Roteiro Da Ação Psicopedagógica: O Que Fazer?
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Roteiro Da Ação Psicopedagógica - Salete Anderle
Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana. Como se preocupa com
o problema da aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente dos processos de aprendizagem. E se
preocupa como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como
reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Adquire características específicas a depender do
trabalho clínico e preventivo.
O diagnóstico Psicopedagógico possui especificidade própria que permite, diante de
uma queixa motivo
de dificuldades de aprendizagem, fazer uma leitura dinâmica de
forma global, envolvendo o sujeito, a família e o processo de escolarização, como
resultado de um conjunto de inter-relações complexas. Para tanto se faz necessária a
escolha de referências teóricas que dêem respaldo aos instrumentos usados na avaliação
e aos resultados obtidos na mesma.
Devido à complexidade de seu objeto de estudo, são importantes à psicopedagogia
conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem sobre os
conhecimentos específicos de diversas outras teorias. Por exemplo:
A Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações
profundas, operantes através da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e
símbolos, permitindo-nos levar em conta a face desejada do homem;
A Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que responde a
reações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e econômicas
específicas e que contextuam toda a aprendizagem;
A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e
descrever o processo construtivo do sujeito em interações com outros e com objetivos;
A Lingüística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que o
caracterizam tipicamente humano e culturais: a língua enquanto código disponível a todos
os membros da sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e historiado de
acesso a toda estrutura simbólica;
A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina;
Os fundamentos na Neuropsicológica possibilitando a compreensão dos
mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, indicando-
nos a que correspondem do ponto de vista orgânico, todas as evoluções ocorridas.
Surgiram decorrentes da diversidade de campos teóricos, diversas possibilidades
de atuação e caminhos
a serem trilhados, que embasam a ação psicopedagógica.
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
ALGUNS CAMINHOS
1. E.F.E.S.
1. Anamnese (história de caso)
2. Entrevista de Anamnese
2. Testagem de provas pedagógicas
3. Sessões
lúdicas
centradas
na 3. Laudo (síntese das conclusões e
aprendizagem
prognóstico)
4. Complementação com provas e testes
4. Devolução (verbalização do laudo) ao
5.
paciente e/ou aos pais
Síntese diagnóstica – Prognóstica
6.
Entrevista
de
devolução
e
encaminhamento
(Transtorno da clínica psicológica – segue o
modelo médico)
(Maria Lúcia Weiss)
1. E.O.C.A. (levantamento do 1º sistema de 1. Entrevista com a Família:
hipóteses, definições das linhas de 1.1 Contatos anteriores a consulta
investigação, escolha de instrumentos)
1.2 Escuta do motivo da consulta
2. Testes (levantamento do 2º sistema de
hipótese e investigação)
1.3 História vital ou anamnese
3. (Anamnese – verificação e decantação do
2º sistema de hipóteses, formulação do 2 Entrevista com o sujeito:
3º sistema de hipóteses)
2.1 Escuta do motivo da consulta
4. Elaboração do informe Psicopedagógico. 2.2 Instrumentos
escolhidos
pelo
psicopedagogo
com
base
nas
(Jorge Visca)
necessidades
2.3 Devolutiva ao sujeito
3 Contato com a escola (Prévio ao
finalizar)
4 Contato com outros técnicos
5 Devolutiva e encaminhamento
(Edith Rubinstein)
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
MATRIZ DIAGNÓSTICA
O diagnóstico do aprendizado ou psicopedagógico se diferencia dos
psicodiagnósticos em geral e ao da criança em particular, a partir das particularidades do
objeto de estudo e se conjuga na matriz do pensamento e processos diagnósticos.
O objeto de estudo adota distintos estados: normais e patológicos, para serem
reconhecida conta com a matriz do pensamento diagnóstico (instrumento conceitual, que
embasa a ação e apresenta os estados do objeto sem que o mesmo perca a unicidade)
apresentada pela epistemologia convergente apóiam-se em princípios interacionistas,
construtivistas e estruturalistas. A matriz está organizada em três partes: diagnóstico
propriamente dito, prognóstico e indicações.
Diagnóstico
Refere-se à caracterização do sujeito e do meio onde se manifesta o sintoma no
momento do diagnóstico, fundado no pressuposto que o sintoma é o emergente da
interação do subsistema, personalidade como o sistema social e seus mediadores. Análise
do contexto em que se desenvolve o processo de aprendizagem; leitura de sintomas que
emergem na interação social voltada para o sujeito que aprende; explicação de causas que
coexistem temporalmente com o sistema; explicação da origem desta causa; análise do
distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados aceitáveis.
Podem ser observados aspectos como: as características da instituição
educacional (aprendizagem sistemática), comunidade (aprendizagem assistemática), como
as condutas exigidas que ajudem na manifestação ou não das dificuldades em outro campo.
Dentro da caracterização interessa: sexo, idade, meio cultural..., que permitem a
compreensão de se a conduta é ou não sintomática.
Prognóstico
Levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual, na
presença e na ausência dos processos corretores.
Terapia no campo do aprendizado sistemático (alexia, dislexia, TDAH...), e
assistemático (sem nomenclatura) podem ou não ser acompanhados de sintomas,
expectativas.
Indicações
Indicações gerais que incluem outras disciplinas, assim como indicações
específicas, inerentes a atuação psicopedagógica.
Análise das causas internas do sujeito contemporâneas ao sintoma e suas
interações são de extrema relevância para a orientação, também, das indicações e
recomendações.
As causas que podem provocar o aparecimento de sintomas são três:
1. A afetividade (predomina os oponentes energéticos da aprendizagem)
2. As funcionais
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
3. O estágio de pensamento (cognitivo)
Origem e evolução são causas históricas e dos sintomas, mediante o
estacionamento das cadeias casuais, pois as funções e o estágio de pensamento podem
sofrer alterações orgânicas, emocionais ou mistas e o grau de reversibilidade varia de
acordo com o inter-relacionamento destes.
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
ROTEIRO DA AVALIALÇÃO DIAGNÓSTICA
PSICOPEDAGÓGICA
Tomando por referência principal a Epistemologia Convergente, do autor Jorge
Visca, nossa opção de avaliação propõe os seguintes instrumentos.
1. QUEIXA
2. E.O.C.A. e/ou OBSERVAÇÃO LÚDICA
(levantamento dos primeiros sistemas de hipóteses, definição da linha de
investigação, escolha dos instrumentos).
3. PLANEJAMENTO E APLICAÇÃO DAS PROVAS
4. INSTRUMENTOS FORMAIS
Área cognitiva;
Provas Piagetianas;
Provas projetivas psicopedagógicas;
Provas psicrométricas (uso exclusivo do psicólogo);
Área Afetiva
Provas projetivas psicopedagógicas
Provas projetivas psicológicas (uso exclusivo do
psicólogo);
Área Funcional
Aspectos psicomotores;
Linguagem;
Sensorial;
Conceitos básicos;
Habilidades acadêmicas: leitura, escrita, matemática
(levantamento do 2º sistema de hipóteses e investigação)
5. HISTÓRIA DE VIDA - ANAMNESE
6. LEVANTAMENTO DE DADOS ESCOLARES
Entrevista com os profissionais da escola;
Análise do material escolar;
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
7. PROVAS E TESTES COMPLEMENTARES (desempenho da análise das
provas anteriores; exames clínicos complementares; análise da expressão
plástica; análise de tarefas; outros)
8. ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO DA HIPÓTESE
DIAGNÓSTICA (verificação e decantação do 2º sistema de hipóteses,
formulação do 3º sistema de hipóteses)
9. INFORME PSICOPEDAGOGO
10. DEVOLUTIVA
11. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
A QUEIXA
ENTREVISTA PARA ESCLARECER O MOTIVO DA CONSULTA
OBJETIVO:
Estabelecer hipóteses sobre aspectos importantes para o diagnóstico de
aprendizagem.
COM OS PAIS (representantes da família) observar:
- Significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do problema de
aprendizagem;
- Significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais
de seus membros ao assumir a presença do problema; relacionam-se os valores da família
com o respeito ao não aprender;
- Fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção
no processo diagnóstico e de tratamento; sentindo o que a família espera a respeito de seu
trabalho, modalidade de comunicação do casal e função do terceiro, observarem a relação
dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre os pais e você.
COM A ESCOLA (PROFESSOR ORIENTADOR) observar:
- Significação do sintoma na escola;
- Significação do sintoma para o professor, reações dos membros da escola
ao assumirem o problema;
- Significado do sintoma, no sentido do que a escola espera a respeito de
sua intervenção (confirmação do não aprender, como: tirar da responsabilidade da escola o
fracasso, uma possibilidade de auxilio para o sucesso, uma ameaça externa);
- Observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e
entre profissionais e aluno;
COM O SUJEITO observar:
- Visão do sintoma para o sujeito;
- Significação do problema para o sujeito;
- Sentido do que o sujeito espera de sua intervenção
- Observar as modalidades de comunicação do sujeito (pode ser obtida na
entrevista realizada com o sujeito no primeiro encontro – antes do E.O.C.A.).
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Psicopedagogia Clínica, por Salete Anderle
ENTREVISTA COM O SUJEITO
Nome:
Data de nascimento:
Idade:
Série:
Período:
Escola Atual:
Nome do Professor:
O que disseram que você vinha fazer aqui?
Por que você acha que veio aqui?
Você acha que tem alguma dificuldade?
Em que?
Gostaria de fazer