇÕES FINAIS 107

    REFERÊNCIAS 113

    INTRODUÇÃO

    O livro Sistemas Numéricos e Ensino de Ciências: construção do conhecimento matemático de povos indígenas do Alto Rio Negro, traz análises bibliográficas referente aos sistemas de numeração de povos culturalmente distintos e referente ao processo ensino-aprendizagem da Matemática nas escolas indígenas e não indígenas. A complexidade da Matemática dentro de um processo de identificação cultural nos faz dar conta que é preciso compreender as diversidades do saber-fazer matemático em variados contextos do processo de ensino-aprendizagem da Matemática.

    Historicamente, o conhecimento matemático surgiu antes mesmo de o homem construir sua linguagem. Os agrupamentos de animais, as comparações entre as partes corporais, as relações entre os membros do corpo e as coisas externas ambientais evidenciavam esse conhecimento. E, por sua vez, a linguagem transformou os registros encontrados em ossos, cavernas e cerâmicas em abstrato. Com a curiosidade de saber a estruturação de sistemas numéricos de nossos antepassados interessamo-nos na busca do entendimento do manuseio desses saberes nas comunidades indígenas, mesmo porque tínhamos, somente, conhecimentos matemáticos das escolas do não índio. Ancorados nessa perspectiva, algumas interrogações se evidenciaram, por exemplo: Índio faz ciência? Índio sabe matemática? O que é matemática na cultura

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