O Passado E O Presente De Um Povo Hospitaleiro
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O Passado E O Presente De Um Povo Hospitaleiro - José Renato De Souza Amorim
1° CAPÍTULO - CASA NOVA
(Cidade Velha)
H
istórico - A origem de Casa Nova, como de alguns municípios do sertão baiano, é fundada na tradição do mesmo do que na documentação que como se sabe, se acha esparsa e perdida nos antigos cartórios da Região do São Francisco. Sabe-se, porém, que as terras que margeiam e servem de leito ao Riacho de Casa Nova, afluente do Rio São Francisco, eram ricas em cloreto de sódio, cujas minas segundo se presume, foram descobertas em princípios do século XlX. Esse descobrimento concorreu para que nas terras da Fazenda RIACHO DA CASA NOVA, de propriedade do Coronel José Manoel Viana, na margem esquerda do rio ponto de confluência do Riacho de Casa Nova, a vinte e cinco léguas abaixo de Remanso, surgisse uma povoação que rapidamente se tornou conhecida em virtude do progresso e do desenvolvimento do comércio particularmente o de Cabotagem, que tinha no SAL o mais importante gênero de exportação, sendo o seu principal comprador o comércio de Januária, no estado de Minas Gerais.
Também naquela época, já era grande a afluência de sertanejos procedentes do Estado do Piauí, que iam a aquele povoado vender suas boiadas e abastecer-se de gêneros de primeira necessidade.
A essa altura, o povoado já possuía várias benfeitorias, inclusive a sua capela, erigida sobre a invocação de São José a mando do Coronel José Manoel Viana, ainda no princípio de povoação.
Todos esses fatores concorreram para que, através da Lei Provincial de n° 1.265 de 03 de abril de 1873, fosse o Arraial de São José do Riacho de Casa Nova, elevado à categoria de Freguesia de Santo Antonio de Remanso do Pilão Arcado, à qual pertencia a Capela. A freguesia de São José conheceu o seu primeiro Vigário na pessoa do Padre Roberto José da Costa Cerqueira, nomeado por Decreto de n° 10 de junho de 1874.
No ano de 1879 foi a sede da freguesia elevada à categoria de Vila, com o nome de VILA DE SÃO JOSÉ DE CASA NOVA, por força da Lei Provincial n° 1.873 de 20 de junho de 1879, que também criou o Município do mesmo nome com território desmembrado do de Remanso. O seu funcionamento somente se verificou a 15 de novembro de 1888. Sua denominação atual provém do Decreto n°7.479 de 08 de julho de 1931 que simplificou para CASA NOVA o nome do Município.
A vila recebeu foros de Cidade em virtude do estabelecimento pelo Decreto Lei n° 10.724 de 20 de março de 1938.
O topônimo do Município é:
9° 25’ 02
41° 08’ 08"
Fazendo divisa com: São Raimundo Nonato PI, São João do Piauí PI, Juazeiro BA, Sento Sé BA e Petrolina PE.
Trecho retirado de um trabalho acadêmico feito pelo Professor WILSON RODRIGUES
Memórias Históricas de Casa Nova
Relatos de Viajantes.
O Canal segue próximo à margem direita, deixa a ilha do Riacho da Casa Nova à margem esquerda, e volta para o lado oriental. Fronteira à ilha de Casa Nova divide-se o canal em dois: Destes, o principal segue pelo braço do Rio, que passa entre a margem direita do Rio e as Ilhas da Velha Ignácia e do Tamanduá ou do Pacheco; o Segundo canal segue entre as Ilhas da Casa Nova e Velha Ignácia; aproximando-se à margem esquerda, sobre o barranco desta fica as povoações do Riacho de Casa Nova, junto ao Riacho deste Nome, a das Intãns, Queimadas do Curral, a de Caiçara, e as de Casa Nova, que tem uma capela
.
Eng° Henrique Halfeld. Viagem feita entre os anos de 1852 e 1854.
"O Arraial do Riacho da Casa Nova, apesar de ser de fundação pouco antiga, está em via de prosperidade e engrandecimento.
Francisco Manoel Alves de Araújo. Viagem feita no Vapor SALDANHA MARINHO
, em 1871.
La ciudade tiene um aspecto muy simpático. Calles limpias, casas confortables, luz electrica, buenas uinqu, casino... Em La Plaza principal uma iglesia matriz de vastos proporciones
.
D. José Cassais. Viagem de turismo desse escritor Espanhol-1939.
Formação do Município de Casa Nova
As raízes históricas do Município de Casa Nova fundam-se em parte na tradição, isto é, nas informações que se sucederam através dos tempos, como também em documentação escrita no tocante à organização administrativa, judiciária, eclesiástica, expressa em atos legais e oriundos das Leis Provinciais e dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado.
Também os relatos de numerosos viajantes estrangeiros e nacionais contribuíram para que a MEMÓRIA HISTÓRICA DE CASA NOVA
tomasse uma configuração mais bem delineada e mais nítida.
Nos primórdios da Colonização, a região era ocupada por horda indígena, possivelmente pelos Acroás e Geicós, que lutaram contra os invasores de suas terras, os Paulistas e os homens da Casa da Torre, destruindo as casas e os currais desses povoadores.
Posteriormente, nos princípios do século XlX, em grande trecho do Vale do São Francisco, foram descobertas extensas eflorescências de Sal (Cloreto de Sódio), de grande valor econômico, batizado de Sal da Terra
, o conhecido e utilíssimo Sal de Cozinha
. As jazidas então descobertas, denominadas Salinas
, passaram a ser exploradas.
No ano de 1819, o naturalista alemão, Martius, em visita de estudo ao Médio São Francisco, na referência feita às suas salinas, acrescentou outras salinas, como as de Casa Nova, que estão na margem do Rio. A importância econômica dessas salinas, fez com que Teodoro Sampaio as destacasse no seu notável livro sobre o Rio São Francisco, dando como título de um de seus capítulos: SALINAS DE CASA NOVA
.
A ocorrência de Sal nas terras da fazenda do Capitão José Manoel Viana, conhecida pelo o nome de Riacho da Casa Nova, pois se achava situadas na confluência desse riacho com o Rio São Francisco, na margem esquerda, deu motivo a que surgisse no local um povoado composto, principalmente, por trabalhadores das Salinas, os salineiros, que teve desenvolvimento relativamente rápido atraindo de imediato o interesse dos sertanejos que ali se fixaram, ou então, transitaram conduzindo boiadas vindas do Piauí, destinada à Bahia.
Em consequência, estabeleceu-se um intenso e ativo comércio local, tendo como principal mercadoria para entabular negócios, o Sal da Terra, passando em seguida, a ser gênero de exportação para outros portos da margem do Rio São Francisco, notadamente o porto de Saldado, depois o de Januária em Minas Gerais, do que resultou um movimento de constante cabotagem, por meios de barcas, as tradicionais e românticas barcas do São Francisco, providas de suas protetoras CABEÇA DE BARCA
, como vulgo as chamava, celebradas hoje com o nome de CARRANCAS
, produto de um artesanato comercializado para gozo de turistas e colecionadores.
Trecho retirado de um trabalho Acadêmico feito pelo Professor WILSON RODRIGUES
Formação Administrativa
O distrito foi criado por Lei Provincial N° 1.265 de 03 de abril de 1873.
O Município, com sede no Arraial de São José do Riacho da Casa Nova, de território desmembrado do Município de