Erin

Erin

A Chave dos Mundos

TwenTrevor

[ 2 ]

[ 3 ]

Sala Proibida .......................................................................... 12

Prova de Iniciação ................................................................. 20

Sou Atacada Por Um Anão na Loja de Antiguidades ........... 27

Armadilha .............................................................................. 33

Fosso do Esquecimento ........................................................ 41

Desperto ................................................................................ 48

União de Sangue e Fogo ....................................................... 51

Juntos ..................................................................................... 58

Troca de Sangue .................................................................... 63

Retorno .................................................................................. 78

Magia Compartilhada ........................................................... 86

No Campo de Batalha ........................................................... 96

Não dessa vez ...................................................................... 104

Descoberta pelas Trevas ...................................................... 111

Unidos Eternamente ............................................................ 116

Mundo Estilhaçado ............................................................. 122

[ 4 ]

Aliança com o Mal ............................................................... 127

Voltando ao Lar ................................................................... 133

Ponte entre os Mundos ....................................................... 139

Guerra Relâmpago .............................................................. 144

Acordo de Paz...................................................................... 152

Ódio ..................................................................................... 158

Acordo ................................................................................. 164

Aliança Nupcial ................................................................... 170

Passagem nas Arvores ......................................................... 177

Aliança Dissolvida ............................................................... 185

Dúvidas de um Coração Frio .............................................. 193

Regeneração ........................................................................ 200

Queda .................................................................................. 206

Fuga ..................................................................................... 214

Desfile .................................................................................. 219

Traidora Ilusão .................................................................... 223

Contragolpe ......................................................................... 230

Queda do Forte ................................................................... 236

Ave Sagrada ......................................................................... 245

Coração Puro ....................................................................... 252

Monstros Também tem Coração ........................................ 264

Liberdade............................................................................. 280

Encontro entre Mundos ...................................................... 290

Vivendo em Paz ................................................................... 303

Espiã .................................................................................... 316

O Fim se Inicia .................................................................... 325

O Ovo Perdido ..................................................................... 334

Escalada de Tensão............................................................. 341

Campo de Refugiados ......................................................... 353

Afogamento ......................................................................... 363

Visita Inesperada ................................................................. 372

Lágrimas de Um Anjo ......................................................... 382

Traidor Revelado ................................................................. 392

Amor Executado .................................................................. 404

Mercado de Sangue ............................................................. 420

Ruínas do Santuário ............................................................ 431

Memórias Embebidas ......................................................... 445

Mundo do Esquecimento .................................................... 458

Preliminares ......................................................................... 472

Aparências X Realidade ...................................................... 480

Desfile da Vitória ................................................................. 492

Sacrifício .............................................................................. 503

Adeus ................................................................................... 514

Premonição .......................................................................... 522

Revelação ............................................................................. 530

Símbolos .............................................................................. 541

Medo .................................................................................... 549

Eclipse ................................................................................. 558

Crisálida ............................................................................... 565

Golpe Decisivo .................................................................... 572

Bolo de Carne Difícil de Engolir ......................................... 581

Um Golpe de Simbiose ........................................................ 589

Justiça .................................................................................. 598

Ciclo ..................................................................................... 606

Boneca sem Alma ................................................................ 617

Bônus ................................................................................... 638

[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Eu dedico à todas as pessoas que nem por um

segundo duvidaram de que me amam, para mim,

essas pessoas são as únicas que importam.

E para todos que acreditam que a felicidade pode ser mais que um sonho.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Sala Proibida

Erin

Já estava quase anoitecendo quando Erin e os pais entraram na última loja da avenida visionário Arthur's Bach, a principal rua comercial da cidade. Era uma loja diferente de todas as outras, não tinha fachada e vitrines com objetos caros em exposição, e nem mesmo placas destacando as promoções ou um nome sobre a porta.

Erin não queria permanecer na loja e por algum tempo tentou sem sucesso convencer sua mãe de que não se demorassem ali, seu pai entrara na loja bufando algo sobre já terem comprado demais, no entanto agora estava entretido com uma maquete muito detalhada do país na guerra de secessão.

Erin não tinha interesse pela loja, no entanto, sua mãe sendo a compradora nata que é, não poderia deixar o centro comercial de Mattel sem visitar todas as lojas.

Era uma boutique de antiguidades. Logo Erin mudou de ideia quanto a loja, as mercadorias em exposição eram tão diversificadas e incomum que foi impossível não dar atenção.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Numa caixa de vidro havia uma coleção de antigas bonecas que pareciam sinistras sob a fraca luz do local. No suporte de vidro estava escrito: Primeiras bonecas de Dresden. Mais à frente havia um livro intitulado Catálogo das Espécies com muitas borboletas de diversas cores e tamanhos pregadas por tarraxas às muitas páginas do livro.

Ela caminhou por entre as prateleiras e assustou-se com um enorme lobo empalhado, demonstrando toda sua selvageria, os pelos eriçados e os dentes à mostra. parecia ainda vivo e prestes a atacá-la. Ela caminhou até uma porta no outro extremo da sala, era uma pesada porta de metal com muitas fechaduras que estavam destrancadas, deixando-a entreaberta.

Ela olhou para o balcão e viu a mãe conversando com o vendedor que não tirava os olhos dela. Então voltou sua atenção à porta, mais especificamente para uma placa de aviso: Não entre, itens perigosos. mas o aviso de nada adiantou, como um aviso de não pegue posto em um objeto sem vigia à vista de um ladrão. Ela empurrou a porta que para sua surpresa deslizou com suavidade.

Do outro lado havia uma sala ampla muito parecida com o resto da loja, com seis corredores de estantes como um mercado, com as prateleiras cheias de antiguidades e objetos

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

esquisitos, tanto que metade deles ela não sabia o que era ou sua origem. A loja era maior do que parecia por fora. Nesse momento ela já estava completamente empolgada com tudo que via, era como estar vivendo por um momento um de seus muitos RPGs.

Mas coisas que teriam sua atenção passaram despercebidas. Uma seção em particular chamara sua atenção e a cegava para tudo o resto. Um corredor com diversos objetos e referências a dragões, o que sempre a encantou muito.

Na parede acima de uma prateleira havia um pedaço de pele negra como a de um iguana que ela vira no passeio escolar ao zoológico Mundo dos Répteis. Ela se aproximou e tocou o tecido esperando sentir a textura de couro, no entanto não se parecia nada com couro, era úmido, lustroso e gelado. Outras garotas teriam nojo e sentiriam repulsa, mas Erin não é como outras garotas, ela ficou fascinada e completamente grata a mãe por ter descoberto aquela loja tão peculiar.

Erin estava compenetrada tocando o tecido e se imaginando tocar um dragão de verdade quando uma voz masculina chamou seu nome, era uma voz jovem e muito potente que parecia fazer seu coração pulsar mais rapidamente.

Imediatamente ela voltou sua atenção para a direção da voz.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Sem ver ninguém que poderia ser o dono da misteriosa voz ela seguiu o corredor sem dar atenção a nada, algo à frente parecia chamá-la.

No final do corredor havia uma mesa e sob um pedestal de madeira, um ovo. Era o maior que seus olhos já vira e totalmente diferente de qualquer outro, vermelho escuro e envolto de escamas.

Ela já vira muitas réplicas de ovos de dragão em um evento anual que participava frequentemente, entretanto nenhum nunca foi tão perfeito, é claro, ela nunca vira um de verdade, mas se existisse ela sabia que seria exatamente como aquele em exposição à sua frente e sabia também que se o levasse no evento

certamente

venceria

qualquer

competição

que

participasse e levaria todos os prêmios que os organizadores estivesse dispostos a pagar, depois disso qualquer concorrente o compraria dela, pagando mais do que ela havia desembolsado para o adquirir.

Como ele não tinha preço assim como a maioria dos itens na loja ela sabia que o vendedor iria cobrar uma fortuna por ele, isso se vendesse.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Ela se aproximou sem parar de olhar para ele, como que, se ela desviasse o olhar por um instante ou piscasse ele sumiria dali.

- O que você faz aqui garota? - perguntou o vendedor assustando-a, ela não tinha notado sua presença mesmo ele estando tão próximo. Ele estava visivelmente muito irritado por ela ter entrado ali sem permissão.

- Só estava olhando... - queria parecer madura, mas sua resposta soou como uma criança dando uma desculpa por fazer algo que sabia que não devia ser feito.

- A entrada é proibida.

- Como você quer vender se restringe a entrada em metade da loja?

- Garota você pergunta demais.

- Quanto custa essa réplica? - perguntou ela tentando persuadi-lo a mudar o rumo da conversa antes que ele se cansasse dela e a expulsasse dali.

- Isso não é uma réplica e não está à venda!

Sua mãe lhe ensinara que para aqueles que vivem do comércio tudo tem um preço, mesmo que não esteja a venda.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Eu posso pagar, quanto você quer? - ela estava torcendo para que o valor que ele dissesse estivesse dentro do quanto ela podia pagar

- Já tenho um comprador e ele pagará três vezes o quanto você tem condições de pagar.

- Você não sabe o quanto eu tenho.

- Você é muito espertinha garota, mas eu não tenho tempo para perder com você, agora saia.

Ela já estava convencida, aquele ovo seria dela e por isso queria bater o pé e ficar, responder que não sairia dali sem levá-lo com ela, mas esse não parecia ser um caminho que chegaria ao resultado esperado então ela obedeceu.

- Eu vou, mas volto e você me venderá. - Desafiou ela.

Quando Erin saiu o dono da loja estava reclamando algo dela ser muito atrevida, mas ela não lhe deu atenção.

Seus pais estavam a esperando no caixa e já seguravam as sacolas de compras do dia.

- Pai você me dá dinheiro? - perguntou ela quando já estava próxima deles.

- Eu já te dei dinheiro hoje e eu sei que você ainda não gastou toda sua mesada. - lembrou ele já tirando a carteira do bolso. - Quanto você quer?

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Três vezes a minha mesada.

- Isso é muito dinheiro, nem sei se ainda tenho tudo isso comigo.

- Eu quero comprar um ovo de dragão, mas o vendedor não disse que não está à venda.

- Como não, isso é uma loja tudo tem um preço! -

respondeu sua mãe, dizendo exatamente o que ela esperava.

- Tem um preço, mas o vendedor nem quis me dizer, disse que eu não posso pagar.

- Eu vou fazê-lo mudar de ideia, minha filha pode pagar todos os caprichos que desejar ter. - disse o pai dela ficando irritado, Erin sabia que agora seus pais iriam fazer o melhor que podia para dar a ela o que ela queria, mas isso não adiantou. O

mercador, um homem sério e irredutível, permaneceu firme em sua opinião de não vender a eles, mesmo após as propostas irrecusáveis de seu pai, valores cada vez maiores, tanto que até ela mesma duvidava se o ovo valia aquilo e não fosse óbvio a ganância daquele homem ela pensaria que ele não dava valor ao dinheiro. A única explicação cabível, seria que o outro comprador oferecera um valor maior do que qualquer um de seu pai.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Chegou um momento que seu pai saiu derrotado, ele chegou ao limite do que pagaria por aquilo e Erin não podia pedir mais do que ele oferecera

Quando eles saíram da loja já era noite e estava muito escuro, muitas lojas já estavam baixando as portas.

Erin andou até o carro estacionado na calcada em frente a boutique de antiguidades e assim que seu pai destravou a porta ela entrou e jogou-se no banco de trás. Ela nunca sentira aquilo, estava tão frustrada por não ter o ovo em seus braços e os pais estavam frustrados por pela primeira vez não terem conseguido conceder o desejo da filha

Ela não sabia de onde vinha aquela vontade de possui-lo, mas era tão poderoso e irracional aquele desejo desconhecido que enchia seu peito.

Naquela noite, pouco antes de pegar no sono Erin jurou pela própria vida que o ovo seria dela, não importa qual preço teria

que

pagar.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Prova de Iniciação

Ravel

Ravel olha para o céu, ela está subindo exaustivamente até que seu corpo dói com o esforço que faz e seus músculos se cansam. Está alta demais e a gravidade a puxa para o chão com toda sua força como se fosse pesadas correntes de ferro aprisionando-a ao chão. A ideia lhe é repulsiva e agita seu humor, esquenta seu peito com o que parece ser um mar de fogo líquido.

Ela desce como um projétil em direção ao chão, uma queda em 90°, avista uma pequena cidade numa ilha qualquer e desvia alguns graus o ângulo da queda. Numa rasante sobrevoa a cidade observando tudo, suas forças e fraquezas, o número de soldados do exército e o de pessoas pobres. As três torres altas da cidade murada e suas construções feitas de rocha branca estrada da base da montanha da ilha principal faz Ravel reconhecer a cidade, o estado-arquipélago Asttiban.

Após encher o peito de ar solta uma baforada de fogo sobre as casas e ruas, tão brancas e imaculadas, nunca fora atacada, nunca.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

As pessoas correm em chamas e gritam de dor e Ravel acorda assustada, suando e ofegando ainda sentindo o ar gelado da manhã em seus pulmões como se ainda estivesse voando nos céus de Vanir, uma cidade não muito distante dali.

Seu irmão Levi entrou no quarto, como sempre, sem bater na porta ou ter permissão para entrar. Ele subiu em cima da cama e começou a pular.

- Você sabe que dia é hoje? - disse ele animado demais para a hora.

- É claro que sei. Hoje é o primeiro dia da primavera e solstício de verão. - diz ela puxando as pernas do irmão para derrubá-lo. Ele caiu sentado rindo.

- É a iniciação.

- Como pode eles deixarem você fazer a iniciação. É só um garotinho medroso.

- E você é só uma garotinha. - Retrucou ele. - Não se esqueça que você é apenas dois anos mais velha do que eu.

- E muito maior e mais forte.

- Eu já tenho onze anos e sou garoto, logo terei músculos e você não será tão forte assim.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Mas ainda sou mais forte que você. - diz ela o imobilizando, prendendo seus pulsos com um forte aperto e mantendo as costas dele colada ao colchão de penas.

- Posso interromper o casal? - pergunta Ahri da porta.

- Meu irmão. - diz Ravel soltando Levi e saindo de cima dele. Levi senta-se e esfrega os pulsos exageradamente como se estivessem machucados.

- Levantem-se. Hoje é o dia de vocês, e o pai quer vê-los antes dos sacerdotes levá-los.

Ravel levantou-se prontamente, ela também queria ver o pai e dessa vez não falharia.

- Ravel é realmente difícil passar na iniciação? -

perguntou Levi enquanto caminhavam pelo longo corredor leste até seu pai.

- É... é sim muito difícil, veja eu fui reprovada duas vezes e o Ahri coitado ganhou uma cicatriz no braço, foi marcado para sempre, e ainda tem as dezenas, não, centenas de crianças que morrem ao falhar.

- É verdade? - perguntou ele assustado.

- É claro, eu não mentiria.

- Não. - Intrometeu-se Ahri. Ninguém morre na iniciação, a Ravel não foi reprovada, simplesmente cancelaram

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

a iniciação e eu me feri por um descuido meu, cai em um buraco na escuridão da noite.

Seu pai os aguardava na sala de reuniões. Ele nunca a usava para conversar com a família.

Kahri Draien, seu pai estava sentado na cadeira na base da mesa, olhou eles se aproximarem muito sério, parecia um homem severo à primeira vista.

- Meus filhos se aproximem.

Ravel obedeceu enquanto Levi hesitou num primeiro momento, mas quando Ravel se moveu ele também o fez.

Ao lado de seu pai estava sentado seu tio e a avó, o membro mais velho de sua família e então na mesa em U os outros homens importantes da casa Draien e representantes de casas menores subordinada da sua.

Saphir, o dragão adulto de seu pai agora estava grande demais para caber na sala e por isso seu filho agora participava das reuniões em seu lugar. Ele estava deitado no colo de Kahri, que acariciava sua cabeça enquanto ele se aninhava como um gato felpudo, já grande demais para caber com perfeição no colo. Seu rabo esticado até o chão, a ponta em forma de lança riscando-o em um movimento repetitivo.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Vocês sabem por que os chamei aqui? - perguntou ele avaliando a atitude dos filhos que permaneceram calados. - Hoje vocês farão a iniciação e sabem o que terão que fazer?

Principalmente você Levi que é a primeira tentativa.

Ravel sabia todas as respostas das perguntas de seu pai, afinal essa era a terceira vez que participara desta reunião.

- Eu vou ganhar um dragão como o seu. - disse Levi demonstrando animação que reprimia.

- Ganhar não, você terá que conquistá-lo. - disse-lhe a avó com vigor, uma mulher rígida e de idade muito avançada.

- Isso, meu filho, mas você entende a importância disso?

- Não... - confessou ele.

- Hoje é o solstício de verão, o dia em que os dragões abandonam seus filhotes nascidos no ano passado, eles ainda estão desprotegidos e não tem mais a segurança dos pais e por isso é a data mais segura para conseguir domesticar um, e vocês tem a obrigação de ter sucesso nisso.

O pai fica quieto por algum tempo e então seu irmão, que em época de guerra é o general da casa Draien continua.

- A casa que conquista mais dragões ganha aliados através da cobiça e do medo, e pode se virar contra as outras para conquistá-las através da guerra ou submissão. Como vocês

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

devem saber a casa com mais dragões é a Mattel, como seu território é naturalmente favorecido cada criança recebe um ovo de dragão ao nascer.

- Não apenas isso. - Tomou a palavra sua avó. - Ter dragões fortes protege a cidade de lobos, grupos de ladrões e outros dragões. Nossa cidade vizinha o condado de Asttiban sempre foi contra a domesticação de dragões e na madrugada de hoje um dragão a atacou, causando imensos danos, alguma casa da região tivesse ao menos dois dragões de médio porte, eles teriam defendido a cidade e toda essa destruição teria sido evitada.

Ravel subitamente lembrou-se do sonho que tivera na cidade de Asttiban, lembrou-se dela personificada como um dragão destruindo a cidade e matando as pessoas. Era uma coincidência enorme.

Logo a reunião termina e eles são levados para junto dos outros que farão a iniciação repassar as dicas e protocolos para terem êxito.

Na sala havia quatrocentas crianças e adolescentes de diversas idades e casas de todas as 21 cidades-estados da nação.

Sua casa, Draien estava longe de ser a mais numerosa, então eles teriam que conquistar os dragões maiores e fortes para

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

manter o frágil equilíbrio de poder, até então todos de sua família tinha tido sucesso e sua casa era famosa por ter os dragões mais fortes.

Após todos os preparos eles foram levados para fora do templo do sacerdote, alguns instrutores, inclusive Kahri, montaram seus dragões que alçaram voo para monitorá-los do céu e os portões para a floresta do medo foram abertos.

Novamente a caçada de poder tinha início.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Sou Atacada Por Um Anão na Loja de Antiguidades

Erin

Passara três dias desde que Erin vira o ovo e desde então havia ido na loja depois da aula todos os dias, ela ainda não desistira mesmo com a decisão do vendedor parecer ser imutável e no quarto dia não fora diferente. Erin foi até a loja que ficava duas quadras na contramão de sua casa, mas diferente dos outros dias o vendedor não estava atrás do balcão ou entre os corredores arrumando as mercadorias e a porta para a outra metade da loja estava novamente aberta. Essa era a chance perfeita para vê-lo novamente.

Desde muito pequena ela era assim, quando queria algo, nada a fazia mudar de ideia.

O desejo a deixava irracional e obcecada, como se algo a empurrasse nessa direção e fosse forte demais para ser parado.

Ela entrou na sala e dirigiu-se diretamente para o ovo, ele continuava ali parado e intacto como se não houvesse passado nenhum minuto desde a primeira vez que o vira. Ela sabia que não tinha muito tempo para fazer o dono da loja

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

mudar de ideia, se ele realmente tivesse um comprador, logo o ovo não estaria ali.

Erin se aproximou hesitando, como se houvesse uma armadilha

ali

esperando

por

ela.

Ela estendeu a mão e o tocou. De modo geral era áspero, mas cada uma das escamas era lisa e lustrosa, parecia até que havia sido polido.

Ele parecia a conhecer e chamá-la desesperadamente, e ela não conseguia quebrar esse transe, até que sentiu algo se mover entre seus dedos como um bebê na barriga da mãe. Erin assustou-se com o movimento súbito e então ficou admirada e ao mesmo tempo abismada. Não fora uma impressão, pois ela ainda o sentia mover-se, com menor intensidade agora, mas ainda assim forte o suficiente para ser desprezado.

- Não é possível... - disse ela para si mesma num sussurro incrédulo e não era mesmo, contudo qualquer dúvida fora apagada no instante seguinte, Erin estava distraída demais para perceber que não estava sozinha ali ou a aproximação sútil de seu observador até ser tarde demais e ele já estar pendurado nela, a puxando pelos cabelos e gritando repetidamente a palavra ladrão.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Seu agressor é muito baixo, quase da sua altura e não é muito forte, mas suas mãos puxam seus cabelos com força e dói muito, como se todos os fios fossem arrancados ao mesmo tempo de seu crânio. Ela é puxada para trás e cambaleia para não cair. Os dois primeiramente batem em um armário e Erin sente parte do choque em seu quadril e então bate novamente, agora intencionalmente, mas as costas, assim apenas seu agressor sente o golpe, ele geme de dor por um instante, e então morde seu pescoço como um animal selvagem faria. Ela sente seus dentes pontiagudos demais para uma pessoa normal sendo cravado em sua pele e o sangue escorrendo. Ela Bateu de novo e de novo e sentiu-o afrouxando o aperto a cada golpe, até que ela o Bateu contra a bancada e ele saltou-se dela.

A caixa de vidro se estilhaçara e um caco cortara seu braço. No entanto, no chão aos seus pés agora havia um homem em pior estado que ela, com alguns cortes e cacos de vidro presos ao corpo.

Ele era um anão de olhos muito escuros e orelhas muito compridas como um anão místico de histórias extremamente infantis, mas era real. Ele estava descalço e vestia um vestido amarelo-palha desbotado e uma longa corrente prendia sua perna à uma estaca de ferro no canto da sala.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Erin não sabia se ele estava ali na última vez que visitou a sala ou se só depois foi colocado ali.

No chão ao lado dele não havia apenas cacos de vidro, havia também pedaços da casca do ovo que ela tanto desejara, agora completamente destruído.

O anão levantou-se ao se recompor e avançou novamente para atacá-la, mas uma coluna de fogo se entrepôs a eles e na base da chama havia um pequeno dragão de asas abertas escamas vermelhas e ainda úmidas do nascimento. A boca aberta cheia de dentes afiados lançando uma coluna de fogo maior que ele.

Quando a chama parou de ser sustentada e o fogo sumiu todos estavam parados, aturdidos demais para agir.

O dragão olhou para o anão e rugiu em ameaça e escalou rapidamente o corpo de Erin até seu ombro, onde se empoleirou com prepotência. Ela estava congelada no lugar, sem reação alguma. Havia um dragão em seu ombro a defendendo. Parecia um sonho, só podia ser um sonho.

Cada movimento que o anão fazia era seguido pelos olhos atentos do dragão, sempre pronto para responder carbonizando seus inimigos como um lança-chamas.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Ele já escolheu seu mestre. - disse o dono da loja às suas costas, ela não o havia notado ali e não sabia dizer há quanto tempo ele estava os observando. - Não há mais nada que eu possa fazer.

Erin não sabia o que dizer, naquele momento, não existiam palavras para ela, não existia nada, pois tudo que crescera ouvindo ser mentira estava diante de seus olhos, tocando sua pele nua.

- Mas garota você me roubou, e terá que me pagar. -

disse ele em tom de ameaça. Erin recuou um passo pronta para correr a qualquer momento. Nada do que ela pudesse dar como pagamento interessava aquele homem, isso ele deixara bem claro desde o primeiro momento e ela não tinha forças para se defender, não daquele homem, duas vezes seu tamanho e troncudo, apenas o dragãozinho era sua segurança e ela não podia colocar muita fé nisso.

- O que você quer? - disse ela com a voz destemida, tinha que ganhar tempo para pensar em algo, tinha que se ver livre dali o mais rápido possível.

- O que eu quero? É muito simples... Você me roubou um dragão e quero outro no lugar.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Outro dragão. Era um pedido irracional, ela ainda não sabia como conseguira aquele, como arrumaria outro e mesmo que irracionalmente houvesse outros pelo mundo, quanto tempo levaria para ela conseguir isso.

- E se eu me negar. - disse ela cada vez mais desafiadora.

- Então, eu terei que mostrar a você e a sua família algo muito pior que a morte.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Armadilha

Ravel

A floresta do medo era enorme, mas não era tão assustadora quanto a primeira vez que Ravel estivera ali, mesmo sabendo que em seus bosques, campinas e pântanos havia todos os tipos de criaturas, e muitas delas eram antropófagos. Ela sabia que podia lutar por sua vida, pois o ser humano também é uma criatura letal e temível, e ao se preparar para esta missão ela aprendera nos livros o ponto fraco de cada ser vivo. Mas Levi estava ali pela primeira vez e assustava-se com muita facilidade.

Após a maioria dos outros se dispersarem eles seguiram a cerca por algum tempo sem querer entrar na mata mais fechada e não demorou muito para se perderem da trilha que seguiam. Quem sabe longe de todo os rastros da humanidade não achassem mais facilmente.

Quanto mais eles andavam mais as árvores se fechavam e os sons mais inaudíveis. De acordo com o mapa que Ravel carregava era para eles estarem perto de um rio, provavelmente já ouvindo a corrente de águas turbulentas, mas tudo que viam

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

era teias de aranha, cada vez maiores e mais complexas, até que logo o chão estava forrado de seda, tanta que era branco amarelado e não se via um único ponto verde da grama. As teias desciam dos troncos e tocavam o chão, formando paredes de tecido.

- Fique perto de mim e atento onde pisa. - Mandou Ravel, à essa altura ela já sabia em que armadilha haviam caído e se amaldiçoava por não ter percebido antes. Como não queria assustar o irmão tentou se manter calma, precisava se lembrar de tudo que lera sobre as aranhas infernais e logo, pois elas apareceriam em breve. Ela lembrou-se de ter lido que aranhas infernais enganam suas presas, fazendo-as andar em círculos até se cansarem e se tornarem mais fáceis de caçar, elas só atacariam quando a noite caísse. Ravel olhou para o céu tentando descobrir quanto tempo tinham para se afastarem dali e assustou-se ao ver íris, o sol daquele mundo, tão perto do horizonte que praticamente o tocava.

Ela também se lembrava que uma vez dentro da teia eles seriam levados ao centro de tudo, não importando para qual lado fossem. Logo chegaram a uma enorme clareira rodeada de casulos de seda, alguns rasgados e abertos, mostrando corpos presos. Um veado, um velho e a mais recente, uma mulher

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

jovem que já fora bonita, agora todos estavam secos, flácidos e pálidos.

- Procure nesses casulos algo para usarmos como arma. -

Mandou Ravel já se dirigindo a um deles.

Todos tinham um cadáver, cada um em um estágio diferente de decomposição.

Nenhum deles tinha algo útil, mas Levi encontrou um casulo que era uma esfera perfeita e tinha a altura de sua cintura.

Ele se aproximou e quando o tocou ele se mexeu. Levi afastou-se num pulo com o susto, tinha algo vivo preso ali dentro, a única questão é se era amigo ou inimigo.

Levi mesmo com receio rasgou a bola de seda e de dentro se enrolou a criatura mais bonita que Levi considerava já ter visto, um dragão de água ainda filhote, com no máximo três anos, o corpo comprido e robusto, sem asas e coberto por escamas azuis. Ele abriu os olhos verdes como um lago cristalino e ronronou como um gato ferido.

Levi sentiu a dor dele e se comoveu. O tomou nos braços e abraçou o animal de corpo gelado, então viu dois furos no pescoço do dragão a marca inflamada deixada por ferrões afiados e peçonhentos.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

O dragão estava envenenado e ferido, ele afastou-se com medo do toque do Levi lhe machucar. Levi estava com tanta pena, um dragão é uma criatura feroz, nunca deveria recuar por medo de um humano.

Com o primeiro toque ele de alguma forma vivenciou toda a vida do pequeno dragão. A morte precoce da mãe por caçadores e a busca pelo rio que nascera, o mesmo que ele e a Ravel estava procurando e isso fez ele pensar em todos os seres vivos que perderam suas vidas tentando chegar aquelas águas.

Vira também o momento que fora capturado por uma aranha maior do que ele.

Após o primeiro contato ambos sentiram que podiam confiar suas vidas um ao outro e o dragão deixou que Levi o pegasse no colo.

- Eu estou com medo... - disse Levi agarrando no braço da

irmã.

Ele percebeu que esse sentimento vinha dele e em parte do dragão.

- É bom que esteja com medo. Seu sangue fica mais doce. -

disse uma voz vinda do alto e parecia estar em várias direções ao mesmo tempo. A voz lhes provocava um frio na espinha e eriçava seus pelos.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Ravel sacou uma faca da bainha se arrependendo de não ter escolhido uma arma maior, algo que lhe permitisse lutar com um pouco menos de desigualdade.

- A garota parece mais suculenta. - disse outra voz, essa mais estridente que a anterior.

Ravel procurou a origem da voz, sabendo onde o inimigo se escondia, saberia de onde vinha o golpe e isso poderia significar a diferença entre saírem dali com vida ou se tornarem o próximo banquete delas.

- Olha! - exclamou Levi, uma aranha descia da copa de uma árvore, mas antes dessa tocar o chão surgiu outra e outra até descerem dezenas, saírem de todo canto, desde pequenas aranhas do tamanho da doméstica à algumas bem grandes, maiores que um gato adulto.

Elas chegavam ao chão e corriam todas juntas em direção a eles, que se tornaram um alvo fácil no meio da clareira.

- Levi, preste atenção. Não deixe as que tem o abdômen marcado com um círculo vermelho te picar.

Isso até ele mesmo sabia, elas eram marcadas com a morte, as únicas letais, o problema é que uma a cada vinte era

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

marcada e havia centenas, talvez milhares. Caiam das árvores como uma cachoeira negra e viva.

Eles esmagavam e pisoteavam sem parar, mas por nenhum segundo elas paravam de vir e a única coisa que podiam fazer era ignorar a maioria e matar todas as com mancha vermelha para garantir que essas não voltariam. Mesmo ferido o dragãozinho rasgava as aranhas com as garras e os dentes afiados.

- Elas têm medo de fogo. - lembrou-se Ravel.

- E eu tenho álcool. - disse Levi já tirando a mochila das costas, ele levara um pequeno frasco, o suficiente apenas para acender uma fogueira nos três dias que passariam a noite ali.

Ravel ateou fogo em um bolo de aranhas em seu redor e queimou dois gravetos secos, transformando-os em tochas improvisadas, as aranhas guinchavam quando a tocha era direcionada para elas.

Ravel virou-se para entregar uma tocha ao Levi, mas ele estava caído e imóvel, com uma aranha de abdômen vermelho ainda cravada pelos ferrões à barriga dele.

Ravel desesperada foi até o irmão, esmagou a aranha que o ferira e abraçou seu corpo imóvel devido ao veneno. A culpa era dela, ela era mais velha, devia protegê-lo, devia ter

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

percebido a armadilha antes, ela falhou com ele e com o pai, pela terceira vez não teria sucesso, no entanto ela estava sendo dura demais consigo, as aranhas infernais eram perigosas até mesmo para os mais experientes, e cadê os monitores? Eles também já deviam ter aparecido para ajudá-los, mas considerando o inimigo eles deviam estar encurralados em outro ninho perto dali, tão perto, porém nunca se encontrariam, nunca ouviriam um ao outro.

- Apareçam e me enfrentem! - gritou ela, precisava acabar com isso enquanto ainda tivesse forças para ficar de pé.

Ravel ficou furiosa consigo mesma e com aquele inimigo covarde que se escondia entre as árvores e isso a dava forças, mas mesmo a Ravel não podia lutar para sempre, ela estava tão cansada, parecia que ficara horas ali e a noite já caíra sobre eles. o dragão também caíra de exaustão.

Agora que estava quase vencida o verdadeiro inimigo apareceu. Uma aranha gigante, do tamanho de uma pessoa adulta, com a face e o quadril humanoide e dentes por toda a boca descera de uma árvore tão perto da Ravel que ela podia tocá-la se estendesse o braço. Tão silenciosa que era impossível percebê-la, mesmo com seu tamanho.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

- Acabou criança! - disse ela em uma investida e mordeu o ombro da Ravel que sorriu e cravou sua faca o mais fundo que pode no crânio daquele animal, ela berrou e urrou lançando Ravel para longe de si. A aranha infernal cambaleou urrando de dor antes de cair vencida e quase morta.

Ravel sentiu uma dor lancinante em seu pescoço e ombro, e então o veneno fez efeito, ela não sentiu mais nada e perdeu

sua

consciência.

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

Fosso do Esquecimento

Erin

Erin olhou no espelho a marca que o anão deixara em seu pescoço com a mordida. Ela chegara em casa mais tarde que o normal, mas seu pai ainda não havia chegado do emprego e sua mãe não a viu quando ela chegou, Erin correu para seu quarto tendo apenas a avisado com um grito da escada e entrou no banho, precisava de um tempo para pensar na fria que havia se metido.

Com o corpo submerso na banheira de água quente e os olhos fechados tudo aquilo parecia não ter acontecido, mas não dava para fugir da realidade por muito tempo, ao abrir os olhos ela viu o pequeno dragão sobre a beirada da banheira a encarando. Desde aquele primeiro momento ele não se afastara dela por nenhum segundo sequer e não parecia disposto a deixá-la.

As palavras do mercador se repetiam em sua mente, a clara ameaça que ele fizera a ela e sua família. Erin havia pensado em ir à polícia ou contar a seus pais, mas e se o fizesse e ele ficasse com raiva e realmente cumprisse sua ameaça ou se

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[Erin, A Chave dos Mundos], por [TwenTrevor]

descobrissem sobre o dragão, ela jamais poderia ficar com ele.

Pior do que isso, ele poderia terminar morto em uma mesa de laboratório sendo material de estudo. Ela não deixaria nenhuma das duas opções acontecer.

Talvez se desse o que ele queria, ele a deixaria em paz.

Erin pegou o revólver do pai para caso se ele tentasse algo contra ela e podia contar com a ajuda do dragão, mesmo não sabendo o quão forte ele era.

Assim que deu a hora ela escondeu o dragão na bolsa semifechada e partiu para encontrar-se com o mercador no principal parque da cidade. Ele vestia um sobretudo preto e luvas e o receio de Erin quanto às suas reais intensões aumentaram exponencialmente. O local onde estavam era isolado, mas ele não tentaria nada, periodicamente uma ou outra pessoa passava