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Poesia Sufocante
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Poesia Sufocante

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Poesia Sufocante é uma obra que pretende mudar o mundo, ao menos o mundo da poesia. Traz um estilo muito próprio do autor que, imerso em crises existenciais constantes, tenta comunicar ao mundo exterior por meio de um lirismo profundamente melancólico, as dores que marcam a sua efêmera e insignificante existência. Esta poesia é bastante influenciada, estilisticamente, pelos traços do Modernismo brasileiro, Morrissey e, ao mesmo tempo, recheada por uma influência diretamente advinda da corrente de pensamento filosófica conhecida por EXISTENCIALISMO. Aqui, o leitor experimentará o mais cruel da sensação de absurdo ou absurdidade descritos em Camus e Sartre.
Este livro pode ser considerado um grito. Um grito através do qual ecoam sofrimento, dor, tristeza, angústia, melancolia, pesar e alguns devaneios advindos de mera euforia ilusória que a nada levam.
Esta obra não será dedicada, em moldes machadianos clássicos, aos eventuais vermes que venham a devorar a carne em decomposição de seu autor. Este livro já é dedicado aos vermes que, nesse vale de lágrimas, permeiam e sufocam, em vida, a putrefata mente deste solitário escritor.
Estes são poemas para quem tem estômago. Se estás a procurar alento, este lugar não é recomendado para ti...
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateFeb 13, 2023
ISBN9786525440316
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    Poesia Sufocante - André Aquino

    Epígrafe

    A CAPA é um quadro de um grande amigo meu, Fernando Taveira Bernardes, artista plástico, intitulado de ANGÚSTIA. Algo que, sublime como é, veio a cair como uma luva em quesito de expressão visual para esta obra...

    Dedicatória

    Às rugas, às pelancas e às decadências biológicas que tomarão conta, apossar-se-ão de minha podre carne humana até que ela chegue à sepultura por fim...

    Concha Solitária

    Coração apertado

    Olhos que lacrimejam

    Sem mais nem por quê

    Não há nada de novo na TV

    Pensamentos cada vez mais apedrejam

    O sujeito falsamente enamorado.

    Da minha janela

    Nada de paixões

    Com o peito esmagado

    Por efêmeras ilusões

    Vejo apenas caminhões.

    Ninguém nos ama

    Nem sequer nos telefona

    A década sombria só se enrola

    Mas nunca acaba

    Ainda vivo espremido

    Espiralmente sufocado

    Em minha concha solitária.

    A semana de Ana

    Um domingo vazio preenche sua vida

    Dia sem vida, sem cor

    Esse outubro não lhe trouxe nenhuma alegria

    Talvez outros mais tragam-lhe apenas mais dor. Ana está agora na calçada sem iniciativa alguma para ir falar com a vizinha

    Pensa que gostaria de ter uma filha

    Talvez isso desse um pouco de sentido à sua devastada existência

    Uma segunda sem graça invade sua casa sem permissão

    Ela permanece apática

    Não há ânimo para nenhuma reação

    Desencorajada até de viver, segue sem procurar por uma paixão

    Pergunta-se se um dia será de alguém seu mole coração

    Uma terça de profunda tristeza agora instala-se na sala

    Ana está esparramada sobre o sofá

    Não há entusiasmo algum para se levantar cedo na quarta

    Ela segue vivendo a Deus dará

    Uma quarta violenta invade a cozinha

    Sentar-se à mesa em plena hora do jantar é o que tem para fazer

    Não sabe ao certo o que irá preparar para o jantar

    Há pouca comida e uma fadiga quase que mortal

    O que Ana irá comer, afinal?

    Essa é a indagação principal

    Não há também no bolso, sequer um centavo

    O reino da miséria está finalmente instalado

    Uma quinta sombria agora dorme com Ana em seu quarto até o meio-dia

    Em sua geladeira, não há vodca ou cerveja

    Acabou, enfim, o álcool, o tabaco e até mesmo a,

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