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A Babá Refém De Um Contrato
A Babá Refém De Um Contrato
A Babá Refém De Um Contrato
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A Babá Refém De Um Contrato

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About this ebook

Na mansão dos monteiros as coisas não iam muito bem. Brigas constantes aconteciam com o casal mais bem sucedido e badalado da capital. Raul, um poderoso empresário dono de um império, sofria com as brigas de sua esposa Isabel que tinha muito ciúmes do marido acusando ele que tinha outra na rua. — Isso é hora de chegar em casa seu cafajeste? — Raul respirava fundo tentando se acalmar e não tomar medidas drásticas contra a sua esposa. — Amor eu estava trabalhando como sempre! — Que desculpas esfarrapadas. Com certeza você tem uma amante na rua. Acha que eu não sei? — Amor da onde você tirou isso? Eu jamais te trairia. Me entenda, eu amo você e faço tudo para que possamos ser felizes. Os empregados da casa estavam cansados de ouvir gritos histéricos da patroa, não entendiam porque uma mulher linda como era Isabel tinha tanto ciúme do marido que era um bom homem e bom pai e compreensivo. E quem sofria com isso era a pobre Emily, filha do casal que chorava toda vez que acontecia as brigas. E a babá Verônica parecia estar satisfeita com as brigas do casal. E Emily sofria com os maus tratos da babá toda vez que saia com ela, até beliscão quando a pequena Emily pedia alguma coisa e Verônica agia agressivamente com ela. Raul estava prestes a sair de casa por não aguentar mais as crises de ciúmes de sua esposa que ele amava, e só estava suportando ela por amar a filha Emily. Isabel por sua vez estava achando que estava ficando louca por agir da quela forma de não poder confiar no marido. A pequena Emily sofria maus tratos pela babá, e por causa disso ela era uma menina triste que tirava notas baixas na escolinha e vivia isolada dos colegas. Até a chegada de Sabrina que mudou a vida de todos naquela mansão transformando a vida de todos, a de Isabel completamente para melhor, e assim salvando o casamento em crise e trazendo alegria para a pequena Emily. E muitas surpresas estava para acontecer na vida de todos naquela rica mansão salvando Emily das garras da babá má.
LanguagePortuguês
Release dateMar 25, 2023
A Babá Refém De Um Contrato

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    A Babá Refém De Um Contrato - Silmar Kolcenti

    A BABÁ REFÉM DE UM CONTRATO

    EPÍLOGO

    Minha filha Emily vivia triste porque não gostava das babás que não a cuidavam bem. Meu casamento estava em perigo por causa das minhas inseguranças. Eu não confiava no meu marido que trabalhava muito e estava ausente da família. Mas tudo mudou com a chegada de uma Babá especial que trouxe alegria para nossa filha Emily, e não só a vida de Emily que mudou, mas a minha também, e salvou nosso casamento.

    CAPÍTULO 1

    Na mansão dos monteiros as coisas não iam muito bem. Brigas constantes aconteciam com o casal mais bem sucedido e badalado da capital. Raul, um poderoso empresário dono de um império, sofria com as brigas de sua esposa Isabel que tinha muito ciúmes do marido acusando ele que tinha outra na rua.

    — Isso é hora de chegar em casa seu cafajeste? — Raul respirava fundo tentando se acalmar e não tomar medidas drásticas contra a sua esposa.

    — Amor eu estava trabalhando como sempre!

    — Que desculpas esfarrapadas. Com certeza você tem uma amante na rua. Acha que eu não sei?

    — Amor da onde você tirou isso? Eu jamais te trairia. Me entenda, eu amo você e faço tudo para que possamos ser felizes.

    Os empregados da casa estavam cansados de ouvir gritos histéricos da patroa, não entendiam porque uma mulher linda como era Isabel tinha tanto ciúme do marido que era um bom homem e bom pai e compreensivo.

    E quem sofria com isso era a pobre Emily, filha do casal que chorava toda vez que acontecia as brigas. E a babá Verônica parecia estar satisfeita com as brigas do casal. E Emily sofria com os maus tratos da babá toda vez que saia com ela, até beliscão quando a pequena Emily pedia alguma coisa e Verônica agia agressivamente com ela.

    Raul estava prestes a sair de casa por não aguentar mais as crises de ciúmes de sua esposa que ele amava, e só estava suportando ela por amar a filha Emily.Isabel por sua vez estava achando que estava ficando louca por agir da quela forma de não poder confiar no marido.

    A pequena Emily sofria maus tratos pela babá, e por causa disso ela era uma menina triste que tirava notas baixas na escolinha e vivia isolada dos colegas.

    Até a chegada de Sabrina que mudou a vida de todos naquela mansão transformando a vida de todos, a de Isabel completamente para melhor, e assim salvando o casamento em crise e trazendo alegria para a pequena Emily. E muitas surpresas estava para acontecer na vida de todos naquela rica mansão salvando Emily das garras da babá má.

    CAPÍTULO 2

    Uma tarde ensolarada Sabrina costumava ir passear num parque perto de onde ela morava.

    Entrou num Bar lanchonete. E pediu um pastel para comer, comeu e veio na sua direção o garçom.

    — A senhora deseja mais alguma coisa? — perguntou o garçom.

    — Senhora é sua mãe! Por acaso eu tenho cara de velha? Garçom folgado.

    — Perdoe-me, eu não quis lhe ofender. Falei por respeito.

    — Está bem. Por favor, a conta?

    — Sim, senhorita.

    — Assim está melhor, mas que seja última vez, porque se não, não coloco mais os pés nessas peluncas.

    — Mais uma vez eu peço perdão. Aqui está sua conta. — Sabrina pagou a conta de um sanduíche que comeu e uma cerveja que bebeu, e saiu andando pela calçada.

    O dia estava lindo, e ela estava de folga e não queria voltar tão cedo para o pequeno apartamento. Era uma tortura viver naquele canto pequeno, e torturante viver sozinha, com as lembranças que atormentavam demais. Não tinha nada pra fazer. Pessoas estranhas caminhando apressadas.

    Talvez o estresse dos dias insuportáveis do cotidiano. Para quem estava acostumada com a tranquilidade de uma cidade pequena estava lhe deixando neurótica. Seu peito ardia misteriosamente, achando que ia ter um infarto. Não sabia ao certo se foi a cerveja que não caiu bem.

    Quando ela deparou com uma cena que fez estremecer as suas pernas, e vendo as pessoas assistindo e não fazendo nada para salvar uma criança de uns três anos aproximadamente que estava tentando fugir de uma mulher que ela não sabia se era mãe ou a babá?

    Ela puxando pelo cabelo e as pessoas invés de fazer alguma coisa ficavam olhando, e alguns filmando, com certeza para ganhar dinheiro colocando nas redes sociais.

    Aquilo revoltou que não deixou Sabrina ficar de braços cruzados. Foi correndo na direção das duas e quando a tal mulher levantou a mão para bater, Sabrina segurou firme que quase quebrou o braço da mulher maluca.

    — Não ousa tocar nessa menina se não! — Disse Sabrina rangendo os dentes de ódio.

    — Se não o que? Sua maluca. acha que com quem está se metendo? Disse a mulher furiosa.

    — Quem eu sou pouco importa, mas se levantar esse braço eu quebro! — Segurando firme que ela não conseguia se mexer. Não sei de onde veio tanta força que quase quebrou o braço dela. A menina estava assustada que veio pro lado dela. E Sabrina disse:

    — Ela não vai te bater mais. — Todos vieram na direção dela batendo palma como se ela fosse uma heroína.

    Sabrina não entendeu porque estavam fazendo isso, quando eles deveriam ter feito alguma coisa, e ela teve que tomar iniciativa e salvar aquela criança dá aquela maluca que não sabia quem era.

    A menina deveria ter uns 3 anos de idade. E aquela mulher descabelada, e louca diga se de passagem, pegou pela mão e levou para casa. Ela chamou um táxi e foi embora. Sabrina sem entender porque tomou aquela atitude tão desesperadamente vendo aquela menina apanhando de uma adulta.

    Algo que o fez voltar lá no passado. Algo que ela não queria lembrar, e tentava esquecer, mas o passado não parava de persegui-lo. A cada lugar que ela ia o passado estava presente na sua vida.

    O que deixou ela espantada foi a atitude daquelas pessoas aplaudindo quando eles deveriam ter feito a mesma coisa. Deveriam ter intervido, e salvado a criança daquela maluca.

    Uma mulher que estava presente disse que briga de marido e mulher não se mete a colher, ou briga de mãe e filho é a mesma coisa. Deixando a Sabrina furiosa.

    — Para mim isso não é bobagem, na minha frente ninguém vai bater numa criança, posso ser um bicho do mato, mas eu tenho um coração, achei uma injustiça.

    E todos ficaram assistindo como se tudo fosse normal. Lá na sua terra jamais isso ia acontecer, é só na cidade grande que acontecem essas coisas. Pensava ela. Que estava deixando o estômago dela embrulhado com tanta coisa estranha acontecendo. Ela não admitia uma criança apanhar de adulto. Para ela isso era uma covardia.

    Ela esperava que isso nunca mais acontecesse na frente dela. Porque se acontecer ela não se responsabilizava pelos seus atos. Aquela mulher ficou marcada na mente dela. Que ficou com tanto ódio, tanto ódio, e a raiva que custou passar.

    Ela voltou para aquele mesmo bar para beber mais algumas cervejas para se acalmar. E tremia igual uma folha verde de tão nervosa que estava.

    Aquela menina linda de cabelos loiros, e olhos azuis lembrava alguém? Só não conseguia decifrar de onde poderia ter conhecido.

    Então ela lembrou da filha que talvez pudesse ser. Precisava esquecer isso, não podia pensar toda hora que fosse sua filha. Depois de ter bebido mais uma cerveja, comeu mais um sanduíche. E dessa vez não brigou com o garçom, porque ele sabia com quem estava lidando.

    Ele viu que ela estava nervosa, e também tinha visto a cena, o fato dela ter defendido aquela criança daquela mulher maluca, pelo contrário ele agradeceu e falou.

    — Parabéns você ganhou o meu respeito!

    — Porque você está dizendo isso?

    — Porque nunca na minha vida eu vi alguém defender uma pessoa que você não conhece, acredito que ainda existem pessoas boas. E você é uma delas, estou admirado.

    Mesmo o garçom elogiando, ela ainda estava muito tensa, e muito nervosa. As mãos tremiam, e não conseguia nem segurar o copo de cerveja que ela estava bebendo, bebeu mais duas cervejas.

    Aquela menina não saía da sua cabeça, ela estava angustiada, aquilo estava lhe perturbando, com a cena que acabou de acontecer diante dos seus olhos.

    O xis que ela tinha pedido acabou deixando no prato, nem conseguiu comer, e nem tinha como comer, perdeu o apetite, as coisas que acontecem na vida dela, cada dia era uma coisa diferente. Ela ficou se perguntando. "E amanhã o que vai acontecer novamente? Meu Deus.

    CAPÍTULO 3

    TRÊS ANOS ATRÁS…

    Sabrina e Ana duas amigas inseparáveis que uma completava um vazio profundo na alma uma da outra. Elas não podiam contar com mais ninguém além delas mesmas. Embora cada uma com situações bem diferentes uma da outra. Ana nasceu na cidade grande e tinha mais conhecimento sobre os costumes e pessoas, que eram diferentes das pessoas que nascem em cidades pequenas. Como foi o caso de Sabrina.

    Vindo do interior perdida buscando espaço na sociedade. As duas se conheceram por um acaso do destino. Morando juntas num humilde apartamento. Então as duas colocam a conversa em dia após mais um dia cansativo de trabalho.

    E Sabrina estava sufocada, precisava desabafar com alguém. E Ana percebeu angústia no rosto de Sabrina. E resolveu perguntar o que aconteceu.

    — Por que você está triste, minha amiga?

    — Há tantas coisas que não sei por onde começar, mas sinto que estou precisando te contar, você vai achar que é coisa de filme, mas infelizmente não é.

    — Diga-me o que aconteceu? Desde que te conheci eu te vejo triste, nunca te vi com um sorriso no rosto. Eu sinto que você está escondendo algo muito sério, seria melhor me contar quem sabe eu posso te ajudá-lo?

    — Impossível me ajudar. É coisa minha, é melhor deixar assim, só quero chorar um pouco, será que posso?

    — É claro que pode.

    — Para falar a verdade, preciso te contar um segredo, que eu queria guardar comigo. Tem coisas minhas do passado que não vale a pena contar. O passado é só tristeza. E dolorosas lembranças que só de pensar fere muito a minha alma, mas preciso desabafar antes que eu enlouqueça de vez.

    — Então me conta, você pode confiar em mim, assim como eu confio em você. — Sabrina respirou fundo e contou a sua história.

    — Conheci um rapaz por quem me apaixonei, só que namorávamos escondidos.

    — Mas por que namoravam escondido?

    — Bom, aconteceu em uma pequena cidade do interior onde eu nasci, distante da cidade grande onde eu morava.

    — Você pode me dizer o que aconteceu de tão sério? — Sabrina respirou fundo, e entre lágrimas contou a sua história. Então, com um lenço, Ana enxugou os olhos dela. Foi muito difícil Sabrina abrir seu coração para uma pessoa que pouco conhecia. Mas era a única amiga que ela conhecia.

    — Na época éramos muito jovens, ele tinha 19 anos e eu 17.

    — Sim, mas e daí qual é o problema namorar jovem? Isso é normal, o que mais acontece aqui na cidade grande.

    — Sim, de fato, lá também é normal, só que lá tinha um porém!

    — E que porém era esse?

    — O nosso amor era proibido, hipótese alguma os pais dele, e os meus pais podiam saber que nós estávamos juntos. Eles jamais iriam concordar

    — Hum! Quer dizer que sua família é rica e o rapaz era pobre, era isso? Tipo Romeu e Julieta, coisa assim?

    — Mais ou menos, tipo Romeu e Julieta, mas não era em sentido de diferença social. Meus pais até que eram bem de vida, aliás, as duas famílias eram poderosas. Naquela cidade eles tinham domínio de toda a região, além de serem poderosos, eram inimigos declarados. E concorrentes comerciais, e na política.

    A cidade tinha 6 mil habitantes, e era dividida por causa da política. De lado um havia um partido do outro lado outro. Era uma disputa ferrenha por qualquer pedaço de chão, por cada eleitor em época de eleição. Imagina eu namorando o filho do maior inimigo do meu pai?

    — Nossa! Parece coisa de filme? Eu jamais poderia imaginar que no interior acontece essas coisas?

    — O pior que acontece. É como eu disse, que se eu contar vai parecer coisa de filme, mas é real.

    — Nossa amiga! Mas e daí o que aconteceu?

    — Ninguém na cidade sabia que nós estávamos juntos há muito tempo. Só que numa dessas eu estava numa festa de casamento de um primo nosso, bebi demais porque descobri que o Raul, era esse o nome dele. Ia estudar nos Estados Unidos. Ele tinha me falado que era o grande sonho dele, e que a qualquer momento estaria embarcando.

    E eu fiquei sabendo quando ele me ligou e disse que assim que conseguisse me ligar, ele ligaria. Então, naquela festa de casamento tudo perdeu sentido sem ele por perto, e toda vez que eu lembrava dos nossos beijos, e nossos encontros quentes, e toda vez que nós fazíamos amor era uma loucura. Então eu começava a beber, e a beber.

    E não parava mais, eu passei mal, e meu pai ficou preocupado, meus irmão, e minha mãe. E me levaram para um hospital. Eu estava desmaiada, e quando acordei estava num quarto de hospital sem saber o que estava acontecendo. Na verdade, eu não lembrava de mais nada.

    Meus pais estavam preocupados segurando a minha mão. A minha mãe achando que eu estava com leucemia pela minha magreza. Porque ultimamente eu não comia direito. Ela constatou que havia alguma coisa errada, mas jamais passou pela cabeça o que realmente estava acontecendo comigo.

    — O que aconteceu?

    — Meus pais estavam ansiosos esperando a chegada do médico para saber o resultado dos exames. Quando o médico entrou, ficou olhando para todos eles, que estavam na expectativa. A minha mãe preocupada achando que eu estava com leucemia, e meu pai querendo saber o que tinha acontecido comigo. O médico fez um suspense.

    — Fala doutor, por favor, o que está acontecendo com a minha filha? Disse meu pai. — Pela cara do médico eu vi que a coisa não era boa. Me passou muita coisa ruim na minha cabeça! Será que eu estava doente mesmo? Que eu estava com uma doença infecciosa.

    — Fala doutor, por favor, que está me deixando ansiosa, falei para ele. — Ele sentou perto de mim e soltou a bomba.

    — Na verdade não sei se é uma boa, ou má notícia!

    — Desembucha, doutor! O que a minha filha tem de tão grave? Falou meu pai nervoso.

    — Está bem, vamos ao que interessa. Sua filha está grávida de dois meses!

    — E ai amiga, o que aconteceu?

    — Bom, na verdade parecia que estava acontecendo o apocalipse, meu pai teve um desmaio, passou mal e caiu. Ele ficou uns minutos desacordado, minha mãe levantou da cadeira e ficou olhando pela janela e não falou nada. Meus irmãos também, parecia que era o fim do mundo. Ou a terceira guerra mundial.

    CAPÍTULO 4

    E depois o que aconteceu, minha amiga, me conta essa história?

    — Eu entrei em Pânico.

    — Como assim eu grávida?

    — Sim senhorita, eu lhes garanto que a senhorita está grávida! Os testes que foram feito comprovam que de fato está mesmo grávida. E o seu estado físico é causado por uma gravidez. E pelo que vimos, são dois meses de gravidez aproximadamente.

    — Meu Deus, como isso é possível eu com 17 anos, e agora como vai ser? Eu não posso dizer quem é o pai. Ele viajou para os Estados Unidos e nem vai saber. E nem pode saber. Que história eu vou inventar para os meus pais?

    — E seus pais como eles agiram quando souberem disso?

    — Da pior forma, imagina. Meu pai passou mal, minha mãe ficou uns dias sem falar comigo, meus irmãos nem olhavam para mim. E queriam uma explicação. Eu tive que criar uma história que eu fui numa festa e bebi demais, conheci um cara sei lá da onde e nem lembrava o nome. Eles queriam me obrigar a dizer o nome do pai. Imagina se soubessem quem era o pai aumentaria mais a guerra que havia entre as duas famílias.

    — E depois o que foi que aconteceu?

    — Meu pai acordou do desmaio que teve, imagina o que aconteceu.

    — O que aconteceu?

    — O médico me liberou dando alta e fomos pra casa, aí imagina a cena. Meu pai entrou no meu quarto e queria saber se era verdade o que o médico havia dito.

    — O que? Como assim grávida?

    — Eu não sei como isso aconteceu, papai!

    — Há, não sabe? Eu quero saber como isso foi acontecer? — Até eu mesma estava buscando uma resposta, minha mãe queria saber quem era o pai do bebê que eu estava esperando.

    — Filha, somos só nos duas, me conte tudo o que foi que aconteceu? E quando? Quem é o pai? Na sua mãe você pode confiar.

    — Mãe, eu juro que não lembro. Quando eu lembrar eu conto.

    — Trate de lembrar quem é porque você sabe como é seu pai, ele não vai descansar até descobrir quem fez isso com você.

    — Eu sei, mamãe. Eu estou falando a verdade, estou tentando lembrar quando foi que aconteceu. — Eu estava desesperada porque eu sabia o que estava por vir. Meu pai ficava andando de um lado pro outro buscando uma resposta minha mais convincente. E me olhou com mais ódio ainda.

    — Sua irresponsável inconseqüente, você sabe o que está fazendo com a nossa família? Não foi isso que eu te ensinei malcriada, rebelde. Como é que você vai criar essa criança? Você tem apenas 17 anos. E quem foi o individuo que te engravidou? Fala quem foi o responsável que te engravidou? Ou eu te arrebento? — Disse ele vindo na minha direção com um cinto de couro que ele usava quando queria castigar seus filhos.

    No interior é assim que funciona as coisas quando um pai quer impor disciplina em seus filhos. Com cinto na mão querendo me bater. Eu estava desesperada porque não sabia o que dizer.

    — Pai, eu não me lembro quem foi. Eu bebi demais, eu acho que desmaiei.

    — É, e você acha que vou acreditar nessa história absurda, você desmaiou aí engravidou do espírito santo? Era só o que me faltava. Vai me dizer quem é irresponsável, se não eu te arrebento!

    — É um rapaz que eu nunca vi, diz ele que se chama Maurício. A gente começou a dançar e a conversar e eu comecei beber demais, e depois não me lembro mais do que aconteceu. — Foi o que veio na minha mente. Nada que eu dissesse iria convencer ele, que eu bebi demais. Eu nunca vi meu pai com tanto ódio de mim. Eu gritava para que ele não fizesse isso.

    — Não, papai não me bate por favor. — Mas nada adiantou, quanto mais eu gritava mais ele me batia.

    — Tudo bem, você não vai dizer quem fez isso vai continuar insistindo nessa mentira absurda de que bebeu demais e desmaiou, e não se lembra de nada, mas você não vai ter esse filho, a gente vai dar um jeito de tirar esse bebê. Vamos te mandar para capital, e vamos te levar numa clínica particular e você vai fazer um aborto. — Eu entrei em pânico. Entre as lágrimas que desciam dos meus olhos.

    — Fazer aborto? Como assim? De jeito algum! Eu vou ter esse filho! — Falei para ele. Nem que eu tenha que morrer por isso. — Ele levantou o braço para me bater quando ele ouviu um estalo. Era mamãe com revólver apontado para ele.

    — Se bater mais uma vez eu te mato! — Meu pai ficou paralisado, ele nunca viu a mamãe daquele jeito.

    — Abaixe essa arma! Você não teria coragem de atirar no seu marido pai dos seus filhos?

    — Experimente mais uma vez bater na minha filha pra ver o que acontece! — Ele se afastou e foi até a janela do quarto olhar se não havia ninguém espiando. Depois voltou um pouco mais calmo tentando se justificar porque estava fazendo isso.

    — Eu não queria fazer isso, eu nunca fui de bater na minha filha, só que eu estou desesperado. O que as pessoas vão pensar de nós? Com uma filha que tem 17 anos grávida sem saber quem é o pai. É normal um pai estar desesperado.

    — Eu também estou nervosa, mas bater vai resolver alguma coisa? Será que não dá para conversar com a sua filha? Conversando a gente resolve. — Ficou um silêncio no quarto sem ninguém dizer uma palavra. Minutos depois meu pai perguntou mais calmo

    — Você tem certeza que quer ter esse filho? Eu balancei a cabeça ainda com lágrimas nos meus olhos.

    — Sim papai?

    — É mesmo? E você vai ter condições de criar essa criança sozinha?

    — Como assim sozinha?

    — É isso mesmo que você ouviu.

    CAPÍTULO 5

    — Disse meu pai. — Tentei argumentar, mas nada que eu fizesse iria convencer ele de alguma coisa.

    — Porque filha minha, e mãe solteira não vive sobre o mesmo teto. Ou você tira essa criança ou sai dessa casa.

    — Mas pra onde eu vou?

    — É problema seu, vai ficar aqui até essa criança nascer, depois rua. Há e tem mais uma coisa, vai ficar presa dentro do quarto, e quando a barriga começar a crescer, até lá não quero que saia por aí mostrando a sua sem vergonhice. Fez a besteira agora assuma sua responsabilidade.

    Nós vamos te mandar para a capital onde mora a sua tia, se é que ela vai te aceitar. — A minha mãe era a mais sensata e tentou convencer meu pai a mudar de ideia no que ele pretendia fazer. Mas ele estava revoltado não se conformando com o que aconteceu.

    Afinal eu era a única filha mulher que ele tinha, e sonhava que eu me casasse virgem. Era os costumes de família que passavam de geração em geração. E tinha que ser com um bom pretendente, e eu desapontei ele.

    — Nossa amiga, eu jamais poderia imaginar que você passou por tudo isso. E depois o que foi que aconteceu?

    — Nossa, está muito difícil eu falar o que aconteceu comigo. É muito doloroso ter que abrir o meu coração. Eu fiquei até a minha filha nascer praticamente presa dentro do meu quarto

    Eu não ia mais para o colégio, não ia ver mais as minhas amigas, e nem os parentes que eu tinha na cidade. Ninguém sabia para onde eu fui porque meu pai tinha vergonha que descobrissem que eu estava grávida.

    Você sabe como é na cidade pequena todo mundo comenta. E mãe solteira é mal vista por todos, ninguém fala com você e te rejeitam, e além do mais tinha essa rivalidade entre a minha família, e a família do Raul, que iam usar esse ponto fraco na política.

    Meu pai não falava mais comigo, meus irmãos tinham vergonha de mim, minha mãe era a única pessoa que estava do meu lado, e estava me dando apoio, e não se conformava porque isso estava acontecendo.

    E eu não podia contar para ninguém quem foi porque ele é o único homem que eu amei.

    ….Imaginem se soubessem ia ter provocações e iam usar eu como bode expiatório. Tem coisas que eu quero esquecer. Porque até a morte aconteceu lá. Eu ouvi falar uns comentários que meu pai já matou por causa de política, assim como o pai de Raul, que também não é flor que se cheire. Lá é assim quem desafia morre, e quem não fazia a vontade deles era assassinado.

    Eu não tenho certeza, mas tanto meu pai quanto o pai dele se criaram no mundo do crime antes de chegar na cidade. Mas deixando essa parte de lado porque era apenas comentários.

    Meu pai nunca contou para nós como ele conseguiu enriquecer quando chegou à cidade anos atrás.

    — Eu estou pasma. Se eu contar ninguém acredita vão dizer que sou uma romancista que podia escrever um livro!

    — É, mas não vai falar pra ninguém?

    — Claro que não, até agora estou comovida com a sua história, e você mostrou que é pessoa do bem. E sua filha quando nasceu como foi?

    — Era a parte mais difícil eu ter que falar. Era muito doloroso, mas estava me fazendo bem colocar pra fora o que eu estava sentindo. A minha amiga está se mostrando uma boa parceira de apartamento onde estou morando, e dividindo aluguel com ela.

    — Para ninguém saber que eu estava grávida fiquei trancada no quarto, era proibido a entrada das minhas amigas no meu quarto por ordem do meu pai, e minha mãe que sempre inventava uma história e dizia que eu estava na capital e não sabia quando eu voltaria. As minhas amigas não ficavam muito convencidas, na cidade todos comentavam.

    — Cadê a Sabrina que sumiu? Será que ela fugiu com Raul? Surgiram suspeitas de que eu e Raul tivéssemos ido juntos para os Estados Unidos. As pessoas costumam criar histórias, e não são bobas. Raul foi para os Estados Unidos, e em seguida eu desapareci, mas na verdade eu estava presa no meu quarto. Minha mãe levava café, e janta na cama. Eu ficava o dia todo trancada no quarto até a hora do neném nascer.

    — E como foi quando nasceu o seu bebê, ninguém descobriu?

    — Para se ter uma ideia, meu

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