A ascensão política da extrema-direita e a restrição de direitos sociais no Brasil e nos Estados Unidos da América
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A ascensão política da extrema-direita e a restrição de direitos sociais no Brasil e nos Estados Unidos da América - Gilberto Ferreira
1) A DEMOCRACIA LIBERAL E A ASCENSÃO DA EXTREMA-DIREITA
Há três décadas, a queda do muro de Berlim e o fim da guerra fria significaram a hegemonia, no âmbito econômico, do capitalismo globalizado e, ao menos no ocidente, no âmbito político, de democracias com seus respectivos sistemas representativos. Na América Latina, o fim das ditaduras militares representou para os países da região a conjugação de três grandes desafios: a necessidade de desenvolver processos políticos democráticos; a integração de suas economias à globalização; a redução da desigualdade social evidenciada pela ausência de direitos básicos para a maioria de seus cidadãos.
A predominância do capitalismo e das instituições do liberalismo foi acompanhada, na teoria política, por uma ampla literatura contra o totalitarismo, pela defesa da democracia e das garantias individuais, inclusive como possibilidade de renovados projetos emancipatórios. Surge então, dentro dos próprios movimentos da esquerda, uma contraposição a setores que consideravam as cartas de direitos advindas das revoluções burguesas somente disfarces para a manutenção de um sistema de dominação.
Claude Lefort, ao apresentar um detalhado estudo sobre os efeitos da dominação totalitária, afirma que os direitos do homem possibilitam um constante questionamento do próprio direito. Eles instituem uma nova relação com a política e não devem ser analisados somente a partir dos vícios e manipulações existentes, por exemplo, na produção de leis ou no exercício da justiça. Possuem, portanto, uma dimensão simbólica que constitui a sociedade política¹. Quanto à democracia, o autor destaca a forma em que o poder é exercido:
Para além da cerimônia de instauração-restauração do poder, ocorre, com efeito, outra aventura: enquanto o poder era outrora incorporado, ligado à pessoa de um monarca ou imbricado numa aristocracia, ele se encontra restituído à sua indeterminação. Em outros termos, a democracia faz tacitamente do lugar do poder um lugar vazio, ela estabelece que ele não pertence por direito a ninguém².
A democracia é defendida como a possibilidade de exercício do poder por um conjunto indeterminado de pessoas, sendo que este exercício é sempre provisório e alternado. A autoridade deixa de ser absoluta e pode ser constantemente questionada pelos cidadãos, através dos direitos à manifestação e de associação. São direitos, portanto, que limitam o poder do Estado e significam uma evolução na relação entre governantes e governados. Jacques Rancière destaca que na democracia o título para governar é justamente a ausência de título. A superioridade do governante fundamenta-se na própria ausência de superioridade. O poder não se legitima na filiação, na divindade ou na riqueza, mas na inexistência de títulos que embasem a relação entre governantes e governados³. Embora reconheça que uma sociedade essencialmente democrática não existe e não existiu e que, de fato, o poder é sempre exercido em meio a disputas entre oligarquias, ainda assim, a democracia serve como uma constante luta para a ampliação da esfera