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A História Do Idioma Português
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A História Do Idioma Português

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Em 25 de novembro de 2019, a data de 5 de maio foi instituída pela UNESCO como Dia Mundial, tornando o idioma português o primeiro no mundo a ter uma data oficial reconhecida pelo órgão da ONU. Durante muito tempo, não passou de um dialeto regional ibérico, a exemplo do galego e do catalão. Hoje, estima-se que a língua portuguesa seja falada por mais de 265 milhões de pessoas. Inegável a contribuição de um homem em particular... Em 1565, na viagem de volta a Goa, retornando de Macau, o navio que levava Camões naufragou junto à foz do rio Mecom, salvando-se apenas ele e o manuscrito d’Os Lusíadas. Logo após a morte do poeta, em 1580, o espanhol tornou-se uma séria ameaça à sobrevivência do idioma português, por conta da União Ibérica. Desde o tempo em que viveu e ao longo dos séculos Camões foi louvado por diversos luminares da cultura ocidental. Torquato Tasso, que dizia ser Camões o único rival que temia, dedicou-lhe um soneto, Baltasar Gracián elogiou a sua agudeza e engenho, no que foi seguido por Lope de Vega, Cervantes – que via Camões como o “cantor da civilização ocidental” – e Góngora. Foi uma influência sobre o trabalho de John Milton e vários outros poetas ingleses; Goethe reconheceu a sua eminência, Sir Richard Burton o considerava um mestre, Friedrich Schlegel o dizia expoente máximo da criação na poesia épica, opinando que a “perfeição” [Vollendung] da poesia portuguesa era evidente nos seus “belos poemas”, e Humboldt o tinha como um admirável pintor da natureza. Voltaire criticou certos aspetos da obra, nomeadamente a sua falta de unidade na ação e mistura de mitologia cristã e pagã, mas também admirou as novidades que ela introduziu em relação às outras epopeias, contribuindo poderosamente para a sua difusão. Montesquieu afirmou que o poema de Camões tinha algo do charme da Odisseia e da magnificência da Eneida. Entre 1735 e 1874 surgiram nada menos do que vinte traduções francesas do livro, sem contar inúmeras segundas edições e paráfrases de alguns dos episódios mais marcantes. Entre os seus apreciadores, encontramos Milton e Burton, também William Wordsworth, Lord Byron, Edgar Allan Poe, Henry Longfellow, Herman Melville, Emily Dickinson e especialmente Elizabeth Browning, que foi uma grande divulgadora da sua vida e obra.
LanguagePortuguês
Release dateNov 18, 2021
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    A História Do Idioma Português - Adeilson Nogueira

    A HISTÓRIA DO IDIOMA

    PORTUGUÊS

    Adeilson Nogueira

    1

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.

    2

    AGRADECIMENTO

    Ao amigo e empresário Kaká Santos, companheiro nesta viagem pelo conhecimento.

    3

    ÍNDICE

    INTRODUÇÃO......................................................................................05

    O NASCIMENTO DE UMA LÍNGUA.......................................................08

    O LATIM.............................................................................................. 13

    CRONOLOGIA..................................................................................... 16

    DOCUMENTO DO REI ORDONHO I ..................................................... 27

    DOAÇÃO À IGREJA DE SOSELO............................................................ 30

    CODICÍLIO À DOAÇÃO DE SOSELO...................................................... 35

    TÍTULO DE VENDA ..............................................................................38

    DOAÇÃO DE DARIO D’AVIZ ................................................................ 42

    TESTAMENTO DE DONA HORRACA .................................................... 46

    ERA MEDIEVAL (Os mais antigos escritos)...........................................48

    TESTAMENTO DE ELVIRA SANCHES.....................................................48

    TESTAMENTO DE D. AFONSO II (1214)............................................... 49

    NOTÍCIA DE TORTO (1214-1216)........................................................ 53

    CAPÍTULO XV - NOTÍCIA DE FIADORES (1175) .................................... 55

    HISTÓRIA DA POESIA PORTUGUESA....................................................56

    4

    INTRODUÇÃO

    Em 25 de novembro de 2019, a data de 5 de maio foi instituída pela UNESCO como Dia Mundial, tornando o idioma português o primeiro no mundo a ter uma data oficial reconhecida pelo órgão da ONU.

    Durante muito tempo, não passou de um dialeto regional ibérico, a exemplo do galego e do catalão.

    5

    Hoje, estima-se que a língua portuguesa seja falada por mais de 265 milhões de pessoas.

    Inegável a contribuição de um homem em particular...

    Em 1565, na viagem de volta a Goa, retornando de Macau, o navio que levava Camões naufragou junto à foz do rio Mecom, salvando-se apenas ele e o manuscrito d’Os Lusíadas.

    Logo após a morte do poeta, em 1580, o espanhol tornou-se uma séria ameaça à sobrevivência do idioma português, por conta da União Ibérica.

    Desde o tempo em que viveu e ao longo dos séculos Camões foi louvado por diversos luminares da cultura ocidental. Torquato Tasso, que dizia ser Camões o único rival que temia, dedicou-lhe um soneto, Baltasar Gracián elogiou a sua agudeza e engenho, no que foi seguido por Lope de Vega, Cervantes – que via Camões como o cantor da civilização ocidental – e Góngora.

    Foi uma influência sobre o trabalho de John Milton e vários outros poetas ingleses; Goethe reconheceu a sua eminência, Sir Richard Burton o considerava um mestre, Friedrich Schlegel o dizia expoente máximo da criação na poesia épica, opinando que a

    perfeição [Vollendung] da poesia portuguesa era evidente nos seus belos poemas, e Humboldt o tinha como um admirável pintor da natureza.

    6

    Voltaire criticou certos aspetos da obra, nomeadamente a sua falta de unidade na ação e mistura de mitologia cristã e pagã, mas também admirou as novidades que ela introduziu em relação às outras epopeias, contribuindo poderosamente para a sua difusão.

    Montesquieu afirmou que o poema de Camões tinha algo do charme da Odisseia e da magnificência da Eneida. Entre 1735 e 1874 surgiram nada menos do que vinte traduções francesas do livro, sem contar inúmeras segundas edições e paráfrases de alguns dos episódios mais marcantes.

    Entre os seus apreciadores, encontramos Milton e Burton, também William Wordsworth, Lord Byron, Edgar Allan Poe, Henry Longfellow, Herman Melville, Emily Dickinson e especialmente Elizabeth Browning, que foi uma grande divulgadora da sua vida e obra.

    7

    O NASCIMENTO DE UMA LÍNGUA

    Conta Duarte Nunes de Leão (c. 1630-1608), em sua publicação sobre a história da língua portuguesa, datada de 1606, que "Posto que Antonio Nebrissense varão douto, e de maduro juízo, tem para si que até o tempo

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