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Sobre Ser: a organização da mente
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Ebook95 pages1 hour

Sobre Ser: a organização da mente

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Este livro, com humor e poesia, traça um paralelo entre a organização da mente e a constância cósmica. Estamos cercados de acontecimentos que observamos repetidamente na mesma ordem. Ordem parece ser a palavra que o universo escolheu para se mostrar a nós. Seus acontecimentos mostram como a constância é fundamental para a sua manutenção, eles acontecem com uma previsibilidade tão grande que até nos atrevemos a planejar nossas próximas férias. Na Terra, tudo é movimento e constância. Os únicos seres que conhecemos que não se guiam pela fantástica lógica da organização que em muito poderia nos beneficiar somos você e eu. O livro propõe reflexões e técnicas para uma vida mais fluida, liberando espaço para um melhor aproveitamento da mente em busca de nossas "galáxias".
LanguagePortuguês
Release dateJan 26, 2023
ISBN9786525259802
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    Excelente livro, cujo conteúdo é de altíssimo valor e deveria ser ensinado nas Escolas!

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Sobre Ser - Celina Siqueira

SOBRE EXISTIR

O tempo de existência do Homo Sapiens na Terra é de 6,3 X 10¹² segundos.

Pensar sobre o existir é um exercício que suscita muitas indagações. O existir veio antes da consciência de estarmos aqui. A origem da consciência nos faz voltar ao momento do limiar da vida e, a partir daí, pensar sobre em que momento dentre os processos celulares ela emergiu. Estes, outrora, parecem tão físicos e químicos que, se estudados separadamente afastam qualquer hipótese do surgimento desta consciência. Sendo a célula um organismo vivo, o conjunto delas poderia desenvolver essa consciência. Mas não sabemos ainda como isso aconteceu.

A ciência, repleta de lacunas, ainda não explica essa origem, mas já aceita a possibilidade de um criador que seja responsável por ela. A possibilidade da origem da vida sem um criador, segundo a ciência, é de 1/10¹²³. Ou seja, remota e calculável. Pesquisas são pausadas e até abandonadas por falta do que, na poesia, chamaríamos de eu lírico, o lugar por onde a poesia fala. Sim, a ciência se freia quando não consegue explicar por onde ela fala. Parece que estamos evoluindo... à medida que a ciência pode ser entendida hoje como aquilo que os cientistas fazem e não mais como um dogma detentor de todas as explicações razoáveis sobre os fenômenos, nossa capacidade de olhar para fora e questionarmos nosso entorno aumenta e nos permite, inclusive, sermos mais livres para pensarmos atrevidamente sobre nossas próprias indagações. Hoje, o que não se pode explicar, o que é mágico, não é inferior ao natural. Não tendo Deus correspondência empírica, uma gama de possibilidades nos aparece para pensarmos e experimentarmos. É aí que tudo fica ótimo. Este é um grande momento da história. Pela primeira vez somos livres para pensarmos e debatermos sem medo da condenação à fogueira sobre o que antes parecia mágico, mas que hoje se iguala ao natural e é pensado por cientistas de todo o mundo. Pesquisas marginais e autores esquecidos podem se alegrar com esse fato: a ciência e a magia hoje são importantemente consideradas. Precisamos alargar nossa capacidade tão limitada de explicação dos fenômenos. Todos eles são naturais, precisamos reconhecê-los como tais.

Ciências, como a parapsicologia e a física quântica, nos explicam fenômenos antes atribuídos às manifestações de divindades ao mesmo tempo em que a ciência precisa atribuir a um ser criador a explicação para alguns processos evolutivos e fenômenos que parecem transcender as leis naturais ou capacidades de racionalizar. Ler livros de parapsicologia nos coloca frente a muitas explicações científicas de fenômenos que antes eram atribuídos a espíritos. Estive em um congresso em que um famoso físico espírita falava sobre como a ciência, com suas lacunas, enriquece a crença em Deus. Adoro viver em um tempo em que se pode ser físico e espírita sem nenhum desmerecimento! Nunca na história tivemos uma ciência tão eclética e uma crença tão fundamentada.

Tradições, teorias e princípios são os preceitos que dirigem nossa vida nos fazendo pensar e aprender, através de experiências vividas, como viver. É um grande caldeirão onde se misturam nossos costumes herdados com as novas informações que nossos antepassados sequer tinham conhecimento. Somos produto do que nossos pais nos ensinaram, o que aprendemos por nossa própria observação e o que decidimos incorporar às nossas vidas.

Minha intenção aqui não é somente provocar reflexões filosóficas sobre a vida e o sentido dela, o que já seria interessante per se. Tentarei, mesmo usando pausas e um estilo de escrita repleto de curvas que se assemelham a digressões, abrir portas para novas perguntas. O que todos desejamos é que a nossa vida seja fluida, que ela seja leve e cheia de paz. Ninguém gosta de tentar, tentar e tentar sem sucesso. A maioria de nós já experenciou ou experencia uma vida pesada, de muitos desafios e afazeres que nos sobrecarregam. Se uma vida fluida é o que quase todos queremos, escreverei sobre como caminhar em direção a uma, pensando em passos e mudanças que facilmente ajustamos às nossas vidas para conquistarmos esta outra. Desejo que possamos viver de forma consciente, orgânica e genuína, e, para isso, vou falar um pouquinho mais sobre nossa consciência e sobre este viver. Viver é mais ou menos como a experiência do Campo Profundo.

SOBRE O CAMPO PROFUNDO

O Campo Profundo é localizado nas coordenadas equatoriais 22h 32m 56.22s de ascensão reta e -60° 33′ 02.69″ de declinação nas proximidades do polo sul celeste.

O Campo Profundo, também conhecido por Campo Profundo do Hubble, é uma imagem de uma pequena região na constelação Ursa Maior captada por esse magnífico telescópio que a ela empresta o seu nome. É uma imagem que o Hubble avistou com o tamanho angular de uma bola de tênis a cem metros. Enfim, nada muito significativo para os cientistas da NASA que na época se deleitavam com imagens muito maiores e mais interessantes captadas pelo Hubble. Peço licença e perdão aos físicos e cientistas espaciais para narrar essa história à minha maneira, trazendo poesia aos fatos. Como eu estava dizendo, essa pequena imagem quase imperceptível estava esquecida em um canto da tela e era desmerecida por todos. Até que em 1995, durante uma pausa para a comemoração do Natal, talvez até permitindo que o Hubble também tivesse um descanso natalino, destinaram seu olhar (suas lentes) para esse pequeno e restrito ponto, acreditando que não representaria um total desperdício de tempo se nada interessante fosse fotografado por ele. E assim ficou Hubble, solitário e parado naquele ponto entre os dias 18 e 28 de dezembro. Imaginem a grande surpresa dos pesquisadores ao retornarem de suas festas e descobrirem uma imagem composta por 342 exposições das lentes do eficiente Hubble demonstrando nada menos que 10.000 galáxias descobertas. Bingo! A descoberta do Campo Profundo se tornou um marco no estudo do começo do universo. Imagino que os cientistas que aproveitaram o recesso no Natal de 1995 estavam bastante ocupados no mesmo período em 1996 ainda maravilhados com essa descoberta. É uma imagem magnífica, se você nunca viu, contemple-a.

A surpresa ressignificou o tamanho do universo. O Campo Profundo pode ser uma metáfora para a nossa consciência e para o nosso viver. Da mesma forma, podemos ressignificar nossas próprias dimensões. Em 500 gramas de terra, aquela mesma que você usa para plantar, encontramos milhares de organismos, minerais, líquidos, gases, enfim, uma infinidade de componentes que poderiam constituir o campo profundo da orquídea que você tem em casa. A própria orquídea com suas sépalas e partes feminina e masculina é um mistério em proporções exponenciais. Observar um ser vivo, por menor que seja, por algum tempo, traz a qualquer mente questionadora, perguntas para uma vida inteira.

Em uma escala micro, mas usando a mesma lógica, nos surpreendemos ao tomarmos uma atitude que conscientemente não tomaríamos, mas talvez movidos por algum pressentimento ou emoção, tomamos. Nosso consciente nos avisa para não darmos importância àquele espaço que chamamos de inconsciente, mas, de repente, ele emerge tomando sozinho a decisão e nos deixa boquiabertos ao nos depararmos com todos aqueles desdobramentos originados desta. Esses desdobramentos são nossas galáxias e a descoberta delas requer

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