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A Bruxinha Duda
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Ebook247 pages2 hours

A Bruxinha Duda

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About this ebook

Livro que mostra 30 dias na vida de uma Bruxa, ensinando sua filha de 8 anos, que descobre recentemente o caminho que sua mãe segue, o que é ser uma bruxa nos dias modernos. Se passa na cidade de São Paulo, mostrando o passo a passo do início desse caminho. Usada uma linguagem simples, de fácil entendimento tanto para crianças como para adolescentes e adultos.
LanguagePortuguês
PublisherBibliomundi
Release dateApr 5, 2023
ISBN9781526077653
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    A Bruxinha Duda - Marcelo Sette Câmara

    Ficha Técnica

    A Bruxinha Duda

    Registrado na Biblioteca Nacional

    Acervo EDA

    Título: A Bruxinha Duda

    Personalidades:      Autor: Marcelo Sette Câmara

    Ilustrador: Yuri Yamamoto (e-mail: yuriyamamoto@bol.com.br)

    Registro: 393077. Em 15/12/2006

    Gênero: Místico/Esotérico

    Obra publicada: Não

    Capa: Marcelo Sette Câmara

    Contato com o autor:

    e-mail – mcsette@gmail.com

    Fones/WhatsApp – (31) 98301 —8557

    Agradeço a:

    Minha mãe que sempre me apoiou;

    Meu filho, pai e irmãos;

    Meus amigos;

    Ao Yuri Yamamoto;

    Lili e Duda.

    Prefácio

    A ideia de escrever um livro infantil surgiu quando minha amiga Lili de São Paulo me pediu um texto para explicar a Duda o que é ser uma Bruxa. Inicialmente o que escrevi ficou muito longo e cansativo para uma criança entender. Daí veio à ideia transformar esse texto em um diálogo.

    Como a literatura infantil nessa área é escassa ou quase inexistente, busquei escrever em uma linguagem bem simples, de fácil entendimento, com analogias com as quais não só as crianças irão se identificar. Portanto esse livro não é exclusivamente para crianças. Contém também assuntos diversos que são interessantes para aqueles que estão iniciando esse caminho.

    Espero que aqueles que vierem a ler tirem o máximo de proveito. Sei que receberei tanto críticas como elogios de diversas pessoas, o que não me preocupa, pois meu intuito é oferecer informações para crianças, jovens e adultos.

    Aproveitem a leitura

    Marcelo Sette Câmara

    Capítulo 1

    Quarta-feira – 27/04 – Lua Cheia

    Noite clara com céu limpo, sem nuvens. As luzes de São Paulo não conseguem esconder o brilho da lua cheia. Lili estava sentada no jardim de sua casa fazendo um ritual para a lua quando a porta se abre e Duda, sua filha de oito anos (muito inteligente, como todas as crianças dessa época), sai e vem ao seu encontro.

    — Mamãe, o que está fazendo?

    — Estou olhando a lua – responde Lili.

    — Por quê?

    Fazendo um gesto com a mão, Lili diz:

    — Senta aqui do meu lado.

    Duda sentou-se e olhou para o céu, para a lua brilhante. Ficou em silêncio um momento e quando ia dizer alguma coisa, Lili se vira para ela e pergunta:

    — Duda, você acredita em Bruxas?

    Pega de surpresa, Duda fica em silêncio, pensando. Depois de alguns minutos ela responde com um pouco de cautela:

    — Já vi desenhos na televisão onde as bruxas são sempre más.

    — Mas você acredita que elas existem? – pergunta Lili novamente.

    — Acredito sim, mas não igual as dos desenhos.

    — E o que acha da Natureza? – pergunta novamente Lili, curiosa com o rumo da conversa.

    — Ah! Minha professora disse que ela é importante e que sem ela tudo ia ser seco e que nada ia existir. E eu adoro os bichinhos, as plantinhas e os passarinhos.

    — E se eu te disser que as bruxas amam a Natureza, que gostam também dos bichinhos, dos passarinhos, das plantinhas, o que você diria?

    — Que elas então não são más, se gostam de tudo o que eu gosto – responde Duda com firmeza.

    Lili fica por um tempo pensando na resposta de Duda, e o silêncio se prolonga. Então Duda pergunta:

    — Mamãe, você é uma bruxa?

    Lili olha para Duda com um sorriso nos lábios, pensando em uma maneira suave para responder.

    — Sim, meu amor, eu sou – reponde Lili, olhando diretamente nos olhos de Duda.

    — Mas você não pode ser uma bruxa – diz Duda com convicção. — Elas são todas velhas, tem um nariz grandão e usam um chapéu esquisito.

    Sorrindo com a ingenuidade de Duda, Lili responde com carinho:

    — Nem sempre. As bruxas que você vê nos desenhos da TV são feias porque se fossem bonitas os príncipes as escolheriam para se casarem. E as pessoas que fazem os desenhos não sabem o que é uma bruxa de verdade.

    Duda pensa um pouco e pergunta:

    — O que é uma bruxa de verdade?

    Tendo cuidado com as palavras, Lili responde:

    — Uma bruxa de verdade não faz mal a ninguém. Ama a Natureza e os animais, gosta da lua, de tomar banho de cachoeira, das florestas onde moram os animaizinhos. E responde às perguntas de menininhas curiosas.

    — E não precisam ser feias – diz Duda – porque você não é.

    Lili sorri e pega na mão de Duda. Por alguns minutos ficam em silêncio, olhando para a lua no céu claro.

    — E por que você está olhando pra lua?

    — Porque ela representa a Deusa – diz Lili se perdendo em pensamentos. Ela nos dá sua luz através da lua cheia e assim podemos sentir a energia que vem Dela. Essa energia nos ajuda a entender a nós mesmos mais profundamente.

    — Não entendi – diz Duda.

    Lili volta sua atenção à conversa e busca palavras mais simples para explicar.

    — Você já viu como a lua muda? – pergunta à Duda.

    — Sim. Ela parece a sanfona que ganhei do Papai Noel.

    Rindo com a comparação simples de Duda, Lili começa a explicar.

    — Você já viu que ela muda. Veja a lua como nossa família. Quando aparece só um pedacinho da lua no céu e depois começa a crescer, olhe para ela como se fosse você, uma criança bonita que tem muito a aprender. Quando a lua está cheia – Lili apontou para a lua – ela é igual à mamãe. E quando ela começa a diminuir de novo, olhe para ela como a vovó. Está entendendo?

    — Tô sim – responde Duda.

    — Para nós bruxas a lua tem um significado especial porque representa a Deusa em que acreditamos e que nos ajuda durante nossa vida. Então temos você, eu e a vovó que representamos a lua. Você que é jovem e tem muito a aprender, eu que sou a mãe e que te protejo, e a vovó que tem muito para ensinar.

    Lili se cala por um instante, e Duda aproveita para perguntar:

    — E onde fica o Papai do Céu?

    — Bem, – diz Lili com muito cuidado – nós acreditamos na Mamãe do Céu que chamamos de Deusa. O Deus que acreditamos não fica no céu.

    — Se não fica no céu, onde fica?

    — Fica nas florestas, nos rios, nos mares, nas montanhas e em outros lugares. Ele é quem cuida para que a Natureza cuide de nós.

    — E eu posso ver?

    — Pode, mas de uma maneira diferente. Você já viu como o tempo também muda? Tem época que está quente, e nós vamos para o sítio nadar na cachoeira. Depois as folhas das árvores começam a ficar amarelas e o tempo começa a esfriar. Então, quando as folhas caem de vez das árvores, o tempo está bem frio. Quando passa o frio, as flores se abrem novamente. E é assim que você pode ver o Deus, através da Natureza.

    Duda ficou pensativa por um tempo.

    — E os bichinhos? Como eles ficam quando o tempo muda?

    — O Deus toma conta para que nada aconteça com eles – responde Lili.

    O silêncio toma conta novamente entre as duas. Então, pegando Lili de surpresa, Duda pergunta:

    — Mamãe, as bruxas fazem mágicas? Igual o mágico do circo?

    — Fazemos Magia, mas não como o mágico do circo – responde Lili sorrindo.

    — E como é?

    — Quando desejamos algo que vai ser bom para nós ou para alguém que amamos, nós pensamos no que queremos como uma imagem. É como se você pegasse a televisão e ligasse dentro da sua cabeça onde você assiste mesmo de olhos fechados. Para isso acontecer mais fácil, usamos incensos, aqueles ‘pauzinhos’ que acendo de vez em quando e que solta um cheirinho gostoso, lembra?

    — Lembro sim.

    — Esse cheirinho gostoso ajuda a criar a imagem dentro de nossa cabeça. E quando a criamos, vendo que já conseguimos o que queremos, estamos trabalhando a magia. Deu para entender?

    — Deu sim – responde Duda, fechando os olhos.

    — O que foi? – pergunta Lili curiosa.

    — Estou fazendo magia para conseguir a boneca que quero – responde Duda bem séria.

    Lili sorri em silêncio e aguarda. Depois de algum tempo Duda abre os olhos e olha à sua volta.

    — Acho que fiz errado. A boneca não apareceu – diz Duda com uma voz desapontada.

    — Eu te disse que a magia que fazemos é diferente da mágica do circo. Você fez a sua magia para conseguir o que deseja. Agora tem que esperar para ela fazer o efeito que você quer.

    — Como? – pergunta Duda.

    — Agora que fez a magia, você tem que fazer com que ela funcione. É como se fosse uma troca em que você dá algo para receber algo. Por exemplo, se eu faço uma magia para conseguir um carro novo eu tenho que trabalhar para dar chance à magia para me ajudar. O que você pode fazer para ganhar o que pediu?

    — Hum! Não sei. Ser boazinha? – diz Duda, o sono se fazendo presente.

    — Isso não vale porque você já é boazinha – responde Lili sorrindo.

    — Vou pensar e depois te falo – diz Duda dando um bocejo e com os olhos começando a se fechar.

    Lili então fecha os olhos e mentalmente desfaz o círculo criado agradecendo aos Deuses. Pega Duda no colo, olha mais uma vez a lua no céu e entra em casa para colocar Duda na cama.

    Capítulo 2

    Quinta-feira – 28/04 – Lua Cheia

    O dia amanhece radiante, com o sol brilhando e iluminando o jardim. Os passarinhos cantando na janela acordam Duda que teve um sono tranquilo. Lili já estava acordada e o cheirinho de café estava no ar. Duda senta-se à mesa, vira para Lili e diz como se a conversa da noite anterior não tivesse sido interrompida:

    — Já sei o que eu vou fazer.

    Lili para o que estava fazendo e olha para Duda com um olhar de quem não está entendendo sobre o que ela está falando.

    — Vou ser mais estudiosa e não vou reclamar mais da comida que eu não gosto – diz Duda.

    — Por que isso? – pergunta Lili curiosa.

    — Para ganhar a boneca – diz Duda com simplicidade.

    Entendendo, Lili sorri.

    — Ok. Agora vai se arrumar para ir à escola. Mais tarde voltamos a conversar, certo?

    — Certo – responde Duda se levantando.

    O dia passa com tranquilidade e a noite cai com uma paz envolvente. Lili estava sentada na varanda de sua casa lendo, quando Duda chega e se senta ao seu lado.

    — Como foi no colégio? – pergunta Lili.

    — Foi bom. A professora deu umas folhas para desenhar. Eu te desenhei. Toma.

    Duda entrega uma folha onde aparecia um jardim e as duas sentadas olhando a lua. Lili se emociona, seus olhos se enchendo de lágrimas que ela não permite cair.

    — Muito bonito seu desenho – diz Lili.

    — É seu – responde Duda.

    Lili guarda a folha dentro do livro, olha para Duda e pergunta.

    — Você se lembra de tudo o que conversamos ontem?

    — Lembro sim.

    — E o que você pensa sobre o que te disse? – pergunta Lili realmente curiosa com a resposta.

    — Ah! Eu gosto de saber que você é Bruxa e que não é má nem feia.

    Ficam em silêncio por um instante. Então Duda pega novamente Lili de surpresa.

    — Mamãe, posso ser uma bruxa também?

    Com carinho Lili responde.

    — Poder, pode. Mas tem que estudar muito.

    — E você me ensina?

    — Sim. Posso te ensinar. Mas pode demorar muito tempo para aprender. Você tem que ter vontade e paciência. Você quer isso?

    — Quero – responde Duda com segurança.

    — Então está certo. Podemos começar com o jardim. Vem cá – diz Lili se levantando e seguindo para o jardim. — Está vendo esse pedaço do jardim, separado pelas pedras?

    — Sim.

    — A partir de hoje você fica responsável por ele. Você vai cuidar das plantinhas, molhar todos os dias e conversar com elas, certo?

    — Certo.

    — Para cuidarmos de um jardim temos que fazer algumas coisas antes. Vou te explicar como deve ‘consagrar’ o lugar para que você possa trabalhar.

    — O que é consagrar?

    — Consagrar um lugar é torna-lo seu lugar, onde só você pode trabalhar sem que ninguém te atrapalhe. Por exemplo, o jardim. Quando você tiver feito um pequeno ritual esse lugar será seu.

    — E o que é um ritual? – pergunta Duda novamente.

    — Bem... Lembra-se de ontem? – Duda balança a cabeça confirmando – Ontem eu estava fazendo um ritual para a Lua Cheia. Entrando em contato com a natureza e com a Deusa. O que você vai fazer aqui é um pouco diferente, mas o objetivo é o mesmo. Entrar em contato com a natureza.

    — Não sei se entendi direito.

    — É mais fácil você entender fazendo. Quando tiver dúvida pergunte, pois eu vou te ajudar. Você vai fazer tudo o que eu mandar e vou explicar porque está fazendo, certo?

    — Certo – diz Duda com segurança.

    — Espere um pouco que já volto – diz Lili.

    Entrando em casa, indo até seu altar, Lili pega sua varinha, sua vassoura e sai novamente ao encontro de Duda. Vendo a vassoura, Duda arregala os olhos e pergunta, com uma mistura de medo e expectativa.

    — Vamos voar?

    — Não – responde Lili rindo – infelizmente as bruxas só voam nos desenhos e filmes.

    — Que pena – diz Duda decepcionada.

    — Bem, depois nós vamos fazer sua vassoura e sua varinha. Enquanto isso você pode usar a minha.

    Lili entrega sua vassoura para Duda, que a segura com respeito.

    — Agora você vai ‘varrer’ o jardim, sem encostar a vassoura no chão – diz Lili.

    — E pra quê? – pergunta Duda curiosa.

    — Você vai estar ‘limpando’ as energias do local. Sempre que formos fazer um ritual, temos que limpar as energias.

    — O que é energia?

    — Sabe quando você acende uma lâmpada? Ela brilha porque a energia elétrica passa por uns fios pequenos dentro dela. Você vê a luz. Não vê a energia elétrica, mas sabe que ela está lá, senão a lâmpada não funcionaria. Entendeu?

    — Entendi.

    — Quando vamos fazer um ritual, qualquer que seja, devemos limpar a energia que está no local, mesmo que não seja energia elétrica como a da lâmpada.

    — Então tem mais de uma energia? – pergunta novamente Duda.

    — Sim. Tem vários tipos – responde Lili. — Depois falamos sobre isso com mais calma. Bem, vamos lá. Pegue a vassoura e varra o jardim. Enquanto está varrendo, sem tocar o chão, imagine que as energias estão sendo limpas, certo?

    — Certo – responde Duda começando a varrer. É divertido. Parece que estou brincando de casinha.

    Lili sorri e espera. Quando

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