Ampliando Visões De Fatos E Circunstâncias De Vida
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Ampliando Visões De Fatos E Circunstâncias De Vida - Eurênio De Oliveira Júnior
A P R E S E N T A Ç Ã O
Esta edição deve-se à visão interessada da direção administrativa do CEP – Centro de Estudos e Publicações, da Sociedade Brasileira de Eubiose.
Sabedores, tais dirigentes, destes meus escritos, os quais vêm de longa data, escritos esses em textos anunciados e – o quão possível – objetivos, em diálogo telefônico apresentaram, eles, um mote para que eu reunisse os meus trabalhos.
Esses trabalhos variam.
Vão desde singelos estudos em ensaios (angulações sobre um tema vertente à época dessas letras), aos ensaios sobre a vida (já mais encorpados de filosofia), passando por crônicas (textos críticos a respeito de distorções visíveis às boas consecuções das coisas). Incluindo um trabalho que apodei aos internalizados; além do introdutório, nos lampejos do Criador
, lampejos esses inéditos, texto francamente místico. Bem como artigos, contendo esclarecimentos e considerações a respeito de matérias de interesses comuns a todos nós.
Fecho mantendo, atrevidamente, lanços sobre a Espiritualidade, em separata, como seja, em destaque, sendo, como é, o tema, de notória dificuldade descritiva.
Tais textos estão comigo há longa data, e vão até esta apresentação.
Procurei manter e mencionar datas e horários desses escritos, para que se constate: a preferência de período da escrita, em que meio, e vez ou outra, a circunstância do que se passou, incluindo cada local. Seguem em ordem cronológica, dos mais antigos aos mais recentes, sempre que possível, respeitados os tipos de estudos.
Estreitamente fiéis aos ensinamentos eubióticos, como os vejo dentro do meu alcance (ninguém pode dar aquilo que não tem...
), respeitam, esses textos, as Três Leis Magnas que regem a Criação.
Inexiste ação humana (por pensamentos, emoções, palavras, ações) que se furte ao princípio universal de ajuste, e que une com precisão absoluta cada efeito à sua causa e ao seu causador. A lei do karma.
Nem existe ação humana, pelos mesmos fatores apontados, que não guarde – ainda no involuntário – uma aspiração recôndita de crescer em esclarecimento que possa revelar o Criador. A lei de evolução.
Seguramente não somos novos nessa praia...
. Tenhamos habitado diversificadas formas em consciência, estamos, por ora, no encarne-homem (lei da reencarnação), em uma ou seguidas vidas que integram, em uníssono para a nossa individualidade, a existência que nos habita...
Enfim, votos de que a leitora atenta e o leitor interessado façam bom proveito.
Com isso estarei comemorando meus 48 anos de chegada à Eubiose
, para minha ímpar felicidade, creiam!
Pois, como afirmou o inigualável poeta Fernando Pessoa, tudo vale a pena quando a alma não é pequena
!
Maio de 2016, Vinhedo/SP
NOS LAMPEJOS INÉDITOS DO CRIADOR
O SEU MODELO NÃO HÁ DE SER
O MODELO DO OUTRO
De algum tempo para cá – não muito, alguns poucos meses – veio se formulando, em mim, a ocupação – inédita para mim mesmo – com a necessidade do écraser.
Esse galicismo, pois do francês estamos utilizando-o em nosso vernáculo, já em sua pronúncia (efeito sonoro, onomatopeia) denuncia a entourage (também francês, como ornatura
, aquilo que orna, e também encorpa, enquanto vezes outras cerca
– cercadura
) do seu porvir aqui. Reduzir a fagulhas, a rasgos, a filamentos.
Écraser é um estrondo, às vezes surdo, e decorrente de uma brusca ruptura.
Ruptura é romper; é implodir, destruir para dentro
; enquanto pode também ser explodir, destruição para fora
; esmagar; é reduzir a frangalhos – e mesmo a cinzas – algo que vinha sendo mantido
.
E, na circunstância que vou abordar, o écraser junge-se induvidosamente a um éclat.
O éclat relampeia; traz luz; trata-se de um raio; é o que, na nossa visão, rasga os céus. Remanescendo um éclair, uma luminosidade.
Mas, também, uma esplêndida e notável diferenciação no monótono céu de nossa apascentada visão.
É como uma luz nunca antes vista. Própria e atual no momento de sua apresentação. Nunca antes exibida. Nunca antes divisada.
Qual o caminho reto
, mas, para nós, descrito em zig-zag desse inédito (nunca antes editado) lampejo?
Alguns irão bem me entender.
Já aos outros, basta que acompanhem o percurso dessa cadência.
A identificação que faço dessa luz – e assim passo, para meu comprometido acervo, a identificá-la – há de receber, de minha parte, um nome; além disso, um esclarecimento a mais
, que resumo, para mim mesmo, em uma sentença.
Com a decretação dessa sentença, sinto-me bem mais confortável...
A ponto de imprimir, calcada nesse bem-estar e disposição advinda, o despertar da minha vontade.
Através dessa vontade, ingresso na trilha de como operacionalizar a realização, a ativação – em prática – dessa notável (pois não antes aventada...) ideia que a mim chegou.
Ao realizá-la, expando-a.
Essa expansão implica diversificação, com novos caminhos, da implantação daquela luz que veio até mim.
O repositório dessa expansão chega a um trono, já agora um assento último, derradeiro, ao menos desse caminho. Onde essa ideia, de luz e lampejo comumente invisível, poderá reinar, no senso de se fazer realidade
.
Cada éclat é particular. Singular e inconfundível. Não antes concretizado. Por isso, inédito (vale repisar: não editado anteriormente).
Qual a obstrução inversa, como seja, o que obstaculiza uma nova edição
?
Por retro itinerário, responde-se: a já editada.
A já existente.
A até então integrante de um modelo.
O modelo é composto de moldes
.
Molde é o que, de certa maneira, se consumou.
Formou-se.
Existe e está sem reptos ou discussões...
Como que imita uma existência própria
.
O que se apresenta como uma falsa vida
a cada um de nós. Que tomamo-la como autêntica. Real.
Falso
porque não se originou de uma geratriz per si; que fosse independente, então, no seu surgimento.
O falso se revela falho, mais ou menos tempo adiante.
O molde ao qual me refiro, falso, é fruto de uma criação
de segundo plano; de segunda linha; de segunda mão; de categoria derivada.
Esse molde
é integrado por falsas, falhas – ou ambas – concepções; interpretações. São visões parcializadas. Incompletas. Não raro, eivadas de vantagens indevidas (às quais não se têm direitos), que se quer ver
instaladas; conceitos convenientes, os quais se distanciam do justo, pois justo é o que tem uma adequação acertada
às condições que naturalmente tenham gerado
tal e qual situação. Quando aí entram as condições artificiais
(carregadas de artifícios, que são disfarces, embustes, jogadas
de despistes para não serem vistas
, e, portanto, resultando em fraudadas, fictícias), o resultado a que se chega acabou viciando
a visão e mesmo os desideratos do enganado
.
Equivale dizer, existisse limpidez – e não artificialidades – e a vontade do aqui paciente, como contraponto do agente – estaria em outro status.
Vejamos, contudo, outro viés.
Aquele em que a vontade presente em cada um de nós, que temos raros lampejos, está contaminada por escaramuças em que tivessem intentado nos engolfar.
Como adotamos essa manifestação do nosso querer, e – de tal forma – aderimos a este ou aquele modelo já campeante no meio que nos cerca?
Basicamente por dois itinerários: mera imitação; e admiração.
A admiração
(mirar para fora; prestar atenção em; focar com fixidez) quase sempre está presente na imitação (repetir a atitude de outrem; fazer igual).
Apenas os mais acomodados e inertes imitam com pouca ou nenhuma admiração.
Tenha um lastro ou outro desses dois apontados temas, ou mesmo ambos, o fato é que, estabelecido o modelo, ele serve de forma franqueada, e é adotado como repetido por um número incontável de seres humanos.
O que deságua em estagnação, diga-se, coletiva.
E alimenta a ausência
, falta, omissão mesmo, de criatividade.
A criatividade e a Criação, em Si Mesmas, em tais circunstâncias, restam – se não paralisadas no tempo – seriamente comprometidas.
Daí o refrão, trazido por Henrique José de Souza, de se censurar o homem que fica radicado nas mesmas ideias
.
Completamos essa censura lapidar, não para asseverar que ela é carente de explicação, mas apenas para bem ilustrar o leitor e a leitora: as magnificentes exposições de Platão e de seu seguidor Plotino, este advindo séculos depois daquele, esclarecem e afirmam o que já cogitamos neste artigo: de que um manancial inesgotável
pulsa a nos alimentar, instante a instante, com a possibilidade de inéditas ideias, que se geram em um plano invisível, inaudível e também imperecível para o vulgo ocorrente; plano esse que, todavia, é de cristalina realidade para o campo inesgotável da Verdade.
Tal é o mundo das ideias
.
Como estamos, leitores?
Felizes e confortáveis no reino dos papagaios
? Ou atrevidos e dispostos a novos prazeres
, que, seguramente, não serão os deste plano objetivo e tangível, e, sim, felicidades ímpares e de ressonâncias duradouras
, para serem, a seu tempo, superadas por outras da análogo jaez, embora ainda não editadas?
Meras criaturas?
Ou futuros criadores?
A escolha é sua.
23 de janeiro de 2016, 05:10h.
AOS INTERNALIZADOS
A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
ou
NEM TUDO QUE RELUZ É OURO...
Coloco no papel hoje o primeiro artigo dedicado aos internalizados
, como seja, àqueles que estejam a pleno desenvolvimento das descobertas de seus potenciais interiores
.
Atribuiu-se ao Meigo Nazareno
o ensino de que o homem, no seu trajeto, seja aconselhado a dar a César o que é de César
, bem como a Deus o que é de Deus
.
Bem sabemos que o chamado Cristo
(Aceso ou Iluminado, Ungido com óleo
) encerrava, por assim dizer, três personagens vistos pelo mundo como um só, na ordem do mais elevado para o mais terreno: Jeffersus, ou a Luz na Luz
; Jeoshua Ben Pandira, o Cristo identificado com o ser histórico, o Filho do Homem
(Cósmico, por decerto), ou a Luz na Sombra
; e o Tiani Tsang, aquela face que foi morrer na Caxemira, hoje em território do Paquistão, mas ainda disputada pela Índia e em parte anexada pela China, Ásia, a Sombra na Sombra
, ao qual podemos atribuir o rótulo de o Homem no Homem
.
Transitavam por eles
os Tronos ou Consciências das Três Pessoas Distintas – embora uma só, Verdadeira.
Na mesma razão dos três personagens
responsáveis pela eclosão da Revolução Francesa, e nessa ordem analógica: Conde de São Germano, Conde de Cagliostro e José Bálsamo.
Como se apontássemos: o Essencial
, o Praticável
e o Circunstancial
... Ou, ainda, o Inspirado dos Céus
, o Realizador na Terra
, e o Reflexo ou Sósia Necessário
.
Para pensar...
E porque apresentarei o meu breve trabalho com um subtítulo alternativo? É que veio à memória uma marchinha de Carnaval, cantada inicialmente na década de 40 (mais precisamente, segunda metade do interregno 1940/1950, século passado), de título Parece, mas não é
, e cujo refrão (frase repetida
) afirma: Nem tudo que reluz é ouro, Ôi, nem tudo que balança cai
(o Ôi
tem sua importância como ênfase do canto guerreiro
).
Esse dealbar interno/externo
apresenta a mesma magnitude do inverso: o impulso externo/interno
.
Sempre coloquei em dúvida a simploriedade da lei da gravidade
, na sua singeleza até hoje decantada: os corpos (massa) são atraídos, via seu peso, para as camadas internas da Terra; e, onde fica a pressão do Cosmos sobre a mesma Terra? Atração
sem pressão
?... Ou energias conjugadas?...
Façamos um breve e despretensioso movimento com os 4 verbos, aqui misteriosos
nessas conotações, e que os internos
conjugam com diferenças ampliatórias às do léxico, e que são: SABER, QUERER, OUSAR, CALAR.
Na minha visão, traduzem os 4 animais da Esfinge na seguinte ordem: HOMEM (cabeça), LEÃO (garras do exercício do poder), ÁGUIA (asas dos flancos, para os voos do atrevimento
), e corpo do TOURO (o silêncio do mutismo
).
Podemos colocar no interno
, para início das análises, o par QUERER
e SABER
, pois , por minha Vontade Superior (que está dentro de mim), caminho desde o simples conhecimento à Sabedoria; mas, desde que conjugue essa atuação com o OUSAR
em dialética com o CALAR
, nesta verificação, exteriorizados
: ação e inação; verbalização e silêncio...
De certa forma, o OUSAR
reflete o QUERER
, enquanto o CALAR
alimenta o SABER
...
E desde que nos disponhamos a QUERER-QUERER
, bem como a QUERER-SABER
; ainda: SABER-SABER
, como SABER-QUERER
.
Igualmente, OUSAR-OUSAR
como OUSAR-CALAR
; e, igualmente CALAR-CALAR
e mesmo CALAR-OUSAR
.
Poderemos, ainda, inverter esse processamento, colocando fora o QUERER-SABER
e trazendo para dentro
o OUSAR-CALAR
.
Estabeleceremos com esse autêntico jogo, 16 tratos internos
, ao mesmo tempo em que 16 tratos externos
.
E não estamos diante dos 32 Portais da Sabedoria
?...
Voltemos ao primeiro título.
Não sem antes trazer ao texto uma parábola de Ramakrishna, encontrado no seu
Evangelho – não escrito por ele, e sim por seus acompanhantes. Esses seres (ele, Ramakrishna, como o Cristo histórico, como Sócrates e outros, inclusive Krishna) nada deixam por escrito; pois sabem que as palavras consignadas em escritos, quando indagadas calam-se majestosamente
– figuração atribuída ao próprio Sócrates... Nem o Buddha escreveu, na sua filosofia descritiva sobre a alma humana.
Diz Ramakrishna que dois amigos, num final de dia, se dividiram, após dialogarem: um foi ao templo; o outro, aos bares encontrar amigos e realizar diversões orgânicas. O primeiro dos apontados, no caminho do templo, pensou: eu deveria me divertir; o outro, ao inverso indo para as bebericagens, pensou: deveria estar é no templo. Nesse momento, surgiu o Anjo da Morte e arrebatou-os: levou o primeiro deles para o Bardo; e, o outro, para os Céus.
Jeoshua apresenta o vetor.
A César, os dinares
, os tributos, os bens materiais – e que lhes são próprios; a Deus, as obras edificadoras, as justas intenções, a espiritualidade – que são do Seu naipe.
Cada destino a seu tempo.
Quando estou aqui, sou daqui. Quando Lá, sou de Lá.
Pois temos as constatações menores
para conter os pendores de elucidações das Constatações Maiores
.
É um ousar-querer
menor que mostra o itinerário inclinado a um Ousar-Querer
na rota Superior.
O risco sempre está em trocar: por considerar o menor como Maior, e vice-versa.
Bem por isso deveremos – se algum pedido fizermos ao Criador – memorar o esplêndido benefício da lucidez.
Lúcido
é o que está inundado de Luz.
O que está inundado de Luz
saberá localizar a diferença entre Luz e Sombra.
Blavatsky em seu A Voz do Silêncio
(uma reprodução do que foi viável trazer d’As Estâncias de Dzyan, texto sagrado recolhido aos mundos da Verdade e da Justiça
) adverte que, junto a cada cabo de uma flor que se apresente, teremos uma serpente enroscada, e que pode nos ferir...
Bem se vê: nem tudo que reluz é ouro
.
Mas, leitor atento e leitora aplicada, o outro lado é reconfortante. Crescemos e nos machucamos intermitentemente. Vacilamos entre progressos e retrocessos. Contudo, nem tudo que balança cai
...
Henrique José de Souza ¹, fundador e estruturador, único, do movimento eubiótico, aspirava que os seus seguidores, fieis a tais ideias, entendessem a polaridade.
Com efeito, polaridade – ou dualidade – se apresenta, de sua vez, em dupla face
.
Uma, na vertical (acima e no mundo criado, que é a dualidade da Formação); outra na horizontal (um polo preservador da Formação; o outro, dispersador dessa própria Formação, completando a polaridade da evolução ou do crescimento, qual seja, o mundo do Desenvolvimento). Ali estão, no livro por excelência
, a Bíblia, os magnos representantes dessa dualidade: Caim e Abel.
Abel (ou El ab, o primeiro
), mais próximo do Céu
, e por isso mais voltado para a Formação ou a Preservação, ao queimar suas oferendas ao Senhor, tinha as fumaças emanadas dessas oferendas subindo na vertical
, como também as via Caim, o qual, desejoso dos encantamentos
do mundo ao seu redor, tinha as emanações de suas oferendas, ao mesmo Senhor, dispersando-se na horizontal.
Até que quiçá invejoso
e mesmo enciumado
(sentimentos próprios de quando se chega a Gaia, a Terra) mata – Caim – a Abel, como seja, prega
a verticalidade na horizontalidade: formava-se a cruz
de todos os sofrimentos vindouros desde então.
Quando essa cruz
gira no sentido positivo, como seja, da esquerda para a direita (na razão de estarmos espiando, à nossa frente, um mostrador de relógio, com os ponteiros se movimentando nessa direção), seu rastro
faz com que seus braços rendam uma esteira positiva, ou de evolução, ou ainda de criação. O francês Émile Louis Burnof, que viveu no século XIX e escreveu sobre sânscrito, grego, religiões comparadas, tendo dirigido uma escola francesa em Athenas, deparou, nas suas pesquisas destinadas a seus escritos, com a arani (termo, por sinal, sânscrito), duas braças de madeira cruzadas tendo seus extremos dobrados, e com um oco central, em cuja fricção de rápida rotação, os brâmanes da vetusta Aryavartha, com a introdução de um pau moldado a tanto (pramantha), provocavam o surgimento de agni, o fogo destinado aos cerimoniais místicos de vastíssimo significado. O rastro produzido pela fricção das braças de ponteiras dobradas geravam fogos secundários que formavam a Swástika, também apontada como a cruz jaina, forma de bom augúrio, anunciadora de saudabilidade aos participantes. A direção é de suprema importância. Pois se o giro se fizer da direita contra a esquerda
, ao contrário, prevalece a sinistra – também dita Sowástika
, a demolição ou o reinado do desaparecimento das formas
, de tão triste memória e não faz tanto tempo... Para completar, hoje, na florescência do mental abstrato entre os homens, tal símbolo sagrado do fogo é substituído – pela linhagem esotérica em voga – e na sua posição, pela rosa, e que irá sublimar o trajeto da cruz. Daí a comunidade que adotou tal símbolo, a Rosacruz.
Quando no senso positivo, as braças representam a ação de Vishnu, face Mantenedora de Brahma (o Construtor), isso na verticalidade (a fumaça do fogo de Abel); assim como a outra face, que é a Transformadora de Brahma, está representada pelo Deus Siva, ou Shiva (a oferenda de Caim), por isso combatida e não aceita nas suas consequências, pois sem a Espiritualidade não será possível o entendimento da Materialidade.
Brahma, Vishnu e Siva constituem a Trimurti hinduísta hodierna.
O Deus Central e suas duas Colunas, ou emanações representativas. Também de essência deífica, ambas.
Forma e nome
são próprios deste mundo onde se situa, com proeminência, a consciência de cada um de nós. Ora, forma e nome
podem diluir pela passagem tênue, sutil e delicada que une e desune
um mundo (de efeitos
) e outro (de causas
): onde o tudo (miríades de formas e nomes) se faz Nada (o gozo da universalidade); e também o nada (os desencantos da forma e do nome) se transfere ao Tudo (o potencial universal da Criação).
Tudo e Nada são polos uníssonos... Onde está Um, surge o Outro...
No tal ponto de passagem
reside o Grande Segredo, que apenas se revela perante a Palavra Inefável...
Certa ocasião eu, pessoalmente, assisti a um diálogo entre um mestre e um discípulo. Este, discípulo, disse: Mestre, descobri um ponto onde a mente objetiva passa à abstração: ela (passagem) é tão indefinível, invisível, inaudível, mas... existe! O que faço?
ao que redarguiu o mestre, prontamente: Comece a rezar; essa será a única esperança de salvação!...
.
Sim.
Porque a esse estado
, dois caminhos se abrem: ver o aqui como Lá; ou ver o Lá como aqui...
Será decisivo: a Iluminação; ou o atordoamento com a loucura.
Mas, esta loucura apontada se distancia e desaparece para quem, realmente, atingiu a Joia Suprema do Discernimento!
Esta expressão, também conhecida por Viveka Chuda Mani no sânscrito, é um texto clássico do Vedanta (o conhecimento final
dos próprios Vedas, livros sagrados dos hindus) a respeito do caminho para Deus pelo discernimento
.
Discernir
(separar, no conceitual que lhe é próprio, e, pois, um mundo de outro) é o único caminho que se apresenta a nós, seres da Terra, para... unir os mundos!
Será tanto o fora/dentro
como o dentro/fora
.
Sublimando o maniqueísmo, presente e escravizador do plano dos efeitos, temos: o Mal no Mal (a Terra pela Terra); o Mal no Bem e o Bem no Mal (o movimento da evolução); para concluirmos pelo Bem no Bem (a Redenção das Redenções).
Trago, agora, provocado pela expressão que usei há pouco, o valor de um título.
Possuo muitos livros.
Alguns li várias vezes.
De outros, quase nada li; ou, ainda, admirei só o rótulo.
Às vezes, basta o nome para nos impulsionar.
Nem sempre, contudo, nos deparamos com uma preciosidade.
A preciosidade expõe seu brilho; e nos alegra.
Deve existir uma joia-meta
.
E, veio o título: A Joia Suprema do Discernimento
. Seu autor, Shankara, viveu 600 anos antes da era cristã.
É o que lhe desejo, meu leitor, minha leitora.
Mais que isso: é o que quero para você.
Que você desague, ingresse e conviva sempiternamente com a Suprema Joia do Discernimento
.
Mas que não se evada precipitadamente do samsara.
Quem vê e encontra tem de voltar... para mostrar
o Caminho aos outros.
Que assim seja!
B I J A M !
Iniciado em Belo Horizonte/MG, na madrugada de 27/12/2014, 03:30h.
Prosseguido em Vinhedo/SP a 04/01/2015, 10:00 h. e concluído em 05/01/2015, 17:00 h.
A LEITURA DA VIDA
ou
MODOS PROFUNDOS DE ESPIAR
O MUNDO
Estou convencido que, esgotados os meios à nossa disposição
– quer devido ao equipamento
com o qual estamos montados
, quer somadas, a esse equipamento
, as acrescentações técnicas alcançadas – existe uma maneira mais profunda de se entender este fenômeno, o único de real interesse: a vida!
Sim.
Existe.
Apenas que: de cada um para si mesmo!
As criaturas ditas humanas
, mormente pelo destino traçado para essa passagem da mônada
– como seres da Terra
– condimentam-se de múltiplas facetas, que partem da liberdade que lhes foi doada: a de terem pontos de vista
, de expressarem opiniões
.
Leiam, se quiserem – por óbvio – o que esclarece Plotino, o sábio do surto neoplatônico, na obra traduzida como A alma, a beleza e a contemplação
. Isso na passagem em que ele escreve sobre o Uno
.
A contemplação, pela aparelhagem
incompleta que nos compõe, implica interpretação. Diga-se: estabelecidas (a contemplação e a interpretação) a propósito.
Assim como a Eubiose é perfeita na sua estruturação, mas incompleta na sua consecução, na sua realização; da mesma forma o ser humano o é.
Por isso é, a Eubiose, a ciência da vida
.
Clamam, ela – a Eubiose – e ela – a criatura humana – por completudes. Sem o que a evolução não se desempenha e nem se desenvolve.
Isto é assim. E dessa forma.
Defluentemente, o fato é que residem
, nos homens, os cânones – completos – da délivrance.
Essa palavra, do vocabulário francês, é enfática.
Ao pronunciá-la temos um misto – bem mesclado
, diga-se – de parto e soltura; de libertação mesmo!
Pois existe um passo através do qual o homem está em ação conjunta
disso tudo: parto (dos grilhões de um útero limitante e condicionador), soltura (das prisões e das emoções-sentimentos, bem como pensamentos-cogitações, criados por ele mesmo); e libertação, via única para se alcançar a liberação: desligamento definitivo das peias.
Apenas que se exige (a Natureza bem como os Deuses exigem
no senso de que uma condição deva ser alcançada), se exige – repetimos – um naipe ao qual tão somente uma rica
vida interior pode levar.
Portanto, um naipe de qualidade.
Qualidade cujo itinerário acha-se no seu próprio ser.
Um poder.
Ou antes, uma faculdade
, a qual, transmutada, reveste-se de poder.
Como afirmou Blavatsky: o homem não pode ser redimido por um poder exterior a si mesmo
.
A faculdade
, quando assumida, desenvolvida e exercitada, propende à solução.
Que poderá desaguar num... vazio
.
Ou, desabrochar em... poderes.
Vejam o que se passa com o coração imaterial
do ser humano.
Transformado, possibilita o despertar de faculdades. As quais ecoam pelo vibutthi, cognominado pêndulo
.
São faculdades-poderes estranhos para nós, mulheres e homens comuns.
Detentores dos quais, desempenhados e cônscios, agregam as fraternidades.
Como é a circunstância que integra em si, e pela sua força, a Suddha-Dharma-Mandala
², como seja, a Grande Fraternidade Branca.
À qual cada um de nós deve aspirar pertencer.
No caminhar a esse topo é que reside a razão de nosso título; da nomeação que demos a este trabalho.
Processa-se, ponto-a-ponto, uma renovada leitura da vida
em cada um, dessa forma disposto, dessa maneira proposto, e voltado deliberadamente para tal desiderato vivenciado.
Damo-nos conta que a vida em desenvolvimento que nos cerca é muito pouco expressa (em pontos-de-vista e opiniões) dos seres atuantes; e muito mais repleta de sinais e símbolos.
A vida é, mormente, emblemática; ou, sinalagmática, se quisermos.
Ela se manifesta repleta de traços, posturas, palavras (aparentemente) vãs, trejeitos, cacoetes, e que não nos damos conta!
Ela, vida, no campo vastíssimo das relações (pois, como bem indicou Aristóteles, ao falar do politikon zoom, qual seja, o homem é um animal gregário
, cuja natureza é a de viver em comunidade), repete-se: no campo vastíssimo das relações, é repleta de sinais – os quais pouco ou