Uma Introdução Ao Tradicionalismo Gaucho
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Uma Introdução Ao Tradicionalismo Gaucho - Amado Da Costa E Silva
Uma introdução aoTradicionalismo Gaúcho
O objetivo deste trabalho é auxiliar integrantes de Centro de Tradições Gauchas e outros interessados a compreender o movimento tradicionalista gaúcho.
Foi elaborado a partir do resumo de algumas obras publicadas e de artigos existentes na internet.
São José dos Campos - 2016
Sumário
1. Introdução
2. O Rio Grande do Sul
2.1
Síntese cronológica
2.2
Bandeira
2.3
Hino Sul Rio-grandense
3. O índio
4. O Gaúcho
5. Tradição e tradicionalismo gaúcho
6. Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG
7. Centros de Tradições Gaúchas – CTG´s
8. Carta de Princípios do Movimento Tradicionalista
9. Expoentes do MTG
10. O antitradicionalismo
11. Características do folclore gaúcho
11.1
Querência
11.2
Fogo de chão e chama crioula
11.3
Regionalismo
11.4
Nativismo
11.5
Crioulismo
11.6
Telurismo
11.7
Machismo gaúcho
11.8
Missa Crioula
11.9
Rito da Missa Crioula
12. Símbolos da cultura gaúcha
12.1
Quero-quero
12.2
Estrela Boieira
12.3
Erva-mate e chimarrão
12.4
Churrasco, arroz de carreteiro e mocotó
13. A indumentária gaúcha
13.1
Chiripá
13.2
Bombacha
13.3
Lenço gaúcho
13.4
Chapéu
13.5
Pala e poncho
13.6
Vestido de Prenda
14. Danças gaúchas
14.1
A estilização das danças gaúchas
15. Diversões galponeiras
15.1
Trova
15.2
Truco
15.3
Escopa
15.4
Bocha
15.5
Cancha reta
16. O cavalo
17. As tropeadas e o rodeio
18. A Revolução Farroupilha
18.1
As origens
18.2
Farrapo ou Farroupilha
18.3
A Revolução
18.4
Principais pontos assinados no tratado de paz
19. A arte declamatória
20. Expressões gauchescas
Introdução
"Em 1949, integrando uma representação de nove gaúchos brasileiros que participaram dos festejos comemorativos do Dia da Tradição em Montevidéu, surpreendemo-nos e encantamo-nos com o tesouro de danças tradicionais que os platinos naquela ocasião nos desvendaram.
Nós os sul-rio-grandenses, porém, não tivemos uma dança sequer que pudéssemos apresentar, por mais modesta que fosse e que servisse para traduzir nossa alma popular!
Quando voltamos ao Brasil, trazíamos o coração oprimido pelo conhecimento de pertencermos a um povo que esquecera as suas tradições..." - trecho extraído do livro do Manual de Danças Gaúchas, escrito por Paixão Côrtes e Barbossa Lessa.
A palavra tradição, em seu significado latino, que se desdobra em outros com certa analogia, refere-se ao ato de transmitir ou entregar. Entretanto, tais elucubrações etimológicas não fundiram a cuca de Paixão Cortes, Barbosa Lessa e Glaucus Saraiva, três ginasianos que em 1947 criaram o Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil do Colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre. Com profundo senso prático eles realizaram o levantamento dos usos e costumes, músicas, lazeres, crenças, poesias, etc...que lhe estavam sendo entregues por seus antecessores. Nascia assim uma consciência regional contrária ao american way life que se apresentava como modelo e firmou-se com os Centros de Tradições Gaúchas. Posteriormente criou-se o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), que fortaleceu-se na década de 70 com as Califórnia da Canção Nativa, onde a musica gaúcha adquiriu melhor qualidade e novos adeptos e com a multiplicação de CTG´s e seus festivais nativistas de musicas crioulas difundindo assim a cultura, o folclore e a tradição gaúcha além da divisa e fronteira do Rio Grande do Sul.
O grande desafio dos jovens que iniciaram o MTG era não deixar que as raízes históricas fossem podadas e fazer com que os hábitos e costumes do Rio Grande do Sul continuassem sendo cultivados espontaneamente. Com este intuito, passaram a mostrar às pessoas a importância dos hábitos do gaúcho, buscando traços apagados da sua cultura, como danças e expressões que já não estavam mais vigentes naquela época.
O Rio Grande do Sul
Estado mais meridional do Brasil localizado entre o trópico de Capricórnio e o circulo polar Ártico apresentando um clima subtropical, atualmente o Rio Grande do Sul confronta-se ao norte com o estado de Santa Catarina, ao leste com o oceano Atlantico, ao sul com o Uruguai e ao oeste com a Argentina. Ocupando apenas 3% da área do Brasil é um dos maiores produtores de grãos e um importante polo industrial e comercial do país. Sua bacia hidrográfica é composta por vários rios que desembocam na lagoa dos Patos que se interliga à lagoa Mirim através do canal de São Gonçalo. O rio Uruguai é o mais extenso rio do estado, separando-o de Santa Catarina e Argentina.
Atualmente o estado possui 497 municipios que impulsionam uma das maiores economia agropecuária do país, destacando-se arroz, soja, fumo, milho, uva, trigo, ovinos, suínos e bovinos, entre outras, além do seu parque industrial também ter grande influencia nos setores de bens de consumo como alimentos, vestuário, couro e calçados.
Figura 1: Limites geográficos
do estado do Rio Grande do Sul
A sua historia é marcada por muitas lutas e batalhas de disputa da soberania, conforme a breve síntese abaixo:
1494
É assinado o tratado de Tordesilhas entre Portugal e Espanha. Por esse tratado a terra do atual estada do Rio Grande do Sul pertencia à coroa espanhola.
1626
O padre jesuíta Roque Gonzalez de Santa Cruz, nascido no Paraguai, atravessa o rio Uruguai e funda o povo de São Nicolau, assinalando oficialmente a chegada do homem branco ao território gaúcho.
1634
O padre jesuíta Cristobal de Mendonza Orellana (Cristóvão de Mendonza) introduz o gado nas Missões Orientais, o que vai justificar mais tarde o surgimento do gaúcho.
1641
Os jesuítas são expulsos do Rio Grande do Sul pelos bandeirantes, depois de fundarem 18 reduções ou povos. Essas aldeias foram todas arrasadas e o gado, um pouco foi escondido na Vacaria dos Pinhais, outro pouco levaram para a Argentina e a maior parte se esparramou, virando chimarrão
, que quer dizer selvagem. Graças ao padre Cristóvão Mendonza, esse gado, que não tinha marca nem sinal, ficou também chamado de orelhano
.
1687
Os jesuítas voltam a penetrar no território riograndense, seja atraídos pelos enormes rebanhos de gado que procriavam livremente nos campos sulinos, seja como instrumento da Coroa espanhola para conter os avanços portugueses na região, a razão desta volta não é clara. Seja como for, é nesse ano que