Nietzsche Wagneriano

NIETZSCHE WAGNERIANO

do encanto à ruptura

Leandra Reis Willians

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Torna-te aquilo que és.

Friedrich Nietzsche

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Corte e planta do Bayreuther Festspielhaus...............

Figura 2 – Palco do Bayreuther Festspielhaus..........................

Figura 3 – Plateia do Bayreuther Festspielhaus..........................

Figura 4 – Vista do teatro

Bayreuther Festspielhaus..............

Figura 5 – Vista da Ópera Garnier...............................................

Figura 6 – Le Grand Foyer da Ópera Garnier..............................

Figura 7 – Le Grand Foyer da Ópera Garnier..............................

Figura 8 – Vista do teatro Auditorium Building.............................

Figura 9 – Plateia do teatro Auditorium Building..........................

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Sumário

INTRODUÇÃO .......................................................................11

CAPÍTULO 1 ...........................................................................15

NIETZSCHE E WAGNER: O ENCANTO ................................15

1.1 Fundamentação teórica da aproximação ..........................18

1.1.1 Nietzsche, Wagner e os gregos .....................................20

1.1.2 Refutação ao cristianismo ..............................................25

1.1.3 O renascimento do trágico .............................................29

1.1.4 Nietzsche e Schopenhauer: junção como fator de uma aproximação ...........................................................................33

1.1.5 O dramaturgo ditirâmbico ...............................................38

1.2 O filisteu da cultura ...........................................................40

1.2.1 A caverna do teatro moderno .........................................42

1.2.2 O caminho da revolução ................................................43

1.2.3 Bayreuther Festspielhaus, a revolução ..........................46

1.2.4 Nietzsche em Bayreuth ..................................................49

CAPÍTULO 2 ...........................................................................53

NIETZSCHE E WAGNER: A RUPTURA .................................53

2.1 Divergência de ideias ........................................................56

2.1.1 As disparidades na música ............................................59

2.1.2 Discordância política e cristã .........................................63

2.2 A decadência da cultura ...................................................67

2.2.1 WAGNER décadent .......................................................70

2.3 Amizade estelar ................................................................77

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................87

APÊNDICE – Estrutura do B ayreuther Festspielhaus .............91

Nietzsche wagneriano, por Leandra Reis Wil ians Dedico este livro a minha família, que

sempre me apoiou nos estudos.

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Nietzsche wagneriano, por Leandra Reis Wil ians

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Nietzsche wagneriano, por Leandra Reis Wil ians INTRODUÇÃO

Em uma carta ao seu amigo Erwin Rohde, alguns dias após conhecer o renomado compositor Richard Wagner, o filósofo Nietzsche diz ter conhecido um homem extraordinário, possuidor de grande conhecimento, desfrutando de uma experiência

imensamente

agradável,

por

somente

ter

vivenciado a oportunidade de ouvi-lo falar.

A amizade que sucedeu ao encontro entre o filósofo e o compositor resultou em uma ampla influência na primeira fase da filosofia de Nietzsche. Suas conversas originaram a primeira obra do filósofo, O Nascimento da Tragédia, de 1872. A troca mútua dos conhecimentos acarretou em um encantamento imediato, o qual perpassou por anos, concedendo diversos frutos na filosofia de Nietzsche.

No entanto, a condição de discípulo que Wagner atribuiu a Nietzsche não foi satisfatória para este, despertando a necessidade de se afastar do compositor, para recobrar o domínio sobre si. O anseio de superar a si mesmo foi análogo ao desencanto que o filósofo veio a ter, após compreender que as discrepâncias dos ideais de ambos não eram mais sustentáveis pelo afeto que este sustinha pelo compositor.

O estudo empreendido nessa pesquisa pretende abordar o pensamento de Nietzsche e o de Wagner, e a sua relação com a influência exercida na obra do filósofo. Assim, o fio condutor de nossa reflexão é marcado pela compreensão dos fundamentos que aproximaram o pensamento de ambos, possibilitando tal amizade e o fator determinante que propiciou a ruptura da mesma.

A análise da influência de Wagner na filosofia de Nietzsche é um ponto crucial no entendimento da primeira fase da filosofia nietzschiana, pois em sua juventude, quando ainda era um professor de filologia na Universidade de Basiléia, Nietzsche partiu das conversas que compartilhou com seu

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Nietzsche wagneriano, por Leandra Reis Wil ians amigo Wagner, para formar o início de sua filosofia, desta maneira, o filósofo pode ser considerado um wagneriano por excelência, visto que seguia as concepções que supunha compartilhar com Wagner.

A pesquisa se divide em duas partes, a primeira é estruturada pelos elementos que ocasionaram o encantamento de Nietzsche por Wagner e a segunda aborda os fundamentos que acarretaram o desdobramento do afastamento de ambos.

Na primeira parte, foi feito um estudo das obras O

Nascimento da Tragédia (1872) e Wagner em Bayreuth (1876), as quais representam o ápice da influência que o filósofo recebeu de seu grande amigo Wagner. A análise dessas duas obras desvenda a contribuição que a amizade de ambos propiciou na formação da primeira fase da filosofia de Nietzsche.

Foram

analisados,

a

partir

desse

estudo,

os

fundamentos teóricos de aproximação do pensamento de ambos, salientando os ideais que estabeleceram uma ponte para a justificação do encanto ter ocorrido. Dessa forma, foi possível identificar que os elementos que constituíram o porquê da aproximação entre os dois foram as semelhanças dos pensamentos acerca do ideal grego na arte; a refutação do cristianismo como libertação do indivíduo; a necessidade do renascimento do trágico na arte moderna que ambos acreditavam ser o antídoto do declínio da cultura; a similar influência schopenhaueriana na reflexão filosófica de ambos; a analogia existente entre as características do compositor e o do dramaturgo ditirâmbico; e a realização do projeto revolucionário do teatro de Bayreuth empreendido por Wagner.

E, por fim, a questão ponderada é saber até que ponto as concepções de uma revolução na arte moderna de Wagner são realmente expressas em seu projeto do teatro de Bayreuth, o qual Nietzsche acreditava serem as mesmas que as suas. No entanto, em sua primeira visita ao teatro, o filósofo decepcionou-se ao constatar que o projeto não sustinha o que

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Nietzsche wagneriano, por Leandra Reis Wil ians o compositor tanto pregara ao longo de seu empreendimento, resultando em mais um ambiente burguês com a finalidade de entrelaçar seus ideais com a arte, e, mesmo as mudanças na estrutura convencional do teatro moderno, que Wagner planejara para o seu teatro, não passava de um mero instrumento para chegar ao seu verdadeiro objetivo, que não era nada mais que transmitir seus ideais por meio da música.

Depois dessa discussão acerca dos fundamentos que aproximaram os pensamentos de ambos e o princípio do afastamento, proveniente do descontentamento que Nietzsche sentiu acerca do projeto de seu amigo, passamos a analisar na segunda parte da pesquisa, o desdobramento da ruptura da amizade de ambos, a partir do estudo das obras Humano, demasiado humano (1878), A gaia ciência (1882), O Caso Wagner (1888) e Ecce Homo (1888), as quais representam a transição da fase juvenil para a fase madura da filosofia de Nietzsche.

O estudo dessas quatro obras que representam a passagem da juventude para a maturidade da filosofia nietzschiana contribuiu para