Sergipe
()
About this ebook
Read more from Adeilson Nogueira
O Código De Justiniano Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Mistérios De Elêusis Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsLilith, A Primeira Mulher Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Arquétipos De Jung Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDireito Administrativo Para Concursos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Da Prostituição Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Grande Mentira Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMahavidyas O Drama Do Amor Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDireito Eleitoral Para Concursos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBarrabás, O Filho Do Rabino Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsGuerras Napoleônicas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDireito Do Trabalho Para Concursos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsÉpicos: Ilíada, Odisseia, Eneida, Divina Comédia E Os Lusíadas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsRevolução Cultural Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Crônica Da Peste Negra Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSanta Inquisição Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Do Vampirismo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsUnião Ibérica E Restauração Portuguesa Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsNogueira Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Mestre Dos Mestres Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPlatão Para Iniciados Vol 21 Timeu Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Justiça De Salomão Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Apóstolo Dos Gentios Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Da Poesia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Praga, O Que Veio Depois... Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA História Do Idioma Português Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAvicena Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMoedas Macuquinas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Ano 1000 E O Juízo Final Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Dos 960 Réis Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Related to Sergipe
Related ebooks
Ditadura militar: povos indígenas e a Igreja Católica na Amazônia Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsBrasil: a última cruzada Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAutoridades coloniais e o controle dos escravos: Capitania do Espírito Santo, 1781-1821 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsNovos estudos em Ciências Humanas: Volume 1 Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsGuerra, O Triunfo Do Mal Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Patriota Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Ceará No Século Xix Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA conquista do Brasil Rating: 4 out of 5 stars4/5Um Breve Passeio Financeiro Pela Curiosa História Do Brasileiro Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsPolítica e memória: A polêmica sobre os jesuítas na revista do IHGB e a política imperial (1839-1886) Rating: 5 out of 5 stars5/5Nacionalismo Brasileiro Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTres capitaes Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Ilusão Americana / Fastos Da Ditadura Militar No Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOutras Vozes: Ilhéus Do Rio Paraná, Processos De Territorialização E A Construção Social Da Identidade Étnica E Coletiva Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Saga Do Valk Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOliveira Martins Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO Valor Da Raça: Introdução A Uma Campanha Nacional Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDe posseiros a proprietários: a reconfiguração agrária no Sudoeste do Paraná (1940-1972) Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAtlas: cartum gráfico de História Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDos Tupiniquins Aos Patriotas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória do Ceará Rating: 3 out of 5 stars3/5Manifestações Culturais Dos Tupinambás Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsDa Africa Ao Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsQuadros de historia portugueza Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA História Do Brasil Colonial Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsÍndice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849 Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Civilization For You
Resumo & Guia De Estudo - Sapiens: Uma Breve História Da Humanidade Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Origem Intocada Do Egito : A Importância Do Antigo Egito Rating: 5 out of 5 stars5/5Do Paleolítico à queda de Roma Rating: 5 out of 5 stars5/5Evolução Espontânea Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsResumo & Guia De Estudo - Homo Deus: Uma Breve História Do Amanhã Rating: 5 out of 5 stars5/5Domínio: O cristianismo e a criação da mentalidade ocidental Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Do Vampirismo Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA era da incerteza: Como os grandes gênios da física mudaram a maneira como vemos o mundo Rating: 5 out of 5 stars5/5Tartaria - A história é uma mentira: Portuguese Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória da maconha no Brasil Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsSomos Brasileiros Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsO arianismo: A negação dos dogmas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsQuadros Geográficos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsMahavidyas O Drama Do Amor Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTartaria - Jesus Cristo: Portuguese Rating: 5 out of 5 stars5/5As Constituições De Anderson Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAbdias Do Nascimento: Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsOs Deuses Não Eram Astronautas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsHistória Do Ceará Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTodas As Guerras Da História Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsAs Ideias que Formaram a Civilização Ocidental Rating: 1 out of 5 stars1/5Marrocos Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsTutankamon Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsCeltas Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsQual A Origem Do Seu Sobrenome? Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsEinstein E Sobral Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsIdentidades Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsA Praga, O Que Veio Depois... Rating: 0 out of 5 stars0 ratingsVida Após A Morte Nas Mitologias: Um Pequeno Dossiê Para Curiosos Por Mitologia Rating: 0 out of 5 stars0 ratings
Related categories
Reviews for Sergipe
0 ratings0 reviews
Book preview
Sergipe - Adeilson Nogueira
SERGIPE
Adeilson Nogueira
1
Todos os direitos reservados.
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do autor. Sob pena da lei.
2
AGRADECIMENTOS
Ao amigo e empresário Kaká Santos, companheiro nesta viagem pelo conhecimento.
3
Aos amigos Everton e Elaine por prestigiarem nosso trabalho. O caminho é longo e árduo. Melhor quando o trilhamos juntos.
4
ÍNDICE
INTRODUÇÃO......................................................................................06
CONQUISTA E COLONIZAÇÃO.............................................................09
SERGIPE EM GUERRA..........................................................................22
CAPITANIA E PROVÍNCIA.....................................................................79
GOVERNANTES.................................................................................107
5
INTRODUÇÃO
Inicialmente nome de um rio da região. Do tupi siri
(Siri, caranguejo), i
(água, rio), pe
(caminho, curso), isto é, curso do rio dos siris; Cyrigipe em carta do padre Manuel da Nobrega, de 1559; Cirigi , em José de Anchieta (1585); Cerigipe, na História do Brasil, de frei Vicente do Salvador; Seregipe, em Gabriel Soares de Sousa, Gregório de Matos e Aires do Casal; Serzipe, na História da América Portuguesa, de Rocha Pita. Os critérios ortográficos vigentes no Brasil para com os geônimos brasílicos postulam Serjipe.
6
É muito glorioso à história de Sergipe registrar o fato de se ter em seu território levantado o primeiro grito de revolta, pondo em atividade a primeira deliberação patriótica para romper as poderosas fortificações holandesas.
Em virtude da lei de 22 de Agosto de 1587, a guerra de Sergipe, sancionada pelo rei, foi considerada justa, e pois, boa oportunidade ofereceu de grandes lucros pela escravização do índio. De fato, quatro mil índios ficaram sob o peso do cativeiro.
O braço africano, que era tanto mais importado quanto maior o protecionismo dos jesuítas ao indígena, foi largamente conduzido para a nova capitania e reunido ao do índio, que a lei considerava escravo; e ativaram o início da colonização em beneficio da raça conquistadora, que entrava na concorrência em pequeno número relativamente às duas. Entretanto seus caracteres étnicos predominaram, em vista da vantagem de seu grau de civilização e de cultura, amontoado por um passado histórico de muitos séculos. Generalizou-se sua língua, sua política e sua religião, que se infiltraram nas novas gerações.
Qual seria o futuro da colonização na Bahia se a conquista de Sergipe não antecedesse um conjunto de circunstâncias tão desfavoráveis a si, e como colônia nascente não fornecesse auxílio para destruir os elementos contrários, que tendiam a fortificar-se? Além disso, ponto intermediário entre os dois mais populosos centros coloniais de então - Bahia e Pernambuco - na colonização de Sergipe as duas capitanias encontraram condições favoráveis à sua prosperidade, em vista da facilidade de comunicação que lhes oferecia.
7
Se não fosse por Sergipe, Bagnuolo teria realizado sua estratégia política perante Nassau, a quem entregou a destruição de uma pequena riqueza pública, amontoada por uma vida de quarenta e tantos anos. Eis antecedentes históricos, que têm sido tão injustamente esquecidos pelos historiadores pátrios para o delineamento dos princípios dirigentes da civilização brasileira.
8
CONQUISTA E COLONIZAÇÃO
O território de Sergipe era compreendido na doação que El-Rei Dom João III fez da capitania da Bahia a Francisco Pereira Coutinho, a 5 de Abril de 1534, cujo foral foi passado a 21 de Agosto do mesmo ano, doação que se estendia, em distância de cinquenta léguas, da barra do rio São Francisco à ponta da Bahia de Todos os Santos.
Alguns lavradores e colonos que residiam entre o Rio Real e o Itapicurú pediram em 1590 auxílio ao governador do Brasil, Cristovão de Barros, a assistência contra o gentio da terra que lhes arruinavam as fazendas, desde esse tempo ficaram aqueles moradores sujeitos a província da Bahia e os governadores gerais alargaram os limites daqueles distritos, estendendo-os até o Rio São Francisco.
9
Sergipe influiu diretamente sobre o movimento da civilização no Brasil. Sob a ação de princípios, que foram transplantados da metrópole, em que a força dirigente não foi uma posse indivisa entre Estado e povo, entre aristocracia e democracia cabendo àquele toda onipotência, toda direção, e a este toda passividade, toda
obediência;
as
condições
físicas poderosamente
contribuiram para fortalecerem-se esses principios, cujos perniciosos efeitos só uma bem acumulada e disseminada ciência restringirá e apagará.
Nos primeiros tempos históricos esse resultado era impossivel, porque a nascente raça, aquela que, por justos motivos, devia sentir amor ao país e mover-se por sentimentos próprios, atravessou um longo periodo de preparação, uma vida secular de assimilação de forças, para criar o espírito cético e levantar a revolta contra a nobreza, que tudo espoliava e tudo avassalava.
Só ulteriores períodos poderiam ser os encarregados de tão nobilitante empenho, cujo início amplamente se faz sentir no atual momento histórico.
E durante esse período de florescência, em que a raça americana ia perdendo a hereditariedade mental e moral dos seus progenitores, quanta coerção, quanto sofrimento, quanta perda de vida mesmo, não sofreu ela por parte da nobreza, da oligarquia portuguesa, da política colonial?
Se elas tornavam exclusiva a si a posse do governo, a direção do movimento, nunca poderiam criar princípios de utilidade real, que servissem de base de uma civilização e que dirigissem o intelecto 10
de um povo. Isto havia de vir do elemento plebeu, democrático, que afrontava o perigo para reunir os elementos da organização de uma ciência, verdadeira lei mental do espírito humano. O
governo não é uma causa de progresso, quando muito um seu expoente. Como ele a religião, força altamente poderosa na história colonial, cuja promiscuidade de interesses prendia nas mãos das duas classes toda atividade, toda deliberação, toda vida nacional, em suma.
E isto era o resultado mais direto do regime de colonização, que Portugal instituiu por uma centralisação administrativa, em que representam saliente papel as duas classes, entrando cedo em coesão, pelo sentimento religioso que as prende, e pela proteção da coroa ao clero, a quem entrega a direção moral das almas do novo continente.
A classe popular não era concedido elaborar nessa organização, privilégio exclusivo da nobreza. Paupérrima de cultura, inconsciente do valor das liberdades, pela hereditariedade dos seus antecedentes, sob a ação da direção moral do clero, que fortalecia os sentimentos de lealdade, reverência e susperstição, características bem visíveis da civilização portuguesa, ela estava muito longe de tornar efetiva a causa de real progresso a ciência.
As leis que dirigiam o espírito dos homens, naquela época, estavam em desequilíbrio de ação, bastante visível durante todo periodo colonial. E elle é a causa real do caminhar lento que leva o paiz. Ao passo que a natureza, fertil, rica, de aspecto assustador, desviava os espíritos da tendência analítica e positiva, excitando 11
as faculdades da imaginação, o baixo nível do intelecto nacional impossibilitava essa mesma tendência.
Muito tinha que trabalhar a classe popular para vencer tão grandes obstáculos, pois em seu seio é que devia iniciar-se o movimento de progresso. O elemento plebeu foi, pois, a força mais ativa e de maior coesão do intelecto brasileiro. Foi ele quem atirou no caminho da inquirição, das pesquisas, o organismo nacional, deixando o selo de sua passagem no accumulo de sciencia e sua distribuição, que a nação vai realizando à proporção que se vai integrando e diferenciando-se o legítimo tipo brasileiro.
Teatro das explorações dos franceses que, de longas eras, trataram com os naturais, cuja vontade procuravam domar, fazendo da região seu maior ponto de reforço, depois que foram expelidos de outros pontos; a conquista de Sergipe evitou uma invasão sobre a Bahia, para qual se preparavam, sendo ela causa real deste feito bélico.
Em geral diz-se que a conquista de Sergipe foi motivada por uma ordem de Felipe I, de Portugal, que a requerimento dos habitantes