Viaje Comigo Pelo Brasil E Pelo Mundo

Edna Cardozo Dias

VIAJE COMIGO

PELO BRASIL E PELO MUNDO

Belo Horizonte - Minas Gerais

2020

VIAJE COMIGO PELO BRASIL E PELO MUNDO

© 2020

EDNA CARDOZO DIAS

Editor

Edna Cardozo Dias

Arte-final

Aderivaldo Sousa Santos

Revisão

Da Autora

FICHA CATALOGRÁFICA

D541p

Dias, Edna Cardozo

Viaje comigo pelo Brasil e pelo mundo / Edna Cardozo Dias . — Belo Horizonte - Minas Gerais 2020.

268 p.

1.Turismo.

CDU 379.85

Elaborada por Rinaldo de Moura Faria - CRB-6 nº 1006

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EDNA CARDOZO DIAS

ÍNDICE

Apresentação ................................................................................. 7

VIAJANDO PELO MUNDO .................................................... 9

Viagem ao Egito ....................................................................... 11

Índia e Nepal, vozes de uma sabedoria milenar ....................... 16

Grécia, a sabedoria e a arte que conquistaram o mundo ......... 19

Terra Santa, o caminho do amor .............................................. 22

Turquia ..................................................................................... 25

Os encantos de Marrocos ........................................................ 29

Pachamama, a mãe de toda vida ............................................. 33

Na trilha dos Incas ................................................................... 37

Nazca e Paracas ..................................................................... 41

Na rota dos Maias ................................................................... 44

No fim do mundo ..................................................................... 48

Patagônia Chilena .................................................................... 51

TAHITI .................................................................................... 54

Ilha de Páscoa ......................................................................... 56

Palácios e castelos da Europa ................................................. 59

Assis ........................................................................................ 63

Mont-Saint-Michel - o caminho do paraíso .............................. 66

Santiago de Compostela ........................................................... 68

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Angkor, uma das sete maravilhas modernas – Camboja ......... 70

Budapeste, a Rainha do Danúbio ............................................. 76

Países Balticos ......................................................................... 80

Escandinávia ............................................................................ 90

Paris, a cidade luz .................................................................... 98

Jordânia e Petra, a cidade de pedra ....................................... 105

Praga, a pérola do oriente ...................................................... 109

Safari no Quênia .................................................................... 113

Viena ...................................................................................... 121

Tailândia, a terra do sorriso .................................................... 126

Cape Town ............................................................................ 132

Escandinávia e Fiordes Noruegueses .................................... 137

Escócia .................................................................................. 141

Irlanda .................................................................................. 1144

Londres .................................................................................. 147

Os Balcãs ............................................................................ 1152

Bulgária .................................................................................. 162

Trem Transiberiano – de Moscou a Pequim .......................... 166

Stonehenge ............................................................................ 180

Romênia ................................................................................. 182

Geórgia .................................................................................. 185

O Cáucaso – Armênia ........................................................... 188

Islândia – The land of fire and ice ..................................... 191

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As mais encantadoras cidades da França ............................. 195

Cruzeiro nas Ilhas Gregas ...................................................... 201

Costa Rica ............................................................................. 203

Panamá .................................................................................. 204

São Petersburgo ..................................................................... 205

VIAJANDO PELO BRASIL ................................................ 207

Amazônia, a terra da paz e do amor ...................................... 208

Amazônia Paraense ............................................................... 211

Pedra Pintada, uma viagem ao passado ................................ 214

Serra do Cipó ......................................................................... 217

Muito além da liberdade, as minas dos Campos Gerais ......... 219

Rafting no Rio Capivari ......................................................... 223

No mundo subterrâneo .......................................................... 226

No fundo do mar .................................................................... 229

Arvorismo .............................................................................. 232

São Thomé das Letras - útero da terra ................................. 235

Estudantes de Direito Urbanístico visitam Tiradentes ........... 238

Santuário do Caraça .............................................................. 241

Natal, a cidade das dunas ...................................................... 244

Chapadão do céu, um portal para o Parque das Emas .......... 246

A cidade dos Pireneus ........................................................... 250

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Serra do Roncador ................................................................. 253

Alto Paraíso, um recanto do universo .................................... 256

Convivência, a ilha que não está no mapa ............................. 259

As Sete Maravilhas ................................................................ 262

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APRESENTAÇÃO

Neste livro a advogada Edna Cardozo Dias nos leva a percorrer os cinco continentes da Terra. De maneira leve nos faz mergulhar na cultura, na história, no passado e no presente narrando todo encanto da diversidade das raças e lugares. Das águas do Nilo, via láctea terrestre, às aguas sagradas do Ganges, que flui dos cabelos do deus Shiva. Das areias douradas do deserto do Saara ao deserto de Gobi, na Mongólia, onde diz a lenda que os seres de luz descem à Terra para celebrar o Festival de Wesak na lua cheia de touro. Das Cordilheiras geladas dos Himalaias às Cordilheira dos Andes, polos positivo e negativo da Terra, a energia que une o masculino ao feminino, fundidas no amor que tudo cria. Da rota dos incas e dos maias até os glaciares da Patagônia. Da s aguas quentes da Lagoa Azul da Islândia às aguas geladas do Lago Baikal na região montanhosa russa da Sibéria. Das ilhas, praias, florestas e vulcões às grandes capitais do mundo. Atravessando a Europa, Américas, Ásia, África e Oceania nos leva a visitar as maravilhas modernas eleitas na internete (2007), por iniciativa da New Open World Corporation, como as 7

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muralhas da China, Petra, Machu Pichu, Coliseu, Taj Mahal e a única maravilha antiga sobrevivente, as pirâmides do Egito. Viajar é como abrir uma janela para a felicidade e quem experimenta esse deslumbramento descobre que a Terra é o próprio paraíso, e quem está vivo não precisa desejar nenhuma outra graça.

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VIAJANDO PELO MUNDO

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VIAGEM AO EGITO

Pirâmide de Gizé - Cairo

O ponto de partida de uma viagem ao Egito é invariavelmente a cidade do Cairo, a capital do país, localizada às margens do Nilo. A chegada ao Egito nos impulsiona imediatamente até as pirâmides de Gizé, única das maravilhas do mundo antigo que sobrevive alheia ao tempo, com sua silhueta perfeita, despertando a imaginação de quem as contempla: Quéops, Quéfren e Miquerinos. As pirâmides serviam como catalizadores de luz que propiciavam a pessoa à iniciação, por meio da alteração consciencial rumo às inteligências superiores.

A Esfinge, com seu corpo de Leão e cabeça humana é um monumento imponente. O leão representa a força capaz de transformar em realidade as ações criativas dos deuses. Para os antigos egípcios simbolizava o Nilo e suas estações. A Esfinge do Egito foi construída como guardiã dos horizontes, do sol nascente e do sol poente, e detém as palavras chaves do portal da sabedoria. A esfinge propõe enigmas, vigia a entrada do caminho esotérico e das ciências secretas, comanda o decurso da iniciação , e expressa o 11

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símbolo mais elevado da vigilância divina. O viajante para prosseguir seu caminho teria que responder ao desafio da esfinge, sabendo que todo desafio é uma oportunidade a lhe servir ou não. A escolha é individual, pois cada um é responsável pela solução do enigma de sua vida.

As ruínas faraônicas convivem ao lado de edifícios e casas, a maioria de tom bege, outros sem pintura. Na parte islâmica da cidade, ruelas estreitas lembram os tempos medievais. Visita obrigatória é a Mesquita de Mohamed Ali, toda talhada em alabastro, uma suntuosidade deslumbrante. O Egito Copta conserva relíquias, como a igreja de Santo Sérgio com suas pinturas bizantinas, onde a Sagrada Família viveu durante sua fuga ao Egito.

O papiro ( Cyperus papirus) , planta nascida nos pântanos e nos charcos, que possuía múltiplas utilizações no passado, é hoje perpetuado na fabricação de folhas, onde se fazem desenhos que representam a cultura egípcia. A planta é cortada em lâminas, que são postas para secar, dispostas vertical e horizontalmente umas tiras sobre as outras, são prensadas e colocadas em repouso. Hoje, esses desenhos fazem parte da arte egípcia, e se certificados podem custar bem caro.

Rio Nilo, a via láctea terrestre

Para se mergulhar na cultura local é preciso fazer um cruzeiro ao longo do Nilo, onde estão as ruínas dos templos, morada dos deuses.

As margens são habitadas por camponeses que dividem a água com os animais e plantas.

Iniciamos o tour com uma viagem de trem até Luxor, onde embarcamos no navio Royal Regency. Na decoração dos hotéis e navios abunda a cor dourada e móveis que nos remetem ao país das 1000 e uma noites. Luxor está construída sobre a antiga Tebas das mil portas, capital do Novo Império ( 1514 a 1205 a.C.) e de onde se pode visitar o complexo de Karnak e o Templo de Luxor.

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A grandiosidade de Karnak, onde se adorava o deus Amon-Ra, pode ser apreciada desde que se avista a avenida de esfinges de carneiro, animal visto como o Deus Osíris, símbolo da renovação da alma no templo. Amon é o rei dos deuses, deus da criação. Ra é uma divindade autocriada numa flor de lotus azul, representa o sol ao meio dia. Nenhum outro templo deixa uma impressão tão arrebatadora com suas paredes gigantescas, obeliscos, colunas, estátuas e blocos decorados. Num dos pátios encontramos uma estátua do escaravelho, o deus Khepri, que representa a emergência do sol da manhã vindo do submundo da noite, o que lhe conferiu o papel de símbolo da ressurreição da morte e de talismã de proteção. O escaravelho é o símbolo da vida, e acompanha os mortos da mesma forma que carrega o sol durante todas as noites. Acredita-se que os visitantes que fizerem um pedido e derem três voltas em torno de sua imagem terão seu desejo realizado.

Luxor, construído por Ramsés II e Amenófis III era o templo onde Amon visitava sua amada Mut, como Amon Min, deus da fertilidade, todos os anos. É, também, onde se encontra o obelisco que seria par daquele que se encontra em Paris, na Place de la Concorde.

O panteão egípcio e seus templos

Os egípcios acreditavam que os deuses podiam habitar o corpo das imagens quando quisessem, e se ocupavam da vida sobre a terra.

Muitos deuses eram representados com corpos de homens e cabeça de animais demonstrando a união entre o divino e o humano. Em Edfu visitamos o templo de Hórus, filho de Osíris (primeiro deus a ressuscitar, deus dos mortos e da vida eterna) e Ìsis (a deusa de tudo, amante divina, mãe abnegada, protetora das crianças, mãe de toda natureza). Hórus é uma divindade celestial e solar, representado com a cabeça de falcão, e os olhos, metaforicamente, como o sol e a lua.

Seus olhos representam, ainda, o Vatchat, o olho que tudo vê, 13

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Cruzeiro pelo Nilo - Templo Kom-Ombu

demonstração de alta espiritualidade e visão. Outros deuses com cabeça de animais são lá representados como Thot, com cabeça de ibis, deus abençoado pelos seus poderes de profecia, interpretação, filosofia. Maat é representada por uma mulher com uma pena de avestruz na cabeça, e significa o respeito às leis e às individualidades, e tem um papel marcante no juízo final, segundo o Livro dos mortos, usando sua pena para pesar as almas dos que chegassem ao salão de julgamento subterrâneo. O julgamento era feito diante de outros deuses animais como Thot (deus da escrita e do tempo, quem domina o tempo domina tudo, inclusive as ciências e o desenrolar dos destinos) e Anúbis (deus com cabeça de cão, filho de Osíris com Neftis, condutor dos mortos pelo deserto e deus dos embalsamentos e protetor dos túmulos).

Se o coração estivesse pesado era entregue à deusa Ahemait, cabeça de hipopótamo, para devorá-lo.

Em Kom-Ombo podemos ver múmias de crocodilos e um templo dedicado a Sobek, deus crocodilo.

No Vale dos Reis verifica-se que a morte para aquele povo é apenas uma iniciação. Os túmulos dos faraós estão pintados com 14

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desenhos que lhes ajudam a fazer sua viagem. No túmulo de Ramsés VII vê-se a figura de Nut, representando o céu estrelado. A Nut se atribui a força de dar outra vez a luz aos mortos, como uma estrela. O

Céu e a Terra estão separados, mas a Terra está protegida por Nut.

Nut era, pois, tanto a deusa das tampas dos sarcófagos, como a deusa dos vivos, buscadores da luz celestial.

Despedindo-nos do Egito sob as bênçãos de Nut o nosso mundo tornou-se mais amplo, pois visitamos locais de conhecimento que nos elevaram ao Céu. Depois de percorrer o caminho dos deuses chegamos perto do objetivo, mas sabendo que há outras etapas diante de nós. O

desenvolvimento nunca tem fim, visto que o cosmo é infinito. Já nos preparamos para uma próxima viagem.

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ÍNDIA E NEPAL, VOZES DE

UMA SABEDORIA MILENAR.

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Taj - Mahal – Agra - India

A Índia é uma mistura de templos e palácios, uma cultura cheia de tradições e línguas diferentes, e uma multiplicidade de seitas e religiões. A rota que escolhi incluiu Dheli, Jaipur, Agra, Kajuraho e Varanasi.

Jaipur é conhecida como a cidade rosa. Seus pontos turísticos mais palpitantes são o Amber Forte, que domina uma imensa área na montanha, o Palácio dos Ventos construído com arenito rosa, o observatório Maharaja Jaisingh e o museu no Maharaja City Palace, onde vive a família real de Jaipur. É uma cidade cheia de bazares para compras, um show de cores e de sedas. Circulam pelas ruas um turbilhão de bicicletas, motocicletas, carros de três rodas, vacas, carroças, camelos, gente, um caos ao som da buzina constante.

O Taj Mahal, em Agra, é um esplendor, edifício todo construído em mármore, crivado de diamantes, pérolas, cristal da Índia, rubi, safira, turquesa, importados de toda parte do mundo. Esse suntuoso palácio foi construído pelo imperador Shah Jahan, no século 17, para servir de mausoléu para sua 16

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amada esposa Arjumand Bano Begum, mais conhecida como Mumtaz Mahal.

Um dos locais mais marcantes pela arte e pela profundidade da mensagem que nos é legada é Kajuraho, obra prima da escultura tântrica.

Seus templos chamados de eróticos nada têm de eróticos. São monumentos de indescritível beleza, com painéis adornados com esculturas que relatam a vida do homem em seus três planos: físico, mental e espiritual. O equilíbrio desses três planos pode levar o homem à paz e à união da terra com o céu.

Esta simbiose está expressa em esculturas onde casais entrelaçam seus corpos.

A arte nos conta que a fusão dos princípios masculino e feminino com o absoluto pode levar ao samadi, êxtase religioso concebido como um coito cósmico do céu com a terra. A espira mais alta dos templos simboliza a suprema vontade de união com o infinito, estágio consciencial capaz de proporcionar a ventura suprema da paz verdadeira. São inúmeros templos dedicados á trindade Shiva, Vishnu, Brahma, e aos patriarcas jains.

Varanasi é a cidade santa da Índia. A religião e arte indiana florescem em Varanasi. Os hindus acreditam que aquele que visita Varanasi pelo menos uma vez na vida, alcança a salvação depois da morte e se liberta do processo reencarnatório. Ela é atravessada pelo rio Ganges, rio sagrado que flui dos cabelos do deus Shiva carregando os sacramentos em seu potente fluxo. Ás margens do Ganges, monges, sadhus e peregrinos realizam cerimônias e rituais de purificação. Ao longo do rio Ganges estão os chamados Ghats, pontos sagrados com degraus que facilitam o acesso às suas águas. Cada ghat é dedicado a um deus. A divindade tem centenas de aparências por causa do nível evolutivo dos homens. As divindades masculinas mais populares são Shiva, o destruidor e protetor de todos que se encontram na escuridão; seu filho Ganesha, o deus elefante removedor dos obstáculos e portador da sorte e do sucesso, além de patrono da medicina e da literatura; Hanuman, o senhor dos macacos, o mais valente dos guerreiros, comandante de exércitos da sabedoria e a força da retidão.

Katmandu, no Nepal, possui uma beleza exótica com suas praças e conjuntos de pagodes e templos guardados por esculturas de leões e outros animais. Templos hinduístas e budistas, estátuas dos deuses e de Buda estão por toda parte. O templo hinduísta mais visitado é Pashupatinath, onde se acredita ter Shiva manifestado seu linguam (falo). Esse local de peregrinação exibe uma beleza ímpar com seu telhado de ouro e porta de prata. O falo de Shiva, o Shivaligham, eixo do mundo, está erigido e é venerado por toda cidade.

O que mais me tocou no Nepal foi o budismo tântrico levado pelos refugiados tibetanos. Os templos budistas estão abertos para todos. O mais famoso é templo Boudnath, uma estupa colossal com os olhos de Buda no topo, como símbolo da clarividência e sabedoria, características do homem desperto. Os peregrinos contornam a estupa girando fileiras de moinhos de 17

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Nepal - Katmandu

oração em cilindros de metal gravados com o mantra OM MANI PADME

HUNG, na expectativa de melhorar seu karma. Nos templos budistas pode-se sentir uma paz e conforto inenarráveis. Buda não é considerado um deus e sim um ser iluminado.

Nesta viagem aprendi que esta profusão de deuses e imagens existe porque é difícil relacionar-se com a presença das energias iluminadas se não possuírem forma para a comunicação pessoal. Com o budismo aprendi que quando os seres comuns removem suas aflições, alcançam a sabedoria e sentem compaixão por todos os seres, e podem se tornar um Buda. A divindade é a manifestação pura de nós mesmos, que possuímos em nosso interior o arquétipo de todas as deusas e deuses.

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GRÉCIA, A SABEDORIA E A ARTE

QUE CONQUISTARAM O MUNDO

Acrópole - Grécia

Já conhecia a Grécia contada por Homero em sua Ilíada e Odisséia. Já ouvira sobre os costumes da Grécia antiga relatados nos dramas de Ésquilo e pelos poetas alexandrinos. A sua arquitetura e arte já encantavam meus olhos em livros e filmes. Mas, a herança mais impressionante que nos legaram, na minha opinião, foi a mitologia grega com suas lendas e a busca do saber pela filosofia. As indagações filosóficas deslumbraram minha infância, me levaram a reflexões profundas no banco da faculdade e influenciaram minha postura de vida. O sistema de concepções filosóficas em torno da justiça, a ética de Sócrates, a doutrina pitagórica da Escola de Krotona, tudo isto sempre me pareceu fazer parte de minha memória nata e de meu caráter.

Quem conhece a história da Grécia pode entender a emoção que se sente ao pisar na Grécia ao vivo, ver suas ruínas em terceira dimensão.

Quem pisou o solo grego pode constatar que os gregos antigos reuniam em si a força e perfeição divinas. E que na atmosfera do território helênico pairam os sentimentos da razão e da justiça.

A capital Atenas recebeu esse nome em homenagem à deusa Pallas Athena, nascida da cabeça de Zeus (rei do Monte Olimpo, morada dos deuses). Segundo conta a lenda Athena e Poseidon (deus do mar) lutavam pela posse da cidade. Poseidon doou à cidade um cavalo e Athena doou uma oliveira, símbolo da paz. Nessa disputa, o povo elegeu Athena deusa e guardiã da cidade.

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Na colina sagrada da Acrópole lhe dedicaram o mais grandioso templo do complexo arqueológico, o Partenon, infelizmente quase todo destruído.

Athena era uma deusa virgem para poder se doar inteiramente aos atenienses.

Outro templo mais conservado e de inigualável beleza é o tempo de Nike Áptera, logo à entrada do Propileu, erguido em homenagem a Athena Nike.

Nike representa o símbolo da vitória, e conta-se que foi erguido para homenagear a deusa pela vitória dos atenienses na batalha de Maratón. Um soldado desconhecido correu 42 km para anunciar à deusa a vitória, e após pronunciar a palavra Nenikekamem (vencemos) caiu morto.

Mas, o edifício mais belo em minha opinião é o Templo de Erectéion, dedicado ao rei Erecteu, que possui uma parte sustentada por colunas em forma de mulheres, as kariatides, demonstrando que se acreditava ser a mulher forte e firme como uma coluna.

O legado mais rico para a evolução socio-política das civilizações foi a criação de um local na cidade, o AGORA, onde o habitante da polis discutia os interesses sociais. A vida pública fazia parte da dignidade humana, e o Agora surge como a morada da vida política e da democracia, da liberdade e da cultura do espírito. Os gregos nos deixaram o modelo de um cidadão democrático e participativo, o gosto pela virtude, o dever de viver como um justo. Nenhum amante da beleza ou buscador de um mundo justo pode deixar de ir à Grécia para reviver toda esta história. Se os seres iluminados nos falaram pelos filósofos, também nos falaram por meio do oráculo de Delfos na pessoa de Apolo, pela sarça ardente de Jeová, e por meio de Osíris no triângulo da Grande Pirâmide, com o olho que tudo vê.

Para sentir a alma de Atenas integralmente é preciso percorrer a pé da Praça da Constituição à Universidade de Atenas, onde duas magníficas estátuas de Platão e Aristóteles guardam a escadaria e onde no alto do prédio Pallas Athena (verdade, sabedoria) e Themis (justiça) simbolizam o espírito que devem animar as ciências. Continuando o percurso vamos encontrar o Palácio Real, o estádio Patinaico, Templo de Zeus Olímpico, bem